Valentines Week: Olicity Version escrita por Ciin Smoak, MylleC, Thaís Romes, Regina Rhodes Merlyn, Buhh Smoak, Ellen Freitas, SweetBegonia


Capítulo 5
What is a soulmate? - MylleC


Notas iniciais do capítulo

Boa noite pessoal!!! É sempre um prazer participar dos projetos que a Ciin me chama. Dessa vez quis fazer uma coisa um pouco diferente das outras que já fiz, ainda assim espero que vocês gostem! Boa leitura.



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Uma alma gêmea é como um melhor amigo, mas mais. É a única pessoa no mundo que te conhece melhor do que qualquer outra pessoa. É alguém que faz de você uma pessoa melhor. Na verdade, eles não fazem de você uma pessoa melhor, você faz isso sozinho porque eles o inspiram. Uma alma gêmea é alguém que você carrega consigo para sempre. É a única pessoa que te conhecia e a aceitava e acreditava em você antes que alguém o fizesse ou quando ninguém mais o faria. E não importa o que aconteça, você sempre a amará. Nada pode mudar isso.

 

 

(Diálogo da série de televisão Dawson's Creek)

Xxxxxxxx

Felicity estava uma bagunça, literalmente. Sentada no chão do corredor de prateleiras da biblioteca da escola com tantos  livros ao seu redor que quem a encontrasse pensaria que ela os tirou aleatoriamente das prateleira e os espalhou de qualquer jeito por ali. Mas na verdade ela estava usando-os, cada um deles. Estava tão atolada de coisas para estudar que provavelmente seria a última a deixar a escola naquele dia. Não entendia como os demais alunos poderiam estar tão despreocupados com seus estudos quando os exames  estavam tão pertos. Além do estudo que deveria fazer para os exames tinha também inúmeros deveres de casa e trabalhos, além dos grupos de atividades extracurriculares que ela realmente não podia perder.

Apesar de tanta coisa pra fazer ela não estava realmente se queixando, adorava estudar, absorver o máximo de informação que seu cérebro podia e definitivamente ela podia se perder por horas naquele lugar silencioso que era a biblioteca, vulgo o melhor lugar que aquele prédio poderia ter.

—Você é maluca. - uma voz se fez tão próxima dela que seu coração pulou em seu peito para a boca, prestes a saltar. Mas quem diabos...?

Deixando cair alguns livros da pilha que tinha seu lado ela se virou para a voz misteriosa, ajeitando os óculos no rosto pronta para brigar com quem quer que fosse que tivesse ousado pertubá-la daquela maneira.

Mas parado ali bem na sua frente está um garoto com seus dezesseis anos, vestindo o casaco do time de futebol, cabelos loiros bem penteados e um sorriso irritante nos lábios, claramente contente por tê-la assustado. Qualquer vontade de matar o ser humano se esvaiu de Felicity, que pulou rapidamente em pé, quase tropessando.

—Oliver! - exclamou feliz, se jogando contra ele para envolvê-lo em um abraço apertado.

Oliver devolveu o abraço, ela pôde ouvir sua risada enquanto eles balançavam suavemente se um lado para o outro devido a intensidade do gesto.

—Ual, você sentiu minha falta. - brincou ele.

Felicity se afastou, sorrindo e bateu de brincadeira em seu braço.

—É claro que senti sua falta, palhaço. Foram quase três semanas.

—É, você sabe, não pude escapar disso.

—Sei, então como foi sua super excursão com o seu pai? - perguntou começando a recolher os livros do chão para guardá-los.

Oliver fez uma cara de desgosto e começou a ajudá-la com os livros.

—Quem ouve você falando pensa que eu fui pra uma super viagem dos sonhos. Foi chato, muito chato. Eu odeio negócios.

—E você disse isso a ele? - levantando uma sobrancelha já sabendo a resposta para aquela pergunta, Felicity aguardou, fitando-o.

Oliver suspirou resignado.

—Não, e nem vou. - respondeu, enfiando de qualquer jeito os livros no lugar.

—Hey, cuidado aí. - Felicity não gostava de qualquer mal cuidado com livros e ele sabia disso.

No entanto o comentário fez com que Oliver abrisse um sorriso novamente.

—Eu sabia que te encontraria aqui.

—Ual, que gênio.

—Você sabe que é provavelmente uma das últimas pessoas na escola não é?

—Sim, mas tenho muito o que estudar. Os exames estão chegando, fora todas as tarefas e trabalhos, você vai ter muito o que se atualizar porque tenho certeza que não estudou nada do que te mandei esse tempo todo e... - Felicity parou de falar quando viu que ele a olhava de um jeito esquisito sem dizer nada enquanto andavam pra saída da biblioteca.

—O que foi?

Oliver deu de ombros.

—Nada, eu senti sua falta.

Felicity sorriu e os dois juntaram as mãos, apertando fortemente por um minuto, então Oliver pegou a mochila de Felicity e envolveu um dos braços ao redor de seus ombros enquanto caminhavam, conversando sobre todos os acontecimentos das últimas três semanas.

A Amizade deles era algo complicado de se entender para quem visse de longe. Nem mesmo eles sabiam ao certo como explicar. Ela era o que era, começou de uma forma completamente inesperada e foi crescendo até que nenhum dos dois se desgrudavam mais, aprecivam a companhia um do outro e se entendiam como poucos. A cumplicidade era indescutível e a relação causou até mesmo uma pouco de ciúmes em seus respectivos melhores amigos, Caitlyn e Tommy que com a aproximação de Oliver e Felicity também se aproximaram, e da aproximação nasceu um relacionamento.

O Relacionamento de Caitlyn e Tommy apenas fez crescer a amizade de Oliver e Felicity, se é que era possível. Consequentemente metade da escola jurava de pés juntos que os dois namoravam, mesmo que sempre negassem, mesmo que nunca tivessem pensado um no outro dessa maneira. Desde que não adiantava negar que não tinham um relacionamento amoroso, simplesmente desistiram de se explicar e seguiram com suas vidas, ignorando os comentários, os olhares ou qualquer coisa das outras pessoas.

Caitlyn e Tommy com o tempo compreenderam que os dois tinham criado uma conexão que não seria facilmente quebrada e que também não significava que os dois estavam envolvidos romanticamente, então aceitaram, se acostumaram com a relação de seus melhores amigos, e agora os quatro eram muito amigos, ainda que a relação de amizade entre Oliver e Felicity fosse diferente, eles estavam bem com isso. Principalmente depois de terem assumido seu próprio relacionamento, coisa que nem Oliver e nem Felicity foram contra.

