Being a Star - Quando o inesperado acontece escrita por A M Ferreira


Capítulo 3
Capitulo 3


Notas iniciais do capítulo

Novo capitulo, espero que gostem
Sugestões e criticas são sempre bem-vindos
A vossa opinião é muito importante



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                                   Delilah Lamont

Exatamente uma semana se tinha passado desde o dia em que eu tinha saído do centro de reabilitação. Eu precisava deste tempo, mas não pude deixar de me sentir culpada, enquanto observava mais uma vez o nome do meu manager piscar na tela. Durante toda a semana, ele tinha ligado, com diversas tentativas de marcar uma reunião, sabia que esse era um dos objetivos que me propôs, mas a verdade é que estou muito assustada. Reunir-me com ele, era encarar a realidade da sua carreira, a música era o ar que ela respirava, mas voltar neste momento não era uma opção. E será que eu tinha para o que voltar? Ou eu tinha estragado a única coisa que realmente me fazia feliz?

Suspirei profundamente enquanto olhava para a tela do telefone, num impulso peguei nele e pulsei a tecla verde.

— Delilah, finalmente! Tenho tentado falar contigo durante toda a semana.

— Eu sei, Peter. Mas precisava de um tempo, parece que toda a gente de esquece que eu acabei de sair de um sempre de reabilitação.
Um silencia profundo ocorreu do lado de lá da linha.

— Sim, eu sei. Mas, precisamos mesmo de falar do teu futuro, miúda. Quando, é que nós podemos encontrar.

— Hoje de tarde, eu passo na agência. Ás cinco, esta bom para ti?
Depois de combinados todos os detalhes, desliguei a chamada. A tarde passou lentamente, os pensamentos não me deixavam a cabeça. Quase conseguia a ouvir a voz da Leticia a dizer-me que a ansiedade que eu estava a sentir era normal, um estímulo face a uma situação nova, e assustadora. Mas que eu podia controla-la, para fazer os exercícios de respiração e desconstruir os pensamentos negativos, não havia de fato nenhuma evidência que a reunião fosse trazer um resultado negativo. Puff, ela fazia suar como se fosse tão fácil. As 17 horas parei o carro no estacionamento da agência. Nos últimos dias, eu tinha andado de carro, principalmente com a minha família. Não me conseguia lembrar de uma época em que fizéssemos tantos programas juntos. Mas tinha evitado, as zonas que me pudessem trazer algum gatilho, alguma lembrança daquela época e principalmente daquela noite. A agência continuava igual, inclusive a secretária da receção continuava a mesma. O que muito me surpreendeu, o Peter era conhecido por ter um feitio muito peculiar, nenhuma secretária aguentava mais que dois meses. Aquela moça devia ser realmente muito especial.

— Boa tarde, tenho uma reunião com Peter!

— Dona Delilah, por favor siga-me até a sala do Doutor Peter?

— Delilah, nada de dona, por favor, demos ter a mesma idade.

— Não seria apropriado, sou apenas uma funcionária.

A conversa foi interrompida quando chegamos a sala do Peter, mas simpatizei muito com a Luana. Senti, uma verdade nela, que era raro encontrar neste meio. Todas as outras, rececionistas me encaravam com um ar de falsidade, cada olhar, cada sorriso era extremamente calculado.

— Doutor Peter, a Dona Delilah chegou.

Olhei para dentro da sala, vendo o meu manager e amigo. Ninguém que olhasse para ele sem o conhecer, imaginaria o tamanho da responsabilidade e do profissionalismo que ele tinha. Foi ele, que a lançou, que a fez acreditar que realmente podia ter talento e um futuro na indústria musical. E ser-lhe-ia sempre grata.

— Delilah, como é bom ver-te.

Ele envolveu-me num abraço apertado. Sim, constrangedor, nas últimas semanas tinha sido mais abraçada, do que em toda a sua vida. Mas o Peter, era como família.

— E Luana, docinho, já conversamos é Peter, não doutor Peter. – disse com habitual cara de safado, piscando-lhe um olho.

— Docinho é a… - assistia a ficar vermelha – Com a sua licença, Dona Delilah.

E saiu a bater porta, bastante alterada. O Peter não tinha mesmo remedio, dei-lhe um beliscão no braço.

— Ai, isso doi

— É para ver se aprendes, já ouviste falar de assédio laboral?

— É que ela fica uma gracinha quando esta chateada, uma autêntica gata selvagem debaixo daquele gelo todo. Mas, bem nós estamos aqui para falar de negócios.

O Peter começou a mostrar – me as diversas propostas que tinha, mas a verdade é que mesmo antes da reunião, já tinha tomado a sua decisão. Não conseguia, naquele momento, voltar propriamente aos palcos, para fazer turnés ou grandes show. Tinha que dar passos, pequenos, não queria abandonar a música.

— Peter, tu sabes o quanto sou agradecida, por todo o apoio e pelo teu empenho, mas as coisas não estão fáceis neste momento. Acabei de sair da reabilitação, não consigo neste momento fazer grandes shows, ou ir de turné. Antes de tudo acontecer, eu estava no meu limite, mas não ouvi o que a minha cabeça me estava a dizer, extrapolei, fui até ao meu limite, e aconteceu o que aconteceu. Desta vez, eu tenho que ir devagar, não é por que não estou mais internada que a minha recuperação acabou.

Ele olhou para mim, fixamente enquanto ponderava.

— Estou muito orgulhoso de ti sabes, estou a gostar de ver esta Delilah menos impulsiva. A boa noticia, é que talvez haja uma maneira de tu ires a passos pequenos, voltares a música sem implicar fazer propriamente concertos ou ires de turné. Por estes dias, recebi o contato de um reality show novo que vai estrear, vai se chamar “Being a Star”, eles querem encontrar uma nova superestrela, E querem que sejas uma das juradas. – Enquanto acabava de falar notei que ele ficou com uma expressão estranha.

— Seria ótimo, mas qual o porquê dessa cara? São boas notícias.

— Bem, sabes o Samuel Caldwell….

Nem o deixei terminar a frase.

— Não, não, não. Por favor, não digas.

— Sim, temo que sim. Ele é o cérebro por detrás do reality show, e um dos jurados. Levei as mãos ao rosto, a ideia de participar era ótima, mas só o pensamento de ter que aturar aquele arrogante, durante sequer cinco minutos.

— Eu sei que, não simpatizas nada com ele. Mas Dê, não precisas de dar uma resposta agora, pensa com calma, e depois diz – me qualquer coisa.
Despedi-me do Peter, e acenei para a Luana a saída. E durante todo o caminho para casa, pensei no que ia fazer. Sim, não suportava aquele sujeito, mas era uma chance única. Além de que, ajudar outras pessoas a encontrar o seu propósito no mundo musical, ia me dar um propósito. E ela aguentava bem, aquele sujeitinho, ele que viesse quente, que ela estaria a ferver. Parou o carro, pegou no telemóvel e mandou uma mensagem ao Peter
                                     

                                   “Estou dentro”

Depois, pegou no carro e dirigiu até ao centro de reabilitação precisava de contar as novidades a Guga e ao Tozé. Estava feito, ela ia ser a jurado de “Being a Star”.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capitulo



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