Meu Amigo Oculto escrita por Aleksa


Capítulo 42
Capítulo 42




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Naquela noite eu precisei de alguns calmantes pra dormir, estava preocupada com Alessa, assim como estava com Feliks, Levilian, e todos os criados, eu podia ouvi-los chorando pelos cantos, quando passavam em frente a porta do meu quarto.

Meu sono foi chapado em remédios, a partir de certo ponto da noite nem se explodissem a parede lateral da casa...

Pela manhã eu acordei com o cheiro empestado de sangue no ar do quarto, pulei na cama, minha garganta estava ardendo, mas eu tinha outras preocupações naquele momento...

Alessa estava sentado, olhando o ponto fixo no chão, seus olhos perdidos e desorientados, manchas vermelhas espalhadas por suas roupas, rosto e cabelos.

Minha espinha gelou.

- Alessa...

Ele continuava olhando para o chão. Eu me levantei e caminhei até ele.

- Alessa.

- Sabe o que é estranho...? Eu não me sinto melhor... – a voz dele começou a tremer. – Mesmo que... Eu tenha matado Nero... E não só ele como também Níneve... Os soldados que foram mandados por Nero pra matar meu pai, ainda que eles não tivessem feito isso por que queriam.

Um arrepio gelado correu duas vezes a minha espinha.

- Eu... – lágrimas desciam de seu rosto e congelavam em pequenas gotas de gelo. – O que eu fiz?...

- O que aconteceu? – eu pergunto.

Houve um momento de silêncio, ele tomou fôlego e começou a falar.

- Eu saí daqui... Cheguei aos portões de Saleriv, eles já esperavam a minha chegada... – ele secou as lágrimas querendo conter a voz. – Nero estava sentado numa cadeira no centro da sala com um sorriso sarcástico... Ele virou e disse: “Gostou da minha surpresa Orumiê?”, e começou a rir...

A angustia apertou no meu peito.

- Eu... Caminhei até ele, peguei ele pelo ombro... e congelei o braço esquerdo dele... E depois puxei. – ele começou a tremer, talvez de medo de si mesmo. – Ele caiu de joelhos no chão, gritando. Eu nem o ouvia falar... Depois, os guardas que ainda na tinham sido dispensados do “trabalho” foram na minha direção... Eu matei todos... Por favor, eu imploro, não me faça dizer como... – ele pediu, encolhendo-se na cadeira. – Depois eu voltei a Nero e... Congelei ele... De dentro pra fora, depois eu bati na estatua de gelo com aquela cadeira vermelha... De novo, e de novo... E ai saí... Não faço ideia de como cheguei a casa de Níneve... Mas eu o matei, matei como se mata um traídor como ele... Depois voltei pra cá... Me sentia o pior monstro do mundo... Sentia que devia ser enjaulado... Então vi você dormindo... E me senti tão culpado...

Ele finalmente olhou pra mim.

- Como eu posso abraçar você, tocar em você com ESSAS mãos...?! Eu matei o meu irmão com essas mãos... Eu matei inocentes com essas mãos! Eu desprezo a minha falta de controle... Se não fosse por minha causa... Meu pai ainda estaria...

- Alessa! – eu gritei. – Eu não te acho um monstro! Você não é um monstro!

- Convença-me... Eu não estou conseguindo acreditar...

Depois dessa conversa, todos na casa voltaram a se isolar... Por duas semanas a fio...


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