Paradigium escrita por Hyywz


Capítulo 2
Capítulo 2 - A casa de Abby Bowers




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— Você chegou a entrar lá? - Perguntou para o novato, prestes a abrir a porta.

— Não senhor.

— Pelo menos uma decisão correta, se eu fosse tão bondoso quanto Dumbledore, daria 10 pontos para sua casa em Hogwarts.

O veterano tenta abrir a porta, que parecia estar trancada.

— Alohomora!

Com a ponta da varinha apontada para a maçaneta, o barulho de tranca mostra que a porta agora estava aberta, e a dupla finalmente entra na casa, e ambos se deparam com a imagem de Abby Bowers exatamente como fora descrito: morta, deitada ao chão com uma poça de sangue em volta.

Ao entrar na casa, a visão que eles tinham era do saguão principal. Uma sala vazia, com um chão feito de madeira refinada, quadros com fotos antigas de viagens estavam postos à parede, em um movimento repetitivo, onde a figura de uma mulher loira, de aparência jovem, parecia sorrir despreocupada enquanto corria até alguma paisagem posta na foto.

Ao fundo da sala, uma pequena mesa feita de cristais parecia intacta, com quatro cadeiras em volta dela, com bordados que pareciam ser de algum brasão de família. Em frente à mesa, uma clareira estava acesa, iluminando completamente o local.

À lateral esquerda da sala havia uma escada, também de madeira, que levava ao segundo andar. À esquerda dessa escada havia uma cozinha pequena, com alguns pratos e panelas sujas na pia, com uma janela em formato circular que mostrava a vista de fora da casa. Na direita da sala havia apenas uma pequena lareira apagada que provavelmente servia para fazer a comida e se locomover para o Departamento de Mistérios. 

Olhando com mais detalhe para o corpo, podia-se observar que a mulher dos retratos era a mesma mulher que estava no chão. Havia uma poça de sangue em volta da senhora, misturado à cacos de vidro que estavam espalhados por todo o salão. Por cima da cabeça da mulher, havia um objeto. Parecia um lustre quebrado, como se tivesse caído do teto em cima da mulher. O corpo estava de lado para a dupla, como se estivesse caminhando para a cozinha antes de ser atingida pelo lustre. Antes que Vinsken pudesse começar a agir, Noah, quase inconscientemente, soltou uma exclamação assim que viu aquela situação.

Antes que Vinsken pudesse respondê-lo, um barulho pôde ser ouvido no andar de cima. Cautelosamente, Vinsken tira seus sapatos, ficando apenas de meia, para ocultar o barulho de seus passos, em seguida Noah repete a ação, e ambos seguem escada acima.

No andar superior, havia uma porta lateral, e uma ao final do corredor, de onde o barulho vinha. De varinhas empunhadas, ambos caminham até a porta no final do corredor. Vinsken faz um sinal de contagem com o dedo assim que eles chegam perto da porta, e ao sinal, ele empurra a porta com um chute, de varinha empunhada, assim como Noah. O quarto estava completamente escuro, mas diante da porta havia uma figura clara de uma pessoa. 

Um homem de aparência velha, barba grande e branca, que em meio a escuridão era extremamente nítida, junto à óclinhos de meia-lua que refletiam a imagem da dupla. Ele empunha sua varinha em direção à Noah, que instintivamente abaixa sua varinha, soltando uma exclamação.

Com extrema velocidade, Vinsken tira Noah da reta da varinha com um empurrão, e com sua própria varinha apontada para o bruxo, ele exclama:

— RIDDIKULUS!

A enorme barba se enrola sobre a boca do velho, e em seguida começa a aumentar de tamanho extremamente rápido, se enrolando completamente sobre o corpo do bruxo como uma cobra enroscando sua vítima, para logo em seguida os longos fios se transformarem em panos velhos e mofados, que caíram ao chão sem apoio algum.

— Era um...? - Disse Noah, em voz baixa.

— Sim, um Bicho-Papão.

— LUMOS! - Ambos falaram quase ao mesmo tempo, ao se deparar com o quarto enorme e completamente escuro.

Ambos caminham sobre o enorme quarto durante alguns minutos, tentando observar tudo possível. Apesar de grande, o quarto não havia muita coisa. Logo em frente à porta havia um criado-mudo de várias pequenas gavetas, quase como um pequeno cofre, com um espelho grande em cima. Ao lado, aos fundos do quarto tinha apenas uma cama de solteiro. Na mesma direção da porta, aos fundos do quarto, havia uma janela, que dava uma visão da entrada do banheiro, possivelmente sendo o destino da outra porta do segundo andar.

