Meu Amigo Oculto escrita por Aleksa
Capítulo 36 [a adolescência de Alessa]
Alessa e Levilian já voltaram pra casa, Levilian está tomando uma xícara de chá, comportadamente sentado numa poltrona.
- Liv...
- Hum?
- Posso fazer uma pergunta indiscreta?
- Erm... Acho que sim.
- Você é gay?
Levilian engasga com o chá, tossindo e se controlando pra não rir, nem berrar.
- O que?! – ele diz, tossindo ainda.
- É que... Eu já achava isso desde de o dia em que nos conhecemos e...
- Não!
- Tem certeza?
- Acho que esse é o tipo de coisa da qual se TEM certeza!
- Que bom. – Alessa respira mais aliviado.
- Eu não quero saber quanto tempo da sua vida você gastou pensando nisso... – ele diz, apoiando a cabeça na mão direita e suspirando frustrado.
*********LIV ********
Naquela mesma noite eu estou sozinho no meu quarto, olhando pela janela e pensando quando eu contaria a Alessa que em breve precisaria partir.
- O que eu faço agora...?
- Levilian...
Levilian olha na direção da porta e se surpreende com quem encontra.
- Feliks? O que faz aqui?
- Você precisa saber.
- Do que?
- Se você não escolher logo, Alessa vai acabar morto. Eu não quero isso.
- Desculpe Feel, eu sei disso, mas acho que Loren é uma parte do meu passado que eu preciso lidar...
- Ele está casado agora...
- Com uma humana, certo?
- Isso, Helena.
- Ele sabe que está morrendo... Por que continua lá?
- Ele a ama, e ela está grávida.
- Um mestiço...?
- É uma menina.
- Eu não quero matá-la...
- Então vá embora, ou Alessa vai sofrer, e novamente você terá sangue nas mãos.
- Você não precisa me lembrar Feliks.
- Desculpe Levilian, não queria reabrir velhas feridas...
Não respondo, Feliks caminha até mim.
- Você vai ficar bem?
- Com o tempo, vou sim.
- Desculpe por te pressionar...
- Pare de se desculpar Feliks, não é sua culpa... Eu ainda devo explicações a ordem...
Respiro fundo.
- Já tomei a minha decisão. Eu vou embora.
Feliks tem um olhar triste nos olhos.
- Tem certeza?
- Não vou matá-lo, ele já está doente, deixe-o ficar com a família.
- Você é uma boa pessoa Levilian.
- Não sou uma pessoa, não posso ser bom, só não quero ter o sangue de outro inocente nas mãos...
- Tudo bem, não vou discutir com você.
- Você nunca discute com ninguém Feliks.
- Você tem razão. – Feliks sorri simpaticamente.
Eu tinha mais uma semana na casa dos Orumiê, depois eu partiria, e pouparia tanto a vida de Alessa, que estaria em perigo se eu desafiasse a Ordem, como também a vida da mestiça que nasceria, eu teria que matá-la, mas eu não quero matá-la, por isso eu vou embora, e arcarei sozinho com as conseqüências das minhas decisões.
- Desculpe Alessa... – eu penso.
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