Filhos da Noite 4 - Para Sempre escrita por CM Winchester


Capítulo 9
Capítulo 8 – Desconfianças




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Estava quase dormindo quando ouvi uma batida na janela. Abri meus olhos e tentei ver quem era. Para minha surpresa era quem eu menos esperava.
Levantei enrolada no edredom e fui até a janela.
— O que está fazendo aqui? - Perguntei encarando Patch. - Janela errada.
— Eu sei, mas preciso conversar com você.
— Sobre?
— Me deixe entrar.
Recuei deixando Patch passar pela janela e a fechar.
— O que você quer? - Perguntei baixinho.
— Blakley ligou dizendo que troca a adaga pelo antídoto.
— Antídoto?
— Ele disse que contaminou Nora. Não vou arriscar.
— E o que você quer aqui?
— Se Nora está contaminada, você também está. Você sabe me dizer o que tinha naquela adaga?
— Magia do mal. - Respondi o óbvio e ele respirou fundo.
Mentalmente ele pedia calma com a minha falta de noção das coisas. Eu soltei um riso pelo nariz.
— É isso o que eu sei, Patch. Achei que tinha limpado completamente Nora, mas não sei te dizer isso. Era coisa ruim. Eu sinto. - Ergui a mão mostrando minha magia oscilando entre o verde e o azul. - Está acontecendo alguma coisa dentro de mim. É como uma doença entrando no meu corpo e meus anticorpos estão tentando combate-los.
— Só que Nora não tem esses anticorpos.
— Como você vai saber se é verdade?
— Vou encontrar Blakley, Ben irá comigo. Depois te dou notícias.
— Ok.
— E cuide de Nora. Fique de olho nela.
— Sim senhor. - Bati continência e ele revirou os olhos antes de sair pela janela.
Mentalmente ele se perguntava como Ben me aguentava.
Essa era uma boa pergunta.
No domingo acordei mais tarde, mas meu corpo estava tremendo. Era como se eu acordasse de um pesadelo. Mas não por causa disso. Meu corpo tremia por causa da magia. Assim que empurrei o edredom para longe de mim olhei para o meu corpo.
Ele tinha uma cor oscilando do verde para o azul. Era muito estranho de se ver. Eu estava brilhando como uma luz fosforescente. Abri a porta e espiei o corredor.
Vazio.
Corri para o banheiro e liguei o chuveiro no frio mesmo. Me coloquei embaixo dele e deixei a água praticamente congelar meu corpo. Desliguei o chuveiro sentindo meu corpo gelado, eu tremia de frio.
Mas minha pele tinha voltado a cor normal. Liguei o chuveiro no quente de novo e tomei um banho de novo. Senti o choque elétrico das temperaturas, mas não tive reação alguma.
Voltei para o quarto enrolada na toalha.
Vesti uma calça de moletom azul, um top preto, cropped branco soltinho e meu tênis Nike. Desci as escadas e fui para a cozinha.
— Nora ainda está dormindo? - Perguntei a Blyte.
— Sim. Você está bem? Esta com olheiras!
— Estou bem. Talvez tenha dormido pouco. - Dei de ombros e agarrei uma torrada.
Passei geleia de morango enquanto via Marcie dar telefonemas para meio mundo.
— Quer ajudar?
— Ajudar no que?
— Estou convidando as pessoas para a festa a fantasia. Seria ótimo se você ajudasse.
— Eu nunca disse que concordava com a festa.
— Muito obrigada. - Ela resmungou. - Você tem um par pelo menos?
— Não é da sua conta. - Respondi antes de levantar.
Passei pela sala e fui até Blyte.
— Vou para a fazenda. - Beijei sua bochecha antes de sair.
Eu não fui para a fazenda como disse. Fui dar uma volta pela cidade. Passei pela pista de skate e resolvi fazer algumas manobras para esquecer um pouco os problemas.
— Então é aqui que você se encontra. - Lancei um olhar para Dante.
Ele estava de braços cruzados me observando ao seu lado uma garota de cabelos castanhos escuros.
— O que você quer? - Perguntei apoiando o pé no skate o fazendo ficar erguido para pega-lo.
— Nicolle Crawford. - A garota falou me encarando. - É um prazer em conhece-la. Ouvi muito sobre você.
— Só coisas boas. - Debochei e ela sorriu.
— Na verdade sim. Sou Amélia Matarezzo.
— Matarezzo? Igual a ele?
— Ela é minha irmã mais nova.
— Então você é uma Filha de Lilith também?
— Infelizmente não. Somos irmãos por parte de pai. - Ela explicou.
— E foi ele que falou de mim para você?
— Sim. - Ela respondeu.
— Ah, agora concordo que seja coisa boa. Seu irmão está obcecado por mim.
— Engraçadinha. - Ele murmurou. - Pode me ajudar a rastrear os Anjos Caídos?
— Na verdade não.
— Achei que você tinha uma ligação com eles.
— Assim como tenho com os Nephilim. E mesmo assim não consigo rastreá-los tão pouco. E outra coisa não é você que tem o endereço de Caroline. Ela lidera o exército de Anjos Caídos.
— Ela não lidera coisa alguma. Está escondida e com medo. Ela traiu sua raça. Essa conversa já era para ter acontecido a muito tempo, mas você não quis me procurar.
