Meu Amigo Oculto escrita por Aleksa


Capítulo 3
Capítulo 3




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Capítulo 3

 

 

Aqui estou eu, parada em uma loja de cristais, falando com alguém que parece ser ilusão da minha mente cheia de açúcar.

- Alessa...?

- Isso. - ele sorri, maldoso. - Algo errado?

- N-Não, nada. - eu digo movendo as mãos no ar.

Seu cabelo escorre sobre os ombros e coloca-se parcialmente a frente de seu olho verde, acentuando seu sorriso envolto em perigo e mistério.

Não posso resistir a olhar sua mão direita, onde um anel prateado se encontra em seu dedo médio, involuntariamente pego sua mão e olhos atrás onde existe uma inscrição no anel: "Ora pro nobis".

- Não é real...

- Eu provo pra você que é. - ele diz, abraçando o joelho esquerdo.

Meus olhos se estreitam, não é possível, era um sonho, não era nada real!

- Você não pode ser real...

Ele paga a minha mão esquerda, pondo-a sobre o peito.

- Não posso?

Sobre a minha mão ouço o coração dele bater, um arrepio corre minha espinha, ele sorri.

Não que eu estivesse com medo, mas isso é uma coisa que eu nunca imaginei que fosse acontecer, aqueles olhos não podiam ser mais do que minha imaginação.

- Quem é você...? - pergunto, dando uns dois passos pra trás, dividida entre medo e curiosidade de saber mais sobre ele.

- Sou o seu maior sonho. - ele sorri irônico.

É pretensioso isso sim... Se bem que é uma verdade...

- Mas, você não é real, eu SONHEI, só isso.

Ele se levanta da mesa, vem na minha direção, eu acabo indo pra trás até que uma das mesas barra o meu avanço.

- Eu mostro que eu sou mais real do que você pensa. - ele sussurra em meu ouvido esquerdo, postando suas mãos sobre a mesa ao lado dos meus quadris.

Eu arrepio.

Sua mão direita se levanta, pousando levemente em meu ombro, seus lábios descendo até o meu pescoço. Eu queria gritar, mas não havia menor possibilidade de meu cérebro se lembrar de como se faz isso.

- Pare. - eu tirei de algum lugar, e meio que me odeie por tê-lo dito.

Ele para, eu estou tremendo, e o pior é que não tenho certeza de QUAL foi a sensação que me causou isso.

- Parei. - ele sussurra. - E agora?

Pego seus pulsos e o afasto de mim, tentando recompor minha racionalidade aos pedaços. Limpo a garganta.

- Seria melhor se você não ficasse tão perto... - respire! Respire!

Nesse momento eu estou me esforçando o máximo que meu cérebro permite para não olhá-lo nos olhos.

- Por quê?

Boa pergunta, POR QUÊ? Afinal, ele era a coisa mais perfeita que eu já havia visto, e pelo amor de Deus! Era MUITA perfeição para o meu pobre coraçãozinho...

- Por quê?... Por quê? Ora, por que... por que eu não te conheço.

Ele olhou com uma expressão onde piscava a frase: Uhum, e dai?

De repente ele sorriu, um sorriso malicioso de quem descobre alguma coisa incriminadora a respeito de alguém.

- Medo de não agüentar?

Meu Deus como ele sabe?

- N-Não!

- Gaguejando.  - ele ri.

Eu fico tão vermelha que não sei se sobrou sangue em qualquer outra parte do meu corpo além do meu rosto.

- Vou te contar um segredo, vem aqui. - ele indica com o polegar.

Aliás, eu ainda o estou segurando pelos pulsos.

Não tenho certeza de que quero ouvir esse segredo seja ele qual for, mas em todo caso...

Me inclino levemente, ele se aproxima do meu ouvido com a boca, e toma fôlego como se fosse dizer algo, mas... Ele lambe minha orelha, mordendo levemente o lóbulo e dizendo:

- Te conheço melhor que isso. - ele sussurra, num murmurar convidativo.

Estava quase cedendo, ele se afastou, caminhando pra fora daquele lugar, na direção da porta da loja, eu estremeço, ele ri.

- Mas é sério, algumas coisa vão mudar seriamente aqui. - ele diz, empurrando levemente a porta.

Olho no relógio, preciso ir encontrar as meninas, mas... Fala sério eu preciso me recompor, e preciso agora, ou juro que tenho um enfarte.


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