Vinsken se encaminha para o meio da sala, e revira sua cabeça para cima durante um tempo, enquanto que Noah procurava por pistas ao chão. Até que Vinsken quebra o silêncio que se preenchera no lugar novamente.

— Me levite. - Disse Vinsken, ainda olhando para o teto do andar.

— Como é? - Indagou Noah, confuso.

— Use o Feitiço de levitação, um dos mais básicos, vamos, me levite.

Ainda confuso, o garoto aponta sua varinha para o bruxo, e exclama:

— VINGARDIUM LEVIOSA!

O homem começa a flutuar, seguindo o comando da varinha de Noah, e em seguida aponta para o teto, como se quisesse verificar alguma coisa. Seguindo o comando calado, Noah o leva até lá, e, para surpreendê-lo ainda mais, o auror passa seus dedos pelo teto, enquanto que com sua outra mão, onde estava segurando sua varinha que usava de apoio para enxergar o teto, apontava para onde deveria ir. Durante quase dois minutos, o auror experiente permaneceu quieto, apenas passando os dedos suavemente pelo teto, à procura de algo.

— Me desça, Mccarthy, preciso lhe mostrar algo.

Noah agita suavemente sua varinha para trazer o companheiro novamente ao chão, e assim que ele encosta seus pés, se agiliza para a frente de Noah, mostrando seus dedos sujos praticamente pretos com poeira, quase esfregando-os no nariz de Noah.

— Veja isso, sabe o que é? - Perguntou Vinsken, parecendo um pouco animado.

— Sei, alguém não limpava o teto. - Respondeu Noah, se afastando.

— Cheire isso, pare de brincadeiras! - Resmungou Vinsken.

Ele assim o fez. Não era cheiro de mofo, muito menos de madeira refinada. Pelo contrário, parecia algo queimado.

— Isso é...algo queimado...não...parece mais pólvora talvez?

— Vamos descer, preciso verificar algo lá em baixo.

Ainda confuso, porém confiando na habilidade do veterano, Noah segue a ordem, descendo novamente para o local aonde o corpo de Abby Bowers estava.

— De novo. - Disse Vinsken, olhando para o teto do andar enquanto limpava cada um de seus dedos em seu manto negro.

— Que? Por que?

— O mesmo feitiço garoto, anda logo!

Com receio de contrariar a ordem de sua dupla, o novato exclama, apontando para o mesmo:

— VINGARDIUM LEVIOSA!

Assim como anteriormente, Vinsken fez exatamente a mesma coisa. Esfregava seus dedos, agora limpos, pelo teto, exatamente como fizera no cômodo acima.

Subitamente, ele pede para descer, e assim que o faz, se aproxima rápido de Noah, quase esfregando seus dedos na cara do rapaz:

— Está vendo? Não há sinal de explosão, nem mesmo um pózinho no teto.

Noah fica pensativo por um tempo, parecia que finalmente entendeu o que Vinsken queria, e o veterano percebendo, diz:

— Pelo visto já tem alguma ideia do que aconteceu aqui. Guarde-a por enquanto, vou verificar se há algum rastro de feitiço por aqui, um Abbafiato ou coisa parecida, e ver se percebo algo nas gavetas lá de cima. Só esses feitiços lançados no céu já quase não me deixam pensar direito, não preciso de você aqui andando de um lado pro outro tirando minha concentração.

O auror apesar de se sentir um pouco mal ficou um pouco aliviado de se afastar da sua dupla, e obedece a ordem.

— NOX! - Exclamou o novato.

A varinha se apaga, enquanto ele sai da cena do crime. Fora da casa, o casal estava conversando amigavelmente. Ao ver o novato sair, o rapaz gritou:

— E aí Noah, tá gostando do seu primeiro dia? Eu estou, ganhei dois galeões por ter apostado que você aparataria aqui perto. - Disse o Auror de topete, parecendo zombar do novato.

— Vai se foder, Theo. Por que não me avisou? Nunca vi nada sobre isso nas aulas. - Respondeu Noah, enquanto que o rapaz pareceu se divertir ainda mais com a resposta.

— Não ouviu o que eu acabei de falar? Ganhei dois galeões por sua causa, é claro que eu não iria te falar. Além disso, isso não tem nas aulas porque apenas o Vinsken tem essa mania, acho que nem o Olho-Tonto tinha.

