Almas Perdidas 2 escrita por ShadowAlexandre
Anteriormente...
Marcos e Sandra passaram pelo beco, onde foram atacados por estilhaços de vidro que caíram de uma janela após uma explosão. Eles entraram na casa em questão e conseguiram localizar e apagar o incêndio.
Depois, a dupla encontrou um homem preocupado com uma igreja em chamas. Sandra tratou de levá-lo para um local seguro, e Marcos mais uma vez conseguiu combater o incêndio.
No entanto, a garota misteriosa apareceu mais uma vez. Já sem paciência, Marcos tentou chegar perto dela, mas foi derrubado por telhas que caíram do teto da igreja. Agora ele está desmaiado...
3-1: Pesadelo
Marcos abriu os olhos. Estava caído no chão, em um lugar escuro e úmido.
— Hum... Sandra...? Cadê você...?
Ele se levantou. Foi quando percebeu que estava em uma cela de prisão.
— O quê? O que eu estou fazendo aqui...?
Sua cela estava aberta. Ele saiu empurrando as grades, e foi parar em um corredor escuro, iluminado por fracas luzes no teto.
— Isso é uma prisão... Mas... Impossível...
Ele caminhou até o fim do corredor, onde havia uma porta de madeira. Assim que a abriu, para sua surpresa, ele estava na sala de uma casa normal, limpa e iluminada.
— Eu não entendo...
Assim que pisou no belo tapete da sala, Marcos ouviu o que parecia ser um bebê rindo e uma mãe cantando uma canção de ninar. Ele resolveu seguir o barulho, até que chegou na porta de um quarto.
— Olá...? Tem alguém aí? - Perguntou a mulher, de dentro da sala.
— S... Sim... Com licença... - Respondeu Marcos.
Ele abriu a porta e viu uma mulher sentada na cama, segurando um bebê em seu colo. Mas quando ela o viu, entrou em desespero.
— Não... Não se aproxime de mim!! - Gritou ela.
— Calma, senhora, eu... Eu só quero...
— Não!! Vá embora!!
Foi então que Marcos entendeu o motivo da mulher estar tão assustada: Havia uma arma na mão dele.
— O... O quê...?! De onde veio essa arma...?
Marcos não controlava seu braço direito. Ele segurou a arma com força e apontou para a mulher. Ele não queria atirar, mas seu braço não o obedecia. A mulher começou a chorar.
.........
......
...
3-2: Em Busca de Água
— Marcos, acorde!! Você apagou!
— Hum...?
Marcos acordou. Não havia mais telhas em sua cabeça, e Sandra estava ajoelhada em frente à ele.
— Sandra...? - Disse Marcos, passando a mão na cabeça.
Sandra se levantou.
— O que houve aqui? Eu vi que você apagou o fogo, mas também foi derrubado.
— As telhas caíram...
Aos poucos, Marcos foi se levantando.
— Eu... Tive um pesadelo...
— Pesadelo? Como foi?
— Eu estava numa prisão... Depois numa casa... Tinha uma arma na minhã mão, e eu estava prestes a matar uma mulher com um bebê...
Sandra cruzou os braços.
— Não parece algo que você seria capaz de fazer...
— Não mesmo... Mas foi tão real que parecia...
A conversa dos dois foi interrompida por um bipe.
— Ah é... Eu tenho que recarregar meu tanque.
— Certo. Deve ter água em alguma casa. Vamos procurar.
Os dois saíram da igreja e voltaram para o cenário da favela.
— Parece que há água encanada nessa favela. Só temos que entrar em alguma casa e testar as torneiras. - Comentou Marcos.
Sandra foi até uma casa ao redor, aparentemente vazia. Marcos a seguiu. Ela tentou abrir a torneira da pia.
— Ei, tem água aqui!
Marcos tirou o tanque de suas costas e o colocou para encher com a água da pia.
— Vai levar um tempinho, enquanto isso eu vou falar com o Isaac.
Ele tirou um comunicador do seu bolso e o ligou.
— Alô, Capitão Isaac? Sou eu, Marcos.
Isaac estava do outro lado.
— Entendido! Já temos algumas pessoas que vocês resgataram. Bom trabalho!
— Obrigado, Capitão. Como estão as coisas por aí?
Houve uma pequena pausa.
— Os caminhões já estão controlando o fogo ao redor da favela. Parece que ele não vai atingir nenhuma outra área habitada.
— Hum, isso é bom... - Comentou Sandra.
Isaac continuou.
— Mas a nossa preocupação ainda é com o interior da favela. Parece que ainda há muito fogo descontrolado aí dentro. E então, tiveram alguma sorte encontrando a origem do incêndio?
Marcos pensou.
— Ainda não... Mas estamos trabalhando nisso.
— Entendido! Continuem o bom trabalho, e tomem cuidado!
— Certo! - Marcos desligou.
Os dois esperaram o tanque carregar.
— A propósito, Sandra... Eu vi aquela garota outra vez.
Sandra deu um leve riso.
— Isso está virando rotina. O que houve?
— Bem, ela estava na entrada da Igreja, e parecia... Zangada.
— Talvez ela não goste de nós...
— Eu não sei... Mas quando eu me aproximei, o teto desabou na minha cabeça. Eu fiquei desmaiado até você me encontrar.
O tanque terminou de encher. Marcos o pegou e colocou novamente em suas costas.
— É bom saber que podemos contar com água nas casas. - Comentou Marcos.
— Sim, vai nos poupar um trabalho imenso.
