I Doubt The Stars Are Fine escrita por cherrybombshell


Capítulo 16
Quinze


Notas iniciais do capítulo

Um aviso: esse é o maior capítulo da fic. A primeira metade é apenas um monte de fluff e momentos em família. A segunda metade é smut. Aproveitem. Bem, a não ser quem quiser pular. Aí eu acho que vai estar bem claro quando estiver chegando.



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Todo mundo estava olhando para eles.

Scorpius, com sua timidez, estava morrendo. Harry estava tentando não ficar bravo, porque ele sabia que todo mundo naquela casa o amava incondicionalmente e só queria o melhor para ele, mas se os Weasleys pudessem algum dia aprender como serem discretos, eles realmente iam tornar todo aquele processo mais fácil.

Scorpius tinha soltado Rony e ido se esconder atrás da perna de Harry, o que só tinha piorado as coisas, porque só o fazia parecer ainda mais adorável, e só fazia todo mundo o encarar ainda mais. Era um ciclo sem fim, realmente – quanto mais encaradas, mais vermelho ele ficava e, quando mais vermelho ele ficava, mais fofo ele parecia, e mais eles o encararam.

A primeira pessoa a se aproximar foi Molly, com seu sorriso doce, os cabelos agora brancos e os olhos calorosos que eram capazes de acalmar Harry não importa o que. Ela se ajoelhou em frente a Scorpius.

"Ah, olá!" exclamou. "Você deve ser Scorpius. Eu ouvi coisas maravilhosas sobre você. Meu nome é Molly."

Scorpius enfiou a cara para o lado da perna de Harry. "Oi!" ele chiou, tirando uma risadinha de Molly. Ao invés de apertar a mão dele, ela o puxou para um abraço. Nesse ponto, Harry já estava esperando que o rosto de Scorpius pegasse fogo, porque, sério, não havia como alguém corar tanto. Não era normal.

Depois de o soltar, ela abraçou Harry. Ele não podia pôr em palavras o quanto estava agradecido por isso. Tinham sido dias tão difíceis, mas lá nos braços dela, ele se sentia tão protegido. Sempre se sentiu – Molly sempre foi a única pessoa que o abraçou como se Harry fosse o filho dela, e ela nunca fosse deixar que nada de ruim acontecesse com ele.

Ele não esperava que, ao soltar ele, ela fosse em direção a Draco, de repente um pouco envergonhado.

"Sr. Malfoy," ela disse, engolindo em seco. "Eu espero que você não se importe com a bagunça. A gente tentou dar uma arrumada, mas, sabe, crianças."

"Eu sei," Draco apontou para Scorpius, envergonhado também. Não estava olhando para o rosto de Molly. "Não tem problema. Eu acho que você tem uma casa bem bonita, Sra. Weasley."

Molly sorriu.

"Obrigada," ela disse, e então, para a surpresa de Harry e todo mundo, ela abraçou Draco também. O homem olhou para Harry por cima do ombro dela, os olhos arregalados e parecendo muito prestes a fugir.

Harry escondeu uma risada em sua mão. Rony, que tinha sentado numa cadeira à mesa em algum momento, não tentou segurar suas risadinhas e até Hermione do lado dele estava sorrindo. Simplesmente não era o tipo de cena que você esperava ver.

Molly deu um passo para trás.

"Ah!" ela exclamou, fazendo todo mundo pular. "Espera, espera, não se mexam, eu tenho que tirar uma foto."

"Por que?" perguntou Harry, olhando para ela meio desesperado. Molly saiu correndo, e voltou se embaralhando toda com a câmera Trouxa de Arthur, o marido dela a seguindo confuso.

"Porque é a primeira vez que você trás alguém pra cá, meu filho." Molly sorriu para Harry. "A gente tem que documentar um momento desses."

Sabe quando Harry disse que alguém não podia corar tanto quanto Scorpius? Desculpa, engano dele. Nesse momento, ambos Draco e Harry estavam muito mais vermelhos do que Scorpius jamais tinha estado.

