Vapor escrita por Downpour


Capítulo 6
6. Ao que tudo aparenta, amigos


Notas iniciais do capítulo

oláa, queria pedir desculpas pela demora
eu me prometi que só iria soltar esse capítulo quando eu conseguisse escrever um cap novo de vapor só que isso acabou não acontecendo. as minhas aulas da faculdade voltaram a todo vapor e essa semana está sendo especialmente corrida por causa de um projeto do meu curso que eu estou acompanhando bem ativamente, ou seja, essa semana tá sendo um loucura kkkkkkkk
eu tenho uma boa quantidade de capitulos de vapor armazenados mas nao pretendo soltar tudo de uma vez porque eu vivo mexendo no roteiro da fic, ent estão constantemente fazendo mudanças ou acrescentando uma coisinha ou outra
eu não vou abandonar a fic - de forma alguma. vou tentar estipular uma data para ir atualizando a fic. estou pensando em fazer uma atualização por semana, ou uma a cada duas semanas. o ritmo de att vai depender da minha rotina mesmo
enfim, boa leitura ♥



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CAPÍTULO 6

ao que tudo aparenta, amigos

 

calum hood

 

Calum estava feliz na presença de Alissa, os dois tinham uma energia bem parecida o que fazia com que as conversas rendessem provocações bem engraçadas. Enquanto ele se esforçava para irritá-la, Alissa sempre revirava os olhos ou o provocava.

Ele fez questão de pagar o café da manhã dela, um cappuccino e um pedaço de torta de maçã. A garota tinha o avisado que em questão de minutos teria aula e que não poderia ficar muito tempo, então ele aproveitou sua presença da forma que pôde. Havia algo na garota que o fazia acreditar que o tempo que passavam perto um do outro não era o suficiente para ele. Hood não queria levar aquilo a sério, afinal das contas tinha acabado de sair de um relacionamento - um bem ruim -, queria passar um bom tempo sozinho, mas quando pensava que estava livre, a imagem de Alissa parecia assombrá-lo.

Não gostava de comparar as pessoas, mas enquanto Aimee era fria, Alissa era puro sol e calor. Apesar de às vezes perder o seu olhar no horizonte e parecer estar triste, logo um sorriso tão lindo quanto o raiar do sol surgia no seu rosto. Era meio difícil não sorrir junto com ela, a garota tinha uma aura contagiante.

— ...E é por isso que o baixo é um instrumento muito superior que a guitarra elétrica. — ele finalizou seu monólogo enquanto dirigia. Alissa ainda estava do seu lado, bebericando o cappuccino ouvindo ele falar em silêncio, percebendo o quão apaixonado Calum aparentava ser quando falava de música. Não sabia dizer quando os dois tinham entrado naquele assunto, só sabia lembrar dele gesticulando e soltando milhares de informações desconexas sobre música, composição e baixos.

— Eu sequer sei distinguir um baixo em uma música. — ela riu da expressão surpresa dele.

— Você está brincando?

— Não. Meu ouvido é muito ruim para música.

Isso pareceu ter sido a gota d’água para ele.

— Ah não. Você precisa saber distinguir um baixo de uma guitarra! — ele resmungou. Aos poucos Alissa percebeu que se deixasse Calum falar sobre música ele simplesmente não iria calar a boca, o garoto ficava muito animado e queria mostrar para ela tudo o que ele pudesse explicar sobre música.

Não demorou dois minutos para que ele colocasse uma canção do Tame Impala no som do carro.

— Você está ouvindo essa batida grave se repetindo? — ele disse sério enquanto tentava vocalizar o som, em respeito a seriedade dele, Alissa mordeu o lábio para não rir — Isso é um baixo.

O carro já estava estacionado na frente do prédio de psicologia, mas Calum simplesmente não calava a boca, e Alissa tinha achado tão fofo a forma como ele disparava a falar de música que acabou não o interrompendo até que ele se desse conta.

— Você está atrasada? — ele perguntou erguendo uma sobrancelha e ela assentiu timidamente, com pena dele que suspirou. — Antes de você ir eu queria me desculpar.