Os dois saíram da casa e voltaram a explorar a favela.
3-3: Separação
Marcos e Sandra chegaram ao final da rua em que estavam.
— Aqui tem dois caminhos... - Disse Marcos.
Eles olharam ao redor. A rua chegou ao fim, e haviam duas opções: O caminho da direita levava para uma praça. Não havia sinal de muito fogo por lá. Já a rua esquerda tinha várias casas incendiadas.
— Marcos! Tem alguém naquela praça!
Havia um pequeno vulto na praça, parecia uma criança.
— Você checa o que está acontecendo lá, tudo bem? Eu preciso apagar esse fogo antes que ele continue se espalhando.
— Entendido! - Respondeu Sandra.
Sandra tratou de correr até a praça. Enquanto Marcos preparou o tanque e a mangueira para apagar todo aquele fogo nas casas ao redor da rua.
3-4: A Criança Perdida
Sandra chegou na praça. Naquele local, ela conseguiu ver melhor o que era o tal vulto.
— Ei, é um garoto... Você está bem?
O menino parecia ter em torno de nove anos. Ele estava sentado no chão.
— Eu machuquei a minha perna tentando fugir...
— Onde estão seus pais?
— Eu não moro aqui! Só vim visitar um novo amigo, mas no caminho teve aquele fogo todo... E eu não consigo lembrar onde é a saída dessa favela...
Sandra verificou a perna esquerda do garoto. Em seguida, ela pegou seu kit de primeiros-socorros.
— É só um arranhão. Eu vou aplicar um esparadrapo e vai ficar tudo bem.
— O... Obrigado...
Após limpar o arranhão com um lenço umedecido, e aplicar o esparadrapo, ela ajudou o garoto a se levantar.
— Eu posso te guiar até a saída. Pode andar?
— Posso sim, moça. Obrigado!
— Eu me chamo Sandra. E você?
— Gabriel.
— Certo. Vamos.
Sandra guiou Gabriel até a saída da favela. No caminho ela pôde ver Marcos jogando água na janela de uma das casas. Ele já havia combatido boa parte do incêndio naquela área.
— Chegamos. A saída é logo ali, só descer essa rua. Está vendo os caminhões lá embaixo?
— Estou! Eu posso ir até lá. Obrigado, Sandra!
Ele tirou alguma coisa de seu bolso.
— Aqui, fique com isso!
Os objetos eram uma atiradeira e um pacote com algumas bolinhas de plástico.
— O que é isso? - Perguntou Sandra.
— É uma atiradeira velha. Eu usava para brincar com meus amigos de derrubar garrafas de plástico. Elas não machucam nada, fica tranquila.
Sandra pegou a atiradeira e o pacote de "munição".
— Obrigada! Os seus pais sabem que você veio aqui?
— Sim, acho até que estão vindo pra cá.
— Então, volte em segurança para casa. Lembre-se de sempre ligar pros bombeiros se algo ruim acontecer.
— Obrigado!
O garoto desceu a rua em direção aos caminhões.
3-5: As Palavras
Marcos terminou de apagar o fogo.
— Pronto... Agora é só esperar a Sandra e seguir em frente.
Ele observou a praça.
— Eu acho que vi ela acompanhando um garoto...
No momento em que Marcos se virou para trás...
— O... Você de novo?!
A garota misteriosa estava lá. Olhando para ele. Marcos se irritou.
— Eu estou me cansando disso! Escute, eu vou começar a te ignorar.
Ela não disse nada.
— Qual o seu nome?!
Até que...
— ...Caroline...
— Ok, progresso aqui! O que você está fazendo nesse lugar, Carol? Tem que vir comigo pra sair daqui!
Caroline olhou para Marcos.
— Eu não vou com você...
Marcos estranhou.
— Hã...? Por quê?
Ela olhou ferozmente para Marcos.
— Eu te odeio, Marcos Torres!!
Marcos se assustou.
— O... O quê?!
Caroline abriu os braços. Dois pilares de fogo subiram ao redor dela.
— Eu vou matar você!! - Ela disse.
— ...!!
Ela estendeu seu braço direito para frente. As chamas dos pilares voaram em direção à Marcos. Rapidamente, ele se jogou no chão. Dava pra sentir o calor do fogo passando perto dele.
— Quem... Quem é você...?! - Perguntou Marcos.
Caroline deu alguns passos em direção à Marcos.
— Eu vou acabar com isso agora... Você não vai voltar dessa missão...
No momento em que Caroline ia fazer alguma coisa... Algo voou em sua direção, atingindo sua testa. Ela perdeu a concentração. Marcos pôde notar isso porque as chamas ao redor se apagaram. O objeto era uma bolinha de plástico azul.
— Marcos!!
Marcos se virou. Sandra vinha correndo, segurando a atiradeira. Ela pegou uma pedra no chão, e a mirou na direção de Caroline.
— Essa não é de brincadeira... Eu não vou permitir que você machuque o Marcos!
Caroline fez uma cara irritada. Em seguida, ela se abaixou rapidamente e colocou sua mão no chão. Uma parede de fogo subiu em sua frente, bloqueando a passagem. Marcos respirou fundo. Sandra o ajudou a se levantar.
— Obrigado, Sandra...
— Sem problemas, mas... O que exatamente aconteceu aqui?
— Eu não sei, Sandra...
Marcos olhou para o fogo em sua frente. Não tinha como ver, mas Caroline provavelmente já estava longe.
— ...Mas eu acho que encontramos a causa do incêndio...
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