—Hey, vamos até minha casa? - Oliver a convidou quando estavam quase chegando no estacionamento da escola onde estaria o carro dele.

—Oh, sinto falta da comida da Raissa.

Raissa era a governanta da mansão Queen, e a única que sabia da existência de Felicity na vida de Oliver. Ela sempre levava coisas deliciosas para eles comerem no quarto.

—Otimo, então vamos.

—Hm, não sei Oliver, realmente preciso continuar estudando.

—Qual é, eu acabei de chegar depois de um martilio, eu mereço ver coisas aleatórias na TV com a minha melhor amiga, por favor!

Felicity sorriu pensativa, sem ter coragem de negar. Então acabou por concordando.

—Tudo bem, mas preciso estar em casa a tempo pra jantar com a minha mãe ou ela vai me encher de perguntas sobre onde eu estava.

—Ótimo, então vamos.

Oliver jogou a mochila de Felicity no banco traseiro e os dois entraram no carro a caminho da mansão.

—Hey, Molly Lins vai fazer uma festa amanhã, você está sabendo?

—Uma festa idiota de dia dos namorados não é? Sim, estou sabendo desde que Tommy só sabia falar sobre como ele chamou Caitlyn para ir com ele, o que pra mim não faz sentido nenhum, eles já são namorados, com quem mais iriam?

Os dois riram e Felicity concordou.

—E você? Vai correndo chamar a Laurel Lance? Ela vai surtar quando souber que você voltou a tempo de ir na festa, capaz de chutar o bobo do Smith e te convidar se você não o fizer.

Oliver revirou os olhos.

—Não vou chamá-la.

—Então vai chamar quem? Ela vai entrar na lista negra de Lance, com certeza.

—Não vou chamar ninguém, não vou a festa.

—Você? Rejeitando uma festa?

—Acabei de chegar, não quero ter q ir numa festa onde se precisa de par e onde todos os demais pares vão estar se engolindo o tempo todo, fazendo pausas apenas para comer e beber.

—Eu sabia que essa festa não era sua praia. Caitlyn me deve cinco pratas.

—Você e Cait apostaram sobre mim?

Foi a vez de Felicity revirar os olhos.

—Ela estava me perguntando sobre nós dois irmos juntos.

—Nós dois? Numa festa de dia dos namorados? Porque as pessoas ainda não enfiaram na cabeça que não estamos juntos?

Os dois riram pensando no absurdo daquela ideia.

—Bem, foi o que eu disse, mas ela disse que não precisávamos ir como um casal. Enfim, foi uma longa conversa dela tentando me convencer a ser mais sociável.

—Oh, você realmente precisa ser mais sociável. Vive estudando.

Suspirando irritada, Felicity socou de brincadeira o braço dele.

—Ai, você está sempre me batendo, tenho mais contusões suas do que das aulas de judô e esgrima.

—Não seja um bebê. Sabe porque estou sempre estudando, não posso perder minha bolsa de estudos e preciso de notas altas para ser aceita no MIT.

—Sim, sei. O grande sonho do MIT.

—Isso. Além disso eu sou muito sociável, sou a melhor amiga de Oliver Queen, como ser mais sociável do que isso?

Os dois riram quando Oliver fingiu uma expressão brava e indignada.

Finalmente chegaram na mansão e Oliver estacionou na vaga especial correspondente a ele.

—Minha mãe deve estar no escritório a essa hora, meu pai está na empresa, então vamos manter o esquema.

—Certo. - Felicity pegou a mochila e os dois saíram do carro, com cuidado para não serem vistos.

O plano era simples, Felicity iria pelos fundos, a porta que normalmente era guardada por Diggle, o único segurança que eles tinham como cúmplice naquela casa. Ele sempre dizia a ela se a "barra" estava limpa para ela se esgueirar até o quarto de Oliver. Enquanto isso, Oliver entraria pela porta da frente, passaria pelo escritório da mãe para anunciar que havia chego, passaria na cozinha para pedir algo de comer a Raissa e então iria para o quarto. Ninguém saberia que Felicity estava ali além de Diggle e Raissa.

Dando a volta pelo jardim com cuidado, Felicity logo avistou Diggle sozinho e sorriu, correndo o caminho que faltava até lá, quanto mais cedo chegasse ao quarto mais seguro seria.

—Hey, Jhon!

—Felicity! Imaginei que a veria hoje. - o Sr.Diggle respondeu, sorrindo amigável para ela.

—Oh sim, já faz um tempo.

—Oliver saiu meia hora atrás dizendo que ia a escola, é claro que foi buscá-la. - riu, pousando uma mão em seu ombro. -Espero que se divirtam. A Sra. Queen está trabalhando no escritório, então acho que você não terá problemas para entrar. Ainda assim, vá com cuidado.

—Pode deixar, obrigada, Dig.

—De nada.

É claro que no começo não era assim, Oliver e Felicity foram sempre bons em se esgueirar escondidos de Diggle, mas não puderam ser bons para sempre, um dia ele a pegou e ela jurava que era o fim. A Sra.Queen descobriria e iria proibir qualquer contato dela com Oliver, mas no fim os dois adolescentes acabaram convencendo Diggle e ele acabou se tornando um amigo e cúmplice.

Felicity entrou, sem se desviar do caminho, que era grande. A essa altura já sabia o trajeto de olhos fechados e logo estava abrindo a porta do quarto de seu melhor amigo. O quarto impecavelmente arrumado como sempre. Deixando a mochila no chão, Felicity tirou os sapatos, deixando-os ao lado da mochila e pegando o controle remoto da TV, subindo na cama e esperando por Oliver.

A porta do quarto se abriu poucos minutos depois e Oliver entrou, carregando uma bandeija com vários muffins e dois grandes copos com suco. O estômago de Felicity se revirou de fome.

—Oh sim, eu amo os Muffins, Deus abençoe a Raissa. - disse, pegando um dos Muffins quando Oliver pousou a bandeija na cama.

Ele riu, tirando os próprios sapatos e a jaqueta que usava, subindo na cama em seguida.

—Ela disse "oi" e que fez os Muffins porque sabia que eu ia trazê-la hoje.