— O que você quer?
— Se você encontrar os Anjos Caídos eu entrego o endereço de Caroline para você.
— Por que você não vai atrás dela?
— Ela é insignificante e por muito tempo nos ajudou. Tenho meu código de conduta.
— Isso eu duvido. Qual é?
— Ela pediu que eu jurasse não matá-la.
— Mas isso não quer dizer que você não possa entrega-la para a morte. - Falei e ele sorriu. - Colocaram fogo no esconderijo do meu pai. Perguntei a ela. Ela tem mais informações que eu.
— Na verdade não tem. Mas acho que sua magia pode encontra-los.
— Por que você quer encontra-los afinal?
— Quero saber o que eles estão planejando.
— Por favor, há milhares de Anjos caídos a nossa volta. Pegue um e faça o falar. Ou melhor, toque suas cicatrizes, elas contém lembranças.
— Eu já sabia dessa informação.
— E o que está esperando para agir então?
— Obrigado pela grande ajuda.
— As ordens. - Sorri depois fiquei séria. - Me dê o endereço dela.
— Pergunte ao Ben. Ele sabe muito bem onde ela está escondida.
— Isso é mentira.
— Será? - Ele sorriu e se afastou com a garota.
Fui para a fazenda e Ben estava me esperando com um frasco.
— O que é isso?
— O antídoto para o devilcraft. Com certeza já deve ter saído da sua corrente sanguínea e você já pode tomar.
— Infelizmente não saiu. - Ergui minha mão mostrando a magia oscilando do verde para o azul. - E não sei quando vai sair.
— O devilcraft já deve ter deixado seu corpo. Ele não fica por muito tempo.
Peguei o frasco e o cheirei. Não tinha odor algum. Bebi até a última gota depois abri minha mão vendo ainda a luta das magias.
— Eu disse que não ia funcionar. Isso faz parte de mim assim como minha magia.
— E o que vai acontecer agora?
— É uma luta interna, Ben. Eu não a controlo. Elas estão lutando entre si. Tenho que me preocupar só quando uma delas prevalecer.
Estava distraída conversando com Ben quando Patch estacionou sua moto ao lado da moto de Ben.
— Funcionou? - Patch perguntou e Ben estalou a língua.
— Eu vou arrancar as asas de Pepper e jogá-lo no inferno por isso.
— Você não pode fazer isso, vai arrumar briga com os arcanjos. - Falei.
— Eu não ligo. Ele te contaminou.
— Eu me contaminei, Ben. Eu fiz isso por escolha minha para ajudar Nora.
— E acho que ela não está se ajudando. - Patch falou.
— Como assim? - Perguntei.
— Ela está estranha e sinto que está mentindo e escondendo algo de mim. Tem ideia do que seja?
— Não. Estou mais inclinada a procurar por Caroline. E falando nisso. - Encarei Ben. - Se você souber onde ela está e não me contar, juro por tudo que é mais sagrado que nossa relação acaba aqui. Você está mentindo para mim?
— Quem falou disso para você?
— Isso é importante?
— É bastante importante. Você está confiando em alguém que não seja eu. Quem é?
— Eu confio em você, mas quero ter a certeza que não estou enganada.
— Você não está enganada. Já procurei Caroline nos endereços onde ela se escondia. Estão vazios.
Invadi sua mente coisa que eu nunca achei que seria preciso. Mas não encontrei nada lá além do silêncio. Voltei a mim e fiquei encarando ele.
— Vou confiar em você.
— Foi o Dante não é?
— Aquele desgraçado está plantando coisa na cabeça de você e Nora. - Patch falou. - Ela vai ir para guerra. Vai liderar os Nephilim contra os Anjos Caídos. E ela não está pronta para isso.
— Ela te falou isso?
— Todas as palavras.
— Ok. Talvez Dante esteja mesmo plantando desconfianças em nossas mentes, mas ela precisa ir para a guerra. Vocês ou os Arcanjos gostando ou não. Ela precisa ir. E eu irei com ela se for preciso.
— Vai lutar contra Anjos Caídos?
— Vou lutar ao lado de Nora não importa contra quem seja. - Respondi. - E outra coisa, isso já passou dos limites... o que eles fizeram aquela noite no  Boca do Diabo foi repugnante. Não vou defender uma raça que faz algo assim.
— Você e Nora precisam pensar com clareza. - Patch falou.
— Meus pensamentos estão claros como água, mais claro que isso impossível. - Debochei e ele colocou a mão na nuca encarando Ben que estalou a língua.
— Você está consumida por essa magia.
— Bom, eu não posso fazer nada agora sobre isso. Já tentei tira-la de mim. Já tomei o antídoto. Agora é esperar.
— Esperar e o que mais? Deixar que talvez a magia do mal ganhe. Que você se torne das trevas?
— Se liga, eu já sou das trevas. Sou filha de Lility. Sou uma Filha da Noite.
— Você que precisa se ligar. Você é uma pessoa boa. Não pode deixar isso te levar.
— Agora já foi. Isso uma hora ou outra iria acontecer. Eu vou mandar Caroline para o inferno.
Eu estava mais que determinada a fazer isso.


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