"Molly," Harry exclamou entredentes, envergonhado, e Molly apenas sorriu pra ele.

"O que, querido?"

Não é assim, ele iria falar, mas como era, então? Como ele podia a dizer, ah, não, não é nada demais, quando a continuação da frase seria, ele só tá dormindo na minha casa e eu tô cuidando do filho dele com ele, nada demais. Como ele podia dizer isso em voz alta sem apontar o quão ridículo era?

Arthur, graças a Merlin e Godric e Salazar, tirou a câmera da mão da esposa dele.

"Querida," ele disse delicadamente, "eu acho que você vai assustar a criança."

Harry não tinha certeza se ele estava falando de Scorpius ou do próprio Harry, mas ele nem quis discutir, porque nos dois casos seria verdade. Fazendo um biquinho, Molly se virou para eles.

"Bem, vamos lá pra fora então. Vamos, vamos ver o resto."

Como se Harry já não pudesse os ver pela janela da cozinha, sabe, encarando eles. Quando Molly abriu a porta e eles saíram pro jardim, todo mundo na longa mesa que estava posta lá fora virou, fingindo que estavam conversando entre si o tempo todo. Se eles fossem discretos o suficiente para parecer que eles realmente estavam fazendo isso.

"Rose!" Rony chamou, e Rose saiu correndo de onde estava falando com George para se jogar no colo de Harry que, assim como tinha feito com Scorpius, a pegou imediatamente.

"Padrinho!" ela exclamou feliz, dando um beijo estalado na bochecha dele. Harry soltou uma risadinha.

"Se ela fosse tão fofa assim comigo..." Rony comentou, falsamente ferido, e Rose pulou para fora do colo de Harry daquele jeito corajosa sem nem perceber dela, revirando os olhos. Ela viu Scorpius, então, que tinha voltado a se esconder atrás de Draco.

Ela foi até ele, parando na sua frente com os braços cruzados e uma sobrancelha em pé.

"Você é Scopius?" ela perguntou.

Esquecendo de sua timidez por um segundo, Scorpius saiu de trás de Draco, franzindo o cenho em direção a Rose.

"Scorpius," ele corrigiu.

"Tanto faz," Rose disse, porque, como a mãe dela, ela não gostava muito quando estava errada e muito apenas quando alguém a apontava seu erro. Harry a amava, mas ele também entendia porque seus colegas na escola tinham medo dela. "Eu sou Rose. Você sabe como brincar de bola?"

"Não muito."

"Ótimo. Quer dizer que eu posso te ensinar o jeito certo eu mesma."

Ela pegou Scorpius pela mão, o puxando para o campo aonde ela e os primos mais velhos dela sempre ficavam brincando, seja de bola ou de Quadribol ou tramando pegadinhas que tirariam o sono de todos os pais presentes.

"E pensar," soltou Rony, dando um tapinha nas costas de Draco, "que a nossa rivalidade poderia ter acabado esse tempo todo se você só tivesse brincado de bola com a gente."

O olhar que Draco o lançou, cheio de nojo, era muito parecido com o olhar que ele teria o lançado anos atrás. Harry soltou uma risada.

Hermione se virou para Draco.

"Vem, Malfoy," ela disse. "Ao contrário desses idiotas com suas piadas ruins, eu vou fazer algo com sentido e te reapresentar para todo mundo."

Draco a observou por um segundo, sobrancelha levantada. Então, ele concordou com a cabeça.

"Obrigado, Granger."

"Pode me chamar de Hermione."

Houve algo como surpresa no rosto de Draco. Harry, trocando um olhar com Rony, com certeza se sentia surpreso. Draco sorriu um pouquinho para Hermione.

"Então você pode me chamar de Draco."

Harry os encarou enquanto eles se aproximavam da mesa. "O que," ele soltou, confuso, muito lentamente.

"Eu não sei," respondeu Rony, apesar de que Harry podia dizer pelo jeito como o rosto dele estava idêntico ao de Harry. Os dois obviamente estavam perdidos. Como sempre. "De repente, eu tô com muito medo do que esses dois podem fazer se ficarem amiguinhos."

