O Crime da Rainha escrita por Lilium Longiflorum


Capítulo 25
O livro azul




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A rainha saiu cedo junto com um destacamento de soldados com a missão de ir ao encontro dos tarkatâneo, mas ansiosa por saber se Erron havia cumprido a encomenda. Decidira não comentar nada a respeito disso com Sheeva, pois não sentia mais confiança nela.

De manhã, Kitana se pôs a mesa junto com Tundra e Sheeva. Ficou calada durante todo o café e para quebrar um pouco o silêncio a shokan perguntou:

— O que a princesa pretende fazer hoje?

Kitana limpou a boca com um guardanapo e respondeu:

— Vou com Li Mei visitar uma casa de repouso não muito distante daqui. Preciso espairecer um pouco a cabeça.

— Sim princesa – falou Sheeva cruzando as mãos sobre a mesa – vou pedir que um guarda lhe acompanhe, pois tenho um serviço para Tundra

— Sem problemas – a princesa se levantou – partirei por volta das 9:30

— Certo, princesa.

Ela saiu indo em direção as escadarias.

— O que você tem para mim, Sheeva?

A shokan deu um sorriso matreiro e disse:

— Depois que a princesa sair eu te falo – ela olhou no relógio que ficava do lado da entrada da sala de jantar – pelo horário dá para você treinar um pouco.

Assim que Tundra terminou o café foi direto para a sala de treino se perguntando o que Sheeva tinha para ela.

(...)

Jade tirou cochilos espaçados e como a luz do sol batia forte por entre as fibras do tecido da barraca não conseguia dormir mais. O aroma que os pólens das arvores proporcionavam fazia com que ela se sentisse mais viva. Decidiu se levantar, mas antes viu uma túnica feita de tecido rústico e com bordados coloridos.

— Oi, bom dia – uma voz feminina se fez ouvir da entrada da tenda.

— Bom dia.

— Você deve ser Jade – disse a jovem balançando suas tranças de um lado para o outro enquanto se aproximava da edeniana. – escolhi essa túnica pra você se vestir. Espero que não ache feia.

Jade a pegou e a estendeu ficando deslumbrada com a beleza dos bordados.

— Realmente é muito bonita, obrigada.

A menina logo saiu da tenda, deixando a edeniana se vestir. Assim que se vestiu, Jade refez sua trança e saiu da tenda. Olhou de um lado para o outro e viu Nightwolf lixando seu tomahawk.

— Bom dia.

Ele se virou e ao ver que era Jade se levantou.

— Bom dia, dormiu bem?

— Não muito... Raiden sabe que estou aqui?

O índio respirou fundo e respondeu:

— Sim e também falei que fui eu quem matou Dario.

— Como sabe que ele estaria lá?

— Por coincidência eu e Fujin conversamos até tarde e como tinha um quarto vago embaixo do seu, resolvi dormir lá. Daí notei uma movimentação estranha, quando vi o que estava acontecendo... vi que tinha que fazer alguma coisa.

Jade se sentia muito grata por Nightwolf ter salvo sua vida. Queria fazer algo por ele, mas não sabia o que. De repente um de seus irmãos veio lhe perguntar:

— Tem algo para fazer agora de manhã?

— Não por que?

— Precisamos de carne para o almoço.

— Posso buscar.

Jade se ofereceu para ir e Nightwolf respondeu:

— Será bem vinda.

(...)

Assim que Kitana partiu, Sheeva foi procurar Tundra na sala do treino. Ele estava bebendo água de seu cantil.

— Está pronto, guardião?

— Sempre

— Ótimo, me acompanhe.

Tundra acompanhava a shokan olhando de um lado para o outro, entraram no palácio e subiram as escadas em direção aos quartos. Quando Sheeva abriu a porta do quarto da rainha, ele ficou apreensivo.

— Este não é o...

— Sim, é.

Ela abriu a porta e o puxou pelo braço, fechando a porta atrás de si. Tundra ficou maravilhado com a beleza do quarto e o glamour da decoração. Enquanto isso Sheeva pegava de uma estante um livro azul de capa dura, colocou o livro sobre a cama e pegou uma das cadeiras que estava na varanda, colocou frente a uma poltrona e chamou Tundra para que se sentasse nela. Sheeva sentou-se na cadeira com o livro nas mãos. Com a feição preocupada disse:

— Tundra, o que estou prestes a fazer pode por em risco a minha cabeça. Mas é algo que quero fazer por Kitana, pois eu vejo a aflição em seus olhos por estar sendo enganada.

— Do que está falando?

— Bem, eu sei o que está acontecendo com a rainha... O jeito e o desprezo com que Sindel tem tratado a filha... tem um motivo.

— E qual é?

A shokan respirou fundo e respondeu:

— Sindel e Liu Kang estão tendo um caso faz um tempo e ela está grávida... e pretendem fugir.

Tundra ficou incrédulo e não conseguia dizer algo sobre o que acabara de ouvir. Seu coração doeu por Kitana e sentia vontade de tirar satisfações com Liu pelo que ele estava fazendo.

— Isso é um crime.

— Eu sei e eu sou uma das cúmplices... não sabe como isso me dói.

— Sheeva, prometo que não falarei seu nome, direi que fui eu que descobri.

— Agradeço, Tundra, mas acho que isso não dará muito certo. Em todo caso esteja perto de Kitana quando ela ler isso. Ela vai precisar de alguém para se apoiar. De repente ouviu-se ali no quarto um toque de telefone, vinha de uma gaveta.

— Consegue abrí-la, Tundra?

Ele congelou a fechadura e a quebrou. Sheeva pegou o celular e atendeu, era Kung Lao:

— A rainha está?

— Sou a Sheeva, diga o que precisa.

— Encontraram Dario, um dos guardas edenianos, morto no quarto de Jade e ela foi levada por Nightwolf, mas está bem.

Naquele exato momento Sheeva ligou os pontos e imaginava como Dario foi parar lá.

— Raiden pensou em enterrar Dario aí em Edenia.

— Não! Enterrem ele no Plano Terreno.


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