Filhos da Noite 4 - Para Sempre escrita por CM Winchester


Capítulo 8
Capítulo 7 – Magia




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Ben ligou para Patch.
— Perdemos ele. - Ben falou. - E Nora?
— Ela está em coma. Não consigo alcança-la. Traga Nikki aqui.
— Já estamos indo. E Marcie?
— Alterei a mente dela e fiz Dabria a levar para casa.
— Dabria? Desde quando confia em Dabria?
— Estou meio sem opções. Podem vir rápido? - Ben desligou e me encarou.
Nós voltamos correndo para a escola e Ben assumiu o volante do Skyline. Ele dirigiu até um prédio e o encarei confusa.
— Patch não mora embaixo do Delphic?
— Morava. Ele se mudou.
Nós entramos no apartamento de Patch que estava nos esperando. Ele nos conduziu até o quarto e eu encontrei Nora. Ela estava toda azul.
— Não consigo acessar a mente dela. - Patch falou. - Por favor, me diga que você pode fazer algo?
— Eu não sei. - Sentei na cama e olhei a ferida ainda aberta.
— Como não sabe? Você é uma bruxa! - Ele gritou e Ben o encarou furioso.
— Magia negra não é o meu departamento. - Resmunguei o encarando furiosa. - Baixa a bola, Patch! Estou tão preocupada quanto você.
— Desculpe. - Ele murmurou sentando na cama e colocando as mãos na cabeça.
Lancei um olhar para a ferida e mordi o lábio.
Ele tinha razão, eu era uma bruxa. A magia fazia parte de mim. Esse era um caminho sem volta. Coloquei meus dedos na ferida sabendo que por dentro ela sentiria.
Fechei os olhos e forcei a magia a sair do corpo dela. Senti ela penetrando meu corpo e duelando com minha magia. Era o bem contra o mal.
Eu não sabia o que isso faria com o meu corpo. Mas não podia parar e pensar nas consequências.
Quando finalmente o corpo de Nora estava livre da magia eu senti o meu mole, Ben me agarrou antes que eu atingisse o chão.
— Nikki? - Ele perguntou.
— Estou bem. Me leve para a casa da fazenda.
— O que está acontecendo?
— Preciso colocar essa magia para fora do meu corpo. - Ele me ergueu nos braços.
Quando cheguei a casa da fazenda ele me ajudou a descer as escadas para o porão. O movimento na casa chamou a atenção dos moradores que levantaram e vieram atrás.
Sentei no chão e coloquei minhas mãos abertas ali. Senti a magia saindo de mim, fechei os olhos e deixei.
Quando acabei meu corpo caiu no chão e deixei que meus olhos se fechassem.
Acordei com o sol batendo no meu rosto e um corpo deitado ao meu lado. Lancei um olhar para Ben que estava virado para mim. Toquei seu rosto e ele abriu os olhos.
— Como você está?
— Estou bem.
— Viktor está preocupado. O que você fez foi loucura.
— Eu sei, mas não tinha escolha.
Ele segurou minha mão e beijou meus dedos.
— Não faça isso de novo. Vai corromper sua alma, Nicolle. Não posso perde-la.
— Eu estou bem. - Falei antes de me inclinar e beija-lo.
Puxei seu corpo para cima do meu.
Nora ligou algumas horas depois.
— Como você está? - Perguntamos juntas.
— Estou bem. - Respondemos juntas.
— Tarefa de sábado. Limpar o quintal. Minha mãe quer saber de você.
— Estou na casa da fazenda. E já estou indo ai.
— Ok. - Ela desligou e encarei Ben.
— Tenho que viver uma vida humana e sem graça também. - Ele sorriu antes de me beijar.
Vesti uma calça de moletom cinza, um cropped larguinho preto com capuz e calcei meu tênis da Nike. Fiz uma trança e dirigi até a casa de Nora.
