I Doubt The Stars Are Fine escrita por cherrybombshell


Capítulo 7
Seis




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clima estava agradável.

Londres era fria, ninguém podia negar. Era outono, mas eles passavam a maior parte do tempo na chuva. Aquele dia, não estava tão ruim. Havia um pouco de sol. Mínimo, mas lá, e quando eles estavam diretamente embaixo dele, a temperatura atingia o ponto perfeito entre quente e frio, que fazia você querer ficar lá para sempre. Era um dos melhores dias que eles tinham fazia um bom tempo.

Harry optou por algo mais leve, mas Draco estava usando mangas compridas e grossas, sua blusa preta contratando contra sua pele branca como neve intensamente. Scorpius pôs algo entre os dois. Estava tão animado que não conseguia parar quieto então, na verdade, foi Draco quem teve que escolher e pôr a roupa nele.

Harry riu.

“Respira fundo, Scorp. A porta não vai fugir.”

Scorpius corou, olhando para seus sapatos com um sorriso tímido hesitando em seus lábios.

“Desculpa,” ele disse. Scorpius encolheu os ombros. “Mas eu quero muito sair, senhor! Eu não vou lá fora desde quando eu e o Sr. Malfoy fomos na biblioteca.”

Draco sorriu para ele, aquele sorriso tão suave que transformava seu rosto no rosto de uma pessoa completamente diferente, alguém anos mais novo que nunca tinha visto uma guerra ou feito nada de errado. Alguém que apenas conhecia amor e paz. Ele colocou uma mão no ombro de Scorpius.

“A gente pode sair todos os dias, se você quiser,” disse. “Você só tem que pedir.”

Quando eles realmente saíram de casa e foram para a rua – eles iam ir andando, porque era perto e eles não queriam ser vistos Aparatando por nenhum Trouxa – os olhos de Scorpius ficaram tão arregalados que Harry não tinha certeza de como eles ainda cabiam no rosto da criança, e ele não parava de virar seu rosto para lá e para cá, encarando tudo fascinado.

“Tudo é tão grande!” ele exclamou para Harry. “Tem tanta gente e tantas coisas interessantes para todos os lados. Eu nunca vou me acostumar com isso!”

Ele pegou a mão de Harry, nesse momento, se grudando a ele a procura de proteção enquanto olhava para as multidões com algo entre encanto e medo. Draco se virou para os dois, observando suas mãos interligadas com o cenho franzido. Eles andaram um pouco mais antes de Scorpius perceber.

“Ah,” ele disse, e então estendeu seu braço livre. “Você pode segurar a minha mão também.”

Draco riu. Ele parecia ao mesmo tempo muito triste e muito feliz, mas ele apenas pegou a mão de Scorpius, entrelaçando seus dedos. “Obrigado,” disse.

Scorpius sorriu para ele, mostrando todos seus dentes.

 

 

No caminho até o zoológico, Scorpius aproveitou que estava entre eles para ficar pulando e rodando e jogando seu peso todo para trás, esperando que Harry e Draco o mantivessem em pé. Ele era uma criança hiperativa, afinal de contas, e os barulhos e confusão do mundo lá de fora que ele mal conhecia claramente estavam o deixando muito animado e muito nervoso. Dava para ver a energia gritando dentro dele, enquanto Scorpius não parava de se mexer.

Draco e Harry trocaram uma revirada de olhos, antes deles lembraram quem eles dois eram e olharem para baixo, envergonhados.

Ficou apenas pior quando eles foram comprar seus ingressos para o zoológico e a menina atrás do caixa, uma Trouxa que só deveria ter uns dezesseis anos, continuava lançando uns olhares nem um pouco discretos entre eles, um sorriso crescendo cada vez mais em seu rosto.

“Vocês dois tem um filho adorável,” ela os disse enquanto os entregava o troco, e Draco engasgou no ar que estava respirando. Harry tossiu seco, sentindo seu rosto todo queimar

Merlin.

“Obrigado,” ele resmungou, saindo de perto de lá o mais rápido possível. Scorpius puxou a mão dele, felizmente uma grande distração.

“Ah, ah, vamos lá!” gritou, puxando os dois para frente. “Eu quero ver tudo!”

