Reviver escrita por LaviniaCrist


Capítulo 29
Extra


Notas iniciais do capítulo

Desculpem, este capítulo era para ter sido postado na terça-feira passada. Ele vem antes do capítulo "Chegada", mas como é apenas mais um Extra, não muda o enredo.
Eu não faço ideia do que deu de errado neste site, mas já está consertado:



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— Oh, Dick... Por favor, se comporte...! — Selina pediu como uma mãe cansada de repetir as mesmas palavras. Ela falava ao telefone enquanto observava a vista pela janela do taxi... estava perto.

— Como!? VOCÊS ESTAVAM MENTINDO PARA MIM! — O rapaz berrava, estava fora de si.

— Se acalma, Dick! — Tim implorou ao fundo.

— Alfred fez isso para o bem de vocês — ela justificou depois de alguns segundos, pensando se não era melhor encerrar aquela ligação de uma vez.

— MEU IRMÃO DESAPARECEU! — Dick teimou — DESAPARECEU HÁ MAIS DE QUATRO HORAS!

— Lois me disse que o Jon demorou até voltar para casa ontem, talvez tenha sido ele... — Selina tentava se manter calma, mas também estava preocupada com seu filhote.

— Chegamos, Senhorita — o motorista avisou, estacionando em frente aos portões de entrada do centro neurológico — Desejo sorte com seu filho... — o idoso comentou, recebendo o dinheiro pela corrida — Tenho um cabeça dura em casa também, essa idade é realmente complicada — Sorriu.

— Então ganhei de você: eu tenho quatro cabeças duras... — Ela sorriu de canto, saindo do carro e deixando o motorista de queixo caído para trás.

Selina começou a caminhar, ouvindo o final daquela discussão entre as “crianças”:

— E O QUE ESPERA QUE EU FAÇA!? — Dick perguntou, tão irritado quanto antes — Esperar aqui, sem fazer nada, até o Jason aparecer com o Damian no colo pedindo por ajuda porque tirou ele do meio de um tratamento importante!?

— Eu tirei ele do meio de um exame, e não vim exatamente pedir ajuda... — Jason disse com certa graça.

Jason estava com Damian... estavam bem. Isso bastou para que ela sorrisse e apressasse os paços.

A entrada daquele lugar era discreta o suficiente para que o grande prédio não chamasse atenção ao fundo.  Parecia apenas um hotel-fazenda ou uma espécie de SPA, só perto das portas de entrada da clínica é que havia uma placa com o nome: Instituto Summ... – o resto estava tampado por uma folhagem, provavelmente era o nome de algum neurocirurgião famoso. Também não haviam placas de identificação no caminho, caminho este fora de rotas comuns – o que facilitou os Wayne de não chamarem atenção com a chegada.

Eram 4:32 da manhã e ela se esgueirou para dentro do prédio sem problema algum. A segurança daquele lugar era inexistente, como se pedissem para que jornalistas ou algo pior se enfiasse lá dentro...

A recepção estava vazia, ou melhor, a recepcionista estava dormindo. Nenhum sinal de que aquele lugar tinha sido invadido, que um paciente foi sequestrado ou coisa do tipo. Jason não era tão furtivo assim: estavam movendo tudo para debaixo dos panos, ou nem ao menos se deram conta do que houve.

Como uma boa gatuna, ela pegou as chaves do quarto dos Wayne e se esgueirou pelos corredores daquela clínica. Nem mesmo um dos funcionários que usou o elevador junto com ela achou algo suspeito — afinal, o que poderia ter de errado em uma bela mulher indo visitar o namorado em uma clínica de madrugada?

Ela abriu a porta do quarto onde Bruce estava e entrou.

Surpreendeu-se com o mordomo dormindo em uma das poltronas, entregue à um sono pesado ao ponto de ressoar um ronco baixo – Alfred estava esgotado. Já Bruce, este dormia na cama do quarto com alguns aparelhos o monitorando e algum tipo de medicamento pingando para a veia – provavelmente precisou ser dopado depois do que havia acontecido no último exame de Damian.

