O Crime da Rainha escrita por Lilium Longiflorum
— O que você acha que Dario foi fazer no quarto de Jade?
— Visitar ele não foi. – respondeu Sheeva colocando o celular na gaveta - Jade também sabia de tudo e por isso foi afastada de Kitana, Sindel quis calar Jade de uma vez, mas ainda bem que Nightwolf estava por lá.
— Caramba! Isso virou uma bola de neve.
— Sindel e Liu Kang não tem noção no que se meteram.
Tundra se levantou e com o livro na mão perguntou indo em direção a porta:
— O que eu faço agora?
— Você vai ler se quiser. Após o banho de Kitana vá lá e entregue o livro a ela, mas não se esqueça: não saia do lado dela.
— Pode deixar.
Em seguida ele saiu do quarto.
Sheeva decidiu não falar a ninguém a respeito da morte de guarda.
(...)
A noite chegou em Edenia, mas ainda nenhum sinal da rainha, como estavam as negociações e se a revolta tinha cessado. Sheeva saiu do escritório para tomar um pouco de ar fresco e tentar relaxar diante daquela pressão. Não estava com medo de Sindel a mandar para a guilhotina por revelar o segredo a princesa, mas preocupava o que deveria ser feito com a rainha num caso desses, por isso pediu que o comandante do exercito trouxesse um dos anciãos do conselho para saber o que fazer. Nisso Kitana chegou junto com os dois guardas. Estava visivelmente cansada, mas sorria.
— Como foi o dia, Alteza?
— Cansativo, mas bem proveitoso.
— Fico feliz por ter sido bem proveitoso.
Kitana notou o ar preocupado em Sheeva e perguntou se estava tudo bem.
— Bem, assim que você saiu... recebi a notícia de que... um dos nossos guardas foi encontrado morto no Sky Temple, no quarto de Jade.
Kitana fez uma feição de pavor e logo perguntou pela amiga.
— Está na aldeia dos Matoka com Nightwolf.
Kitana respirou aliviada por Jade e perguntou:
— Mas por que um guarda a tentaria matar? Não soube de nenhuma rixa entre ela e algum guarda.
Sheeva não queria dar sua versão do que achava sobre isso então respondeu:
— Isso só Deus sabe, mas me desculpe por lhe trazer noticias assim...
— Não se preocupe, me dei conta de que voltei ao mundo real. Visitar aquela casa foi um verdadeiro aprendizado, me senti uma simples aluna e esqueci que sou uma princesa. Mas agora vou tomar um banho, estou muito cansada.
De fato ela estava cansada, mas antes dela subir Sheeva a chamou e disse:
— Tundra quer falar com você, ele disse que tem algo para lhe mostrar.
Com um olhar esperançoso disse:
— Fale para ele me encontrar no meu quarto daqui a 20 minutos.
(...)
Meia hora depois lá estava Tundra batendo a porta do quarto da princesa. Kitana abriu a porta e ao ver Tundra com um livro na mão perguntou:
— O que é isso?
— Não posso dizer aqui.
Ela o chamou para entrar no quarto dela e pediu para que ele se sentasse em um sofá de dois lugares. Trancou a porta e sentou ao lado dele. Tundra ficou o dia inteiro pensando sobre o que Sheeva havia lhe dito, dedicou o dia lendo aquele diário e concluiu que a rainha não tinha limites e era capaz de tudo para conseguir o que queria. Se sentia preocupado pela forma como a princesa reagiria a tudo aquilo. Mas a missão dele naquele momento era revelar-lhe a verdade.
— Então, o que tem nesse livro?
O rapaz respirou fundo e respondeu:
— É o diário de Sua Majestade.
Kitana arregalou os olhos incrédula.
— Como conseguiu isso? – perguntou ela pegando da mão de Tundra.
— Isso não importa agora. Quero que você leia – disse ele pegando o diário e abrindo na página certa – a partir dessa página.
Ela deixou o livro aberto em sua mão e começou a ler. Tundra observava cada gesto da princesa, o contrair dos lábios, os punhos cerrados e então algumas lágrimas começaram a rolar pelo rosto dela fazendo Tundra sentir um nó na garganta. Doía nele também aquele sofrimento e se pudesse a tomaria nos braços, mas não podia por sua condição a não ser que ela quisesse. Teria que esperar uma iniciativa vinda dela. Até que a princesa não aguentou e começou a soluçar. Fechou o diário e entregou para seu guardião. Fechou os olhos e ficou de cabeça baixa.
Tundra não estava aguentando vê-la naquela situação, aproximou-se mais e ergueu a cabeça dela, secou suas lágrimas e ao ver o semblante triste da princesa lhe veio um nó na garganta.
— Me trairam Kuai, me trairam.
Ele ignorou os protocólos e a abraçou com todas as forças. Ela chorou em seus braços e disse entrecortando entre soluços:
— Ela mandou matar Jade. Minha mãe...
Tundra não aguentou e deixou também as lágrimas saírem. Queria dizer algo, mas não sabia o que e naquele momento ele aprendeu que o abraço vale mais que palavras.
Então ela se afastou dele e perguntou:
— Você pode dormir no meu quarto comigo essa noite? Não quero ficar sozinha.
Ele segurou firme nas mãos da princesa e disse:
— É uma honra poder velar-lhe o sono.
A princesa sorriu e acariciando o rosto do rapaz agradecendo. Em seguida beijou-lhe o rosto.
— Você não vai me trair também não é?
— Nunca, princesa.
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