Vapor escrita por Downpour


Capítulo 4
4. Desabafo


Notas iniciais do capítulo

olá eu voltei e mexi na sinopse como prometido, eu acho que ficou melhor que a anterior mas qualquer coisa eu posso mexer nela novamente akdjdkj
a mesma coisa com a capa da fic, resolvi passar a tarde brigando com o photoshop e ver se conseguia fazer uma capa melhor, mas acho que eventualmente posso acabar mudando a capa também aushau
enfim, espero que gostem e boa leitura ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/792108/chapter/4

 

CAPÍTULO 4

desabafo

 

alissa fontes




— Alissa, levanta da cama. —  Marina se sentou na ponta da cama da amiga, sabia que a garota já estava acordada fazia algum tempinho, mas estava começando a ficar preocupada com a demora dela para levantar.

— Mari eu quero ficar deitada até que haja uma possibilidade de pular da borda da Terra. — a castanha murmurou com o rosto enfiado no travesseiro, sentia sua cabeça doer muito enquanto seus olhos mal conseguiam se entreabrir.

Marina por outro lado enrugou a testa.

— Mas não é você que diz que a Terra é-

— Eu sei Mari, foi uma piada. — resmungou ainda com o rosto enfiado no travesseiro.

Houve um momento de silêncio em que a mais velha apenas ficou observando Alissa resmungar, até que por fim ela erguesse um copo de água e um comprimido.

— Você precisa me contar sobre o que aconteceu noite passada Ali, todo mundo no campus estava falando sobre. Por que você bebeu tanto?

Mais uma vez a garota resmungou soltando um muxoxo descontente, estava tentando ao máximo não se lembrar do que aconteceu em seus momentos alcoolizada.

Ali abriu os olhos e ingeriu o remédio dando um longo gole no copo d'água, enquanto isso a mexicana a olhava com certa preocupação

— Ali nós duas realmente precisamos conversar, eu sei que você costuma se isolar quando está nervosa mas isso é sério. Você anda estranha desde que a sua mãe viajou para o Brasil, há algo que eu possa fazer para ajudar…?

Os olhos castanhos de Alissa transbordaram mas a garota dominou as lágrimas tanto que nenhuma gota desceu pelo seu rosto, ela já tinha experiência com esse tipo de coisa. Seu olhar se perdeu em algum canto do quarto enquanto ela assimilava quais palavras seriam ditas, embora tudo o que ela menos queria era falar sobre aquilo.

Não tinha porque mentir dizendo que estava bem porque Marina sabia muito bem de que não, não estava tudo bem. Mas agora, explicar o porquê daquilo era algo que ela não estava disposta a fazer.

— Estar longe dela me deixa fraca. — admitiu em voz baixa sem olhar diretamente nos olhos da amiga, não queria que ela pudesse ver a dor em seu olhar e sentisse pena dela. Alissa odiava o sentimento de pena, fazia com que ela se sentisse miserável. — Eu e minha mãe temos um laço muito forte, estar longe dela é… estranho.

Meia verdade, pensou assim que terminou de falar. Era fato que estar longe de sua família a deixasse assim, só que conforme o tempo passava a sua preocupação com a sua avó aumentava e...

Não podia se esquecer de que Alessandra era uma jornalista importante, era óbvio que em algum momento ela teria que voltar para o Brasil.

Marina engoliu em seco e resolveu deixar os questionamentos sobre a Sra. Fontes para outro momento, era visível que sua amiga não se sentia confortável falando sobre a família, era um tema que a menina vinha evitando desde sempre. Ela nunca ouvira Alissa falando sobre o pai, por exemplo.

— Mas e sobre Calum Hood? O que foi aquilo?

Alissa coçou os olhos com as costas da mão ao mesmo tempo em que colocava os pés para fora da cama.

— Acredite minha mente ainda não achou uma resposta racional para isso.

Marina abriu a boca quase que em um sorriso.

— Quando eu te levei no show dos meninos pude jurar que você estava desinteressada, quero dizer, você não me falou nada demais sobre o Calum… E uau, ele está com problemas porque tinha acabado de terminar o relacionamento quando te beijou.

Alissa ergueu as sobrancelhas surpresa e logo seu rosto foi tomado por uma expressão de desgosto. Embora tentasse disfarçar uma sensação de dejavu que a deixava com a boca azeda passou por seu corpo.

— Ele traiu a namorada dele comigo? — perguntou em voz alta, apontando com o dedo para si mesma, incrédula. 

A outra garota negou com a cabeça, explicando em detalhes o que tinha acontecido.

— Que filho da puta. — murmurou para si mesma enquanto levantava da cama.

— Pelo o que Ashton me contou, ele foi chifrado pelo o melhor amigo na festa.

Alissa bufou.

— Não melhora as coisas, só significa que ele me usou de step. É isso que homens fazem mesmo. — disse com mais raiva de si mesma do que daquele australiano idiota e convencido.

Marin a olhou com um certo pesar, sabendo exatamente o que a amiga estava pensando.

— Ali, não é a mesma coisa-

— É sempre assim, eles sempre me vêem como uma droga de um objeto. — Alissa revirou os olhos, ela sentia tanta raiva que aquilo não a machucava mais - pelo menos não naquele momento.

Depois de um tempo, Alissa respirou fundo olhando para o relógio na cabeceira da cama.

— De qualquer forma eu tenho prova sobre sociologia hoje, sou obrigada a ir para aula.

