A casa na colina escrita por Dricamay


Capítulo 12
Capítulo 12 -Você irá esperar por mim?


Notas iniciais do capítulo

Volteeeeei!
Eu sei eu sei... uma eternidade depois. Minhas mais sinceras desculpas. Não vou demorar para publicar o próximo, prometo!



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Eleonora encara o espelho procurando qualquer vestígio da noite mal dormida. Os olhos verdes tinham uma leve sombra de cansaço mas nada que abalasse a aparência geral, seus dedos perpassaram suavemente os lábios rosados provocado as sensações trazidas pela lembrança do beijo do dia anterior. O conde havia tomado seus pensamentos desde o dia que conheceram-se mas agora podia permitir-se pensar nele sem afugentar aquele sentimento; ela desviou o olhar para a camélia que jazia na prateleira e levando os dedos a pequena flor a acariciou.
Uma batida breve na porta a fez levantar e ela ordenou que entrasse.
– Senhora, o Conde chegou e foi para o escritório com o Marquês. – disse Marie ofegante e Eleonora deduziu que ela correra as escadas para avisar o mais rápido possível.
– Muito obrigada, Marie. – disse abrindo um sorriso amigável que gostaria que transmitisse toda sua gratidão.
A moça fez uma suave reverência e saiu do aposento. Eleonora respirou fundo e avaliou mais uma vez o que pretendia dizer, por fim saiu do quarto com o coração sobressaltado mas sem dúvida tomara sua decisão.
...
O Marquês ainda encarava Edgar com a expressão inalterada, as finas linhas que cercavam os olhos castanhos marcavam o olhar penetrante com que o Conde era submetido. Os segundos seguintes ao pedido de Edgar para cortejar e futuramente casar-se com Eleonora foram de um silêncio cortante. O Marquês levou a mão ao queixo coçando a barba grisalha.
– Durante todo o tempo que está em Monte Silene, senhor Hendeston, procurei trata-lhe com a minha mais sincera simpatia. Seu pai, como bem sabe, foi um grande amigo e estende-se ao senhor essa amizade. Eleonora é minha única filha e preciso estar certo de que a entregarei a alguém que seja honrado. Quase cometi um erro ao escolher a pessoa errada, não pretendo repetir semelhante coisa. – exclamou o Marquês lentamente.
– Marquês, entendo o que o senhor quer... – começou Edgar mas parou ao ver a mão erguida do senhor pedindo que o deixasse continuar.
– As suas atitudes até o momento dizem muito sobre seu caráter e reforçam a impressão que possuo do senhor, mas dessa vez não quero que só minha vontade seja o juiz. – disse erguendo-se da cadeira.
Antes que algo mais pudesse ser dito a porta foi aberta e Edgar sorriu ao ver os cabelos loiros emergindo do arco de entrada.
– Papai, desculpe a interrupção, mas quero falar-lhe. – disse Eleonora com a cabeça erguida. Edgar olhou para a moça e a achou ainda mais bela que no dia anterior, seria possível?
O Marquês manteve-se em silêncio e a moça continuou andando em direção ao pai.
– Meu pai, sei o motivo da conversa entre os senhores e peço apenas que lembre o que prometeu-me. Imagino que não há mais possibilidade de casar-me com o senhor Castillo, ao que agradeço, contudo tenho pouco mais de quatro meses para apresentar ao senhor alguém que aprove ou caso-me com quem decidir... Neste caso gostaria de dizer que tenho sentimentos pelo Senhor Hendeston e gostaria de casar-me com ele.
Edgar caminhou até Eleonora e segurou uma das mãos da moça.
–Senhor, acredite em mim quando digo que minhas intenções com sua filha são as melhores, estou disposto a fazer o que for necessário para garantir-lhe de que o digo é verdade.
O Marquês encarou os dois de mãos dadas e, para surpresa de Edgar, a linha rígida que formava seus lábios se desfez em um sorriso.
– Confesso que de todo não é uma surpresa para mim, sua mãe alertou-me sobre a possiblidade. – disse o Marquês – Quero que minha filha seja feliz. A escolha é sua, minha querida.
