Like a Vampire Extra: Be my Valentine? escrita por NicNight


Capítulo 4
Capítulo 4- Brunna e Ruki




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"Pegue meu amor e o leve

Suba uma montanha e volte

E se ver me reflexo nas montanhas com neve

A alavanche vai te trazer pra baixo"

Dizer que Brunna estava cansada era pouco.

Era seu primeiro dia dos namorados com Ruki. É claro. Essa não era a parte cansativa de tudo.

Ruki e ela eram compatíveis em quase tudo. Os dois eram pessoas caseiras. Amavam livros. Tinham uma visão levemente conservadora sobre família e essas coisas. Seus sonhos eram suavemente parecidos. Na cama, os dois se entendiam perfeitamente. E sabiam se comunicar quando tinham algum problema.

Mas nada na vida havia a preparado pro inferno que era passar o dia dos namorados com ele.

Brunna acreditava que os dois iam ficar em casa e fazer tipo um clube do livro. Tomar café juntos. Cozinhar, talvez. Mas não. Ia ser fácil demais.

Ele havia cismado de levar ela pra jantar num restaurante humano. O gesto era fofo, é claro. Mas Ruki não era nem de perto a pessoa mais sociável que ela conhecia.

Ele havia brigado quando não tinham sopa no cardápio.

Isso. Sopa. Maldita sopa.

O resultado foi que os dois foram gentilmente convidados a se retirar do restaurante e ela teve que aguentar seu namorado reclamando por aproximadamente 47 minutos antes de Brunna convencer ele a parar num fast food qualquer porque ela estava morrendo de fome.

E agora ela estava sentada numa cama de hotel, porque Ruki havia cismado de ir pegar uma garrafa de espumante sem álcool na rua pros dois brindarem.

Brunna sabia que ele estava se esforçando. E que na cabeça dele, estava fazendo mais do que o necessário pra um dia dos namorados perfeito. Mas ela também sabia que Ruki tinha a capacidade de ser... cansativo.

Ela amava ele. De verdade. Não tinha vergonha nenhuma de assumir essa parte. Quer dizer, não pra ela mesma. Ruki demoraria um tempo pra saber do que ela queria falar se dependesse dela.

Mas a questão é que Ruki era a pessoa mais teimosa que ela conhecia. E conseguia ser bem arrogante e mesquinha quando queria.

E pensando bem, ela nem sabia por que tinha se apaixonado nele. E pensando melhor ainda, percebeu que não era pra ela estar pensando essas coisas em pleno dia dos namorados.

Era pra ela estar com olhos de corações, sorrindo feito boba e completamente apaixonada.

Mas ao invés disso ela estava tensa, cansada e estressada. E suspeitava que se Ruki viesse e reclamasse no ouvido dela de novo, ela tentaria o socar.

Brunna suspirou.

Ela estava deitada na cama, a saia curta bege com detalhes brancos e um top cropped branco. Suas sapatilhas brancas e bege estavam jogadas num canto do quarto. E seus óculos escuros estavam em cima da mesa da cama.

Ela queria mesmo entender o que passava na cabeça do seu namorado naquelas horas.

Ela pegou a bolsa e pegou o embrulho quadrado e cinza que tinha feito com todo carinho pra ele.

Brunna só queria que as coisas fossem mais simples, pra falar a verdade.

Com Ruki sempre fora 8 ou 80. Ou extravagante demais, ou simples demais.

E ela daria tudo pra ter algo simples agora.

A porta se abriu, revelando um Ruki estressado.

—Não achou o espumante?- Brunna perguntou, quase cínica.

Ruki a olhou com uma raiva sinistra:

—Não um bom o suficiente.

Brunna jogou a cabeça pro lado:

—Vem cá.

—Não tô afim.

—Mas eu tô pedindo.

—Não quero.

—Por favor? Por favorzinho?

Ruki tentou desviar o olhar do da sua namorada, sabendo que olhar pra ela o faria ceder.

Mas se isso era possível, a voz dela era tão persuasiva quanto seu olhar.

Era isso que ele ia murmurando baixo até se deitar ao lado da sua namorada na cama. Quando Brunna se deitou no peito dele, ele se sentiu tão em casa como deveria se sentir.

—Você sabe que eu não pedi pra você fazer nada disso, né?- Brunna não olhava pra ele, mas ele sabia que ela estava o repreendendo.

