Almas Perdidas 2 escrita por ShadowAlexandre


Capítulo 3
Fogo e Caos




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/790981/chapter/3

Anteriormente...

Marcos e Sandra passaram pelo beco, onde foram atacados por estilhaços de vidro que caíram de uma janela após uma explosão. Eles entraram na casa em questão e conseguiram localizar e apagar o incêndio.

Depois, a dupla encontrou um homem preocupado com uma igreja em chamas. Sandra tratou de levá-lo para um local seguro, e Marcos mais uma vez conseguiu combater o incêndio.

No entanto, a garota misteriosa apareceu mais uma vez. Já sem paciência, Marcos tentou chegar perto dela, mas foi derrubado por telhas que caíram do teto da igreja. Agora ele está desmaiado...

 

3-1: Pesadelo

Marcos abriu os olhos. Estava caído no chão, em um lugar escuro e úmido.

— Hum... Sandra...? Cadê você...?

Ele se levantou. Foi quando percebeu que estava em uma cela de prisão.

— O quê? O que eu estou fazendo aqui...?

Sua cela estava aberta. Ele saiu empurrando as grades, e foi parar em um corredor escuro, iluminado por fracas luzes no teto.

— Isso é uma prisão... Mas... Impossível...

Ele caminhou até o fim do corredor, onde havia uma porta de madeira. Assim que a abriu, para sua surpresa, ele estava na sala de uma casa normal, limpa e iluminada.

— Eu não entendo...

Assim que pisou no belo tapete da sala, Marcos ouviu o que parecia ser um bebê rindo e uma mãe cantando uma canção de ninar. Ele resolveu seguir o barulho, até que chegou na porta de um quarto.

— Olá...? Tem alguém aí? - Perguntou a mulher, de dentro da sala.

— S... Sim... Com licença... - Respondeu Marcos.

Ele abriu a porta e viu uma mulher sentada na cama, segurando um bebê em seu colo. Mas quando ela o viu, entrou em desespero.

— Não... Não se aproxime de mim!! - Gritou ela.

— Calma, senhora, eu... Eu só quero...

— Não!! Vá embora!!

Foi então que Marcos entendeu o motivo da mulher estar tão assustada: Havia uma arma na mão dele.

— O... O quê...?! De onde veio essa arma...?

Marcos não controlava seu braço direito. Ele segurou a arma com força e apontou para a mulher. Ele não queria atirar, mas seu braço não o obedecia. A mulher começou a chorar.

.........

......

...

 

3-2: Em Busca de Água

— Marcos, acorde!! Você apagou!

— Hum...?

Marcos acordou. Não havia mais telhas em sua cabeça, e Sandra estava ajoelhada em frente à ele.

— Sandra...? - Disse Marcos, passando a mão na cabeça.

Sandra se levantou.

— O que houve aqui? Eu vi que você apagou o fogo, mas também foi derrubado.

— As telhas caíram...

Aos poucos, Marcos foi se levantando.

— Eu... Tive um pesadelo...

— Pesadelo? Como foi?

— Eu estava numa prisão... Depois numa casa... Tinha uma arma na minhã mão, e eu estava prestes a matar uma mulher com um bebê...

Sandra cruzou os braços.

— Não parece algo que você seria capaz de fazer...

— Não mesmo... Mas foi tão real que parecia...

A conversa dos dois foi interrompida por um bipe.

— Ah é... Eu tenho que recarregar meu tanque.

— Certo. Deve ter água em alguma casa. Vamos procurar.

Os dois saíram da igreja e voltaram para o cenário da favela.

— Parece que há água encanada nessa favela. Só temos que entrar em alguma casa e testar as torneiras. - Comentou Marcos.

Sandra foi até uma casa ao redor, aparentemente vazia. Marcos a seguiu. Ela tentou abrir a torneira da pia.

— Ei, tem água aqui!

Marcos tirou o tanque de suas costas e o colocou para encher com a água da pia.

— Vai levar um tempinho, enquanto isso eu vou falar com o Isaac.

Ele tirou um comunicador do seu bolso e o ligou.

— Alô, Capitão Isaac? Sou eu, Marcos.

Isaac estava do outro lado.

— Entendido! Já temos algumas pessoas que vocês resgataram. Bom trabalho!

— Obrigado, Capitão. Como estão as coisas por aí?

Houve uma pequena pausa.

— Os caminhões já estão controlando o fogo ao redor da favela. Parece que ele não vai atingir nenhuma outra área habitada.

— Hum, isso é bom... - Comentou Sandra.

Isaac continuou.

— Mas a nossa preocupação ainda é com o interior da favela. Parece que ainda há muito fogo descontrolado aí dentro. E então, tiveram alguma sorte encontrando a origem do incêndio?

Marcos pensou.

— Ainda não... Mas estamos trabalhando nisso.

— Entendido! Continuem o bom trabalho, e tomem cuidado!

— Certo! - Marcos desligou.

Os dois esperaram o tanque carregar.

— A propósito, Sandra... Eu vi aquela garota outra vez.

Sandra deu um leve riso.

— Isso está virando rotina. O que houve?

— Bem, ela estava na entrada da Igreja, e parecia... Zangada.

— Talvez ela não goste de nós...

— Eu não sei... Mas quando eu me aproximei, o teto desabou na minha cabeça. Eu fiquei desmaiado até você me encontrar.

O tanque terminou de encher. Marcos o pegou e colocou novamente em suas costas.

— É bom saber que podemos contar com água nas casas. - Comentou Marcos.

— Sim, vai nos poupar um trabalho imenso.