Acontece que, por mais que Todd tenha o ensinado a ler e escrever, ela não o contou muito sobre a natureza em geral, talvez porque ela não queria o encher de curiosidade por algo que ela nunca o deixaria ver, talvez porque ela nunca pensou em o explicar. De qualquer maneira, Scorpius não sabia o que quase nenhum dos animais era. Draco sabia, mas ele nunca tinha visto a grande maioria, bruxos não tendo zoológicos e tudo.

Era fofo, ver pai e filho descobrindo os encantos de zoológicos Trouxas juntos.

Scorpius amou as girafas. Ele as achava tão grandes, e ele não parava de os perguntar se elas conseguiam ver as estrelas melhores do que eles, o que Harry não sabia como responder. Ele tinha medo dos elefantes, mas ele chamava os leões de “gatinhos gigantes” e tentava se comunicar com eles a distância. Um dos funcionários do zoológico disse que ele podia o ajudar a alimentar os micos nas árvores, e Scorpius passou quase que uma meia hora só pulando de um lado para o outro falando sobre o quão incrível isso tinha sido.

Surpreendendo um total de zero pessoas, os favoritos de Draco eram os pavões. Orgulho da família dele e tudo, vá entender. Ele disse que adorou tudo que Scorpius adorava, mas ele tinha parecido especificamente interessado pelos hipopótamos, que Scorpius tinha achado “estranhos”.

“Tem cheiro de cocô,” Draco reclamou para Harry em um momento, mas parecia mais para reclamar de algo do que porque ele realmente estava incomodado. Para manter o hábito, provavelmente. Harry revirou os olhos.

Depois de mais de umas duas horas andando, eles pararam para comprar sorvete para Scorpius, que acontecia de não ter nunca, antes, experimentado sorvete com Todd. Ele escolheu um de chocolate, e o comeu sujando sua boca inteira. Parecia a criança mais feliz em toda a história do mundo e, depois do pesadelo dele essa noite, era uma das cenas mais incríveis que Harry já tinha visto.

“Você viu os lagartos?” ele perguntou pra Draco.

Draco sorriu.

“Eu vi.”

“Você viu os macacos?”

“Eu vi.”

“A gente pode ver os macacos de novo?”

“É claro que podemos.”

É, o zoológico tinha sido uma boa ideia.

Muito, muito boa.

 

 

Depois de reverem todos os animais que Scorpius tinha mais gostado, eles foram ver os aquários que tinham no zoológico.

“Eu tive um peixe, uma vez,” contou Scorpius. Era quase doloroso ver o quão ansioso Draco estava para ouvir um pouco mais sobre como a infância de Scorpius tinha sido até agora, olhando para baixo, para seu filho, com olhos tão desesperados que Harry não podia os encarar.

“Sério?” ele perguntou. “Qual era o nome dele?”

Scorpius corou.

“Douradinho. Ele era dourado.”

Draco riu. Era um som muito estranho e novo. Harry se perguntou quantas outras pessoas podiam o ouvir relaxado assim. Harry se perguntou desde quando ele era uma das poucas pessoas que podiam, e o que exatamente isso significava. O que ele tinha feito de certo? O que deveria continuar fazendo?

O lugar todo lá embaixo eram apenas aquários gigantes cobrindo todas as paredes, com algumas piscininhas aqui e ali com estrelas do mar, arraias, algas marinhas e outras coisas aonde as crianças podiam enfiar a mão e tocar. Scorpius brincou lá por um tempo, mas ele preferia observar perto de Draco e Harry ao invés de ficar em meio as outras crianças, ainda tímido demais para isso.

Foi enquanto Scorpius ainda estava em uma das piscinas, Draco e Harry se mantendo muito perto para o observar, quando Draco levantou as mangas de sua blusa, suando e obviamente sofrendo com o calor. Lá embaixo era bem mais quente.

Harry iria apenas o lançar um olhar de pena e talvez o dizer algo estúpido bem Harry, antes dele olhar melhor para os braços de Draco.

Foi quando ele viu.

Pequenas, finas cicatrizes, subindo por toda a pele dele. Brancas, mais brancas do eu a famosa pele nunca vi o sol dos Malfoy. Por um segundo, Harry arregalou os olhos, sem saber de onde elas poderiam ter visto. Quando ele se lembrou, a culpa o atingiu, esmagadora, sufocadora. De repente, ele nem conseguia respirar mais.