—Diggle disse o mesmo.

—Acho que somos previsíveis. - riu, se servindo também de um dos Muffins quentinhos. -O que vamos assistir?

—Ah querido Oliver, tudo o que vamos assistir é La casa de papel, sabe como foi difícil fugir de Spoilers por três dias? Você não voltava nunca.

—Fico tocado que você não assistiu sem mim.

—Sinta-se importante.

Os dois ficaram confortáveis enquanto colocavam a série e passaram as próximas horas assim, vendo um episódio atrás do outro, apreciando que finalmente estavam juntos outra vez.

As horas passaram e Felicity tinha que voltar para casa. Os dois sairam do quarto e fizeram o caminho que Felicity fizera inicialmente, Oliver queria evitar questionamento se encontrasse algum membro da família no caminho, mesmo que sozinho. Os dois entraram no carro e saíram da casa sem problemas.

—Então, Caitlyn e Tommy confirmaram que vão na festa amanhã?

—Oh sim, Caitlyn precisa se distrair urgentemente, ficou a semana toda reclamando indignada que vão derrubar uma árvore amanhã.

Oliver riu alto, virando o carro em uma curva.

—Onde? - perguntou.

—Do lado de um restaurante na rua nove. Querem aumentar o restaurante e ela ficou a semana toda pesquisando se tinha alguma forma de impedir. Você sabe como ela é com coisas do meio ambiente, e segundo ela aquela é uma árvore importante e super antiga.

Oliver riu.

—Isso é tão a cara da Caitlyn.

—Exato, mas amanhã eles tiram a árvore, ela vai na festa e vida que segue.

—Bem, eu estava pensando da gente sair amanhã, já que não iremos a festa, podíamos fazer algo divertido.

—Sério? Como o que?

—Não sei, primeiro quero experimento a nova hamburgueria que abriu perto da minha casa, não sei se você sabe.

—Sei sim, muitas pessoas dizem que é ótimo.

—Então, podemos ir e comer muita porcaria e só sair por aí, tenho certeza que vai ser mais divertido do que a festa dos apaixonados.

Felicity riu.

—Tudo bem, me manda o horário e o endereço, eu te encontro lá.

—Combinado então.

Não demorou muito para estarem na esquina da casa de Felicity, o sol já estava se ponto e sua mãe provavelmente já estava em casa, por isso não pararam com o carro em frente a casa.

—Te vejo amanhã então. - Disse Oliver.

—Ate amanhã, Queen. - respondeu Felicity, abraçando-o e só para implicar com ele, bagunçou seus cabelos bem penteados.

—Não faça isso.

—Amo bagunçar seu cabelo de mauricinho.

Oliver bufou emburrado.

—Disso eu não senti falta. - comentou.

—Oh, claro que sentiu, você me ama até com as implicância.

Revirando os olhos, Oliver se enclinou para abrir a porta de Felicity.

—Amo, mas também amo chegar em casa sem enfrentar um questionamento. Até amanhã, Felicity.

—Tchau. - respondeu ela após depositar um beijo estalado em sua bochecha. Saiu do carro, colocando a mochila nas costas e caminhando para casa.

Oliver permaneceu parado no mesmo lugar, observando até que ela entrasse em casa com segurança. Seu coração estava leve e contente como não esteve em semanas, desde que teve que viajar a negocios com seu pai. Ele finalmente sentia que estava em casa.

Xxxxx

Felicity queria matar Catlyn, eram quase seis da manhã, o sol começava a apontar no céu e a maluca tinha ligado enlouquecidamente até que Felicity acordasse e a atendesse. Era um sábado pelo amor de Deus! E tudo o que ela tinha dito era que precisava que Felicity fosse urgentemente ao Neall's restaurant da rua nove urgentemente. E Felicity como a boa amiga que era se enfiou numa blusa de moletom, calça jeans e amarrou os cabelos em um rabo de cavalo firme, encheu a mão de biscoitos com gotas de chocolate como café da manhã e rumou para o lugar.

Algum minutos caminhando depois ela esperava ver muita coisa, menos Caitlyn sentada em um dos primeiros galhos da árvore do lado do restaurante e Tommy no chão gritando para ela descer.

Puta merda.

—Cait, isso é loucura, você sabe que não vai funcionar, desça daí. - Insistiu Tommy.

—Thomas, eu te chamei aqui para me apoiar e não para ir contra mim! Você deveria... Felicity!

A felicidade de Cait em ver Felicity era como se a aparição da amiga significasse que tudo estava resolvido quando na realidade Felicity estava estava a poucos metros de distância, desejando poder se virar e correr de volta para casa e se enfiar em sua cama quentinha.

—Cait, o que você está fazendo?

Tommy suspirou e apontou com o polegar para atrás de sí e só então Felicity percebeu o caminhão perto dali com três homens de uniforme e...Oliver? Oliver falava com eles.

—O que está acontecendo?

—Eles vão derrubar a árvore! - Catlin gritou. -Não vou deixar.

—Ela acha que Oliver pode usar a influência do pai para impedir. - Tommy explicou em tom de quem não levava fé naquele plano.

—E ele pode? - Felicity perguntou duvidosa.

—Ele pode se ele quiser, o pai dele é o maldito Robert Queen, pelo amor de Deus. - teimou Caitlyn.

Felicity piscou e olhou para cima para ver sua amiga trepada no tronco da árvore.

—Caitlyn desça daí! Você pode cair!

—Se eu sair eles vão passar por cima de mim e derrubar a árvore.

Felicity não acreditava que ela poderia fazer alguma diferença sentada no tronco da árvore, isso era coisa de filme, se eles quisessem podiam tirá-la dali a força com certeza.

 Antes que pudessem continuar a discussão Oliver apareceu atrás deles, com uma expressão nada boa.

—Sinto muito Caitlyn, eles não vão desistir, meu pai não atende o telefone e... Eu não posso fazer muito.

—Fala sério, Queen, use suas influências eu sei lá, você vive aparecendo na TV.

—Eu tentei, okay? Não posso fazer nada, desça daí.

—Não!

Os homens se aproximaram com o caminhão equipado para o derrubamento da árvore.

—Garota, desça daí por bem ou por mal. - mandou o mais alto deles.

—Acho que escolho por mal, você não vai derrubar essa árvore. Sabe a quanto tempo ela está aqui? Aposto que ela é mais útil do que você.