Selina fechou a porta, deu passos silenciosos até a cama e se deitou sobre Bruce... ela sentia falta de ficar perto dele desse jeito: faziam semanas desde a última vez que ela conseguiu o ver dormindo. Não era hora para isso, porém.

— Bruce... — ela sussurrou, passando a ponta das unhas pelo ombro dele.

— Acordado — ele murmurou sem abrir os olhos, a abraçando.

— Ótimo — Ela começou a distribuir alguns beijos pelo pescoço dele até a mandíbula — Vim buscar você e Alfred.. — disse baixo, ao pé do ouvido dele.

— E o nosso filhote... — ele completou, sorrindo, finalmente a encarando.

— Não.

— Está mentindo, certo? — Ele desfez o sorriso.

— Não é mentira, vim buscar você... — Ela se sentou na cama, já sabia o que viria depois disso.

— ... E Damian? — Ele a encarava com o pouco de esperanças que ainda tinha.

— ... Alguém chegou primeiro e levou ele.

Bruce praticamente pulou da cama, arrancando tudo o que estava preso a ele como se não fosse nada. Mesmo cambaleante pelo efeito dos remédios que o deram para a pressão abaixar, ele se manteve de pé e pronto para ir atrás do filho. Alfred, que acordou com o barulho, encarava os dois esperando algum tipo de explicação para que pudesse voltar a dormir.

QUEM!? — Batman perguntou, porque a voz ameaçadora era dele... ele quem estava dominando as ações de Bruce naquele momento.

Selina se levantou da cama, caminhando até o namorado e segurando o rosto dele. Não poderia culpar uma das crianças – sabia que isso só traria mais problemas depois – então preferiu apenas responder o que convinha:

— Ele está bem, já está em casa... — Ela sorriu. Alfred, ao escutar que sua criança preferida estava bem, fechou os olhos e se entregou ao sono novamente.

— Eu perguntei quem foi! — ele mantinha o tom frio.

— Deveria perguntar como foi, porque parece que ninguém notou o que aconteceu aqui! — Selina cruzou os braços, o encarando.

Bruce saiu andando pelos corredores, queria respostas precisas sobre o filho e estava disposto a conseguir elas como fosse preciso. Selina foi atrás dele, não iria deixar seu morcego tornar aquele “sequestro” um escândalo na boca da mídia.

Ele estava tão dominado pela adrenalina, nervosismo, ira – ou uma mistura de tudo isso – que nem mesmo esperou pelo elevador, preferiu descer as escadas. Selina o acompanhou mantendo um olhar de soslaio sobre ele, sabia que Bruce não estava em suas melhores condições.

— Dr. Garner! — ele grunhiu saindo pela porta da escada, já no térreo, indo na direção da recepcionista. A mulher acordou, passou a mão pelo rosto e tentou pensar em alguma desculpa, mas Bruce não permitiu: — Onde está o Dr. Garner!? — acertou a mão fechada em punho sobre a bancada.

— Sala de segurança! — a mulher respondeu, assustada.

— Pra que lado!? — Selina quem perguntou, tão ameaçadora quanto seu morcego.

— Pela esquerda, segunda porta! — a recepcionista apontou, se encolhendo ao máximo que conseguiu para ficar longe deles.

Bruce tentou fazer seus passos serem mais silenciosos, não queria dar brechas para uma possível fuga. Selina continuava o acompanhando, partilhando da mesma tensão que ele – com a diferença que o coração dela estava em perfeito estado, enquanto o dele ainda se recuperava de toda a sobrecarga.

A gata abriu a porta, foi fácil, rápido e silencioso. Conseguiram ainda ouvir o final de uma conversa:

— ... Sim, já terminei de apagar todas as gravações. Não há provas... — o médico falava ao celular enquanto terminava de limpar o sistema de gravação, estava sozinho naquela sala. — Não, não foi o garotinho com poderes, foi algum outro... Não! Você quem precisa achar ele!

