A Roda da Fortuna escrita por Vatrushka


Capítulo 8
Um Passeio




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As semanas que se passaram foram bastante agradáveis. Slora e Arias haviam se aproximado bastante - passavam quase todo o tempo livre conversando; tanto sobre coisas bobas quanto grandes questões da vida e da existência.

Naquele final de semana, entretanto, Slora se viu sem a companhia de seu novo amigo - estava ocupado planejando algum trabalho extracurricular com outros dois professores. Entediada, resolveu passear pelo jardim do castelo. Seus pés lhe guiaram em direção à cabana de Hagrid.

"Oi!" Uma mão gelada em seu pescoço assustou-lhe. Com um grito, virou-se de supetão para quem a assustara, apontando-lhe sua varinha contra a garganta. Balthazar pôs as mãos ao alto, rendendo-se.

Enfurecida, Slora abaixou a varinha. Balthazar soltou uma risada. "Vejo que a idade não mudou o temperamento."

Slora deu as costas, voltando ao seu caminho. Contra a sua vontade, Balthazar a acompanhou em seu lado direito. "E vejo que a idade não criou o medo do perigo, também." Retrucou.

Balthazar passou a mão no cabelo. "Está indo visitar Hagrid, também?"

'Muito perspicaz.' Pensou. 'O que estaria eu fazendo em direção à floresta? Trocar ideia com os centauros?'

"Sim." Assumiu.

Sem que fosse perguntado, Balthazar contou o motivo de estar ali. "Preciso coletar mais saliva de grifo. É um ingrediente na solução para limpar as lentes dos telescópios. Nosso estoque acabou."

Slora assentiu, sem nada dizer. Queria ter a capacidade de conseguir ser espontânea com ele - afinal, era um rapaz agradável - mas as memórias do colegial só a lembravam de seu receio em ser legal ou simpática demais com ele, para não dar-lhe falsas esperanças.

Sim, era um rapaz... Interessante, sabia disso. Os anos claramente fizeram muito bem à Balthazar. Mas não sabia até que ponto seria uma boa ideia envolver-se com um colega de trabalho.

Além de quê, deveria ser uma coisa da sua cabeça. Seu ego querendo ser amaciado, ao se convencer de quê Balthazar ainda teria algum interesse nela. Tantos anos haviam se passado, afinal.

"Como está a sua família?" Ele insistiu em puxar assunto.

A bruxa não pôde evitar de sorrir. Lembrou-se imediatamente de uma cena que vivera: Certa vez, ainda estudante, estava esperando o trem na plataforma 9 3/4, acompanhada de seus pais. Foi quando Balthazar a encontrou, e muito animada por fazê-lo, conversou euforicamente não apenas com ela - mas com seus pais! Só de lembrar-se da sensação de vergonha, tinha vontade de rir. Um menino extrovertido e desinibido, como sempre.

E pior: seus pais o haviam adorado. Durante todo o resto de sua vida escolar seus pais lhe perguntavam sobre Balthazar, ou a incentivavam para convidá-lo a jantar um dia em sua casa.

"Estão muito bem. Obrigada." Queria retribuir a gentileza perguntando-lhe o mesmo, mas sabia que Balthazar não tinha uma família tão agradável. "Você e Scorpius se dão bem?"

Balthazar sorriu. "Sim, sim. Ele me lembra muito a mim mesmo quando eu era criança." Admitiu. "O pai dele também é ótimo, o Draco. É ele que teve o interesse de manter contato comigo, sabia? Se fosse depender só do Lucius ou da Narcisa..."

"Imagino."

Os dois então chegaram à porta da cabana de Hagrid. Após baterem, Hagrid os recebeu:

"Olhem só! Minha cabana não fica tão movimentada há bastante tempo! Entrem, entrem!"

Os dois se acomodaram na cadeiras próximas à lareira. Hagrid ofereceu-lhes duas canecas quentinhas.

"Sr. Malfoy, me perdoe a demora para conseguir coletar um tubo, mas realmente, é muito difícil retirar saliva dos grifos... Têm de se esperar que estejam com um bom-humor, se não, te arrancam o dedo!" Disse-lhe, entregando o encomendado.

"Está tudo bem, Hagrid. Muito obrigado." Balthazar colocou-o no bolso de seu casaco.

Os três conversaram um pouco sobre as aulas e sobre o clima.

"Amanhã passarei o dia em Hogsmeade, tenho que comprar algumas coisas para meu bichinhos. Vocês querem me acompanhar?" Convidou Hagrid, simpático como sempre.

"Claro!" Os dois disseram, em uníssono. Apenas depois de ouvir a resposta de Balthazar, teve um leve desânimo. Com sua presença, sabia que não conseguiria ser tão espontânea durante a viagem, ou relaxar como queria.

'Porque estou implicando tanto com ele? Ele não é um menino mais.' Se corrigiu.


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