—Desça agora ou vou chamar a polícia.

Oh, isso estava indo pra um mal caminho.

—Cait... - Felicity tentou barganhar com a amiga, mas...

—Não!

O homem alto fez sinal para o outro que pegou o celular e se afastou alguns passos, parecia que realmente ia chamar a polícia.

—Caitlyn, eles vão chamar a polícia.

—Chamem o papa, não desço daqui! - respondeu firme, se agarrando mais na árvore.

—Ah me poupe, garota. - o homem se aproximou, colocando um pé na árvore e tomando impulso, foi fácil para ele segurar no galho que Caitlyn estava, ele segurou seu pé e puxou.

—Hey! - Cat sacudiu o pé tentando soltá-lo e acabou chutando a cara do homem que se desequilibrou e quase caiu de costas no chão, mas a soltou. Caitlyn no entanto também se desequilibrou e para não cair pulou da onde estava, aterrissando com força no chão, mas sem se machucar.

—Vamos, sumam daqui agora crianças, enquanto podem. - o homem insistiu, esfregando a testa suja onde Caitlyn chutou.

Caitlyn tentou subir na árvore novamente, mas o homem se meteu no meio, já era possivel ouvir sirenes ao longe e só podia ser brincadeira que Felicity estava metida em tamanha confusão. O homem fez mensão de empurrar Caitlyn para longe e isso foi o suficiente para despertar algo dentro dos outros três adolescentes.

—Hey! - falaram em unissolo, se colocando entre o homem e Caitlyn que surpreendentemente se afastou.

—Vão embora e nos deixem trabalhar. - disse ele.

—Vão embora ou eu vou jogar isso, e tenho certeza que seria um grande prejuízo. - Eles ouviram Caitlyn e quando todos se viraram para olhá-la não puderam acreditar. Ela segurava uma pedra do tamanho da palma da mão e ameaçava jogar no vidro do restaurante fechado.

—Não seja idiota garota. - disse o homem, mas com um "quê" de preocupação.

As sirenes estavam próximas, provavelmente já na rua.

—Hm...Cait... - Felicity tentou novamente fazer com que a amiga desistisse da ideia.

Caitlyn jogou a pedra, errando o vidro, talvez não tendo realmente a intenção de acertar o lugar, mas foi o suficiente para causar uma breve distração para ela correr novamente para a árvore. O homem a segurou pelos braços e novamente os outros três foram ao seu socorro partindo para cima do homem enquanto o outro deles vinha para ajudar o colega de trabalho. E foi esse cenário que a polícia encontrou quando estacionou na rua. Quatro adolescente lutando contra dois homens adultos em frente a uma maldita árvore.

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—Meus pais vão me matar. - sussurrou Caitlyn do lado dela, as duas sentadas dentro da cela da cadeia.

Os três estavam juntos em uma cela vazia na delegacia, esperando os pais irem buscá-los. Tommy já tinha ido embora, nem teve tempo de ser mandado para a cela com eles quando Malcolm Merlyn apareceu com toda sua arrogância para buscar o filho.

—SEUS PAIS VÃO TE MATAR? EU VOU MATAR VOCÊ CAIT!

Felicity gritou. Estavam presos, estavam perdidos.

—Desculpa, Felicity. Eu só queria tentar de tudo antes de desistir da árvore okay? - disse Caitlyn, parecendo que realmente sentia muito. Abaixou a cabeça e suspirou. Felicity se acalmou por um momento, lembrando o quanto questões do meio ambiente eram importante pra ela. É claro que ninguém queria que fossem presos.

—Tudo bem, me desculpe, sei que você não queria que isso acontecesse.

As duas deram as mãos e Felicity encostou a cabeça na parede atrás de sí. Oliver estava sentado em um dos cantos com a cabeça nos joelhos. Antes que Felicity pudesse dizer algo para ele um dos guardas apareceu para abrir a cela e anunciou que a mãe de Caitlyn estava ali para buscá-la. Então Cait se foi, só sobrando Oliver e Felicity. E Oliver estava quieto demais.

—Hey, Oliver. Você está bem? - Ela o chamou.

Ele levantou a cabeça e forçou um sorriso.

—Sim.

Aquela resposta definitivamente não era sincera.

Felicity suspirou, eles sabiam os problemas que ambos tinham em casa com suas famílias, não era mistério o motivo pelo qual apenas os dois restaram ali. A mãe de Felicity tinha dois empregos, mesmo aos sábados. Depois que seu pai limpou a conta bancária da família e as abandonou quando Felicity tinha apenas sete anos de idade, sua mãe se afundou em dividas infinitas, foi difícil para as duas se reerguerem novamente e as coisas ainda não eram perfeitas. Donna era contra Felicity trabalhar, dizendo que queria que a filha se dedicasse cem por cento nos estudos e garantisse sua tão sonhada vaga no MIT. Bem, ser presa definitivamente não contava como dedicação nos estudos, Donna ficaria uma fera. Pelo motivo de estar trabalhando, provavelmente ela nem receberá a ligação da polícia dizendo para buscar Felicity.

Por outro lado, a família de Oliver, apesar de completa tinham muitas questões problemáticas. Uma delas era um Oliver de dez anos ter encontrado seu pai com outra mulher. Robert fez Oliver prometer guardar segredo, que não era nada daquilo que ele estava pensando e que ele não iria querer destruir a família. Logo, Oliver leva o segredo até hoje, algo que contribuiu para sua relação complicada com o pai. Além disso ambos os pais estão sempre trabalhando, talvez já soubessem que Oliver estava preso, apenas não conseguiram tempo pra resolver o problema. Tempo para tirar o próprio filho da cadeia.

—Nossos pais vão nos matar. - comentou Felicity, sentando-se ao lado de Oliver que suspirou e a olhou finalmente nos olhos.

—Meu pai vai me dar um sermão de quinze minutos e esquecer o assunto. Minha mãe no entanto...

—O que?

—Ela vai esperar ele me dar o sermão, vai me dar um outro bem pior, dizendo como eu tenho responsabilidades para com a imagem da família. A essa altura os jornais amanhã vão estar cheios desse assunto. "Adolescente problemático, Oliver Queen, detido" eu não duvido que ela me prenda em casa até os dezoito anos como em Rapunzel, quem sabe assim eu paro de manchar nosso precioso nome.