Os dois saíram da casa e voltaram a explorar a favela.

 

3-3: Separação

Marcos e Sandra chegaram ao final da rua em que estavam.

— Aqui tem dois caminhos... - Disse Marcos.

Eles olharam ao redor. A rua chegou ao fim, e haviam duas opções: O caminho da direita levava para uma praça. Não havia sinal de muito fogo por lá. Já a rua esquerda tinha várias casas incendiadas.

— Marcos! Tem alguém naquela praça!

Havia um pequeno vulto na praça, parecia uma criança.

— Você checa o que está acontecendo lá, tudo bem? Eu preciso apagar esse fogo antes que ele continue se espalhando.

— Entendido! - Respondeu Sandra.

Sandra tratou de correr até a praça. Enquanto Marcos preparou o tanque e a mangueira para apagar todo aquele fogo nas casas ao redor da rua.

 

3-4: A Criança Perdida

Sandra chegou na praça. Naquele local, ela conseguiu ver melhor o que era o tal vulto.

— Ei, é um garoto... Você está bem?

O menino parecia ter em torno de nove anos. Ele estava sentado no chão.

— Eu machuquei a minha perna tentando fugir...

— Onde estão seus pais?

— Eu não moro aqui! Só vim visitar um novo amigo, mas no caminho teve aquele fogo todo... E eu não consigo lembrar onde é a saída dessa favela...

Sandra verificou a perna esquerda do garoto. Em seguida, ela pegou seu kit de primeiros-socorros.

— É só um arranhão. Eu vou aplicar um esparadrapo e vai ficar tudo bem.

— O... Obrigado...

Após limpar o arranhão com um lenço umedecido, e aplicar o esparadrapo, ela ajudou o garoto a se levantar.

— Eu posso te guiar até a saída. Pode andar?

— Posso sim, moça. Obrigado!

— Eu me chamo Sandra. E você?

— Gabriel.

— Certo. Vamos.

Sandra guiou Gabriel até a saída da favela. No caminho ela pôde ver Marcos jogando água na janela de uma das casas. Ele já havia combatido boa parte do incêndio naquela área.

— Chegamos. A saída é logo ali, só descer essa rua. Está vendo os caminhões lá embaixo?

— Estou! Eu posso ir até lá. Obrigado, Sandra!

Ele tirou alguma coisa de seu bolso.

— Aqui, fique com isso!

Os objetos eram uma atiradeira e um pacote com algumas bolinhas de plástico.

— O que é isso? - Perguntou Sandra.

— É uma atiradeira velha. Eu usava para brincar com meus amigos de derrubar garrafas de plástico. Elas não machucam nada, fica tranquila.

Sandra pegou a atiradeira e o pacote de "munição".

— Obrigada! Os seus pais sabem que você veio aqui?

— Sim, acho até que estão vindo pra cá.

— Então, volte em segurança para casa. Lembre-se de sempre ligar pros bombeiros se algo ruim acontecer.

— Obrigado!

O garoto desceu a rua em direção aos caminhões.

 

3-5: As Palavras

Marcos terminou de apagar o fogo.

— Pronto... Agora é só esperar a Sandra e seguir em frente.

Ele observou a praça.

— Eu acho que vi ela acompanhando um garoto...

No momento em que Marcos se virou para trás...

— O... Você de novo?!

A garota misteriosa estava lá. Olhando para ele. Marcos se irritou.

— Eu estou me cansando disso! Escute, eu vou começar a te ignorar.

Ela não disse nada.

— Qual o seu nome?!

Até que...

— ...Caroline...

— Ok, progresso aqui! O que você está fazendo nesse lugar, Carol? Tem que vir comigo pra sair daqui!

Caroline olhou para Marcos.

— Eu não vou com você...

Marcos estranhou.

— Hã...? Por quê?

Ela olhou ferozmente para Marcos.

— Eu te odeio, Marcos Torres!!

Marcos se assustou.

— O... O quê?!

Caroline abriu os braços. Dois pilares de fogo subiram ao redor dela.

— Eu vou matar você!! - Ela disse.

— ...!!

Ela estendeu seu braço direito para frente. As chamas dos pilares voaram em direção à Marcos. Rapidamente, ele se jogou no chão. Dava pra sentir o calor do fogo passando perto dele.

— Quem... Quem é você...?! - Perguntou Marcos.

Caroline deu alguns passos em direção à Marcos.

— Eu vou acabar com isso agora... Você não vai voltar dessa missão...

No momento em que Caroline ia fazer alguma coisa... Algo voou em sua direção, atingindo sua testa. Ela perdeu a concentração. Marcos pôde notar isso porque as chamas ao redor se apagaram. O objeto era uma bolinha de plástico azul.

— Marcos!!

Marcos se virou. Sandra vinha correndo, segurando a atiradeira. Ela pegou uma pedra no chão, e a mirou na direção de Caroline.

— Essa não é de brincadeira... Eu não vou permitir que você machuque o Marcos!

Caroline fez uma cara irritada. Em seguida, ela se abaixou rapidamente e colocou sua mão no chão. Uma parede de fogo subiu em sua frente, bloqueando a passagem. Marcos respirou fundo. Sandra o ajudou a se levantar.

— Obrigado, Sandra...

— Sem problemas, mas... O que exatamente aconteceu aqui?

— Eu não sei, Sandra...

Marcos olhou para o fogo em sua frente. Não tinha como ver, mas Caroline provavelmente já estava longe.

— ...Mas eu acho que encontramos a causa do incêndio...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Almas Perdidas 2" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.