Porque Harry, ele tinha causado aquelas cicatrizes.

Ele, num banheiro, gritando Sectumsempra.

Harry engoliu em seco, e Draco se virou, o pegando olhando.

“Potter…” ele começou, as bochechas num tom de rosa. Só Merlin para saber se era raiva ou vergonha. Talvez os dois. Provavelmente só o primeiro.

“Malfoy,” cortou Harry, sentindo o bile subindo na sua garganta. Fazia tanto tempo que ele não pensava naquele acidente. “Eu sinto muito…”

“Cala a boca,” sussurrou Draco, e então ele sorriu para algo por cima do ombro de Harry – para Scorpius, é claro, que estava voltando para eles com as mãos molhadas e os cabelos um pouco mais bagunçados.

“Eu quero ver os aquários com vocês,” ele disse, e nem Draco e nem Harry se importaram quando ele pegou suas mãos e molhou os dois. Não importava nem um pouco, para eles.

Scorpius estava completamente encantado pelos tubarões nos aquários, até que ele viu um polvo e se esqueceu até de como respirar direito, correndo para poder o encarar muito, muito intensamente pelos próximos vinte minutos.

Os olhos dele eram quase azuis, nessa luz, mais Astória do que Draco. Ou talvez fosse apenas a pura inocência e encanto em seus olhos, algo que Harry nunca poderia imaginar em nenhum dos outros Malfoy que ele conhecia. Scorpius se aproximou do aquário, colocando o narizinho dele contra o vidro de tão perto que estava. Toda vez que um dos peixes se aproximavam, ele pulava um pouco, antes se soltar uma risadinha. De vez em quando, ele acenava.

Draco, apesar do show nos aquários em frente a eles, nunca tirou os olhos de Scorpius.

Harry, igualmente, nunca tirou os olhos nem de Scorpius, nem de Draco.

 

 

Eles foram procurar por algum lugar para comer, depois disso. Havia uma leveza nos ombros de Scorpius, um sorriso impossível de se tirar do rosto dele, nada como a criança chorando que ele tinha sido essa manhã. Ele era forte, esse garoto. Pegou as mãos de Harry e Draco, mais uma vez, e disse:

“Mamãe sempre comprava donuts pra gente na volta do trabalho dela. A gente pode comer donuts?”

“É claro,” responderam Draco e Harry ao mesmo tempo, porque os dois eram absolutamente ridículos e fariam qualquer coisa que Scorpius pedisse para o deixar feliz. Desse jeito aquela criança iria crescer tão mal acostumada, eles tinham sorte que Scorpius era doce daquele jeito e provavelmente iria virar um ótimo adulto não importa o que eles fizessem.

É claro, não era como se Harry estivesse o criando. Não. Ele só estava o provendo um teto, enquanto Scorpius e Draco se resolviam, e logo logo ele iria voltar a viver sozinho e sem nenhuma criança na sua vida. Logo. Pensar desse jeito, como se ele e Draco fossem um tipo de dupla dinâmica apesar deles mal terem trocado mais de uma dezena de palavras, não iria o ajudar em nada, então ele deveria simplesmente parar. É. Isso era ótimo.

No final, eles foram para uma Dunkin' Donuts que tinha perto do zoológico e cuja logo Scorpius reconheceu das caixas que Todd trazia para ele. Lá dentro era mantido num clima morno legal, e a caixa tinha sido muito educada, apesar dela também ter feito um comentário sobre “o quão linda a família deles era” que tinha deixado ambos Harry e Draco horrivelmente corados e desconfortáveis. Eles pediram todos os donuts que Scorpius quis, e chá para os dois adultos, e foram se sentar numa mesa.

“Então,” começou Draco, engolindo sua apreensão em seco, “o que você achou?”

Scorpius levantou os olhos de seus donuts. Eles estavam brilhando e, até agora, a criança não parava de balançar seus pés e sorrir.

“Foi incrível!” ele exclamou. “Eu nunca me diverti tanto! Todos os animais eram tão legais. Você viu quando eu alimentei os micos? Eu alimentei os micos! E os leões eram tão, tão bonitos. Animais Trouxas são tão mais interessantes do que os bruxos! Eu não vou nunca, nunca, nunca, nunquinha mesmo esquecer o dia de hoje!”

