Meu Amigo Oculto escrita por Aleksa


Capítulo 5
Capítulo 5




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Capítulo 5

 

 

Nem vou tentar dizer como foi difícil explicar a situação para Lucy, ela não queria me ouvir e ficou se desculpando o tempo todo... De certa forma foi bom, se ela não tivesse chegado, eu não tenho certeza de que pararia os avanços vertiginosos de Alessa, algo nele me envenena, não consigo ter um único pensamento racional com ele por perto. Também não vou explicar a frustração e o alívio que me invadiram quando voltei e Alessa não estava mais lá.

Agora? Agora eu estou no meio da minha aula de ciências sociais revendo mentalmente o meu feriado de independência e pensando como a situação foi parar nisso...

- Senhorita Siciliani? - o professor chama.

- Pode repetir? – peço.

Isso me custou meia hora de sermão sobre como os alunos deviam se compenetrar mais nos estudos... Pulemos essa parte.

Não aconteceu nada durante aquele dia que mereça ser comentado, foi sinceramente um dia chatíssimo...

Durante a noite daquele mesmo dia eu estava muito elétrica, fiquei rodando na minha cama, a possibilidade de eu dormir parecia remota...

- Assim eu não vou fazer nada além de abrir um buraco no meu colchão... - constatei.

Me conformei, me sentei no escuro com minha lanterna e um livro que eu nunca terminarei, pois eu só o leio quando não consigo dormir, o que é muito raro, outro fato que deve ser ressaltado é que ele tem três mil páginas.

- Problemas pra dormir, querida?

Olho na direção da janela do quarto, Alessa está confortavelmente sentado com as pernas cruzadas do lado de fora da janela.

- O que você faz aqui? – eu digo, nada feliz com a ideia de ele estar no meu quarto a essa hora da noite.

- Não posso te contar. – ele diz postando o indicador sobre os lábios. – É um segredo. – ele sussurra.

- Segredo? – eu repito incrédula.

- Isso. Você vai entender, em muito pouco tempo, você vai entender.

- Você vai me contar? - perguntei.

- Eu não vou te contar nada, você que vai ter que ligar os pontinhos. – ele disse desenhando um barquinho no ar.

- Aliás, como você subiu ai? – eu disse, me tocando que estávamos no primeiro andar.

- Eu sou parte esquilo. – debochou ele.

- Péssima resposta, mamãe odeia pessoas meio animais que invadem casas no meio da noite. – respondi ao sarcasmo.

- Isso significa que nosso relacionamento é proibido pela sua mãe? Que dramático, me senti na posição de Romeu. – ele suspirou.

- Até onde eu sei, Romeu não era meio esquilo. – nem era tão sexy.

- Sempre gostei de inovações. – ele ri.

- O que não responde como você chegou aqui.

- Faz parte do segredo que eu não posso te contar. – ele se faz de desentendido.

- Então por favor saia da minha janela.

- Me convidando para entrar?

- Não, te convidando para sair.

- Adoraria sair com você. – sorriu ele, com descaso. – Mas agora preciso ir querida, tenho assuntos pendentes em outros locais.

- Que tipo de assunto decente pode alguém ter as duas e meia da manhã?

- Ciúmes, meu anjo?

- Não! – gritei, tentando não corar.

Ele ri, a luz pisca e volta, ele não está mais na janela, isso é muito estranho, não entendo como ele faz isso, minha mente estava começando a ficar com muito medo dele e suas aparições abruptas, e que segredo é esse? E por que isso me faz querer saber mais sobre ele? E por que ele APESAR de muito suspeito não me assusta? Afinal, ele simplesmente BROTOU na minha vida.

Acabo passando minha madrugada em branco, a possibilidade de Alessa voltar tirava o resto do sono que eu não tinha...

Já pela manhã, meus olhos estão perdidos em algum lugar das crateras que eu batizei carinhosamente de olheiras. A parte boa disso tudo é que é sábado, posso lamentar minha noite mal dormida em paz...

Chegando na cozinha, encontro Alessa sentado na mesa, com uma xícara de café, sorvendo-a tranquilamente.

- Ah~! - eu berro, caindo pra trás.

- Bom dia, meu anjo! - ele responde com um sorriso.

- Como você entrou aqui? - gritei me jogando na parede, pensando a quanto tempo ele estava lá, uma vez que a mesa de café da manhã estava toda posta.

Ele vira seu olhar na minha direção, sério, seus olhos me analisam de cima a baixo.

- Já disse que você fica muito sexy com essa camisola?

Olho meu pijama, dou um grito e corro escada a cima, batendo a porta atrás de mim.

- Tenho que trocar as fechaduras...

Meu coração bate horrivelmente rápido, ao mesmo tempo que quero chamar a polícia, quero descer correndo e me atirar nele, tenho certeza de que ele não iria se opor...

- O que está acontecendo comigo?... Eu nem o conheço... - digo para mim mesma, tentando suportar minha respiração acelerada e meu coração arrítmico.


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