— Ah, vocês já se conheciam pelo visto.- Disse a Auror de cabelo curto.

— Já sim, Emily. Ele era dois anos abaixo do meu em Hogwarts, e nós dois éramos da Lufa-Lufa, chegamos até mesmo a ser monitores no mesmo período, ele no quinto ano e eu no último, mas como eu era monitor-chefe eu não me encontrava tanto assim com ele, fora que no último ano ainda tinha as provas de NIEM, então eu mal conversei mesmo com as pessoas da minha turma. - Respondeu Theo.

— Vocês não se parecem ser apenas conhecidos, parecem que são amigos a mais tempo. - Indagou a garota.

— Flitwick. - Respondeu Noah - Procurávamos bastante ele para ter algumas aulas de reforço para o Clube de Duelos. Isso ajudou bastante durante os NOMs e os NIEMs, principalmente nas partes de DCAT, já que os professores de DCAT de Hogwarts trocavam praticamente todo ano, mal pude aprender nas aulas, era um pior que o outro, Dumbledore precisa arrumar isso logo.

— Você teve sorte por ter sido da Corvinal, Emily. Queria que Flitwick fosse Diretor da minha casa. Não que eu não gostasse da Professora Sprout, ela era um anjo, mas Herbologia era horrível, só decorei a matéria dela para ser um Auror, mas provavelmente mesmo hoje em dia se me jogarem uma mandrágora é bem capaz de eu morrer. A aula de Feitiços era divertida, mas as aulas para o Clube de Duelos que o Flitwick dava eram incríveis. - Disse Theo, que parecia estar divagando sobre sua mente, se lembrando sobre seu tempo em Hogwarts.

— Mas você teve bastante azar mesmo em? - Disse ela, se virando para Noah - Nunca pensei que o Olho-Tonto ia deixar de ser dupla de Vinsken, ainda mais pra cuidar de gente da academia. Fora que eu não consigo imaginar nem o Olho-Tonto e nem o Vinsken conseguindo lidar com outra pessoa se não eles mesmos. Ainda mais depois de tanto tempo juntos e tantos feitos prendendo um monte de bruxos em Azkaban.

— Bem motivador, obrigado. - Respondeu Noah, ironicamente. - Essa mudança do Olho-Tonto foi do nada assim?

— Bem, mais ou menos, segundo ele, ele precisava "filtrar novos membros pra um possível retorno da Ordem da Fênix". - Respondeu Emily.

— Ao menos teve algo de legal hoje? - Disse Theo, querendo animar o companheiro. - Vinsken saiu com uma cara esquisita. E não é a esquisita habitual.

— Bem...tinha um Bicho-Papão lá dentro.

— Sério? Por favor me fala que ele tentou assustar o Vinsken. - Disse Theo, parecendo animado.

— Sim. Ele estava na frente na hora.

— E que forma ele assumiu? - Perguntou Emily, que, apesar de aparentar ser mais séria que Theo, não hesitou em esconder a curiosidade.

— Deve ter sido um espelho. - Brincou Theo, fazendo ambos rirem. - Ou Voldemort.

A última palavra entretanto teve um efeito contrário. Emily fechou imediatamente a cara e deu um soco forte no braço da dupla.

— AI! Por que fez isso?

— Você sabe que não deve falar esse nome!

— Já tem uns seis anos que ele sumiu! Não precisamos mais chamar ele de Você-Sabe-Quem. Tive até que responder questões sobre o tal do Harry Potter no meu NOM de História da Magia, e só tinha um ano que aquilo tinha acontecido! Aliás, eu nunca entendi o por quê de o chamarmos assim, soa muito mais respeitoso chamá-lo por uma alcunha do que por um nome. Temos um exemplo bem próximo até: Olho-Tonto. Mas então, ele assumiu a forma de Você-Sabe-Quem? - Perguntou Theo, enquanto massageava seu braço.

— Não.

— Sério? Não consigo imaginar nenhum inimigo que possa dar mais medo que Você-Sabe-Quem, ainda mais pra um Auror de respeito como Vinsken. - Surpreendeu-se Emily.

— Bem, na verdade acho que a forma que ele assumiu faz bastante sentido. Eu também teria medo se me atacasse.

— Desembucha logo o que era! - Disse Theo, já bastante curioso.

— Não era o que, era quem: era o Dumbledore.


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