Almas Perdidas 2 escrita por ShadowAlexandre


Capítulo 2
Mistério nas Chamas




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Anteriormente...

Marcos e Sandra começaram uma missão de resgate numa grande favela do Rio de Janeiro. Na virada do ano, houve um incêndio, e as chamas estavam começando a sair de controle.

Eles encontraram e resgataram uma mulher, cuja casa desabou. Ela pediu ajuda para encontrarem seu marido. Os bombeiros conseguiram localizá-lo, e com a ajuda de Sandra, todos foram levados para um local seguro.

Sozinho, Marcos encontrou uma garota dentro de uma casa em chamas, mas ela misteriosamente fugiu quando ele se aproximou. Sandra sugeriu seguir pelo caminho por onde ela foi...

 

2-1: O Beco

Marcos abriu a porta da casa e saiu. Sandra o seguiu de perto. Os dois se encontraram em um beco estreito, onde era possível perceber que o fogo estava perto, pois estava bem quente no local.

Sandra olhou ao redor.

— Só tem um caminho por aqui... Em frente.

— Eu não sei onde esse beco vai dar, mas estou percebendo uma onda de calor. Deve ter chamas por perto, fique atenta.

— Certo.

Os dois caminharam pelo beco. Não havia sinal de vida por perto. Até que foi possível ver uma área aberta se aproximando.

— Ali está a saída... Droga, se ela não estiver por perto será difícil saber pra que lado ela foi. - Comentou Marcos.

— Tem certeza que você viu uma garota naquela casa?

— Ei, está insinuando que eu tive algum tipo de visão?

Sandra riu.

— Eu não posso dizer, porque não vi nada quando voltei.

— Mas eu já disse que ela fugiu quando eu me aproximei dela!

— Tudo bem, eu...

Outra explosão.

— Sandra!!

Marcos pulou em cima de Sandra, derrubando-a no chão. Em seguida, ele cobriu sua cabeça. Cacos de vidro caíram do alto.

— O... O que foi isso...? - Perguntou Sandra.

— A janela daquela casa explodiu!

Marcos apontou para uma janela, que estava em uma casa acima de suas cabeças.

— Eu acho que pode ter alguém lá dentro. Vamos, Sandra!

— E-Entendido! Você se machucou?!

— Não, o vidro não estava cortando muito. Mas eu quero saber o que causou isso...

 

2-2: A Casa

Assim que saíram do beco, Sandra e Marcos encontraram a entrada para a casa onde a explosão aconteceu. Após subirem três degraus, a porta estava aberta.

— Vamos... - Disse Marcos, abrindo a porta lentamente.

Sandra preparou seu machado. Ao entrarem, encontraram uma cozinha, com um fogão velho, uma mesa com algumas cadeiras de madeira, e uma porta que levava para uma sala, com pouca mobília.

— Estranho... Eu não estou percebendo calor aqui dentro... - Comentou Sandra.

— Essa casa tem dois andares... A explosão foi lá em cima.

Marcos foi até a sala. Havia uma escada em espiral que levava para o segundo andar.

— A parte de baixo está limpa. Vamos ver o que tem lá. - Disse Marcos.

Os dois subiram a escada. Marcos foi na frente. Ao chegarem no segundo andar, havia um pequeno corredor com uma porta que levava para um banheiro, e uma outra que dava em um quarto.

— Eu estou vendo a janela! - Gritou Sandra.

— Não precisa gritar, Sandra!

— De-Desculpa.

Marcos se aproximou lentamente do quarto.

— Sim, a janela está quebrada! E mais importante, o quarto está em chamas!

Sandra entrou. Havia fogo consumindo uma cama e parte das cortinas. Marcos pegou a mangueira e começou a jogar água. Enquanto isso, sua parceira observava o cenário.

— Marcos... Eu estou assustada...

Marcos terminou de apagar as chamas.

— Assustada com o quê?

— É que... O fogo aqui dentro não parece ter vindo de fora.

Marcos não tinha parado pra pensar, mas era verdade. Era como se aquele quarto tivesse sido incendiado por dentro.

— Bem, as chamas podem ter entrado por algum lugar. Além do mais, essa casa é feita de materiais precários, eu não me surpreenderia se o próprio calor, ou melhor, a temperatura elevada tivesse queimado alguma extensão por aqui.

Sandra pensou.

— É... É verdade...

Terminada a investigação, os dois desceram as escadas para o primeiro andar. Em seguida, saíram da casa.

 

2-3: Espírito de Fogo

Marcos e Sandra estavam em uma área aberta, cercada por casas simples.

— A temperatura parece estar aumentando... - Comentou Sandra enquanto enxugava o suor em seu rosto.

