Capítulo 41

Vejo um dos Saleriv se aproximarem de Feliks enquanto ele estava ocupado com Karmen, ele puxa linha de fogo verde que se tocasse nas costas dele, daria uma abertura a Karmen para matá-lo.

- Não! – eu berro.

Não faço idéia do que é que eu estou fazendo... Minha mente fica total e completamente branca, espero não me matar...

- AH~! – eu berro o maia alto que meus pulmões agüentam...

Alessa olha para o lado, e saindo de dentro da cúpula gelada, prendendo Nero no chão, ele diz:

- Espera só um minuto moleque...

Tocando suavemente no chão, estacas de gelo brotam dele, fazendo um corte profundo no braço do Saleriv que ia atirar em Feliks, coisa que Feliks só percebe ao ouvir o grito do Saleriv caindo de joelhos no chão.

- Hum?... – Feliks vira, olhando feio o Saleriv caído. – Agora eu vou usar você de taco...

Ele pega o Saleriv pelo braço e atira em Karen, que cai no chão uns nove metros a frente.

Karen joga o Saleriv para o lado, tirando-o de cima dela e voltando a caminhar na direção de Feliks.

Alessa volta a cúpula de gelo onde Nero está falando todas as ofensas/blasfêmias/palavrões que nesse momento consiga se lembrar.

 - Cala a boca ou arranco a tua língua... Vish, moleque chato... – Alessa reclama.

- Oras, seu [por favor, preencham com os palavrões que acharem adequado]! Eu mato você!

- É realmente, estou morrendo de medo aqui... – Alessa diz, encostando na parede gelada.

Horas de batalha se passam, os Wyorin e os Saleriv foram completamente sub-julgados... Eu sei, não narrei toda a emocionante batalha... Mas não foi emocionante! Nero e Karen não estão mortos, Alessa não estava a fim de matar ninguém, Feliks é um adepto da paz, e eu não posso fazer nada! Essa batalha foi uma coisa ridícula... E eu que achava que seria terrível e sem precedentes... Hump... (por favor não entendam errado, não quero ver o sangue jorrar, ok?).

Voltando pra casa, Alessa está relativamentte satisfeito, Orumiê não sofreu nenhuma baixa nessa guerra, e apesar de muitos feridos graves, Romanov também não... Só uma coisa deu errado... Mas disso ele ainda não sabe

Feliks está parado na porta encarando chocado o vazio, lágrimas brotam de seus olhos.

- Feel? O que houve? – Alessa pergunta.

- É muito tarde...

- O que?

- ... Logo depois da batalha... Nero marchou a casa do seu pai...

- O... Meu pai?

- Ele está morto...

 Feliks cai joelhos junto ao batente, soluçando. Alessa está chocado olhando para frente, seus olhos, diferentemente dos de Feliks não se enchem de dor, mas sim de raiva.

- Ele está morto...? – Alessa diz.

Eu não tenho tempo de dizer nada, ele some pela porta na direção da casa de Saleriv, e só vai parar quando Nero estiver morto... Dessa vez não haverá compaixão...

Vou ao chão amparar Feliks que chora e soluça como nunca imaginei que fosse vê-lo chorar, Levilian está tremendo, encostado a parede, mesmo que ele, tanto quanto Alessa queira matar Nero lentamente, ele sabe que essa luta não é dele.

- É minha culpa... – Feliks chorava. – Por que eu não vi isso antes...?

O clima na mansão fica muito pesado, todos tem expressões infelizes, doídas, machucadas. Feliks é o que mais me preocupa, ele assumiu toda a culpa pra si, e agora está encolhido num canto do sofá da sala.

Tenho medo que Alessa se machuque, ou faça algo que se arrependa depois, o que pode ser ainda pior do que a primeira opção... Levilian nunca me pareceu tão distante, perdidos em milhares de pensamentos nos quais eu não ouso me intrometer, até mesmo os criados agora estão todos espalhados pelo aposento, encostados nas paredes e sentados no chão.