Um calafrio percorreu as costas de Harry.

"Merlin," ele soltou. "Por favor, não."

Ele observou, sem se mover para sentar, enquanto Hermione ia de Weasley em Weasley falando "vocês se lembram do Draco" e lembrando o próprio Draco do nome dos que ele já tinha conhecido e o contando sobre os novos. Para o horror de Harry, Bill riu enquanto apertava a mão de Draco.

"Sabe," ele disse, "eu sempre pensei que isso iria acontecer hora ou outra, de volta na época em que Harry estava em Hogwarts. Você não fala tanto de alguém que é só seu rival. Toda vez que eu visitava era Malfoy pra cá e Malfoy pra lá..."

"Ok!" gritou Harry, correndo em direção a onde eles estavam e pegando Draco pelos ombros para o puxar para longe de Bill. Por cima de seu ombro, ele mandou um olhar traído e irritado para o homem, mas ele só lançou uma piscada em direção a Harry.

Ele precisava de uma nova família.

Harry se virou para Draco.

"Por que você não senta aqui?" Ele apontou para uma cadeira, já empurrando Draco sentado nela. "O mais longe possível de Bill, ãh, que ótimo!"

Draco, Harry percebeu, só estava ficando ainda mais corado a cada segundo. Merlin, os dois não iam sobreviver aquilo, não é?

De repente, houve uma batidinha em seu ombro.

"Harry!" Ginny exclamou, o puxando para um abraço. Harry a abraçou de volta, feliz por ter a oportunidade para se acalmar enquanto camuflava seu rosto em meio ao cabelo vermelho dela. Ginny deu um passo para trás, sorrindo. Ela hesitou um pouco quando ela viu Draco, mas dava para ver que ela estava tentando ser educada. "Malfoy," ela disse, estendendo seu braço para apertar a mão dele como todos seus irmãos tinham feito.

Por alguma razão, logo com ela, Draco se recusou a aceitar o aperto de mão, seus olhos grudados onde estavam na mesa.

"Weasley," ele grunhiu.

Harry fez uma careta, o olhando com confusão. Quando ele se voltou para Ginny, ainda mais estranhamente, o sorriso dela só tinha crescido muito mais, olhando entre ele e Draco. Havia algo malicioso e divertido brilhando nos olhos dela, de repente.

"Harry," ela exclamou de novo, batendo no ombro dele. "E eu achando que você me contava as coisas."

"Como assim?" ele perguntou. Ela não o respondeu, mas, antes que Harry pudesse ir atrás dela para a perguntar o que ela queria dizer, outra pessoa tinha o parado.

"Teddy!" ele exclamou, e Teddy sorriu para ele, o abraçando também. Tantos abraços. Ele amava essas reuniões de família por isso. Era maravilhoso. A parte deles o envergonhando não era tão bom assim.

Depois de falar por alguns segundos com Harry, Teddy se virou para Draco, enfiando as mãos no bolso e acenando com a cabeça. "Primo," ele disse.

Todo mundo que estava perto o suficiente para ouvir congelou. Eles tinham se esquecido dessa bagunça específica.

Draco se virou para Teddy, uma careta confusa no rosto.

"Nós não somos primos primos," ele apontou, apesar de que ele próprio parecia incerto. "Somos?"

Teddy se sentou na cadeira vazio do lado dele. Eles não pareciam nem um pouco com parentes, com os cabelos azuis bagunçados de Scorpius e o piercing em seu nariz e o cabelo loiro cheio de gel de Draco e sua posição perfeita sentado, parecendo alguém que iria morrer antes de fazer um piercing.

"Minha mãe é a sua tia," comentou Teddy, "é, nós somos primos."

"Sua avó é a minha tia," corrigiu Draco. "Sua mãe é a minha prima. Você é meu... primo de segundo grau?"

Teddy estava fazendo uma grande careta, agora.

"O seu filho é o que meu, então?"

"Não muito."