Quando cheguei no quintal Nora veio me abraçar.
— Está bem mesmo? - Perguntamos juntas.
— Estou bem, Nora. Não se preocupa. E você?
— Estou bem também. - Ela sorriu. - Hoje enquanto Dante e eu estávamos treinando vimos alguns Anjos Caídos nos espionando.
— Na floresta?
— Sim. - Ela respondeu e mordi o lábio. - Vamos trabalhar.
Estávamos na metade do jardim quando um carro estacionou na rua. Scott desceu do carro.
— E ai, Grey? Crawford? - Ele pegou as luvas que estava no bolso de trás do jeans e as colocou. - Eu vim ajudar. Coloque-me para trabalhar. Eu sou seu escravo por um dia. Tudo bem que quem deveria estar aqui é o seu garoto, Dante.
— Eu não entendo. Como você ficou sabendo sobre a limpeza do jardim? - Nora perguntou apoiada no seu arado.
— Quem mais seria? - Debochei passando a mão na testa.
— Pela sua nova melhor amiga. - Scott respondeu.
— A Marcie te recrutou? - Nora perguntou.
— Ela disse que precisava de ajuda com as tarefas. Ela é alérgica e não pode trabalhar fora de casa.
— E fui ingênua o suficiente para pensar que ela realmente iria ajudar.
— Não sei quem foi mais ingênuo: ele por acreditar nessa mentira da Marcie ou você por acreditar que aquela preguiçosa fosse ajudar. - Debochei.
Scott pegou as outras ferramentas e veio nos ajudar.
— Vamos fazer uma grande pilha e jogar nela. - Scott propôs e eu sorri.
— Isso não ajudaria em nada. - Nora falou e Scott sorriu dando um tapinha no ombro dela.
— Mas seria divertido. - Ele falou.
Marcie saiu para a varanda e sentou nos degraus cruzando as pernas.
— Oi, Scott.
— Hey.
— Obrigada por vir ao meu resgate. Você é meu cavalheiro de armadura branca.
— Oh, vômito. - Nora falou revirando os olhos.
— A qualquer hora. - Scott falou. - Eu não podia recusar atormentar a Grey. - Ele colocou um monte de folhas dentro da camiseta dela.
— Hey! - Nora gritou antes de pegar algumas folhas e jogar nele.
Ele foi rápido em jogar Nora no chão espalhando as folhas por todo o lado. Ele começou a encher a camiseta e os bolsos da calça dela de folhas. Eu apoiei as mãos no arado e fiquei observando a cena enquanto ela não conseguia parar de rir.
— Scott. - Nora falou.
— Arrumem um quarto. - Marcie resmungou.
Scott finalmente soltou Nora.
— Que pena que você tem alergia. - Nora falou. - Limpar o quintal pode ser muito divertido. Eu me esqueci de mencionar isso? - Ela fuzilou Nora com o olhar depois entrou dentro de casa.
Ergui a mão e Nora deu um tapa.
— Um ponto para a Grey. - Debochei. - Agora voltar ao trabalho!
— Sim, senhorita. - Scott bateu continência e depois sorriu.
— Idiota!
Colocamos as folhas em sacolas de lixo laranjas fazendo-as parecer abóboras e deixamos enfeitando o pátio. Entramos para comer algo. Enquanto eles tomavam leite eu peguei uma xicara de chá. Comemos os biscoitos de chocolate com menta que Blyte tinha feito.
— Acho que deveríamos fazer uma festa de Halloween aqui. - Marcie falou.
— Não se ofenda, mas essa família não é muito fã de festas. - Nora falou.
— Acho que é uma ideia maravilhosa, Marcie. - Blyte falou. - Não temos feito muitas festas aqui desde que Harrison morreu. Posso passar na loja de fantasias mais tarde e ver o que eles tem de decoração.
Nora lançou um olhar para Scott e eu. Nós dois demos de ombros em sincronia.