—Não fala assim comigo.- Ruki resmungou.

—Você sabe que não precisava.- Brunna continuou- Me conhece. Sabe que eu preferia mil vezes ficar com você em casa e cozinhar juntos um jantar especial do que tudo isso.

—A gente faz isso todo dia.- Ruki revirou os olhos.

—Porque é o que deixa nós dois felizes.- Brunna finalmente se virou pra olhar pra ele- Eu sei que é difícil pra você assumir seus erros e sei que você veio de um lugar chique onde todo mundo fazia o que você queria. Mas se queremos que isso aqui funcione você sabe que a gente tem que conversar mais sobre essas coisas.

Ruki olhou pra ela, derrotado, sabendo que a menina estava certo.

Se tinha uma coisa que Ruki odiava admitir era que Brunna era extremamente inteligente. E infelizmente era uma das poucas coisas que ele não podia não admitir.

Ruki deu um selinho nela:

—Sabia que eu odeio quando você tá certa?

Brunna riu.

—Então deve ser uma pena namorar comigo.

—Eu vou compensar. Amanhã vamos pra casa e vou te dar o melhor almoço do mundo.- Ruki envolveu sua mão pela cintura da Hudison- E vou te comprar um presente maravilhoso. Talvez um colar que combine com seus olhos.

—...Brega.- Brunna corou um pouco- Mas tá tudo bem. Eu gosto de brega.

Os dois ficaram um pouco abraçados, Ruki desenhando figuras geométricas na cintura nua de Brunna.

—Desculpa se eu te deixei irritado consigo mesmo.- Brunna se sentou- Eu tenho um presente pra compensar.

—Acho que vou gostar desse presente.- Ruki sorriu, deslizando dois dedos pra dentro da blusa dela.

Brunna estremeceu e corou.

—Quem sabe... Mais tarde?- Brunna conseguiu falar.- Se você se comportar.

—Ah, é assim agora?- Ruki fingiu surpresa.

—Sim.- Brunna riu- Agora... o presente.

A Hudison pegou o embrulho que tinha guardado na bolsa e entregou nas mãos do Mukami. Ele dessa vez pareceu surpreso de verdade:

—Brunna, você sabe que não precisava.

—Eu sei.- Brunna tentou se explicar- É que... eu sei que você não curte coisas românticas ao extremo e tals. Mas... eu queria que você tivesse uma lembrança especial de mim pra quando eu fosse embora.

Ruki se ajeitou na cama, começando a desembrulhar o pacote.

Ele achou um livro de capa preta.

—Um livro?- Ele não entendeu o suspense todo.

—É mais especial que isso.- Brunna explicou- Abre.

Ruki fez o que ela pediu. E se assustou a ver a caligrafia da menina preenchendo todas as páginas.

—Eu sei que você sempre pede pra ver o que eu escrevo... Mas eu nunca tive coragem porque você é cheio de experiência com escrita e leitura.- Brunna estava tímida.- Então é isso. O que eu escrevo. Tem contos e poemas aí. Muitos são meio românticos. Porque você me inspira.

Ruki folheou algumas páginas, encantado:

—Brunna, é lindo.

—Não vai com altas expectativas, por favor.- Brunna pediu- Tenho muito que aprender ainda, e a maior parte são coisas que eu escrevo na emoção pura.

—Essa é a parte mais linda.- Ruki fechou o livro e sorriu sinceramente- Obrigada por dividir essa parte sua comigo.

Brunna beijou a mão dele:

—Seria impossível não fazer isso.

Brunna sentiu o coração palpitar mais forte de tanto amor. Quis gritar pra ele como se sentia, mas não teve coragem. Queria absorver aquilo sozinha por um tempo.

Quando ela soubesse que era a hora certa, ela falaria pra ele.

Ruki a beijou com tanta força e paixão que q deixou zonza. Era quase como se ele lesse seus pensamentos.

—E aquele papo sobre eu me comportar... Já posso receber minha recompensa?- Ruki sorriu, colocando Brunna em cima dele.

—Você é pervertido.- Brunna ficou vermelha com a posição- E louco.

—Você sabe que ama isso.- Ruki beijou o pescoço dela, colocando seus cabelos pro lado.

Brunna o olhou com carinho:

—É. Eu amo.

"Você ainda vai me amar

Quando eu não for mais jovem e bela

Vai me amar

Quando eu não tiver nada além de uma alma dolorosa?"

 


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