Like a Vampire Extra: Be my Valentine? escrita por NicNight


Capítulo 3
Capítulo 3- Priya e Yuma




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"Não posso parar agora, viajei demais pra mudar essa vida solitária

Quero saber o que é amor, quero que me mostre

Quero saber o que é amor, sei que pode me mostrar"

Priya tomou mais um gole do seu drink de cereja.

Não estava afim de tomar álcool, principalmente num dia onde o bar estava tão vazio.

Claro, porque talvez a maior parte das pessoas estavam ou em restaurantes e outros pontos românticos, ou nem ousassem sair de casa para não ficarem deprimidos pelo romantismo das ruas.

Maldito dia dos namorados.

Nesse exato momento, ela estava sentada num dos banquinhos do bar. Usava uma blusa de alcinha preta bem justa e uma saia lápis bege igualmente apertada, além de uma gargantilha da mesma cor da blusa.

Seus cabelos estavam soltos e escorriam até a cintura, com alguns fios ainda molhados pelo banho. Usava só um delineador gatinho nos olhos e um batom rosado, e sapatos de salto pequenos enfeitavam seus pés.

Ela nem sabia direito pra que tinha se arrumado tanto. O bar estava vazio, tirando ela e a bartender que ficava a cada cinco minutos trocando mensagem com alguém e sorrindo. Priya não era nenhuma gênia, mas sabia que até ela tinha uma surpresa esperando ela em casa.

Ela suspirou com o pensamento.

Estar solteira no dia dos namorados não era exatamente um problema. Priya amava ser solteira e idolatrava sua liberdade mais do que tudo. Só que como toda boa solteira, ela tinha consciência que ter um relacionamento era bem legal ás vezes e que qualquer data de casal se tornava deprimente.

Ela acabou virando o drink num gole só.

—Sozinha?- Uma voz masculina se aproximou dela, e Priya se virou pronta pra dar um soco no estômago de qualquer macho que se aproximasse dela de um jeito mala.

Mas era só Yuma. O que, ao mesmo tempo que era levemente tranquilizante, era levemente triste.

—Ah. É só você.- Priya suspirou- Devia ter me avisado. Eu estava pronta pra dar um soco em qualquer cara que tentasse se aproximar de mim.

—Oy, o que quer dizer com isso?- Yuma cruzou os braços. Ele usava uma blusa preta com um casaco branco, além de uma espécie de cachecol branco e preto. Uma calça jeans escura e um par de tênis surrados pretos.

—Nada.- Priya tentou tomar mais um gole da sua bebida, mas agora só restava gelo.- Mas eu já te falei que eu sou sua única interação com uma mulher que você pode ter por muito tempo.

—Tenho quase certeza que você estava nua naquele dia.- Yuma a olhou de cima a baixo sem nenhuma vergonha- E eu consegui interação com uma mulher que não é você, se não sabe.

Priya revirou os olhos:

—Victoria. Minha ex-peguete. Muito criativo da sua parte.

—Continua sendo uma mulher.- Yuma se sentou ao lado dela.

—Assim eu espero.- Priya riu.- Se ela fosse um homem, eu diria que ela é simplesmente insuportável. Mas como mulher, ela é bem legal.

—Não sabia que gostava mais de mulher do que de homem.- Yuma analisou.

—Eu nunca disse isso.- Priya disse, e discretamente pediu pra bartender mais um drink daqueles de cereja.- Eu só quero dizer que Victoria é quase uma mistura entre Kou e Ayato. O que a tornaria irritante e chata como um homem, mas essa personalidade numa mulher é impressionante.

—Ah.- Yuma não havia entendido nada.- Entendi.

Quando a bartender colocou o copo na frente de Priya, Yuma a zombou:

—Drink doce? O que? Fraca demais pra uma cerveja?

—Com noção demais pra beber muita cerveja, é diferente.- Priya tomou um gole da bebida- Além disso, é bem gostoso. Experimenta.

—Eu não.- Yuma fez cara ruim- Eu vou beber bebida de homem.

—Toda bebida é bebida de homem se um homem beber.- Priya ofereceu o copo pro homem gigante.

Yuma analisou por um tempo:

—Realmente.

Ele tomou um gole da bebida dela, e fez uma careta:

—Doce demais.

—Você literalmente come cubos de açúcar puros.- Priya retrucou.

—Continua sendo doce demais.- Yuma afastou a bebida dela de seu rosto.

—Chato.- Priya revirou os olhos e tomou mais um gole.

Os dois se olharam e riram.

—Não achava que ia te ver aqui.- Yuma respondeu.

—Pra onde mais eu iria?

—Sei lá. Talvez passar tempo com as suas irmãs.

—Parece chato. Além disso, quem deixou uma parceira pra trás foi você e não eu.

—Touche.- Yuma deu de ombros.- Mas me fala, você quer sair daqui e curtir?

Priya quase engasgou:

—Curtir o que exatamente, Yuma?

—Se acalma, mulher.- Yuma revirou os olhos- Não é como se eu fosse te devorar no primeiro segundo.

—Não duvido que queira.- Priya retrucou.

—Você tá bem espertinha hoje, hein?

—Sempre fui.- Priya suspirou- Você que estava em negação com esse lado meu esse tempo todo. Mas e aí, quer fazer o que?

