Being a Star - Quando o inesperado acontece escrita por A M Ferreira


Capítulo 4
Capitulo 4


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a todos que leram, e favoritaram a história



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Delilah Lamont

Hoje era o dia em que ia finalmente assinar o contrato, e tornar-me oficialmente a juíza do no reality show do momento. Sim, porque era tudo, que se falava nas revistas, nas rádios, na televisão. Até aqui em casa, a minha irmã não conseguia deixar de falar como estava entusiasmada para voltar a ver-me na televisão, o problema é que ela também estava muito entusiasmada com o fato de eu trabalhar junto, e friso que estas são palavras dela, do “charmoso Samuel Caldwell”, e como eu podia ser uma ótima irmã e conseguir um autógrafo. Sim, como se isso fosse acontecer. Sempre que aquele assunto vinha a tona não conseguia evitar ficar irritada, como se alguma vez eu fosse pedir alguma coisa aquele sujeito, quanto mais um autógrafo. Esperava é ficar, bem distante da mesa dele.

Os meus pensamentos são interrompidos por uma batida na porta.

— Mana, más notícias, o babaca more está lá em baixo.

Babaca more era um código e apelido carinhoso para o meu ex quase futuro noivo: Lucas Lopes. Deixem-me contar uma coisa sobre mim, sabem aquela pessoa com dedo podre para escolher homem, bem olá, sou eu. Não posso dizer que eu tenha sido uma garota de grandes paixões. Quando era adolescente, ouvia os relatos das minhas colegas, acerca das suas “crush”, de como se sentiam as garotas mais felizes do mundo quando a pessoas as olhava, como sentiam uma ansiedade e as malfadadas borboletas no estomago sempre que estavam perto da pessoa. Puff. Claro, que naquela altura tive alguns garotos de quem gostei, mas nada que se assemelhasse ao que elas descreviam. E também como poderia? Naquela altura, ninguém me via daquela maneira, eu era apenas Delilah, a Gordinha.

O Lucas tinha sido o meu primeiro relacionamento sério, claro que eu saia muito, aliás cada noite era uma festa diferente. Mas não passava de uma noite, uns beijos e amassos, o meu lema era na base do acabou, esquece e siga. Conheci o Lucas quando tinha 20 anos, durante a realização do meu terceiro disco, o Peter decidiu que seria interessante fazer um feat com alguns artistas. Um deles era o Lucas, que era um Rapper famoso na época. O nosso relacionamento começou por uma amizade e cumplicidade no palco, pouco tempo depois veio a declaração dele, ele disse-me tudo o que eu sempre quis escutar, que eu era especial, a garota mais linda e talentosa que ele já viu, que nunca tinha sentido por ninguém o que sentiu por mim. Se eu o amava? Pensando bem, acho que não, mas havia um enorme carinho, eu adorava a companhia dele e ele fazia-me sentir especial. Mas de alguma maneira, eu nunca me consegui entregar a ele de verdade. Talvez uma parte minha tinha se apercebido do verdadeiro carater dele, escondida por baixo de todo aquele charme e falsa compreensão.

Um dia, o ensaio estava-me a correr mal, depois de uma noite de festa, a minha voz estava extremamente rouca. Acabamos o ensaio mais cedo, por isso, decidi fazer uma surpresa ao Lucas, e passar pela sua casa. Quando cheguei ao apartamento dele, cumprimentei o Senhor Almeida, e subi as escadas até ao 3ºandar. Estranhei por ver a porta entreaberta e ouvir gritos. Aproximei-me e gelei ao ouvir a voz da minha prima.

— Não podes fazer isso. Não era esse o combinado. Como é que podes? Nós somos perfeitos juntos, lembra-te do nosso plano. Tu aproximavas-te daquela songamonga, humilhavas-lha publicamente e assumíamos o nosso relacionamento, todos iam ver que eu sou muito melhor que ela.
Um nó instalou-se na minha garganta, enquanto observei as mãos dela subirem pelo rosto dele.

— Eu já te disse, Jéssica. Isso mudou, eu gosto da tua prima. Tudo mudou, lamento mas eu vou casar com a Delilah…

Não aguentei, abri o restante da porta com um estrondo e fui direta a vaca da minha prima, que nem tempo teve para se defender, puxei-a pelos cabelos com a toda a força que tinha, enquanto a arrastava porta fora, sobre os protestos dela. Quando ficamos só nós dois, a minha expressão demonstrava todo o nojo que sentia por ele. Ele tentou aproximar-se, mas levou uma chapada no rosto.

— Vocês são nojentos. Nojentos. Não te aproximes de mim, só olhar para ti dá-me vontade de vomitar.

— Babe, eu juro que nunca te quis magoar, ouve-me.