Felicity suspirou triste pelo amigo e passou um braço ao seu redor na intenção de confortá-lo. Um novo silêncio se seguiu por algum minutos, até Felicity quebrá-lo.

—Minha mãe vai surtar pensando que estou seguindo os passos do meu pai.

Oliver a olhou chocado.

—O que? Mas você não fez nada.

—Tudo o que ela vai ver é a imagem da filha dela atrás das grades, Oliver. Ela não vai ligar se fiz algo diretamente ou não, foi motivo suficiente para eu ser presa. Ela vai surtar, eu nem sei o que esperar, nunca fiz algo tão grave.

—Isso não devia contar ao seu favor?

—Talvez, ou ela vai ser dura o suficiente para garantir que eu nunca mais repita.

Oliver entrelaçou sua mão na dela e os dois se olharam, passando um conforto mútuo. Tudo parecia mais fácil desde que não estavam passando por aquilo sozinhos. O medo na boca do estômago parecia controlado agora.

Foi exatamente como os dois previram. O pai de Oliver foi quem apareceu para pegá-lo e ele não disse uma palavra sequer até que estivessem em casa. Deu um duro sermão no filho na presença de Moira e se retirou dizendo que tinha que estar em uma reunião, mal olhou para Oliver novamente. Moira então, começou o seu próprio sermão e cara... Oliver se arrependia de ter levantado da cama naquela manhã.

Enquanto isso Felicity estava tentando decidir o que odiava mais, o sermão de sua mãe ou o olhar extremamente decepcionado que ela tinha para com ela. Bem, ela descobriu que o que odiava mais era o castigo. Um castigo? Caramba, quem é castigado aos dezesseis anos? Sem celular, quem poder sair do próprio quarto. "Apenas sente e estude e nada mais" foi o que sua mãe disse. Como ela iria se encontrar com Oliver naquela noite?

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Felicity andava de um lado para o outro no quarto, pensando na hora. Isso não era justo, tudo bem se ela fosse castigada por ter sido presa, mas ela sabia que sua mãe tinha insistido nesse assunto por um motivo maior do que a prisão em aí. O motivo era Oliver, ela queria que os dois se afastassem agora que havia descoberto que os dois tinham algum tipo de amizade, tanto que até foram presos justos. Esse era o real motivo do castigo. Isso irritava Felicity mais do que o castigo em sí, Oliver era seu amigo, os dois não tinham nada a ver com qualquer desavença que seus pais tivessem, porque eles não podiam simplesmente serem amigos? Porque não os deixavam em paz? Idai que gente rica como os Queen's na percepção de sua mãe, não ligavam e passavam por cima dos pobres? Oliver não era assim e isso era o que importava!

Após algum tempo tomada de revolta pelo castigo injusto, Felicity tomou uma decisão.

Ela já tinha se encrencado naquele dia mais do que fizera em toda a sua vida, o que seria uma coisa a mais ou uma a menos? O que podia piorar? Sua mãe aumentar seu castigo? Que fosse, mas ela podia deixar um pouquinho mais claro que não se deixaria ser afastada de ser melhor amigo assim tão fácil.

Bem, havia uma decisão a tomar e ela ja estava tomada.

Pegando sua mochila, Felicity colocou uma blusa, garrafa de água e alguns trocados que tinha economizados, trancou a porta do quarto e abriu a janela de casa. Bem, sua janela não era alta, ela podia pular.

Rabiscou um bilhete rápido para sua mãe caso ela descobrisse seu sumiço e invadisse o quarto. Calçou os tênis e passou as duas pernas pela janela, mirou bem, respirou fundo e...pulou!

Pousou com força no chão, mas segura e inteira, olhou para trás se dando conta da loucura que estava fazendo. Sua mãe ficaria uma fera se descobrisse.

Bem, agora não dava pra desistir, se ela voltasse pela porta agora tudo seria descoberto, então... Meio que daria no mesmo. Que fosse em frente então.

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Oliver estava em seu quarto, agoniado, vendo as horas passarem e remoendo em sua cabeça o que fazer. Ele tinha que ir, tinha planejado aquela noite já por alguns dias e uma pequena surpresa para Felicity, ela topou e talvez também estivesse tão encrencada quanto ele, mas ele sabia que ela encontraria uma maneira de ir e ele tinha que encontrar uma tambem.

O problema foi sua mãe, ela o colocou de castigo! Como se ele fosse uma criança de onze anos, quem coloca um adolescente em um castigo como esse? Ele não podia sair de seu quarto, não podia usar o computador e ela quase tirara seu celular tembém.

"Eu já te disse para escolher melhor suas companhias, olha no que deu!" Disse ela. "Vou arrancar o mal pela raiz, você querendo ou não."

Ah mas não ia mesmo, ela não iria interferir nesse tipo de coisa em sua vida, não em uma de suas amizades mais importantes, ela não podia interferir em seus sentimentos por Felicity.

Sentimentos?

Oh.

Bem, a hora estava passando e ele tinha que sair agora, fosse como fosse.

Pegando as chaves que precisava e colocando no bolso junto com a carteira, Oliver abriu a porta do quarto e se esquivou pelo corredor.

As vantagens de se morar em uma mansão é que raramente você da de cara sem querer com um membro da sua familia, quais as chances de que com uma casa desse tamanho, vocês estejam descendo as escadas ao passando pelo corredor no mesmo momento?

Ele correu pelo corredor cumprido e virou a primeira curva, encontrando a escada. Começou a descer com cuidado para não fazer barulho, e devagar para que se encontrasse um de seus pais ali, tivesse tempo de voltar e pensar em outra coisa.

Ouviu a voz de sua mãe vindo da cozinha, talvez dando instruções para Raissa sobre o jantar, era agora ou nunca. Oliver atravessou a sala, rápido e ainda silencioso para não ser notado, abriu a porta e saiu. Se sua mãe o ouviu ou desconfiou ele não sabia, e não ficaria para descobrir. Correu pelo jardim até o lugar onde deixava sua bicicleta, ele estaria mais encrencado se saísse com o carro e se sua mãe não tinha notado sua fuga, ela notaria assim que ele saísse com o veículo. Subiu na bicicleta e pedalou com toda a velocidade que podia para fora, passou pelos segurança que nenhum questionamento fizeram e seguiu caminho para a lanchonete.