Harry deixou eles conversando, então, já que eles aparentemente se conheciam e estavam confortáveis um com o outro. Ele encontrou Ginny se servindo do outro lado da mesa.

"Desculpa," ele falou pra ela. "Eu não sei porque Draco tá agindo assim só com você."

Ginny, por alguma razão, gargalhou bem na cara dele. "Harry," ela soltou entre risadas, "seu cabeção."

"O que?" Ginny tinha se virado e saído andando em direção a Hermione, porém. "Ginny, o que você quer dizer?" Harry gritou de novo, e ela apenas o ignorou, começando a sussurrar no ouvido de Hermione e Fleur. Fleur olhou entre Harry e Draco e então soltou uma risada alta também, enquanto Hermione balançava a cabeça.

Harry foi ir comer algo que era melhor.

 

 

O jantar foi bom o suficiente – as crianças chegaram em algum momento, Rose e Scorpius já agindo como melhores amigos de infância com aquela facilidade que apenas crianças tinham, e Scorpius foi se sentar com ela na mesinha das crianças.

Harry foi se sentar do lado de Draco e Teddy, conversando com os dois. Todo mundo estava gritando na mesa, porém. Eram um monte de Weasleys, afinal de conta, e era bem difícil ouvir o que eles estavam falando. Você tem que gritar para ser ouvido.

Se você perguntasse para Harry, ele achava que isso estava assustando Draco, mas já que Draco não falou nada, Harry também não falou.

Ele estava muito ocupado tomando conta de todos os Weasleys que chamavam Draco e tendo certeza que iria os interromper sempre que eles comentassem algo suspeito sobre Draco e Harry.

Estava ficando mais tarde, e Molly estava beijando a bochecha de Harry e de um muito tímido Draco, os dando uma marmita com a sua comida, quando Scorpius se aproximou, o rosto vermelho de tanto correr com Rose e um pouco de vergonha também, olhando para baixo. Ele puxou a mão de Draco.

"Rose me convidou para uma festa do pijama," ele sussurrou, levantando seu rosto e piscando seus olhinhos de cachorrinho para Draco. "Posso dizer sim?"

Draco olhou para Hermione, que fez que sim com a cabeça para deixar claro que Rose tinha pedido permissão. Então, engolindo em seco, Draco se virou para Scorpius, o lançando um sorriso forçado que a criança não ia saber que era forçado.

"É claro," ele disse, bagunçando o cabelo de Scorpius.

Scorpius deu um abraço em Draco e Harry, antes de voltar correndo em direção a Rose. Eles tinham se dado bem melhor do que Harry imaginava que eles iriam se dar, e ele estava bem aliviado, na verdade. As duas crianças favoritas dele eram melhores amigas. Isso sim era uma grande vitória.

Quando eles Aparataram na sua casa, Harry se voltou para Draco porém, preocupado. "Tudo bem?" ele perguntou, só para ter certeza.

"Eu acho que eu perdi a parte da vida dele em que eu poderia ficar preocupado por ele ir em festas do pijama, né?" Draco deu de ombros, engolindo em seco. "Ele é crescidinho. Eu não deveria ser superprotetor."

"Todo bom pai se preocupa," comentou Harry. "Você sabe que ele está seguro e ele vai se divertir, e você deixou ele ir apesar de não querer. Não é superprotetor da sua parte, apenas protetor."

Draco sorriu para ele, revirando os olhos.

"Obrigado pelas dicas de como ser um pai, Potter."

Harry riu, se apoiando na sua bancada. Houve um pequeno silêncio, um vazio onde Scorpius deveria estar. As sobrancelhas de Harry se franziram.

"Ei," ele chamou. "Por que você tá na minha casa?"

Draco arregalou os olhos.

"Ah, desculpa. Eu deveria ir..."

"Não!" exclamou Harry, pegando o braço dele para o impedir de realmente tentar sair. Draco congelou, olhando para onde a mão de Harry estava nele. Ele engoliu em seco. Harry não conseguia tirar seus olhos do pomo de adão dele, subindo e descendo devagar. "Se você quer ficar aqui, você pode. Pode mesmo. Eu só estava surpreso. Que você iria querer. Quando Scorpius não está."