— Ashton me falou. Está tudo bem Calum.

Os dois se olharam silenciosamente por alguns momentos. Não estava tudo bem, algumas pessoas ainda sussuravam sobre Alissa quando ela passava pelos corredores e isso era extremamente constrangedor. Todavia, ela sabia que gritar com Hood não iria fazer com que seu problema fosse resolvido.

— Então… amigos?

Ela sorriu, sem acreditar no que ele tinha acabado de falar.

— Claro, amigos.





alissa fontes




Já se passava do meio dia quando Alissa Fontes estava sentada na secretaria da universidade esperando ser atendida, a garota resolveu se entreter com um livro. Marina tinha uma tonelada de livros no apartamento e acabou emprestando um de seus livros, acabou não se importando de emprestar “O quê aconteceu com Annie” para a amiga. Alissa estava tão imersa no thriller psicológico que mal percebeu quando chamaram seu nome.

— Boa tarde eu queria me informar sobre as vagas para transferências de curso. — disse para a mulher do balcão.

— Por favor, me diga o seu curso e semestre. — a mulher por trás do balcão pediu.

— Psicologia, terceiro semestre.

— Sua carteirinha por favor?

Alissa estendeu a carteirinha para a mulher, e enquanto ela digitava em seu computador, a garota se apoiou no balcão olhando para a movimentação do local. Não estava em seus planos fazer aquilo, e algo nela dizia que ela podia se arrepender terrivelmente. Contudo, suas opções estavam se esgotando.

— A senhorita… é uma King? — a atendente a olhou com certa curiosidade.

Pela primeira vez em tempos a garota corou claramente desconfortável. Alissa nunca usava seu último sobrenome.

— Sim. — disse em um tom de quem não iria responder nenhum tipo de pergunta pessoal.

A mulher a olhou com certa curiosidade e então murmurou.

— Creio que a senhorita esteja procurando uma transferência para o Brasil?

— Sim, mais especificamente São Paulo. — resmungou, odiando o fato de a mulher poder ler suas intenções só por saber o nome da sua família paterna.

Novamente a funcionária passou alguns momentos digitando furiosamente, até que finalmente lhe deu uma resposta.

— No momento não há nenhuma vaga para transferência, contudo vou deixar seu nome na lista de espera do sistema. Assim que houver uma vaga, você será a primeira a saber. — disse devolvendo a carteirinha.

Alissa suspirou, algo nela sabia que isso iria acontecer.

— Tudo bem, muito obrigada.

Saiu da secretaria com a expressão fechada, se tinha algo que ela queria era ficar perto de sua mãe e de sua avó. Conforme a situação dela na Austrália piorava, a vontade de voltar para a sua cidade aumentava cada vez mais. Alissa tinha certeza de que não iria suportar a ideia de ter que viver com seu pai.

Ela esperava que ao menos a universidade não demorasse muito tempo para lhe dar um retorno, talvez… só talvez tudo desse certo se ela acreditasse.

Cansada de pensar sobre seus problemas familiares, Alissa saiu do prédio da secretaria e foi em direção ao lugar onde ela e Marina costumavam almoçar juntas. Sabia que encontraria sua amiga lá, só que desde quando a mesma tinha começado a namorar Harry, ela tinha andando meio sumida. O que era compreensível, mas também era ruim porque Alissa não tinha ninguém se não ela para aliviar seus pensamentos com piadas sem graça.

— E aí Alissa. — Harry a cumprimentou assim que ela chegou na mesa.

Harry tinha a pele branca e cabelos loiros longos que normalmente ele prendia no estilo samurai, seus olhos eram azuis e seu rosto tinha um rastro de um sorriso zombeteiro fantasma. Alissa achava que ele legal, de longe.

— Oi. — ela respondeu e então acenou para a amiga que estava com a cabeça deitada no ombro do namorado — Eu vou comprar o meu almoço, já volto.

Marina assentiu, a olhando como se quisesse conversar sobre alguma coisa.

