Filhos da Noite 4 - Para Sempre escrita por CM Winchester


Capítulo 12
Capítulo 11 – Suspeitas




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Parece que foi a melhor noite da minha vida. E talvez era por que eu me sentia bem melhor depois de ter feito aquilo com Caroline.
Vesti um short jeans com suspensório, camiseta decote canoa marrom de mangas compridas e bota de montaria da mesma cor. Na cozinha encontrei com Blyte, mas ela agiu normalmente e eu também.
Nora estava estranha, então assim que Blyte se afastou eu aproveitei para perguntar.
— O que aconteceu?
— Dante disse que Patch e Dabria foram vistos juntos.
— Desde quando Dante cuida da vida do Patch?
— Desde que ele colocou espiões para olhar os Anjos Caídos. E todos respeitam muito Patch e Ben. Estão no topo da lista.
— Eu já esperava por isso. E você está preocupada com isso?
— Ele vai enviar as fotos de tarde.
— Nora, seja o que tiver nessas fotos...
— Eu quero vê-las.
— Certeza? - Ela assentiu. - Ok. Qualquer coisa me fala.
— Obrigada.
— Estou procurando uma companheira de compras para hoje, depois da escola. - Marcie falou. - Sempre saio para fazer compras as quintas à tarde. É como um ritual.
— Quer dizer uma tradição. - Nora corrigiu.
— Preciso de um novo casaco pro outono. Algo quente e de lã, mas elegante.
— Obrigada pela oferta, mas tenho muito exercício de trigonometria para fazer.
— Ah vamos. Você não fez tarefa a semana toda por que começar agora? E eu realmente preciso de uma segunda opinião. É uma compra importante. E justo quando você estava começando a agir com naturalidade. - Nora levantou e colocou a taça de cereal na geladeira.
— As adulações sempre me convencem.
— Vamos Nora, não quero discutir. Só quero que você venha fazer compras comigo.
— E eu quero passar em trigonometria. E ainda por cima estou de castigo.
— Não se preocupe, já falei com a sua mãe. Ela teve tempo para se acalmar e voltar a razão. Você não está mais de castigo. Vou esperar por 30 minutos depois da aula. Isso vai dar tempo suficiente para você terminar trigonometria.
— Você está brincando com a mente da minha mãe?
— Sabe o que eu acho? Que você está com ciúmes de que sua mãe e eu estejamos unidas.
— Não é só matemática Marcie. Também preciso pensar. Sobre o que aconteceu a noite e como prevenir para que não aconteça outra vez. Não vou jurar fidelidade. E não quero que mais Nephilim façam isso também.
— Você é igual ao meu pai. Só por uma vez deixe de ser tão...
— Nephilim? Um fenômeno anormal e um acidente da natureza? Focada? - Nora perguntou e Marcie apertou as mãos bem forte depois ergueu o queixo.
— Sim. Um mutante, um monstro, um fenômeno. Como eu. - Marcie retrucou e Nora ergueu as sobrancelhas.
— Então isso é tudo? Finalmente vai aceitar o que você é? - Nora perguntou e Marcie sorriu minimamente.
— Bom, sim.
— Eu gosto mais dessa versão de você.
— Gosto mais dessa versão de você. - Marcie levantou. - Temos um chamado para ir a compras ou o quê?
Eu não conseguia acreditar que estava vendo Nora e Marcie se dar bem. Era quase irreal. Mas eu estava vendo com os meus próprios olhos.
Aproveitei para dar uma volta pela cidade. Eu precisava disso. Um tempo sozinha. De paz e sossego.
Assim que cheguei em casa ouvi os pensamentos de Nora. Ela tinha recebido as fotos. Passei por Marcie e Blyte e subi as escadas correndo. Com um pouco de magia a porta do banheiro abriu e eu entrei depois ela se fechou.
Nora estava sentada no chão.
— Nora?
— Eu recebi as fotos! Dabria estava beijando Patch. E ele não ofereceu resistência.