Draco o encarou.

"Eu quero," ele sussurrou lentamente.

A garganta de Harry estava muito seca, de repente.

De repente, Harry entendeu porque Ginny estava rindo.

E a verdade – a verdade da situação era como uma bomba explodindo na cara dele, finalmente. O mundo inteiro desacelerou, depois que ela explodi.

Porque, ele percebeu, Draco Malfoy estava ali na casa de Harry Potter, parecendo relaxado e à vontade. Sua testa estava livre das rugas de estresse que tantas vezes apareciam na sua pele perfeita e pálida, seu rosto livre da careta de quem chupou limão com a qual ele tanto gostava de estragar suas lindas feições. Sem máscara, sem preocupações ou a guarda elevada. Draco Malfoy estava na casa de Harry Potter porque ele queria estar ali. Porque ele estava confortável ali.

Porque ele queria ficar perto de Harry até, talvez.

Quase que sem perceber o que estava fazendo, Harry se aproximou de Draco, levantando uma mão. Na verdade, só o atingiu o que ele estava fazendo quando ele já estava sentindo a ponta de seu polegar tocando a bochecha de Draco, uma explosão de energia percorrendo seu braço. Nesse ponto, ele nem podia voltar atrás mais.

Harry engoliu em seco, mas Draco não pulou para longe dele em nojo. Bem o contrário – ele fechou os olhos, indo em direção ao toque de Harry como se ele estivesse passando fome e Harry fosse a única comida que ele conseguia receber.

"Posso te beijar?" Harry perguntou, sua voz mal saindo, um sussurro rouco no silêncio pesado da noite. Draco pareceu ter ouvido muito bem, porém. Os olhos deles se arregalaram, e parecia que Harry tinha gritado contra seu ouvido do nada, pelo olhar de surpresa no rosto dele.

Harry engoliu em seco, envergonhado, se preparando para se desculpar e fingir que aquilo nunca tinha acontecido.

Então Draco o puxou para frente e o beijou ele mesmo.

Não houve língua, apenas um celinho rápido e meio assustado. Mais como um toque de uma pena do que o beijo de um homem, realmente. Mas uma vez que eles estavam separados, Harry não podia parar de sorrir como um maníaco.

Ele olhou para Draco, todo vermelho onde estava, mas sorrindo também, um sorriso pequeno e orgulhoso e bem Draco Malfoy, de todos os melhores jeitos possíveis. Harry colocou uma mão em seu queixo, o puxando para cima e para perto de novo, seu polegar abrindo os lábios de Draco um pouquinho, antes dele o beijar de novo, dessa vez um beijo de verdade. Draco o beijou de volta, sua língua desliando sobre a língua dele, suas mãos tocando sua bochecha enquanto Harry ainda tocava seu queixo.

Era o beijo mais lento e delicado que Harry já tinha dado, e ainda assim, de alguma maneira, o mais desesperado. Ele tentou não se perder na boca de Draco, ao menos não muito, não completamente.

Ele falhou completamente.

Quando eles se separaram para respirar, Harry não soltou Draco. Ao invés disso, ele abaixou seus olhos, fazendo movimentos circulares com seus polegares onde eles estavam segurando os dois pulsos de Draco. Draco estremeceu.

"Potter..." ele sussurrou.

Ele nunca nem tentou acabar sua frase, porque Harry tinha levantado suas mãos e estava beijando os nós de seus dedos, as pontas dele, virando sua mão e beijando as palmas dele, seguindo as linhas da vida e do amor até os traços azuis de suas veias visíveis embaixo da pele fina e pálida de seus pulsos, bem na Marca Negra.

"Eu sempre amei as suas mãos," disse Harry. "Já te falei isso?"

"Não," Draco respondeu imediatamente, sem fôlego. Os olhos dele estavam quase fechados, seus cílios tremendo e, depois de um segundo, ele respirou fundo e perguntou: "Por que você não me mostra o seu quarto, Potter?"

