Incondicional escrita por Evi Carvalho


Capítulo 5
O encontro


Notas iniciais do capítulo

E ai vai mais um!!!! Vamos ter um capitulo movimentado!



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— Alô, Luana?

— Oi, desculpe... não queria atrapalhar...

— Já disse que não atrapalha, é apenas o Jonas fazendo graça, pode falar.

— Então, eu liguei para me desculpar por ter saído sem dar tchau...

— Ah, tudo bem...eu entendi.

— Então...era isso. – Ela já ia desligar quando Julia praticamente gritou.

— Luana!

— Oi?

— Você tem compromisso mais tarde?

— Hum, bem...não. Eu estudo pela manhã e meu estágio só começa na quarta-feira, por quê?

— Eu pensei... se você gostaria...não sei, tomar um café comigo?

— Eu...adoraria – Luana respondeu meio sem jeito.

Julia não podia acreditar naquilo. Convidar para um café? De onde veio essa ideia? E Luana havia aceitado...

— Posso te buscar em algum lugar?

— Podemos nos encontrar no Starbucks mais próximo de você, que é?

— Espera um segundo... Jonas, Starbucks?

— O mais perto é aqui no shopping.

— Ok... Luana, 18h30 no Cidade São Paulo, tudo bem para você?

— Sim, estarei aí por perto para fazer algumas coisas, combinado então...

— Até mais...

Desligaram e Julia estava com um sorriso que Jonas não via há muito tempo.

— Eu não sei o que deu em mim...

— Deixe as coisas acontecerem...quem sabe vocês não viram BFF? E se rolar alguma coisa quero os detalhes picantes! – Jonas estava gargalhando.

— Seu idiota! Mas confesso que estou sentindo que vai ser bom conversar com ela...sem pressão.

— Então tá né...

Almoçaram e Julia voltou ao escritório querendo fazer as horas voarem para encontrar Luana logo. Às 18h ela saia sem olhar para trás. Sabia que estava quase ao lado do shopping e que ainda faltava 30 minutos, mas a ansiedade falou mais alto.

Qual foi sua surpresa ao chegar na cafeteria e ver Luana sentada em uma mesa balançando as pernas ansiosamente.

— Oi?

— Ju...lia? Você chegou cedo! – Luana se levantou assustada.

— Desculpe...é que o escritório fica bem perto daqui e... nunca consigo uma mesa e...

— Tudo bem, eu também cheguei antes né? Aqui realmente fica cheio, foi sorte conseguir uma mesa... – Luana sorria docemente.

— Certo, então vou pegar nossos cafés, alguma preferência?

— Oh, não se preocupe...depois eu pego o meu.

— Negativo, eu convidei esqueceu?

— Hum...nesse caso, me surpreenda! – Luana viu Julia corar.

— Alguma restrição senhorita? – Julia estava se divertindo.

— Nenhuma! – Luana piscou, fazendo Julia corar novamente e pensar: "Deus, ela quer me matar, só pode."

Após alguns instantes ela retorna a mesa com dois expressos avelã e alguns cookies.

— Bom, eu apostei na segurança da avelã...acertei? – perguntou receosa.

— Totalmente! Sempre peço esse, como descobriu? – sorriu Luana. Cada sorriso era um tormento para Julia, não conseguia pensar direito.

— Sou boa com essas coisas... – agora ela sorria e deixava Luana corada.

— Bom, agora que estamos acomodadas...

— Você deve estar se perguntando o motivo do convite...

— Sim...confesso que quando te liguei, minha intenção era realmente me desculpar..., mas queria que fosse pessoalmente... – disse a última parte quase sussurrando.

Julia sentia seu coração acelerar, mas não sabia o porquê...

— Já disse, tudo bem...eu teria gostado de ter te dado tchau, mas eu entendi...e....eu não te convidei por isso...

— E por qual motivo foi? – a voz dela era suave e sexy ao mesmo tempo.

— Eu...hum...assim – Julia não conseguia articular a frase, o que diria afinal? "Não paro de pensar em você desde a festa." Seria uma loucura, mas esse encontro já não era uma loucura? Sua linha de raciocínio foi interrompida pelo toque de Luana em sua mão.

— Eu não sei por que, mas eu precisava te ver outra vez...e algo me diz que você também queria... Luana olhou para sua xícara, sem coragem de olhar para Julia depois de falar isso.