— Eu acho que o fogo ainda não está sob controle. Espero que os caminhões não estejam com problemas lá fora...

Na hora em que Sandra se virou, ela viu alguém parado em frente a uma das ruas.

— Marcos! Tem alguém ali!

Ela apontou para a pessoa. E quando Marcos viu quem era...

— É... É ela!!

A mesma garota de antes. Estava em uma rua a poucos metros de distância, olhando para os dois.

— Eu vou até ela! - Disse Marcos.

Mas Sandra o interrompeu.

— Espera, Marcos... Talvez você tenha assustado a menina. Deixa eu tentar!

— Hum...

Sandra deu alguns passos para frente.

— Olá, garota... Qual o seu nome?

Ela não respondeu. Sandra parou.

— Hã... Então... Você se perdeu dos seus pais? Onde eles estão?

A garota baixou a cabeça, como se algo tivesse lhe deixado triste.

— Bom trabalho, Sandra.

— Fique quieto, Marcos! Então, garota... Venha com a gente. Você quer sair desse lugar, não é?

Sandra arriscou chegar mais perto. A menina deu dois passos para trás.

— Nã... Não, não fuja!

Ela se virou em direção à rua e correu.

— Espere!! - Gritou Sandra, estendendo sua mão em direção à ela.

Marcos se aproximou.

— Bem, agora você viu que eu estou falando a verdade.

Sandra se virou para Marcos.

— É... Isso é estranho... Será que ela está traumatizada com o incêndio?

— Eu não sei, mas... Alguma coisa me diz que vamos vê-la de novo. - Disse Marcos.

Um grito ecoou.

— Socorro!! Alguém me ajuda!!

— Tem alguém em perigo! - Disse Sandra.

— Veio daquela direção!

Os dois correram por uma das ruas. Até que chegaram em frente à uma grande casa. Havia um homem em frente à ela, ele parecia assustado.

— Foi você que pediu ajuda? - Perguntou Marcos.

— Sim, eu mesmo... Graças a Deus vocês chegaram!

— O que houve? - Perguntou Sandra.

O homem se virou para a casa.

— Essa é a Igreja da favela... Onde as pessoas depositam seus pedidos, oferendas, e fazem suas preces... Mas ela se incendiou... É tudo que temos por aqui... Eu fiquei encarregado de tomar conta, mas não fui capaz de lidar com todo o incêndio.

Marcos preparou a mangueira.

— Deixa comigo.

— Mas vocês terão que fazer algo com a porta. Ela foi trancada para que pessoas mal intencionadas não a roubassem na virada do ano.

Sandra segurou o machado com força.

— Isso é trabalho para o Bunyan. Com licença!

Com dois rápidos golpes, ela destravou a porta.

— Boa, Sandra! Vamos!

Marcos chutou a porta. Dentro havia uma grande mesa com algumas cestas. Dentro delas haviam papéis, algum dinheiro, e imagens de santos da Igreja. O fogo estava se aproximando, vindo das paredes.

— Sandra, leve aquele rapaz para um lugar seguro. Eu tomo conta daqui!

— Tá!

Sandra saiu da Igreja. Marcos ligou a mangueira e passou a jogar água no fogo das paredes.

— Paredes de madeira... Não vai ser fácil, mas eu consigo!

O fogo foi cada vez mais se afastando da mesa. Marcos avançou.

— Pronto! Esse lado já está controlado... Agora...

Do outro lado havia mais fogo. Rapidamente ele virou a mangueira e atirou a água contra as chamas. No entanto, Marcos ouviu algo emitir um bipe.

— Ah... A água está acabando... É melhor que seja o suficiente...

Felizmente, as chamas recuaram com facilidade. O fogo estava sob controle.

— Pronto... Agora é só esperar a Sandra voltar, e podemos continuar... Mas eu vou ter que abastecer meu tanque...

Marcos se virou para a porta da Igreja. Foi quando, para sua surpresa, ele viu novamente aquela estranha garota. Ela o encarava.

— Você de novo?! Olha, eu estou começando a perder a paciência... Você está nos seguindo, por acaso?

Ela continuava olhando para Marcos. Mas havia algo estranho... Era como se ela estivesse com raiva dele.

— Qual o seu problema, garota?

Marcos caminhou em direção à ela. Foi quando ele ouviu um barulho vindo do teto. Os dois olharam para cima.

— ...Ãh?

Tábuas se soltaram to telhado da Igreja. Elas caíram em cima de Marcos.

— Não!! Ugh...

Algumas das tábuas o atingiram na cabeça. Marcos caiu no chão, inconsciente. A garota simplesmente se virou e caminhou em direção ao fogo.

...


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