Marina deu um sorriso contente, feliz de a amiga levantar da cama.




Alissa saiu da sala de aula com um olhar de derrota, sentia que a festa tinha a atrapalhado a estudar para a prova o que prejudicou diretamente em seu desempenho. Não conseguia deixar de se sentir desapontada porque sabia que sua nota não seria tão boa quanto ela esperava, e se tinha algo que ela detestava mais do que tudo era tirar uma nota ruim em uma prova na qual tinha se matado de estudar.

A garota conseguia perceber os olhares indiscretos que lhe direcionavam enquanto ela se dirigia para a cafeteria da faculdade, podia claramente ouvir as pessoas cochicharem “vadia” e “Calum Hood”.

Em toda sua vida Alissa nunca fora uma garota que chamava atenção, por isso, estar no centro das atenções para ela era como um inferno. Sentia as lágrimas queimarem em seus olhos enquanto as pessoas ao seu redor faziam pré conceitos das atitudes de quando ela estava bêbada.

Por que ninguém estava culpando Calum que tinha terminado a pouco tempo? Por que toda a culpa tinha que recair somente nela?

Ela tinha a plena noção de que a sua pele piorava ainda mais aquele conflito, sabia que homens - principalmente os estrangeiros - adoravam a objetificar e a tratar como se fosse isso, uma distração. E aquilo doía muito.

Era a história se repetindo novamente, em um ciclo que ela não tinha como quebrar.

— Alissa.

A garota piscou se dando conta de que Steice, a garota da noite passada, estava na frente dela com um sorriso tímido.

— Eu só queria agradecer pelo o que você e o Calum fizeram ontem, — só de ouvir o nome do baixista Alissa sentiu seu estômago se revirar — falei com ele agora pouco de manhã, ele disse que estava te procurando…

— Que? Por que ele me procuraria? — Alissa juntou as sobrancelhas em uma expressão de indignação, a verdade era que ela não queria ver o rosto do garoto por um tempo. Ela não sabia explicar para si o que tinha sido aquilo que quase aconteceu na festa, nunca fora do tipo de garota que ficava com caras aleatórios em festas.

—...Então eu só queria agradecer por tudo o que vocês dois fizeram, e sabe por mais que algumas pessoas estejam falando de você pelas costas, eu queria dizer que você é uma pessoa muito boa. Muito obrigada.

 Um sorriso nervoso surgiu no rosto pálido de Alissa.

— Obrigada Steice, eu não ia deixar você passando mal naquele quarto.

— Bem agora eu tenho que ir. — a garota acenou se retirando.

 Alissa suspirou enquanto desbloqueava a tela de seu celular.

 

Mari

Hey 

Não conseguimos cvs direito hj de manhã ent eu decidi que nós duas TEMOS que ir naquele paintball que vc gosta

Adendo: isso não eh um pedido 

 

  Um sorriso de canto se formou no rosto de Alissa, ela amava a forma como Marina tentava fazer com que ela ficasse feliz e esquecesse seus problemas nem que fosse por um momento.

 

Alissa

Meu deus 

Já estou indo




calum hood 



— Você quer conversar sobre isso? — Luke se sentou na frente do amigo lhe oferecendo uma cerveja, contudo o outro estava distante demais para sequer olhar para a bebida alcoólica a sua frente.

— Aimee terminou comigo oficialmente hoje. — Calum disse em meio a uma risada seca. — Com direito a um show e tudo mais, do jeito que ela sempre gostou.

  Ashton, que estava sentado em silêncio no outro canto da sala, se pronunciou.

— Mas não é isso que está te preocupando, vamos ser sinceros, toda semana vocês “terminavam” era óbvio que um dia iria acabar de verdade. Então por que você está com essa cara de cu o dia inteiro?

 Michael, que estava deitado de ponta cabeça no sofá, pareceu morder o canto da bochecha para não dar risada da situação. Luke por outro lado olhava atentamente para Calum como se no fundo soubesse o que se passava na mente dele.

— Eu estou com peso na consciência, satisfeitos? — o moreno bufou enquanto passava a mão pelo cabelo desalinhando os fios — Envolvi uma garota que não tinha nada a ver no meu rolo com a Aimee e agora ela deve me detestar. Não era a minha intenção usar ela como distração. Eu… Eu realmente quis passar um tempo com ela.

  Ashton deu um pequeno sorriso encorajador ao perceber que o amigo estava sendo realmente sincero acerca de seus sentimentos.

— Você já tentou falar com ela? — Luke ergueu as sobrancelhas ao falar, ele sabia que Cal não queria ter passado a impressão de que ele era um cara qualquer que tratava garotas como lixo no dia seguinte e era justamente por isso que aquela situação o intrigava.

— Eu tentei mas não consegui o telefone dela, então acho que vou ter que falar com ela pessoalmente. — comentou visivelmente estressado.

 Fez-se um silêncio na sala até que Ashton falasse.

— Na verdade não Cal.

— Como assim?

 O garoto de cabelos castanhos deu de ombros.

— Digamos que eu conheço a melhor amiga da Alissa, e posso pedir o número dela pra você.

— Por quê não falou antes? — Hood indagou.

Um sorriso de canto apareceu no rosto do Irwin.

— Eu sou seu amigo, mas como também sou amigo dela, queria ver você se humilhando um pouco.








 




Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Vapor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.