Filhos da Noite 4 - Para Sempre escrita por CM Winchester


Capítulo 13
Capítulo 12 - Basta você querer ser boa




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Ouvi o barulho de rosnados e vozes ao mesmo tempo que tentava recuperar a lucidez. Abri meus olhos vendo o cachorro atacar Dante.
O cachorro levou o chicote para Nora que foi até Dante e o virou de barriga para cima. Levantei do chão sentindo tudo ficar meio estranho. Demorei um segundo para entender que estava zonza vendo tudo em dois até minha visão se focalizar melhor.
O sangue escorria da minha cabeça para o pescoço descendo para a roupa. Fui até Nora sabendo que o chicote estava fazendo mal a ela enquanto amarrava Dante.
— Deixe comigo. - Falei me ajoelhando e puxando o chicote que não fazia efeito algum em Dante.
A magia do devilcraft no chicote não o feria. E nem me feria. Por que ambos estavam consumidos por ele. Nora chutou as costelas dele.
— É melhor que as primeiras palavras que saiam da sua boca sejam uma explicação. - Nora falou e ele sorriu.
— Não sabia que era você.
— Se não quer falar comigo vou te entregar ao Patch. Você e eu sabemos que dessa forma vai ser muito mais desagradável.
— Patch. - Ele riu. - Chama ele. Vai em frente. Veja se ele te responde.
Lancei um olhar para Nora.
— O que você quer dizer?
— Solte as minhas mãos e talvez eu te diga com riqueza de detalhes o que fiz com ele. - Nora acertou um tapa na cara dele.
— Onde está Patch?
— Você quer saber o que eu fiz ao Patch... Ou ao Patch e ao Scott?
Nora me lançou um olhar.
— Não posso acessar a mente dele por que ele é um Filho da Noite também Nora. - Falei.
— Você está chantageando Pepper Friberg. Isso é o que está fazendo aqui no cemitério não? Não se incomode em responder. É a única explicação que faz sentido.
— Vou falar quando você desatar as minhas mãos.
— Por que fez isso? Por que chantagear Pepper? Por quê? - Nora gritou e ele continuou em silêncio.
— Desamarra as minhas mãos, Nora. Não vou te machucar. Preciso que você se acalme isso é tudo. Queria falar e te explicar o que estou fazendo e porquê.
— Patch ou Scott estão machucados?
— Não. Os amarrei da mesma maneira que você me amarrou. Estão irritados pelo pouco que vi, mas ninguém está em perigo imediato. O devilcraft não é bom para eles, mas pode durar um tempo mais sem efeitos negativos.
— Então vou te dar exatamente 3 minutos para responder as minhas perguntas antes de ir atrás deles. Se não responder minhas perguntas satisfatoriamente nesse período chamarei os coiotes. Eles têm sido um estorvo por esses lugares, comendo gatos e cachorros domésticos pequenos, sobre tudo com o inverno se aproximando e os alimentos ficando escassos. Mas tenho certeza de que você assistiu os noticiários. - Dante bufou.
— Do que você está falando?
— Posso falar com a mente dos animais, Dante. O que explica o cachorro que te atacou exatamente no momento que precisei. Tenho certeza de que os coiotes não se importariam com um lanche fácil. Não posso te matar, mas isso não quer dizer que não possa fazer que você se arrependa de ter cruzado o meu caminho. Primeira pergunta, por que está chantageando Pepper Friberg? Os Nephilim não brincam com os arcanjos. - Dante fez careta tentando se virar.
— Não pode desamarrar o chicote para que possamos ter uma conversa civilizada?
— Você jogou a civilização pela janela no momento em que tratou de me estrangular.
— Vou precisar muito mais do que 3 minutos para te explicar o que está acontecendo.
— Comida! - Nora falou ao cachorro preto.
Nora deu um passo para trás e o cachorro atacou Dante o mordendo no braço.
— Não podia ter Pepper bisbilhotando em meus planos! - Dante falou. - Chama o cachorro!
— Que planos?
— Pepper foi enviado a terra pelos arcanjos para poder executar uma investigação sobre Blakley e eu. Porque os arcanjos suspeitavam que o devilcraft não desapareceu com o Hank e que você estava usando ele, mas eles queriam ter certeza antes de agir certo. Assim que eu precisava de uma maneira de distrair Pepper de acordo? Tira seu cachorro de mim!