Alissa não era uma pessoa que comia mal, mas naquele dia ela simplesmente não sentia fome para comer nada. Seu dia tinha começado todo errado, e se ela parasse um pouco para pensar, a única parte de sua manhã que não fora ruim tinha sido Calum Hood.

“Que decadente”, pensou.

A garota acabou comprando uma porção de sushi e uma coca diet, e logo em seguida voltou para a mesa que dessa vez era apenas ocupada por Marina. 

— Cadê o seu namorado? — arqueou a sobrancelha.

— Ele foi no banheiro. — Marina respondeu dando um meio sorriso, toda vez que ela mencionava Harry parecia entrar em um mundo particular só dela, um tipo de bolha de felicidade. — Mas e você Ali? Você anda se ocupando tanto que eu mal tenho tempo de falar com você. Como está? E não me adianta falar que está bem.

Alissa suspirou passando as mãos pelo rosto, como se pensar no seu estado lhe desse uma dor de cabeça terrível. Sentiu um gosto azedo na boca quando olhou para a amiga e lembrou-se de que não tinha mencionado a transferência. Todavia, a ideia de que ela nunca iria conseguir a transferência fez ela preferir não falar nada. Marina tinha seus problemas para cuidar, não precisava ouvir sua amiga choramingando o tempo todo.

— Você saiu voando do apartamento hoje. — comentou.

— Vai ficar tudo bem Marin. Eu garanto.

— Quando é a sua próxima sessão de terapia?

Todo aluno do curso de psicologia em algum momento do curso tinha que fazer terapia, e caso quisessem de fato seguir a profissão de psicólogo tinham de fazer terapia constantemente. Por isso, Alissa tinha sessões quinzenais com um terapeuta próximo ao campus.

A garota conseguiu sorrir com a pergunta enquanto pegava seus hashis.

— Esse fim de semana. 

Levou um sushi a boca pensando que talvez se ela contasse algo do seu dia, Marina talvez fosse deixar sua preocupação passar.

— Estou fazendo dupla com Hood em Psicologia Jurídica.

Marina pareceu engasgar com a coca que tinha pegado da amiga.

— É sério?

— Juro pra você. Ele esbarrou em mim no corredor e derrubou a minha pizza no chão. Depois ele se propôs a pagar um café da manhã novo pra mim. — disse com simplismo enquanto comia.

Marina por sua vez, estava escutando o que a garota dizia atenta.

— Ali, você não acha que talvez… ele tenha gostado de você?

Alissa pareceu ter sido pega de surpresa com aquela pergunta, porque parou de comer e olhou para a Gonzalez com a maior incredulidade do mundo.

— E por que ele gostaria?

— Argh, eu odeio quando você faz pouco caso de si mesma. No seu próximo aniversário vou te dar um espelho. — Marina resmungou revirando os olhos.

A outra apenas deu um sorriso tímido, não sabia se a amiga estava tentando colocá-la para cima ou se realmente a achava tão bonita como falava, mas ficou feliz de toda forma.

— E você e o Harry? — perguntou, mais para despistar o assunto Calum Hood do que qualquer outra coisa.

Marina então, disparou a falar sobre como andava as duas primeiras semanas perfeitas de namoro. Sobre como Harry a levava para várias festas e encontros, como era carinhoso e lhe dava presentes.

Alissa não pode evitar sorrir, se sua amiga estava feliz, bem, então ela também estava.





A garota puxou a porta da farmácia entrando no recinto. Assim que foi notada no local, o segurança ficou em posição de alerta, trocando olhares com o atendente. Alissa quase revirou os olhos furiosa, ela odiava quando esse tipo de merda aconteceu.

Como estava de TPM, resolveu pegar um pacote de absorventes e ficou tentada a comprar um maço de cigarros. Ela não fumava desde o ensino médio, mas estava tão nervosa nos últimos tempos que decidiu comprar dois maços mentolados e um isqueiro cor de rosa.

Foi em direção ao balcão e ainda pegou um chiclete.

— Mais alguma coisa? — o atendente perguntou com cautela.

Por ser estrangeira e negra, Alissa já estava acostumada com esse tipo de atendimento. Então apenas abriu sua carteira e depositou duas notas de cinquenta no balcão.