Harry, muito aliviado que ele tinha dado uma arrumada em seu quarto hoje de manhã, não hesitou em concordar. Eles foram – o quarto estava escuro, mas Draco não ligou a luz quando entrou, e Harry também não. Harry se aproximou de Draco, o beijando de novo. Draco derreteu contra ele com facilidade e vontade, os braços deslizando ao redor de seus ombros, puxando-o para perto até que Harry não teve outra escolha a não ser prendê-lo contra a porta com uma mão no quadril de Draco e um joelho entre suas coxas.

Draco gemeu contra a boca de Harry.

"Eu não consigo parar de pensar em você," ele admitiu. "Todos os momentos do dia. Eu simplesmente não consigo."

Na opinião de Harry, dizer "eu também não" seria eufemismo. Ao invés disso, ele beijou Draco mais uma última vez, antes de dizer: "Eu quero você." Ele apertou o quadril de Draco com mais força, sentindo a ereção dele roçando contra seu joelho e como isso fazia Draco tremer. "Eu quero fazer isso com você. Você quer isso?"

Havia algo na sua voz, uma insegurança que quase pedia fala que você me quer.

Ele realmente esperava que Draco não ouvisse.

Ele realmente esperava que Draco ouvisse.

"Eu quero tudo com você," Draco disse, mas havia uma hesitação em seus olhos, quase que uma vergonha. Quando ele falou de novo, foi quase como se ele estivesse tentando avisar Harry de algo. "Dá última vez que eu fiz isso foi na noite em que Scorpius foi concebido."

Harry sorriu para ele.

"Eu não acho que a gente precisa se preocupar com bebês, Malfoy," brincou, e Draco revirou os olhos, mas ele estava claramente aliviado, uma nova leveza em seus ombros. Ele empurrou Harry para trás, em direção a cama, se desprendendo de onde estava contra porta.

Harry se sentou na borda do colchão, tirando sua blusa pela sua cabeça. Ela ficou presa nos seus óculos e ele resmungou, irritado e desesperado, enquanto tentava desembaraçar o tecido.

"Espera," disse Draco, o parando quando ele foi tirar seus óculos também. "Fica com eles."

"Sério?" Harry perguntou divertido. Draco sorriu de volta para ele, malicioso.

"Eu gosto deles," ele disse.

Harry riu. Ele parou, surpreso, quando Draco se ajoelhou na frente dele, beijando a curva nua do seu quadril, tão perto de sua calça jeans, tão perto. Harry estremeceu, sentindo que Draco estava se vingando de como Harry estava o provocando antes. Ao menos ele não ficou assim pôr muito tempo, rapidamente indo abrir o zíper de Harry e abaixar suas calças.

De repente, porém, Harry pegou uma mão de Draco. Draco olhou para cima com uma expressão indignada no rosto que, em outro momento, teria sido hilária, mas que agora só fez Harry sorrir como um bobão.

"Ei," sussurrou Harry, "você tem certeza mesmo que quer isso? Se você só quiser ficar de conchinha, a gente pode só ficar de conchinha. Eu gosto de ficar de conchinha. Tá ok."

O que ele pode dizer? Ele se importava com consentimento falado, e ele se importava com isso o suficiente para perguntar duas vezes, na primeira vez. Os dois nem tinham se beijado antes. Harry queria ter certeza de que Draco não estava só seguindo com o momento apesar de estar incerto.

Draco balançou a cabeça, mas ele estava sorrindo para Harry também.

"A gente pode ficar de conchinha depois," ele disse, terminando de abaixar as calças de Harry com um puxão. Ele puxou sua cueca não muito depois, e então pendeu para frente, pousando beijos pelas cochas e a ereção de Harry. Harry fechou os olhos, apertando o cabelo de Draco até eu algo o acertou. Ele empurrou Draco um pouco para trás.

"É horrivelmente injusto," ele comentou, rouco, arquejando, "que você ainda esteja usando tantas roupas."

