O Crime da Rainha escrita por Lilium Longiflorum
— Eu poderia lhe matar por tamanha insolência – disse a rainha entre os dentes.
— Sim, mas podera ficar sem meus serviços. Sei que não vive sem eles.
Sabia que se trouxesse Jade de volta estaria perdida. Mesmo relutando aceitou.
— Você quer que eu vá amanhã certo? – ele perguntou.
— Se sim, suponho que terá que ser essa noite que...
— A rainha é bem esperta.
Erron aproximou-se mais de Sindel, deu-lhe um beijo o pescoço e disse falando bem próximo ao ouvido dela:
— Eu mal posso esperar vossa majestade.
(...)
Sindel chegou em seu quarto arrasada pelo que teria que se submeter essa noite e não tinha escolha. Foi em seu guarda-roupa e pegou uma camisola não muito nova feita de renda com uma pedra de ametista no meio do decote e a colocou. Em seguida vestiu-se com sua capa com capuz preto e partiu. Chegou na cabana em que outrora se encontrava com Liu. A porta estava encostada, ela empurrou e Erron lá estava comendo uma barra de um doce edeniano.
— Trouxe para você também – ele falou oferecendo para a rainha.
Ela hesitou um pouco, mas aceitou.
— Como sabe que gosto?
— Sempre vi você comendo quando estava estressada.
Sindel mordeu um pedaço e sentiu sua angustia aliviar um pouco. Foi até a porta, fechou-a trancando com uma chave e disse:
— Erron, por favor, aceite o dinheiro posso até te dar um bom cargo, mas não me submeta a isso.
— Ah majestade – falou Errond se aproximando dela e mexendo em uma das mechas de seu cabelo. – Desde que a vi derrotando Shao Kahn eu te desejei e agora não quero perder essa oportunidade.
Sindel respirou fundo. Seus sentimentos estavam confusos, mas a determinação de que teria que ver Jade morta estava se sobressaindo. Nisso Erron já estava lambendo sua orelha e ela dizia quase como um gemido:
— Erron, por favor.
— Não rainha, preciso realizar meu desejo.
Em seguida Erron pressionou seus lábios contra os dela. Foi então que sem o pistoleiro perceber, Sindel pegou um punhal que havia trazido preso com um cinto em sua coxa e afundou-o no abdomen de Erron o fazendo olhar firme para a rainha.
— Não esperava a surpresa? – ela perguntou com sarcasmo – achou mesmo que eu dormiria com você?
— Sua... sua piranha – ele disse já sentindo a falta de ar.
Sindel foi em seu ouvido e sussurrou:
— Morra, seu infeliz!
Em seguida ela afundou mais o punhal em Erron o fazendo urrar de dor. Ele caiu no chão agonizando. A rainha pediu ao que estavam com ela de tocaia e ordenou que eles terminassem o serviço e jogassem-o na estrada para não levantar suspeitas. Em seguida ela pegou Dario, um dos melhores guardas que estava ali e disse:
— Se conseguir o que eu te pedir, lhe darei uma boa recompensa e subira de patente.
— O que quiser, Majestade.
Sindel passou para Dario a missão de executar Jade.
(...)
Jade acordara depois de um terrível pesadelo. Levantou-se e foi na pia onde havia um pequeno espelho, podia ver o suor pingando em sua testa e lavou-a. Uma angústia lhe invadiu o peito, respirou fundo e disse para si mesma:
— Foi apenas um sonho.
Arrastando o chinelo voltou ao quarto e sentiu que havia mais alguém ali, mas a escuridão não lhe permitia ver e perguntou:
— Quem está aí?
— Olá Jade – disse Dario acendendo um isqueiro – que bom te ver.
— Dario, você me assustou – ela se se encostou à parede aliviada – o que faz aqui a essa hora, trouxe notícias do reino?
Ele deu espaço e pegou o punhal que Sindel havia lhe dado e disse se aproximando dela:
— Vim fazer um serviço.
Jade se agachou para pegar seu bojutsu dentro da gaveta, mas era como se Dario sabia e falou:
— Nem pense nisso, vai ser pior.
Jade com o choro entalado na garganta podia imaginar que havia mandado Dario ali e como estava desarmada só restou suplicar:
— Por favor, Dario. Sempre te considerei como um guarda de excelência, não tem coragem de fazer isso?
— Só estou cumprindo ordens.
O guarda estava pronto para apunhalar Jade quando uma flecha verde flamejante o atingiu no pescoço fazendo com que ele emitisse um gemido gutural antes de cair no chão morto. Jade colocou a mão na boca para não gritar e começou a chorar um choro contido. Uma luz veio do alto do quarto e Nightwolf apareceu em frente a edeniana. Ela estava assustada, acuada no chão. Ele se agachou a altura dela e abraçou-a dizendo próximo ao seu ouvido:
— Está tudo bem.
Ela sentiu o calor de seu abraço e um grande alívio tomou conta de seu ser, deitou a cabeça em seu peito e pediu:
— Me leve para minha terra.
— Agora não posso, mas te levarei para minha tribo e vamos cuidar de você. Ir para Edenia agora é um risco.
Em seguida ambos se levantaram e desapareceram do quarto deixando o cadáver de Erron no chão.
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