— Pode ficar com o troco. — sorriu falsamente, se retirando da farmácia com sua sacola.

O seu dia desastroso tinha finalmente acabado, então Alissa resolveu fumar um cigarro no parque enquanto sentia a brisa noturna bater no sua pele. A garota se sentou em um banco e abriu o maço recém comprado, deixou o seu olhar se perder em seus arredores. Boa parte do pessoal de sua universidade também ficava andando naquele parque a noite, alguns casais iam ali para ter privacidade, a galera mais atlética aproveitava para correr e havia quem fosse ali meditar em um canto isolado.

Retirou um cigarro da caixa, e pegou o isqueiro, o acendendo logo em seguida.

— Alissa, oi. 

A garota acenou para Ashton que caminhava em sua direção. Alissa era levemente boa em ler as pessoas, e naquele momento ela pode perceber que o Irwin estava meio para baixo.

— Tudo bem, Ashton? — perguntou enquanto soltava a fumaça pela boca.

Irwin se sentou no banco do lado dela, depois de alguns momentos pensando em silêncio, ele negou com a cabeça.

— É, acho que não.

— Quer um cigarro?

— Não, valeu. — ele riu — Na verdade, eu não sabia que você fumava.

Alissa deu de ombros.

— Eu tinha parado, bem, até agora. — resmungou tragando a fumaça com gosto de menta.

— Então nós dois estamos na merda? — ele perguntou com um meio sorriso e a garota assentiu.

— Pelo que parece, sim.

Ela ficou alguns minutos em silêncio, apenas fumando seu cigarro tranquilamente. Uma dúvida antiga que ela tinha acabou passando por sua cabeça, e depois de um bom tempo refletindo se deveria ou não perguntar, resolveu soltar.

— Olha, eu vou te fazer uma pergunta, e se você quiser não precisa responder. — no exato momento em que ela começou a falar Ashton travou, como se soubesse do que se tratava — Você está gostando da Marina não é? Foi você que a chamou para ir na festa do Calum mas acabou encontrando ela com o namorado dela.

Irwin deu uma risada seca e triste ao mesmo tempo.

— Caramba, você é boa nisso.

Alissa ofereceu um sorriso consolador.

— É, você está certa. A Marina sabe?

— Não, ela é muito lerda para perceber esse tipo de coisa.

— É, ainda mais quando ela está namorando aquele idiota. Com todo respeito.

A garota deu risada do tom de voz do amigo ao falar do namorado de sua melhor amiga.

— Sabe, eu posso ser uma péssima amiga falando isso — disse enquanto dava um outro trago — mas eu realmente acho que vocês dois seriam um casal muito lindo.

— Obrigado pelas grandes esperanças. — Ashton resmungou e ela riu.

— Eu sinto muito por isso Ash.

Ele deu de ombros, afinal das contas não havia muito que ele pudesse fazer a respeito.

— Falando em grandes esperanças, eu vi você e o Calum andando juntos hoje. — ele comentou curioso, o que fez com que a mais nova corasse por um motivo que ela mesma desconhecia. Ela queria saber porque todo mundo que ela conhecia estava insistindo tanto no assunto Calum Hood.

— Nós somos amigos. 

Ashton ergueu a sobrancelha em desconfiança mas apenas riu.

— Sabe, eu posso ser um péssimo amigo falando isso, — Irwin disse imitando seu tom de voz — mas eu realmente acho que vocês dois seriam um casal lindo.

Alissa deu risada tombando a cabeça levemente para trás.

— Sabe, mudei de ideia sobre você ser uma pessoa legal.

— Eu sou legal. — Ashton revirou os olhos sendo dramático, e teria falado mais caso seu celular não começasse a tocar. Era o nome de Luke Hemmings que estava na tela. — Bem, eu acho que te vejo por aí Alissa.

— Boa noite Ashton.

— Boa noite. — ele respondeu sumindo em meio às árvores, deixando-a sozinha no parque com um cigarro e seus pensamentos confusos.


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