Draco riu, mas ele se levantou. O corpo inteiro de Harry gritou por ele, irritado pela separação, só que Harry sabia que iria valer a pena, então ele não reclamou em voz alta, se apoiando para trás em seus cotovelos enquanto observava Draco tirando a roupa. Era bom que ele estivesse fazendo isso ele mesmo, também. Trajes bruxas sempre assustaram Harry um pouco. Não havia como ele conseguir a tirar com rapidez e, naquele momento, ele só queria rapidez.

Ou talvez não. Ele estava desesperado pela rapidez, mas ele bem que gostava dos dois tomando seu tempo.

Uma vez nu, Draco se aproximou de Harry na cama. Harry passou os braços pelo quadril dele, o puxando para baixo, e os dois caíram deitados no colchão rindo e sorrindo e se tocando. Harry beijou as maças do rosto de Draco, seu polegar traçando o maxilar do outro homem e então começando a brincar com o cabelo dele. Draco, por outro lado, parecia bem interessado em deixar chupões leves pelo pescoço de Harry, rindo contra sua pele toda vez que Harry gemia.

Harry envolveu sua mão livre em torno do pênis de Draco, trabalhando nele lentamente, indo para cima e para baixo enquanto os quadris de Draco faziam o mesmo, desesperadamente apesar de Harry conseguir manter o ritmo deles devagar. Fazia Draco gemer contra seu pescoço daquele jeito estranhamente mimado e maravilhoso dele, implorando por mais apesar dele não realmente implorar, não do jeito que ele era.

Draco ainda estava fazendo os chupões no pescoço dele, aliás, e apesar de Harry adorar os roxos latejantes que ele podia sentir crescendo em sua pele, ele tirou sua mão do cabelo de Draco, a levando até seu maxilar para poder erguer o rosto dele um pouco. Os olhos de Draco, cheio de desejo, quase selvagens, se encontraram com os de Harry.

Os lábios dele, ainda levantados em um pequeno, contente sorriso, estavam inchados e vermelhos, os lábios mais atraentes que Harry já tinha visto.

"Você é tão lindo," Harry soltou, ainda mexendo no pênis de Draco. "Porra, você é tão lindo desse jeito, Draco."

Um rubor cresceu pelas bochechas de Draco, delicadamente, mas ele sorriu ainda mais, seu rosto se abaixando e se aproximando do ouvido de Harry. Por um segundo, ele apenas deu uma mordida no seu lóbulo, sem falar nada, e então...

"Eu sei," ele sussurrou, rindo.

Harry virou eles imediatamente, cansado de ficar por baixo de Draco, e Draco só continuou sorrindo para ele, sem nem tentar mudar as posições. Harry prendeu os pulsos dele no colchão, se abaixando para o beijar com ferocidade. Seus olhos estavam percorrendo cada centímetro da linda, maravilhosa, incrível pele de Draco, e ele não conseguia deixar de sorrir.

Ele deixou, porém, quando abaixou seus dedos para acariciar as cicatrizes pálidas no peito de Draco, um pedido de desculpas em seus olhos. Draco balançou a cabeça, mas Harry não pôde apenas engolir a culpa. Ele se abaixou, beijando, delicadamente e lentamente e bem deliberadamente, cada cicatriz que ele conseguia ver no corpo de Draco. Ele beijou a Marca, e, surpreendentemente, ele não sentiu nojo nenhum. Era porque estava no corpo de Draco, ele percebeu. Harry nunca poderia sentir nojo de nenhuma parte do corpo de Draco.

Draco arquejou contra seu ouvido.

"Harry," ele gemeu.

"Me fala," pediu Harry. "Me fala o que você quer."

"Você," soltou Draco. "Eu quero você dentro de mim, seu idiota."

Harry riu. Ele parou enquanto enfiava seus dedos dentro de Draco, exatamente como ele tinha pedido, mas não exatamente, na verdade. Ele era apertado, mas seus dedos deslizaram até que com facilidade, um de cada vez, tudo apertado e quente e maravilhoso. Ele tomou seu tempo, indo e entrando, e, por grande parte, Draco não falou nada.