— Ainda não me disse por que estava chantageando ele.
— Me dá um tempo aqui.
— Quanto mais rápido falar mais em breve darei ao meu novo melhor amigo alguma coisa para mastigar.
— Os anjos caídos precisam que Pepper encante vários objetos usando o poder do céu. Sabem sobre o devilcraft, e sabem que Blakley e eu o controlamos, assim querem aproveitar o poder do céu. Querem se assegurar que os Nephilim não tenham oportunidade de ganhar a guerra. Estão chantageando a Pepper.
— Como é que você está nessa confusão?
— Estou trabalhando para os anjos caídos. - Ele falou baixinho e Nora se inclinou mais para perto.
— Você se importaria de repetir isso?
— Estou vendido tá certo? Os Nephilim não vão ganhar essa guerra. De qualquer forma que veja, quando tudo estiver dito e feito, os anjos caídos vão sair disso com a cabeça em pé. E não só porque planejam aproveitar os poderes do céu. Os arcanjos simpatizam com os anjos caídos. Os antigos laços são profundos. Não é assim para nós. Os arcanjos consideram a nossa raça uma abominação, sempre fizeram isso. Nos querem fora e se isso significa aliar-se temporariamente com os anjos caídos para conseguir, eles farão. Só aqueles de nós que formarem uma aliança logo com os anjos caídos terão oportunidade de sobreviver.
— E o nosso exército Nephilim?
— Estão condenados. Muito profundamente você sabe. Não falta muito para que os anjos caídos realizem seus movimentos e nos empurrem para a guerra. Fiz um acordo de dar a eles o devilcraft. Eles terão os poderes do céu e do inferno e estarão respaldados pelos arcanjos. Todo o assunto vai estar acabado em menos de um dia. Se me ajudar que Pepper encante os objetos, responderei por você. Me assegurarei de que alguns dos anjos caídos de mais influência saibam que você ajudou e que é leal a causa.
Nora deu um passo para trás.
— Eu não... Toda essa revolução, foi mentira?
— Instinto de sobrevivência. Fiz isso para salvar a mim mesmo.
— E o resto da raça Nephilim? A sua irmã?
— Ela não sabe de nada, mas eu assegurei aos Anjos Caídos que não a machuquem. - Ele murmurou.
— Eles acreditam em você. Eles contam com você.
— Eles contam com você.
— Não pode fazer isso comigo. Vou te expor. Vou dizer a todos o que você realmente planeja. Não conheço tudo sobre a lei Nephilim, mas tenho bastante certeza que eles têm um sistema para se ocupar dos traidores e de alguma maneira duvido que seja judicial.
— E quem vai acreditar em você? Se discutir que você é a verdadeira traidora em quem você acha que eles vão acreditar? Tenho fotos. De você com o Patch. De você com o Pepper. Incluindo algumas suas sendo amigável com a Dabria. Vou te acusar, Nora. É simpatizante com a causa dos anjos caídos. É assim que vou te apresentar. Eles vão te destruir.
— Não pode fazer isso.
— Está caminhando por um beco sem saída. Essa é a sua última oportunidade de dar a volta. Vem comigo. É mais forte do que você pensa. Formaríamos uma equipe indestrutível. Você poderia me ser útil. - Nora riu sem humor algum.
— Oh, acabei totalmente com você me usando! - Nora pegou uma grande rocha da parede.
— Que desperdício de talento.
O chicote se soltou e ele ficou em pé.
— Você realmente achou que eu permitiria que Blakley criasse uma arma que poderia ser usada contra mim? - Ele sorriu e o chicote se lançou em nós.
Eu mergulhei para frente rolando no chão, mas livre do ataque enquanto Nora foi atingida e caia no chão.
— Acho que gostaria de saber que tenho toda a intenção de tomar seu lugar como comandante do exército Nephilim. - Dante sorriu. - Tenho o apoio de toda a raça de anjos caídos. E planejo liderar os Nephilim justo dentro das mãos dos anjos caídos. Eles não saberão o que fiz até que seja tarde.
— Você fez um juramento diante de Hank para ajudar a liderar o exército dele para a liberdade, seu idiota arrogante. Se roubar meu título, ambos veremos as consequências de romper nossos votos. A morte, Dante. Não exatamente uma complicação menor. - Nora falou e ele riu.