Eleonora correu até o pai e o abraçou com toda a força, seu rosto iluminado com tamanha alegria. Edgar observava a cena com um misto de felicidade e surpresa.
– Obrigada, papai! Eu te amo tanto. – sussurro Eleonora ainda abraçada ao pai.
O Marquês acariciou os cabelos da filha e com cuidado a afastou. Ele fixou os olhos castanhos em Edgar.
– Vocês têm minha bênção para esta união. Contudo, imagino que temos um pequeno problema... – disse o homem mais velho coçando a barba grisalha.
– Não entendo... o senhor disse que aprovava... – começou a jovem com um muxoxo
– O senhor Castilho. – exclamou Edgar, como pode esquecer algo de tamanha importância. –Nosso união pode ser um problema para o seguimento do que tínhamos planejado, tendo em vista que ele era seu pretendente e da estima de seu pai. Aquele senhor ficaria desconfiado sem dúvida.
O Conde Hendeston tentava manter a compostura mas as palavras saiam de seus lábios com desgosto.
– Além disso, o senhor Castilho acredita que por uma promessa Eleonora poderá casar-se apenas quando completar vinte e dois anos. – observou o Marquês.
– O que faremos? – perguntou Eleonora. Os olhos esmeraldinos fixos em Edgar.
O Conde suspirou profundamente.
– Esperar... – disse por fim. – Até que esse homem seja pego.
O Marquês avaliou por alguns segundos e acenou a cabeça em concordância. Não havia o que fazer, assumir um compromisso público com Eleonora seria alertar o Visconde de que desconfiavam dele. O odiou com mais força.
Os três conversaram por mais algum tempo sem chegar a uma conclusão diferente. Edgar e Eleonora esperariam até que o Visconde pudesse cair na armadilha, era mais seguro. Por fim o Conde despediu-se do Marquês, agradecendo por conceder a mão da filha e seguiu com Eleonora para a saída. Eles caminharam em silêncio até a entrada da casa.
– Não fique assim, sabe que é a única solução no momento. – disse Edgar ao observar o semblante triste da loira.
– Você irá esperar por mim? – exclamou a jovem olhando para as mãos.
Edgar segurou o queixo da moça fazendo com que ela olhasse para ele.
– O tempo que for necessário. – sussurrou.
Ele inclinou-se e beijou a testa de Eleonora.
– Tenho que ir... mas saiba que vou levá-la em meus pensamentos.
Eleonora sorriu.
– Você sempre está nos meus.
Os dois separam-se com custo e Edgar caminhou até a carruagem com o coração cheio de uma alegria que há muito tempo não sentia.
X---X
Eleonora observava o jardim banhado pelo luar. As cores vivas das flores tinham um aspecto melancólico a noite; a jovem deixava os pensamentos rodopiarem livremente em sua cabeça, ela ficara decepcionada em ter de esperar, especialmente sem saber o quanto, pensou que talvez Edgar não esperasse e quando expressou isso a ele, sua resposta a fez sentir-se tola. Mas agora estava mais calma e sua felicidade transbordava. Já imaginava a euforia de Cecília quando contasse tudo o que aconteceu à amiga.
Uma brisa forte fez com que Eleonora desperta-se de seus devaneios, ela esticou o braço para fechar a janela quando viu algo ao longe. A loira estreitou os olhos em uma tentativa de ver melhor e com sobressaltou percebeu que havia alguém no jardim, erguendo a lamparina que jazia no parapeito, pode ver os contornos da figura encapuzada, parecia uma mulher mas não tinha certeza. Um sussurro suave percorreu o quarto fazendo Eleonora virar rapidamente mas não havia ninguém ali. Ela voltou sua atenção para o jardim e assim como o quarto ele estava vazio.
– Devo ter imaginado – disse para si mesma. O dia foi longo, foi apenas isso. Uma sensação estranha percorreu seu corpo. A moça fechou a janela apressadamente e foi para a cama, encarou a pequena camélia em sua penteadeira por um tempo mas o sono a venceu.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por estar lendo essa história! ❤
Até o próximo!



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