—Sei lá.- Yuma realmente não parecia saber- Dar umas voltas. Comer alguma coisa.

—Se você me levar pra sua horta eu te mato.- Priya cerrou o cenho.

—Nunca duvidei dessa possibilidade.

—Você é ridículo. Como a Victoria te atura?

—Na maior parte do tempo usamos nossas bocas pra fazer outra coisa que não seja falar.

—Que pesadelo.- Priya ironizou- Forças, guerreiro.

Yuma deu uma pequena risada:

—Você tem muito veneno pra uma pessoa tão pequena que nem você.

—Há. E você tem um cérebro pequeno demais pra uma pessoa tão gigante.

—Oy!- Yuma pareceu ficar um pouco braço- Como se atreve?

—Ah, você não vai bater em mim agora, né?- Priya brincou- Não acho que Victoria vai querer te pegar de novo se você bater na melhor amiga dela.

—Na ex dela.- Yuma a corrigiu.

—Ex peguete.- Foi a vez de Priya o corrigir- E mesmo assim, tanto faz. Ela continua gostando horrores de mim.

Yuma arqueou uma sobrancelha com isso.

—Platonicamente.- Ela foi rápida em adicionar- Diferentemente de você, eu sou encantadora o suficiente pra fazer as pessoas gostarem de mim de forma platônica.

—Há. Até parece.- Yuma debochou.

—Fala sério. Eu sei que você me adora.- Priya zombou- Platonicamente.

Os dois se encararam em silêncio. Priya sentiu seu coração acelerar uma única batida quando ele levantou:

—Melhor a gente ir andando.

—Se você souber onde pode me levar a essa hora da noite.- Priya resmungou.

—Não me provoque, eu tenho algumas ideias.- Yuma deu um sorriso pervertido. Priya de sentiu esquentar.

—Vai na frente.- Priya suspirou- Eu vou no banheiro primeiro.

Yuma fez o que foi pedido. Priya pegou da bolsa uma nota de dez reais e entregou pra bartender, que a agradeceu com um sorriso.

Então Priya foi até o banheiro pequeno e meio sujo do bar. Lá ela arrumou seu cabelo, sua maquiagem e sua roupa.

A Hudison mais velho não era vaidosa. Só gostava de se cuidar e se amar. Principalmente quando ia sair pra algum lugar.

E só Deus sabia pra onde Yuma Mukami ia levar ela.

Quando ela saiu, ela percebeu que a bartender estava se arrumando pra cair fora também. Priya se despediu de forma educada e se encontrou com Yuma do lado de fora.

—Que demora.- Ele reclamou.

—Você é exagerado.

Os dois saíram andando pela noite. Em silêncio, porém confortáveis.

—Tá com frio?- Yuma perguntou.

Priya:

—É assim que você conquista suas garotas?

—É assim que eu sou educado.- Yuma respondeu com severidade.

—E desde quando você é educado?- Priya retrucou rindo.

—Ora, miserável...- Yuma correu até ela e a segurou pela cintura, basicamente a jogando por cima do ombro como se fosse um saco de arroz.

—AH! ME LARGA! ME LARGAAAA!- Priya tentou se debater, mas ele a imobilizou com os braços.

—Você reclama demais.

—Olha só quem fala!

Alguns passos em silêncio.

—Sério que você vai me carregar como se eu fosse um saco de arroz?

—Um saco de feijão, eu acho.- Yuma comentou.

Priya tentou chutar ele pelo comentário.

—Me solta!- Priya se rebateu mais.

—Para de reclamar e fica quieta.- Yuma apertou ela mais.

—Inferno.- Priya bufou.- Se eu fiquei quietinha, você me solta?

—Você sabe que não consegue ficar quietinha.- Yuma retrucou.

—...Verdade.- Priya relaxou- Só me solta, por favorzinho?

Yuma parou por alguns segundos. Ele então colocou Priya no chão.

Ela ajeitou a saia.

—Obrigada.- Priya tirou cabelo da boca.

—Se falar demais você volta.- Yuma ajudou ela a ajeitar o cabelo que estava na frente do rosto.

—Aff. Você é ridículo.- Priya revirou os olhos.- E afinal, pra onde estamos indo?

Yuma não a respondeu, então ela estremeceu um pouco de frio.

Yuma tirou o casaco e colocou sob os ombros de Priya. Ficou quase um vestido nela.

—Valeu.- Priya apertou mais sob o tronco dela.- Sabe o que a gente podia fazer?

Yuma olhou pra ela curioso:

—O que?

—Comer alguma coisa.- Priya sugeriu com um pouco de vergonha.- Juntos.

—É quase meia noite.- Yuma rebateu.

—Então vamos procurar alguma coisa pra comer numa loja de convivência 24 horas.- Priya riu.- O que foi? Com medo?

—Do que?- Yuma pareceu indignado- De você?

—De não resistir aos meus encantos.- Priya riu.

Yuma segurou uma risada:

—Pode ser um pouco tarde pra isso.

Os dois se entreolharam de novo. E Yuma sorriu:

—Vamos procurar aquela loja.

"Algo no jeito que você move

Faz eu sentir que não posso viver sem você

Me leva pra todo lugar

Eu quero que você fique"

 


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