E eu ouvi, ouviu porque precisava de saber como tudo aconteceu. Ouvi porque precisava de saber o quão idiota eu tinha sido. Ouvi com nojo, repudio e muita raiva, quando ele me disse que conheceu a minha prima em uma festa, como pouco tempo depois começaram a namorar. Um namoro leve, e sem pretensões. Em como, a minha prima constantemente falava mal de mim, que eu era uma invejosa, que lhe tinha roubado todas as chances. E como uma noite, depois de ele ter recebido a proposta do Peter, ela lhe fez uma proposta, desafiando-o a faze-la se apaixonar por si, para depois humilhar-lha. Ouvi, ainda as desculpas dele, de como quando me conheceu de verdade se apaixonou, que tudo mudou, cancelou o acordo com a Jéssica. - Acredita em mim, Babe. Eu apaixonei-me de verdade. – disse enquanto tentava tocar-me no rosto, mas eu afastei-me.

— Metes-me nojo, tu e ela foram feitos um para o outro. Só de pensar, na quantidade de vezes que me fazias pressão porque eu não sentia o mesmo que tu. – Apontei um dedo no peito dele. - Esquece que alguma vez me conheceste. És um nojo, e prepara-te, vou fazer questão de te enterrar. Todos vão saber quem é o verdadeiro Lucas.

Mas o idiota nunca pegou a dica, durante este tempo mandava-me mensagens vazias, inclusive na época em que estive em reabilitação. Parecia que não conseguia entender, depois de tudo aquilo que fez, era suposto eu abrir os braços e dizer o que? Vem, amorzinho vem? Ah, vai para…

— Quase que consigo imaginar, o que estas a pensar só por esse olhar assassino.

Revirei os olhos para ela, e dei-lhe um encontrão de brincadeirinha. Peguei nas minhas coisas e marchei escadas abaixo. E no hall de entrada lá estava o estafermo, que ainda se atrevia a sorrir para ela.

— Babe.

Respirei fundo, umas quatro vezes. Foco Delilah, foco. Não o mandes para o hospital.

— Primeiro, não me chames por esse apelido ridículo. Segundo, o que raio é que estás aqui a fazer?

— Babe, quantas mais vezes eu vou ter que dizer que sinto muito. Que nunca te quis magoar?

— Nenhuma, porque eu não acredito em ti, porque tu para mim não existes. Acorda, não existe a mínima chance de eu voltar para ti. Mesmo que eu algum tivesse te amado, isso não ia acontecer, e advinha, eu nunca te amei. – eu estava já a falar praticamente aos gritos, mas quem sabe assim ele entendia de uma vez.

Ele empalideceu e deu um passo para trás.

— Babe, eu sei que só dizes isso para me magoar. Não é verdade. Não é verdade – ele aproximou-se de mim e segurou-me pelos ombros. – NÃO É VERDADE.

Pronto era isso, a paciência tinha acabado. Subi o meu joelho de modo, a conseguir dar-lhe uma valente joelhada no meio das pernas. Com alguma satisfação assisti-o retrair-se com dor. Ouvi também o som de risos e da torcida da minha irmã e do meu sobrinho que clamava “Dá-lhe com mais força Dinhã”.

— Então acho que ficamos entendidos, não me procures mais, não me mandes mensagem porque o meu número vai estar bloqueado. E nunca mais venhas a minha casa, porque na próxima vez eu não vou ser boazinha, e sais daqui direto na viatura da polícia.

— Eu vou amor, mas eu volto. Nós pertencemos um ao outro. Tu vais voltar para mim, eu sei que sim.

Assisti-o a ir embora, bastante entediada. Como eu disse, dedo podre para homens.

— Tratamento Lamont para babacas. Orgulho, da minha maninha.
Revirei os olhos, com a provocação dela.

— Ó mãe, Dinhã, isso quer dizer que posso também bater no idiota do Paulo da turminha.

Eu e a minha irmã trocamos olhares cúmplices, mas tentei assumir uma postura seria, quando me baixei para falar com o meu sobrinho.

— Não meu amor, bater nos outros é uma coisa feia. A tia fez uma traquinagem, mas quer que prometas, que não vais repetir isto, Okay. Promessa de dedinho? – ergui o meu mindinho para ele.

Ele olhou para mim, com aquela carinha fofa e juntou o seu mindinho ao meu.

— Prometo, Dinhã.

Depois virei-me para a minha irmã.

— Bem, agora eu vou lá na reunião para assinar o contrato. Mas vou deixar, avisado na portaria que o Lucas está proibido de entrar.

— Não te esqueças do meu autografo.

— Não vai acontecer. E não seria autografo, seria um lixo vindo daquele sujeitinho.

A minha irmã riu-se e deu-me um beijo no rosto em forma de despedida. E eu dirigi-me ao meu carro, precisava de me apressar. Não queria chegar atrasada, era uma profissional. Até porque, tinha planos para aquela tarde.


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Notas finais do capítulo

Bem, neste capitulo conhecemos mais um pouco da história da Delilah
Espero que tenham gostado
Criticas são sempre bem vindas



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