— Pode ser legal. - Scott falou.
— Você tem um bigode de leite. - Nora falou e passou a mão limpando depois esfregou no braço dela. - Eeee! - Ela gritou o empurrando.
— Acho que deveríamos ter um tema. - Marcie falou. - Como casais famosos da história e pedir para todos virem em casais.
— Isso já foi feito antes. - Nora falou. - Tipo um milhão de vezes!
— O tema deveria ser um personagem favorito dos filmes de Halloween. - Scott falou sorrindo.
— Sério. Voltem pra cá. Todo mundo... Se acalmem! - Nora falou erguendo as mãos. - Mãe, você se dá conta de que teríamos que limpar toda a casa né? - Blyte riu.
— A casa não está suja, Nora.
— Vai ser "traga sua própria cerveja" ou nós vamos bancar? - Scott perguntou.
— Nada de cervejas. - Blyte e Nora falaram juntas.
— Bom, eu gosto da ideia de casais famosos. - Marcie falou. – Scott, deveríamos ir juntos.
— Poderia ser Michael Myers e você uma das babás mutilada?
— Não. Iremos como Tristão e Isolda.
Nora mostrou a língua.
— Uma forma de ser original. - Ela debochou.
— Bom, oi, pequena senhorita feliz. - Scott falou.
— Vamos juntas a loja de fantasias, senhora Grey. - Marcie falou. - E depois poderíamos passar pela papelaria pra gente comprar convites. Quero uma coisa horripilante e festiva, mas também sentimental. - Ela balançou os ombros. - Isso vai ser muito divertido. - Ela gritou.
— Quem você vai convidar pra festa, Nora? - Blyte perguntou e Nora pressionou os lábios.
Marcie sorriu.
— Anthony Amowitz tem uma queda por você.
— Oh, me conta mais sobre esse Anthony. - Blyte falou.
— Ele estava na nossa turma de educação física ano passado, toda vez que jogávamos Softbol, ele jogava como recebedor e ficava olhando de boca aberta para as pernas de Nora o tempo todo enquanto dava as rebatidas. Ele não pegava nenhum lançamento de tão distraído que estava.
— Nora tem umas pernas lindas.
Nora ergueu o polegar apontando para a escada.
— Vou pro meu quarto bater a cabeça na parede algumas milhares de vezes. Qualquer coisa é melhor do que isso.
— Você e Anthony poderiam ser Scarlett e Rhett. - Marcie gritou. - Ou Buffy e Angel. E Tarzan e Jane?
— E você, Nicolle? - Blyte perguntou. - Vai chamar o Tyler?
— Não... Eu... Estou com o Ben, tia Blyte.
Ela segurou o sorriso por um segundo depois desanimou.
— Por que ele não tem vindo?
— Por que sabe que não é bem-vindo.
— Eu nunca disse que ele não poderia vir aqui.
— Mas ele sabe que a senhora não gosta muito dele. Eu vou subir também. Quero tomar um banho.
Quando cheguei no quarto encontrei Nico nele. Fechei a porta rapidamente.
— O que está fazendo aqui?
— Você saiu e não conversamos direito. Como você está?
— Estou bem.
— Viktor está preocupado. Você não podia ter feito aquilo!
— Eu não tinha muita escolha, Nico.
— Sua magia foi contaminada agora, Nikki. Você não é completamente pura.
— Eu não me importo com isso, Nico.
— Mas devia! Isso vai afetar muito você agora.
— Eu estou bem.
— Eu sei, mas você tem que entender que existem duas magias dentro de você agora.
— Eu liberei ela.
— Não. Sempre ficará um pouco de resíduo em você. Elas estão ligadas agora.
Sentei na cama e o encarei. Pela primeira vez a preocupação estava tomando conta de mim.
— O que pode acontecer?
— Uma delas vai ter que predominar no seu corpo. Temos que torcer para que a magia boa consiga ganhar essa batalha.


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