— Nora eu falei... - Me calei ao ver a garrafa ao seu lado. - O que é isso?
— Devilcraft.
— Você anda bebendo isso? Você é louca! - Falei pegando a garrafa do chão.
Estava vazia.
— Isso me deixa bem.
— Isso é uma droga Nora. Te deixa viciada.
— Eu faço o que quiser da minha vida! - Ela praticamente gritou e eu coloquei a mão na boca dela.
— Tem gente aqui lembra? Sua mãe não precisa saber disso. Nem Marcie.
— Patch estava beijando Dabria. - Respirei fundo.
Ok, eu já tive minhas desconfianças de Ben também. Então eu tinha que entender o lado dela nisso tudo.
— Quero ver as fotos.
Ela me entregou o envelope e eu abri. Olhei as fotos e fiquei parada de joelhos. Tinha algumas que ele estava conversando com Ben. E por último as dele com Dabria. E sim eles estavam se beijando.
Apertei a ponta do nariz tentando pensar em algo para falar. Alguém bateu na porta.
— Nós temos que dividir o banheiro lembra? Tenho a bexiga do tamanho de um esquilo. - Marcie falou.
Segurei Nora pelo braço e a ajudei a ficar em pé. Abri a porta e saímos para o corredor ignorando Marcie.
— Você está bem? - Marcie perguntou.
— Eu não quero falar sobre isso.
— Ei espera aí. Nora? Você está chorando? - Nora passou a mão no olhos e viu que estava mesmo chorando.
— Eu vou sair. Você pode me acobertar? Posso não chegar pro toque de recolher.
Ela entrou no quarto e eu a segui.
— Vou com você.
— Não. Eu tenho que fazer isso sozinha.
— Ok. - Murmurei.
Dei espaço a ela e fui para o meu quarto. Me joguei na cama e peguei meu caderno. Fazia muito tempo que eu não fazia dever de casa ou algum trabalho. Mas logo desisti. Fechei os olhos sentindo o travesseiro tão confortável.
Quando Nora voltou ela bateu no meu quarto a noite e eu me arrastei para fora da cama.
— Nora, eu tive uma noite longa ontem. - Murmurei e ela entrou no quarto fechando a porta.
— Vou sair com o Scott no sábado. Vamos encontrar Pepper. Queria te levar, mas não posso.
— Por que eu vou estragar tudo arrancando as asas dele? - Debochei e ela sorriu.
— Tipo isso. Mas queria te pedir uma coisa.
— O que?
— Não conta a ninguém sobre aquilo.
Não precisei perguntar para saber do que ela estava falando.
— Me prometa que vai parar de tomar então.
— Nikki aquilo me deixa mais forte e...
— Não interessa, Nora. Aquilo é ruim. Vai fazer mal para você. Tem que me prometer que vai parar. Se você está mentindo para alguém sobre uma coisa é por que aquela coisa é errada. - Ela suspirou.
— Está bem. Eu vou parar.
— Espero não me decepcionar com você quanto a isso, Nora. Por que se eu descobrir que você está bebendo aquilo ou tentando mexer na minha memória a coisa vai ficar seria.
— Ok. Eu vou parar. O que você fez ontem à noite?
— Mandei Caroline para o inferno.
— O que? - Ela perguntou. - Como você fez isso?
— Sou uma filha de Lilith. Filha da noite. Puro sangue. Posso abrir um portal e mandar quem eu quiser para o inferno.
Na verdade não era tão simples quanto parecia. E a magia do mal em meu corpo ajudou e muito quanto a isso.
Na noite de sábado estava na fazenda quando Nora me ligou.
— Preciso de você. - Ela falou e eu larguei o livro na mesa.
— Pode falar.
— Conseguiu ver alguma coisa na mente de Pepper?
— Não. Nada. - Respondi olhando para o chão onde eu estive concentrada minutos antes.