Julia não sabia o que fazer ou o que falar, seu coração cada vez mais acelerado. Reuniu toda a sua coragem e respondeu.

— Sim, muito. E não sei explicar...

— Ok, parece que estamos em sintonia. – Luana sorriu e tomou um gole do café.

Elas ficaram em um silencio confortável, apenas apreciando seus cafés, até que Luana resolve falar.

— Então, a sua festa era em comemoração à sua volta ao Brasil, certo?

— Isso, na verdade eu fazia ideia do que o Jonas estava aprontando e fiquei furiosa ao saber, eu estava exausta, com fuso trocado e tudo o que eu queria era dormir.

— Oh, então você não queria a festa! E todas aquelas pessoas lá te incomodando, inclusive eu, me desculpe...

— Ah não, no fim das contas foi ótimo, ou não teria conhecido você... – confessou sem jeito, precisava urgentemente parar de corar.

— Fico feliz em saber que o comportamento do meu irmão não arruinou o início da nossa amizade. – Luana também corou ao falar "amizade".

— Imagina, nem lembro mais o que ele disse. – Sorriu encarando os olhos de Luana.

Ficaram conversando por horas, pediram mais café e alguns bolinhos e, quando perceberam já era quase 21h.

— Nossa, como o tempo passou rápido! Preciso ir, tenho aula amanhã cedo...

— Desculpe, não deveria ter te alugado por tanto tempo.

— Não se desculpe, você não me obrigou a ficar e eu adorei cada segundo...

— Ok, então o mínimo que posso fazer é te deixar em casa. – falou esperançosa, queria muito ficar mais algum tempo com ela.

—Não precisa, eu vou de metrô, tranquilo.

— Imagina se eu vou deixar você ir de metrô se posso te levar, é o mínimo que posso fazer, já disse. A não ser que você já tenha se cansado de mim, eu vou entender e....

— Ok dramática! Vou aceitar porque realmente está tarde, eu acordo cedo e moro longe daqui.

— Certo, então vamos!

Saíram do shopping e o manobrista trouxe o carro. Luana achou fofo Julia correr e abrir a porta para ela, ninguém nunca havia feito isso antes. Talvez fosse os anos morando em Londres que tenham feito ela ser assim, tão educada, pensou.

— Agora você só precisa me dizer onde mora senhorita. – disse divertida. Luana concordou com um sorriso e falou o nome da rua para que Julia colocasse no GPS. Em 45 minutos, devido ao trânsito, Julia estacionou em frente à casa de Luana. Era uma casa de 2 andares, bem cuidada por fora, com um pequeno jardim.

— Entregue sã e salva senhorita! Obrigada pelo café, foi muito bom.

— Eu é que agradeço o convite, foi uma ótima noite.

— Ok, então...poderemos, quem sabe, ter uma próxima? – Julia perguntou timidamente, logo pensando "porque estou falando isso?".

— A não ser que você já tenha cansado de mim... – Luana repetiu a frase de Julia sorrindo largamente.

— Ei! Não use minhas palavras contra mim. – Gargalhou Julia, sentindo uma leveza no coração como há muito tempo não sentia.

— Tudo bem. Nesse caso eu convidarei na próxima vez, combinado?

— Sim senhorita! – respondeu Julia.

— Certo, agora preciso ir, mais uma vez obrigada pela noite!

Elas ficaram em um impasse de como se despedir e na tentativa de um beijo no rosto, acabaram virando ao mesmo tempo e dando um selinho. Uma onda de eletricidade percorreu seus corpos, foi um breve encostar dos lábios, mas suficiente para deixar Julia arrepiada.

Foi Luana quem quebrou o clima rindo e saindo do carro.

— Até logo Julia, se você puder e quiser, é claro, me avisa quando chegar em casa?

— Aviso sim, até mais Luana. – Julia a esperou entrar em casa para sair. Na verdade, estava tentando controlar a respiração depois de tudo o que aconteceu. Como era possível estar sentindo tudo isso? Mal se conheciam e Julia estava assim, como uma adolescente. Precisa pensar, dirigiu rumo a sua casa, queria um banho, uma taça de vinho e alguém para conversar, mas ligar para Jonas estava fora de questão, ele iria deixá-la mais confusa.

 


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Notas finais do capítulo

E agora? O que será que vai acontecer depois deste "beijo"? Palpites?



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