Bem, depois de quinze minutos parado em frente a lanchonete ele começou a se preocupar se Felicity iria. E se ela não aparecesse? E se estivesse verdadeiramente encrencada com sua mãe? E se fosse proibida de ter qualquer contato com Oliver e aceitasse isso?

Algo se remoeu dentro dele com o pensamento de ser afastado de Felicity, algo amargo apareceu em sua boca e um estranho frio na barriga. De repente ele se viu extremamente ansioso em frente ao lugar, olhando pelo único caminho que Felicity pudesse aparecer.

Mais cinco minutos e finalmente, finalmente ele podia ver... No fim da rua surgiu uma cabeleira loira, correndo.

Oliver sorriu contente, sentido seu peito aquecido e estava novamente animado para seus planos, Felicity iria adorar.

Ela sorriu ao vê-lo.

—Você não acredita no que eu fiz para poder vir. - contou ele primeiro e a julgar por como ela parecia aliviada de ter finalmente chegado, ele imaginou que também não tinha sido fácil pra ela.

—Você não acredita no que EU fiz para poder vir. - Devolveu ela.

—Vem, vamos entrar e pedir, ou não vamos poder ficar muito tempo no próximo lugar. - Oliver sorriu misterioso para ela.

—Proximo lugar? Pensei que íamos só comer por aqui e andar atoa. - perguntou confusa, afinal foi isso que Oliver tinha dito a ela mais cedo.

—Pensou errado, vamos logo.

—Onde vamos? - perguntou enquanto os dois entravam.

—É surpresa.

Durante todo o tempo em que esperaram seus pedidos ela tentou arrancar dele a informação de para onde iriam, sem sucesso.

—Sobe aí. - Pediu ele indicando a carona da bicicleta. Felicity carregava o pacote com o pedido de dois amburguers e batatas fritas e dois grandes copos de milk shake.

—Ok, mas se você correr eu mato você e ainda deixo cair o milk shake nessa sua roupa cara.

Oliver revirou os olhos e sorriu.

—Anda logo.

O caminho não era longo, Starling city não era assim tão grande assim e logo os dois estavam pedalando próximo ao píer da cidade, onde alguns barcos estavam parados, amarrados em seu lugar.

Oliver parou a bicicleta próximo a um dos grandes barcos, o maior ali, talvez maior do que uma casa. Bem, com certeza maior do que a casa da própria Felicity. Os dois desceram da bicicleta e Felicity olhou embasbacada do barco para Oliver.

—Você tem um maldito barco? - perguntou surpresa. -Um barco?

—Não, meu pai tem.

Felicity revirou os olhos.

—Se é do seu pai, é seu também Oliver Queen, tem o seu nome bem ali. - retrucou, se referindo a grande escritura no barco em letras garrafais pretas: Queen's Gambit.

Oliver riu e pegou um dos milk shakes da mão dela.

—Vamos entrar.

—O que? Você está maluco, e se formos presos de novo?

—Felicity o barco é meu.

—Não, o barco é do seu pai.

Foi a vez de Oliver revirar o olhos, então tirou do bolso uma chave bonita e brilhante.

—Não vai acontecer nada, eu tenho a chave. Não vai tocar nenhum alarme, nada. Vamos?

Felicity olhou dividida para o grande barco a sua frente, mas por fim de deu por vencida e sorriu.

—Tudo bem, vamos.

Os dois passaram pela rampa até o barco. Quanto mais Felicity olhava, mais ela se dava conta de como a Família de Oliver era podre de rica, ela se esquecia disso frequentemente quando ao redor dela ele era apenas um garoto normal, as vezes um pouco metido? Sim, mas nada de como as pessoas o pintavam e ele nunca, nem uma vez passou por cima dela ou se mostrou de alguma forma melhor do que ela. Ele sempre a tratou como uma igual. Era difícil acreditar que alguém com tanto, possa ter esse tipo de humildade. Talvez fosse disso que sua mãe quisesse protegê-la tanto afinal, mas ela não conhecia Oliver, não sabia que ao invez de exibir todo o seu dinheiro para Felicity, ele era apenas seu amigo e o motivo de tê-la levado ao barco naquela noite claramente não tinha intenção de mostrar dinheiro, ela sabia disso.

Oliver abriu a porta e os dois entraram e...puxa vida, o unico lugar em que ela tinha visto tanto luxo foi, talvez, na própria mansão de Oliver. Se eles quisessem morar naquele barco eles podiam.

—Ow, eu me pergunto o quão luxuoso era o Titanic. - Ela sussurrou, observando cada detalhe do interior.

—Nossos navío infelizmente está em nossa ilha particular não muito longe daqui, vamos deixar pra você conhecer outro dia.

Felicity virou o pescoço para Oliver tão rápido que poderia quebrá-lo.

—O que?

Oliver riu com gosto e foi até um dos armários.

—Estou brincando. - disse, enquanto pegava uma coberta de dentro do armário. -Não temos um navío.

Felicity bateu de brincadeira em seu braço e puxou uma batata de dentro do saco, comendo-a enquanto os dois caminhavam por dentro do barco e enfim saíram pelo outro lado, na prôa onde era aberto.

O sol ainda estava se ponto, quase sumindo no horizonte, pintando o céu em tons de laranja, refletindo na água do grande lago.

Oliver estendeu a coberta no chão, depositou o milk shake e pegando o pacote com os lanches da mão de Felicity, tirando-a de seu esturpor. Felicity se sentou e Oliver foi para a parte de dentro novamente, acendendo as luzes do lado e fora em um nível fraco, apenas o suficiente para eles pudessem ver depois que o sol sumisse por completo.

—Ual, Oliver, é lindo. -Felicity elogiou.

Ele sorriu satisfeito, apreciando o sorriso dela e sentindo novamente aquela sensação diferente dentro de sí. Felicity olhou para toda a situação e...caramba, se ela não conhecesse Oliver...Bem, aquilo quase parecia um encontro.

Os dois sentaram na coberta e tiraram os lanches do pacote.

—Sua mãe ficou muito furiosa com você? - Oliver perguntou curioso, dando uma generosa mordida em seu X tudo.

—Oh, com certeza, tirou meu celular, me colocou de castigo no quarto como se eu tivesse cinco anos.

—Oh, minha mãe fez o mesmo e meu pai mau falou comigo, como se eu tivesse sido uma grande vergonha ou coisa assim. Como você saiu então?