Então ele falou, uma mão indo parar o braço de Harry.

"Porra," ele soltou, "porra, só vai. Por favor. Eu quero tanto, Harry."

"Ok," ele assobiou. "Ok. Porra, Draco, ok."

Harry deslizou para dentro dele, finalmente, e então foi para cima, começando o mais lentamente o possível, para dar a Draco a chance de se acostumar. Draco escondeu a cabeça entre seu pescoço, e Harry sentiu o sorriso dele, até que ele sentiu algo completamente diferente – Draco dando uma mordidinha na carne já muito sensível de seu pescoço.

"Mais," pediu Draco, ou talvez mandou, ou talvez sugeriu. Harry não parou para pensar muito nisso.

No próximo impulso, Harry foi todo para cima, e então todo para baixo, o momento se estendendo para sempre. Ambos gemeram quando ele se sentou mais uma vez, a cabeça de Harry caindo para trás apesar de que ele queria muito poder observar Draco embaixo de si.

Os dedos de Draco se cravaram nos quadris de Harry e, apesar de estar embaixo, ele começou a controlar o ritmo em que Harry estava se mexendo. Harry não tentou o parar, não tinha forças para fazer nada a não ser o encarar com um sorriso encantado. Ele era tão lindo assim, todo vermelho e com o cabelo tão bagunçado e suado, os lábios tão inchados, com um olhar tão brilhante em seus olhos. O coração de Harry estava batendo forte no seu peito e entre suas pernas e as pernas de Draco.

Harry montou Draco pelo que parecia uma eternidade, até que os dois estivessem tremendo e se beijando de novo, e Draco estivesse voltado a morder o pescoço de Harry, apertando seus ombros em um abraço trêmulo.

Ele estava gemendo o nome de Harry, o gritando de verdade, quando tinha um orgasmo, e Harry estaria pensando no quão bom era ele ter lembrado de pôr um Muffiato em seu apartamento logo quando se mudou pela primeira vez, mas na verdade ele estava muito cheio de alegria e êxtase para realmente estar pensando em qualquer coisa a não ser a expressão na cara de Draco.

Harry saiu de dentro dele, se jogando no lado de Draco no colchão.

Por um segundo, os dois só respiraram fundo e com dificuldade, os olhos fechados e os pulmões doloridos e desesperados, ao menos no caso de Harry. Ele se sentia cansado, preguiçoso, mas mais feliz do que tinha em anos. Seus óculos estavam quase caindo em seus olhos, tortos, e apesar de ainda estar os usando, sua visão estava embaçada.

Depois do que pareceram só alguns segundos, Draco levantou seu corpo um pouco, se apoiando em seus cotovelos, o peito subindo e descendo.

"Eu posso te devolver o favor daqui a alguns minutos," ele comentou, e Harry sorriu para ele, pondo uma mão no ombro de Draco para o jogar de volta na cama. O menino riu um pouquinho.

"Na próxima vez," disse, e ele amava como aquilo soava. Próxima vez. "Eu tenho planos melhores para agora."

Draco virou o rosto, ainda com um vestígio de risada em seus olhos brilhantes, apesar de como suas sobrancelhas estavam um pouco franzidas agora, uma leve suspeita em seu rosto.

"Tipo o que?" ele perguntou.

"Vem cá," Harry sussurrou trêmulo, e, ainda um pouco ofegante, Draco se aproximou na cama, deixando que Harry passasse os braços pelos seus ombros e o puxasse contra o seu peito. Harry colocou um beijo no lado de cima da cabeça de Draco, fechando seus olhos com um sorriso preguiçoso.

Ele podia sentir Draco sorrindo também, enquanto se arrumava para poder apoiar a cabeça em cima do peito de Harry, se apertando contra Harry como se Harry o segurando tão próximo de si fosse a única coisa que mantivesse Draco respirando.

Eles tinham prometido ficar de conchinha, afinal de contas.


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