Draco riu, os olhos tão suaves quanto olhos podiam ser.

“Eu fico feliz,” ele disse delicadamente.

Scorpius sorriu para ele, um sorriso tão grande que ele até precisou fechar os olhos um pouquinho, as bochechas cheias de farelo e os cabelos uma verdadeira bagunça.

Pelo resto do “jantar” eles não falaram muito. Harry não queria atrapalhar o momento pai e filho dos dois, então ele só ficou em silêncio, olhando para a mesa intensamente. Ele não se arrependia de ter vindo, porém. Tinha gostado da saída demais, achado estranhamente legal ficar com os dois. Só realmente não queria atrapalhar. Draco e Scorpius pareciam felizes apenas comendo sem conversar, porém, trocando sorrisinhos aqui e ali.

Eles saíram da loja, Scorpius lambendo seus dedos cobertos de açúcar.

 

 

Quando eles pararam do lado de fora, o clima não estava agradável.

Eles estavam no meio do caminho para a casa de Harry quando começou a chover. Era meio que uma surpresa, porque estava sol aquela manhã, um dos dias mais quentes fazia tempo, mas, de novo, era Londres no outono. Harry deveria ter esperado por isso. Ele se virou para Draco, que estava colocando os braços em cima de Scorpius, apesar da criança parecer querer se molhar mais do que qualquer coisa. Ela estendeu as mãos.

“A mãe nunca me deixava ver a chuva,” disse, a boca aberta em fascino.

Aos sete anos de idade, era a primeira vez que ele tocava na chuva.

De vez em quando, Harry se esquecia de esperar por esse tipo de coisa.

Harry olhou pros lados. Haviam Trouxas demais para eles Aparatarem sem correr nenhum risco, e como um Auror, Harry precisava ser um exemplo. Ele olhou para Draco. “Vamos correr?”

“O que?” perguntou Draco, meio confuso e chocado.

Harry já tinha começado a correr, as mãos em frente à sua cabeça, na direção geral de sua casa. Ele ouviu Draco falar algo que provavelmente era francês e provavelmente era um xingamento pesado que ele não queria falar em inglês na frente de Scorpius, mas quando Harry virou a cabeça, Draco tinha pegado Scorpius no colo e estava correndo atrás de Harry com a criança.

“Vem logo!” gritou Harry.

Scorpius riu, aquela risada inconfundivelmente de criança dele, e Harry diminuiu a velocidade um pouco para Draco o alcançar. Quando ele fez isso, Harry pegou a mão dele, o puxando para eles correrem mais rápido.

Quando eles chegaram em casa, eles estavam encharcados, mas Scorpius não parava de rir. Havia um sorrisinho no rosto de Draco, algo hesitante e novo, enquanto ele olhava para Harry.

“Eu vou dar um banho nele antes de ir,” ele o avisou. “Se ele ficar doente, eu te destruo Potter.”

Harry apenas riu. Antes dele poder ir pro seu quarto, Draco o parou de repente, segurando seu braço. Quando Harry se virou, os olhos dele estava meio preocupados, e ele engoliu em seco audivelmente, soltando Harry e dando um passo para trás. Como se quisesse manter espaço entre eles. Que estranho. Harry o encarou, esperando ele falar algo.

Finalmente, Draco respirou fundo, arranjando coragem para o olhar nos olhos.

“Eu sinto muito pelo que aconteceu também,” ele disse.

“Ah.” Harry o olhou, surpreso que ele iria querer falar sobre isso. Scorpius estava no outro quatro, sem poder os ouvir, mas ainda assim. Harry encolheu os ombros. “Não importa. Nós éramos crianças só duas crianças idiotas.”

“Que tal nos esquecermos de tudo?” sugeriu Draco, coçando o lado de trás de seu pescoço. “Começarmos direito.”

“Isso parece uma boa ideia,” concordou Harry.

Hoje tinha sido um dia bom.

O zoológico tinha sido uma boa ideia.

 

 

Ele estava entrando na banheira já quando um Patrono apareceu pela sua janela fechada. Harry, apesar de exausto, reconheceu o urso fantasmagórico a sua frente, e ele se levantou, preocupado.

“Houve um avistamento,” o Patrono avisou, o tom urgente de Gordon cortando o ar. “Alguns pedestres alegam ter visto Todd perto da sua casa.”


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