Felicity sorriu para Oliver, como quem dizia que ele não estava preparado para aquela resposta.

—Eu... Pulei a janela.

Ele arregalou os olhos engolindo o lanche e encarando-a completamente incrédulo.

—Você fez O QUE?

—Pois é, pensando bem agora parece loucura.

—Definitivamente foi loucura, eu me achei muito infrator me esquivando do meu quarto para fora e você PULOU UMA JANELA?

—Hey, não é como se eu tivesse pulado da janela do seu quarto Oliver, minha janela não é tão alta.

—Ainda assim, você é uma negação para atividades físicas.

—Bem, eu não podia...

Felicity olhou apreensiva para Oliver, tomando mais um pouco de seu milk shake.

—O que? - Oliver questionou.

—Não posso deixar minha mãe continuar proibindo nossa amizade, Oliver... Cansei de nos esconder, não estamos fazendo nada errado e...eu não sei, depois de hoje, se ela descobrir que fugi... Não sei o que ela pode fazer, principalmente se ela souber que foi para encontrar você.

Oliver entendeu, porque ele compartilhava da mesma preocupação. Sua família era uma família poderosa, ele tinha um pouco de medo com o que seus pais podiam tentar fazer se ele os desafiasse sobre Felicity. Mexer com o emprego de sua mãe? Ou talvez a bolsa de estudos de Felicity? Podiam ir tão baixo? Ele não duvidava tanto assim.

Oliver suspirou e abriu um dos braços, convidando Felicity para se aconchegar nele e ela o fez, se aproximando e deitando a cabeça em seu ombro, acolhida pelo abraço quente dele.

—Não se preocupe, não vou deixar que nos separem, não podem continuar interferindo tanto em nossas vidas, isso é... Errado, isso sim é errado, e não nós.

A Mão de Felicity pousou em cima do peito de Oliver e ela pôde sentir seu coração aumentar as batidas e como se estivessem sincronizados, o dela fez o mesmo.

Os dois se olharam, próximos demais. Nunca estiveram tão próximos, o clima entre eles nunca foi tão diferente. O sol tinha se posto, a luz agora iluminava o lago e ambos ali, junto com a luz fraca que Oliver acendeu anteriormente.

Sem que percebessem, se perderam no olhar um do outro.

O quão próximo estavam?

O coração de Oliver batia tão forte de baixo da mão dela. Porquê?

Ela viu os olhos dele repousarem um segundo em seus lábios antes de voltar para os olhos. Porquê?

Imediatamente ela fez o mesmo, mirando os lábios dele e voltando para os olhos. Porquê?

Os narizes se tocaram e veio o desejo involuntário de fechar os olhos e seguir em frente.

Deus, em frente com o que? O que eles estavam fazendo? Porque suas mãos suavam? Porque seu coração batia tão forte que ela podia senti-lo em seus ouvidos?Porque ela umedeceu os lábios com a língua? E porque diabos Oliver seguiu o movimento?

Parecia que algo os atraia, uma força maior do que os dois, Felicity subiu a mão até a nuca de Oliver, mal percebendo o que fizera, era como se seu corpo fizesse o que quisesse, as postas de seu dedos roçaram seu cabelo bem cortado e ela respirou fundo. Os olhos se conectaram novamente e juntos eles quebram o pouco da distância que ainda restava.

Quando seus lábios se tocaram foi como se tivessem sido feitos para esse propósito, como se a muito estivessem procurando um pelo outro e enfim tivessem se encontrado.

Oliver sentiu todo o seu ser se alegrar nesse momento, algo que estava reclamando por tanto tempo dentro dele, algo que ele nem sabia o que era, estava em festa agora. Deus, o que era aquilo? Todas aquelas sensações e pensamentos?

Ele ousou, pediu com a ponta da língua uma pequena passagem por entre os lábios dela e Felicitty se derreteu ainda mais, concedendo pesagem, sentindo todo seu corpo formigar. Suas línguas e lábios conversavam em uma dança só deles, um idioma que apenas eles conheciam.

O ar faltou e eles se separam devagar... Os olhos se abriram e Felicity sentiu que talvez ela fosse desmaiar, sua cabeça girava com tantos pensamentos. O que tinha acabado de acontecer? Eles se beijaram.

Ela e Oliver se beijaram!

De repente tudo pareceu mudar.

Um beijo podia mudar tanto assim? Toda sua percepção da relação deles mudou, aquilo era novo, mas ao mesmo tempo familiar, era como se sem que eles soubessem estivessem esperando por esse momento desde que se conheceram e agora tudo tinha ficado tão claro.

—Oliver... - sussurrou ela. E Oliver levou o polegar suavemente para seu lábio, impedindo-a de falar.

—Espera... Antes que você diga qualquer coisa...- sua voz era um sussurro, seu dedo escorregou carinhosamente pela extensão de seu lábio inferior e seus olhos seguiram o gesto. -Isso... Algo está diferente, eu... Por favor, não diga que foi errado.

Ele a olhou cheio de preocupação e Felicitty sorriu, parte de sua preocupação sendo quebrada. Ele não se arrependia, ele não tinha odiado, não achou que foi errado... Ele estava preocupado com o que ela achava.

Respirando fundo e se aproximando mais um pouco Felicity passou os dedos pela bochecha dele, percorrendo até o queixo e então voltando para a nuca.

—Não foi um erro. - disse.

—Otimo, isso era tudo que eu precisava ouvir. - Oliver respondeu, quebrando novamente a distância entre eles e colando seus lábios juntos.

Todas aquelas sensações voltaram, agora mais intenso, mais quente, com mais certeza. As línguas se encontraram e se exploraram, o formigamento estava ali, o coração parecia que explodiria, a mão de Oliver segurava seu rosto e a guiava nos movimentos suaves. Ela queria morar naquele momento para sempre, sentir o seu beijo todo o tempo, todos os dias e ela sabia que nunca cansaria deles.

Oliver estava tentando entender como havia ficado tanto tempo sem experimentar daquele beijo, ele já tinha beijado muitas meninas, mas nunca fora desse jeito, tão intenso. Não uma intensidade apenas carnal, mas sim algo que estava mexendo com todas as suas emoções possíveis. Nunca ficou tão desesperado para prolongar um momento pelo maior tempo possível. O que Felicity estava fazendo com ele?

Eles se separaram novamente.