— Sobre esse juramento uma completa e total mentira. Quando disse isso a você pensei que convenceria você a confiar em mim. Não que precisasse fazer algum esforço. Os protótipos de devilcraft que te dei tinham feito um bom trabalho fazendo com que você confiasse em mim.
"Vamos sair daqui!" Falei em seus pensamentos. "Mande o cachorro atacar de novo!"
O chicote se balançou e a magia saiu de mim como escudo, lancei contra Dante e ergui Nora com o movimentos das mãos. Voei por cima do muro trazendo ela comigo.
Viva hoje! Lute amanhã!
Nós corremos colina abaixo depois paramos e olhamos para trás, mas não havia nenhum movimento de Dante.
Nora sentou, mas eu agarrei seus braços a erguendo do chão.
— Temos que encontrar Scott. Agora.
Corri entre as tumbas.
— Scott! - Nora gritou atrás de mim.
Abri a porta do mausoléu e estava tudo escuro. Nora se abaixou e pegou a lanterna de Scott.
Nora finalmente encontrou Scott deitado no chão. Corremos até ele e tirei o chicote que estava enrolado em seus pulsos que já tinham bolhas.
— Acho que Dante já foi, mas fique alerta. - Nora falou. - Tem um cachorro guardando a entrada... Está do nosso lado. Fique aqui até que eu volte. Preciso encontrar Patch.
— Não vi ele vindo. - Scott falou.
— Nora, vai. Eu cuido do Scott. - Ela assentiu e saiu correndo.
Consegui levantar Scott e passei seu braço pelo meu ombro.
— Você que devia se cuidar. - Ele falou. - Esse machucado está feio.
— Estou bem. Vamos!
O arrastei para fora do mausoléu e o sentei no chão do cemitério, me joguei ao lado dele e puxei o ar com força.
Nora e Patch apareceram logo depois.
— Tudo bem? - Patch perguntou se aproximando e me encarando. - Foi fundo o corte? Vou ligar para o Ben.
— Ele não quer falar comigo.
— Você está machucada. É meu dever avisa-lo.
— Estou bem, Patch. Não se preocupe.
— Ben e eu somos como irmãos, Nikki. Eu considero muito ele. E te considero também. Você é uma garota forte, inteligente e boa.
Olhei para o chão e o mordi os lábios.
— Eu já fui boa. Não sou mais. - O encarei de novo e ele riu.
— Acho que Ben nunca falou não é? Há uma bondade em você que nunca vai ser poluída pela magia do mal. Você só precisa acreditar nisso.
— Obrigada. - Murmurei.
Assim que Ben chegou no cemitério ele se apressou até nós, se ajoelhou e me abraçou contra ele.
Seus braços me ergueram do chão e ele me carregou para fora do cemitério deixando todos para trás.
Uma hora depois eu já tinha tomado um banho, tinha curativos em meu machucado e tinha comido sushi. Estava sozinha no quarto de Ben observando o enorme closet cheio de roupas masculinas e agora femininas.
— Oi. - Ben falou da porta e eu o encarei.
— Oi. - Murmurei.
Ele sentou na cama na minha frente.
— Me prometa que nunca mais vai se afastar assim. E sempre que for fazer algo perigoso vai me ligar.
— Achei que não quisesse falar comigo. - Ele segurou meu rosto entre as mãos.
— Fui todas as noites observa-la dormir.
— Por que não me acordou? Senti sua falta. - Seus lábios beijaram os meus e eu sorri entre o beijo.
— Estava te dando um tempo.
— Patch me disse uma coisa.
— O que?
Movimentei minhas mãos fazendo a magia mostrar a ele o que Patch tinha me dito. Ele riu.
— Você não acredita naquilo não é?
— Não.
— Mas é verdade. Você tem que entender que é uma pessoa boa. E nada no mundo vai mudar isso a não ser que você queira.
— Eu não quero. - Falei e ele sorriu se inclinando para me beijar.
— Ótimo. Eu te amo.
Eu controlava a magia. Controlava o que estava dentro de mim.
E eu não queria ser má. Nunca quis. Tudo que passei foi por consequências dos outros. Tudo que fiz foi movido por ódio.
Mas eu não queria mais aquilo.
Com um sorriso no rosto encarei Ben sentindo cada parte da magia do mal evaporar do meu corpo.
Beijei Ben com vontade. Com saudade.


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Notas finais do capítulo

Oie. Tem um capitulo extra em Contos da Serie Filhos da noite. Quem quiser dar uma olhada pode passar por lá. Bjs CM.



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