QUEM!? — Bruce perguntou o erguendo do chão pelo colarinho, já tinha escutado mais que o suficiente.

— Sr. Wayne!? — o médico se desesperou, deixando o aparelho celular cair no chão e se partir — E-Eu estava falando sobre um outro paciente, o seu filho está perfeitamente bem, só precisei transferi-lo para uma ala mais reservada e...!

— CHEGA DE MENTIRAS! — Ele atirou o médico sobre os equipamentos, já o considerava mais perigoso do que seus inimigos habituais — O QUE FEZ COM O MEU FILHO!?

— Exames! Exames para saber o que ele tem! — tentou se explicar — Eu achei algo, mas preciso de mais tempo para conseguir fazer uma biópsia na região! — começou a tentar se levantar, ficou surpreso quando Selina estendeu a mão para ele — Ele está descansando agora!

— Damian está seguro longe de você e vai continuar assim! — A gata o jogou aos pés do morcego, estava igualmente furiosa com aquele médico fajuto.

Dr. Garner se retorceu, sabia que aquela situação só iria piorar - independente do que ele falasse agora. Se estava jogando com pessoas perigosas, precisava mostrar que entrou naquele jogo sabendo dos riscos:

— Agora eu entendo como seu filho foi tão machucado, Sr. Wayne... — murmurou enquanto era erguido pelo colarinho novamente — ... É compreensível que ele estivesse tão relutante em colaborar, queria proteger o nome da família! E eu achando que aquele princípio de infarto era só por preocupação com o pequeno Damian... você estava com medo de eu descobrir tudo!

Bruce o soltou, tanto por entender que espancar o médico não iria resolver nada quanto porque a adrenalina em excesso estava começando a fazê-lo se sentir mal. Selina, porém, não deixou o médico fugir mais que dois passos: ela o acertou com um soco forte o suficiente para fazê-lo ficar desacordado. Depois, ela caminhou até o morcego e o abraçou – agora era como outra pessoa, apenas uma amante preocupada com o parceiro.

— Tem um taxi nos esperando na entrada, precisamos ir...

— E toda essa bagunça?

— ... Conheço uma repórter que vai adorar saber dela — Selina sorriu de canto.


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Notas finais do capítulo

Para simplificar as coisas nessa linha cronológica maluca da fanfic:
Capítulos 1, 2, 3 e 4 – Se passam no primeiro dia de tudo, quando Damian finalmente acorda. Já estava de tarde para noite!
Capítulos 5, 6, 7 e 8 – Se passam no mesmo dia, o segundo, desde a manhã até a noite.
Capítulo 9, 10, 11 e 12 – Se passam na madrugada do segundo dia para o terceiro dia.
Capítulos 13, 14, 15, 16, 17, 18 e 19 – Se passam no quarto dia. Mesmo dia em que Damian teve uma crise enquanto Dick tomava conta dele, daí Bruce resolveu finalmente leva-lo ao médico (o melhor especialista que poderia achar, Dr. Garner). Dia tumultuado, não?
Capítulo 20 – Já haviam se passado 3 dias desde que o Damian começou a ser examinado pelo médico.
Capítulo 21, 22, 23 e 24 – Já haviam se passado 4 dias desde que Damian começou a ser examinado, Alfred dava desculpa aos filhos do morcego que ficaram em Gotham para que eles não se preocupassem. Porém, mesmo com o mordomo tentando fazer tudo parecer bem, Lois notou que tinha algo de errado.
Capítulos 25 e 26 – Se passam na madrugada entre o quarto e quinto dia.
Agora este (capítulo 27) e o próximo (capítulo 28) – Se passa nas primeiras horas do quinto dia, com Damian finalmente em casa mais uma vez. Acredito que depois desses, o Dr. Garner só fará alguma outra aparição em um futuro distante...
Lembrando: os capítulos costumam ser quebras de ação, quebras de algum momento para outro. Não significam que passou um dia ou algum tempo determinado!



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