—Oliver, o que estamos fazendo? - sussurrou ela, o lábios ainda roçando os dele e os olhos ainda fechados apreciando o momento.

—Não tenho certeza, só sei que não quero parar.

—Mas... Somos amigos. - disse ela, enquanto abria os olhos e Oliver se perdeu neles por mais alguns segundos.

—Somos, mas não significa que isso vai mudar se nós... Formos mais.

Felicity piscou algumas vezes em surpresa. Ele estava dizendo o que ela achava que ele estava dizendo? Oh, isso tinha evoluído rápido.

—Mais como? - perguntou.

—Você sabe... Mais.

Um silêncio se seguiu e Oliver suspirou, pegando na mãos dela, acariciando as costas e então os dedos, entrelaçando as mãos.

—Eu... Gosto de você, Felicity. Muito.

Seus olhos transportavam tanta sinceridade que ela não duvidou nem por um segundo do que ele dizia, ela não tinha entendido direito, sabia perfeitamente em qual sentido ela dizia que gostava muito dela e...Bem, ela gostava muito dele também.

—Eu... Também gosto muito de você.

Oliver parecia que tinha ganhado o maior presente que poderia na vida.

—Mas, Oliver... Você não acha que talvez... Nós apenas estamos confusos? Somos amigos por tanto tempo e...

—Hey, eu posso te garantir que nunca tive vontade de beijar Tommy, ou a Caitlyn.

Felicity riu.

—Okay, mas e agora?

—Agora? Bem, nós ficamos juntos não é? A não ser que você seja do tipo amizade colorida, o que eu não acho que seja o caso.

—E você? É do tipo que fica junto? Nunca o vi se prender a ninguém.

—Oh... - foi a vez dele percorrer a bochecha dela com o polegar, pousando novamente em seus lábios, querendo tomá-los para si uma vez mais. - isso é porque eu não conhecia Felicity Smoak ainda.

—Nossos pais vão surtar.

—Talvez, mas não dou a mínima, meus pais não vão estragar isso, não podem me impedir.

—Acho que talvez minha mãe acabe te aceitando, quando ela te conhecer de verdade.

Felicity no fundo sabia que sua mãe iria preferir pela felicidade dela e que quando visse como Oliver realmente era... Talvez ela superasse qualquer preconceito que tivesse com os pais dele.

—Não é irônico ficarmos juntos bem no dia dos namorados?

Oliver arregalou os olhos, apenas naquele momento lembrando-se que era dia dos namorados.

—Bem, acho que Feliz dia dos namorados então.

—Eu tenho um presente pra você. - Ela riu travessa e Oliver a olhou com curiosidade.

—O que?

Pegando uma das batatas que tinha sobrado, Felicity a mergulhou no milk shake de Oliver e riu, oferecendo a ele. Oliver era um garoto rico que nunca tinha experimentado tamanha nojeira de enfiar a batata no milk shake, mas... Quando ele fez um dia, por insistência de Felicity, se apaixonou pela coisa.

Rindo, Oliver se aproximou e abocanhou a batata fazendo com a garganta um som de satisfação. Felicity pegou uma batata para si e comeu.

—Acho que é quase o presente perfeito. - disse ele.

—E o que seria melhor do que isso?

—Bem... - ele se aproximou novamente, segurando seu queixo para aproxima-la dele devagar e ele se beijaram novamente, como se fosse a primeira vez.

Aquilo parecia um sonho e se fosse... Eles não queriam acordar.

Os dois foram interrompidos pelo toque do celular de Oliver, sua mãe estava ligando e no visor Felicity viu a hora. Já estava tarde e seria um milagre se sua mãe ainda não tivesse notado sua falta.

—Oliver, já está tarde, preciso voltar. Acho que você também.

Oliver ignorou a ligação é claro, mas concordou se levantando e juntando todo o lixo que ficou ali.

—Vou deixá-la em casa.

Olhando pela última vez a bela visão que eles tinham no barco, Felicity segurou a mão dele e ambos correram de volta até o píer.

Parando com a bicicleta perto a casa dela, Oliver se sentiu estranho ao pensar que tinham que se separar. Ele queria mais horas com ela, queria um dia inteiro, uma semana inteira.

Felicity parece ter percebido seu desânimo e até compartilhava dele, mas sorriu, pegando sua mão e se aproximando, depositando um longo beijo em seus lábios.

—Não se preocupe, nos vemos na escola e eu vou te ligar assim que puder, amanhã vai passar rapido. Sei que eventualmente nossos pais vão se acalmar, não se preocupe Oliver, tudo vai dar certo.

Ele sorriu, se dando conta que era ele quem deveria estar acalmando-a visto que ela quem estava preocupada com isso desde o princípio. Mas agora era ele quem estava sendo confortado.

—Eu espero que sim.

—Boa noite, nos vemos em breve. - disse, começando a se afastar em direção a sua casa.

—Espera. - segurou sua mão para que não se afastassem mais.

—Sim?

—Você... É minha namorada agora, certo? Isso é oficial?

—Oh, bem... Nós já nos presenteamos hoje, mas não teve realmente um pedido...

Sorrindo como bobo pela milésima vez naquela noite, Oliver se aproximou novamente, suas mãos seguraram sua cintura e seus lábios chegaram bem perto de seu ouvido.

—Você, Felicity Smoak, quer namorar comigo a partir de hoje nesse belo dia dos namorados?

Ela riu, procurando os olhos dele, então se aproximou até a orelha dele, como ele havia feito com ela.

—É claro que eu quero, Oliver Queen.

Ambos sorriram novamente um para o outro, compartilhando um último beijo e enfim se separando cada um para sua casa. Aquele dia ficaria marcado em suas memórias para sempre, o dia em que passaram de melhores amigos para muito mais, o dia em que sentiram uma conexão fora do normal, como um encontro de almas... Algo que nunca poderia ser quebrado, não importa o que acontecesse, não importava os obstáculos. Eles sempre estariam juntos.


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Notas finais do capítulo

Eaí?? Gostaram?Foi uma pegada bem teen e tal, diferente quando se trata de Olicity, não é? Geralmente está cheio de fanfics deles já adultos, então quis explorar como seria uma relação mais jovem entre eles. Espero muito que vocês tenham gostado, comentem o que acharam, que eu quero muito saber. Não esqueçam de comentar nas anteriores também, bjsss!!!



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