Enquanto Nora e Scott iam encontrar Pepper. Me mantive lá observando a mente de Pepper. Mas como ele tinha feito o juramento ao seu chantagista é claro que nem a mente dele não me mostraria quem ele era. E essa pessoa é esperta por que sabe que pode passar por mim.
— Vamos encontrar o chantagista de Pepper no cemitério. Quero que venha com nós. Chame Nico, Tyler e Ben.
— Vamos dizer que nenhuma das 3 opções estão disponíveis para mim.
— Por que?
— Não quero falar sobre isso. Eu vou até vocês ou vocês vem até mim?
— Nós passamos ai.
— Ok. - Desliguei o celular.
Subi as escadas correndo e fechei a porta do porão vendo ela se trancar.
Nico tinha saído para se divertir com uma garota, Tyler estava tocando com a sua banda e Ben estava por aí como sempre. Desde que mandei Caroline para o inferno eles não quiseram trocar muitas palavras comigo.
E eu não insisti.
Scott estacionou em frente à fazenda e entrei no carro. Nora estava com uma espingarda.
— Você não conseguiu ver a mente dele mesmo?
— Não. O que me deixa intrigada quem quer que seja sabe de mim e sabe que pode passar por mim.
— Eu tenho minhas suspeitas. - Nora murmurou.
— Ela não é tão esperta assim. - Murmurei. - Posso apostar que é outra pessoa.
— Que pessoa seria essa? - Nora perguntou.
— Esta ai a questão, não sei. Mas hoje vamos descobrir.
Scott dirigia pela cidade com as duas mãos no volante era óbvio que ele estava nervoso.
— Nervoso? - Nora perguntou a Scott.
— Não me insulte Grey. - Ele sorriu.
Claro que ele relaxou mais quando Nora me chamou.
— Então o que está acontecendo entre você e Vee?
— Não fique toda amigável comigo.
— É uma pergunta válida.
— Não sou o tipo de cara que beija e sai por aí contando.
— Então vocês já se beijaram. Algo mais que eu deva saber?
— Absolutamente não. - Estávamos chegando no cemitério. - Onde você quer que eu estacione?
— Aqui mesmo. Vamos caminhando pelo resto do caminho. - Nora falou e Scott assentiu.
— Um monte de árvores. Bom para se esconder. Você vai ficar no estacionamento de cima?
— Com vista do alto. Patch vai estar estacionado na porta sul. Não vamos te deixar fora de nossas vistas.
— Vocês duas não vão.
Ele sabia que não podia contar com Patch.
Descemos do carro e Scott puxou o capuz ficando meio curvado.
— Como estou?
— Como o gêmeo de Pepper, perdido a muito tempo. Lembre no momento que o chantagista entrar no mausoléu você algema ele com o chicote. Vou ficar esperando sua ligação. - Scott deu um soco em nós duas e correu pelas portas do cemitério.
Nora ligou para Patch, mas ele não atendeu.
— Scott entrou. Vamos para o nosso posto. Me ligue no momento em que receber isso. Preciso saber se você está na sua posição. - Ela desligou.
Encarei Nora que me devolveu o olhar.
— Patch não me atendeu. Isso é estranho. - Mordi o lábio.
Nora e eu caminhamos costa a cima pelo estacionamento em uma clina onde tinha vista para o cemitério. Ficamos escondidas em posição.
— Não consigo falar com Scott daqui. - Ela murmurou.
Franzi a testa tentando alcançar o lugar.
— Não consigo. Tem algo me bloqueando. - Murmurei. – Nora, é um Filho da Noite.
— O que?
— Quem está ameaçando Pepper é um Filho da Noite!
— Mas Nico e Tyler...
Antes que eu pudesse falar minhas suspeitas ouvi um rosnado. Olhei para o cachorro preto rosnando para nós.
Foi um segundo para eu pensar em agir no mesmo momento em que algo se chocou contra minha cabeça e cai no chão sentindo minha visão ficando escura.


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