Capítulo 23

*******ALESSA*******

Eu tinha certeza de que algo daria errado, eu conheço Levilian, ele adora “dar o toque pessoal” dele as ordens do meu pai... Por que tinha que ser logo ele? Meu pai sabe que eu o odeio... Aquela praga sarcástica e irônica, só por que ele está sempre certo. E fica com aquele sorriso de “eu te disse” o tempo todo! Ah! Como eu o desprezo!... Mas ele me ajudou muito no passado... Claro que isso não muda nada!

- Preciso arrumar minha mala... – concluo.

Aquele pirralho imbecil vai inventar alguma coisa pra criar uma guerra de casas...Dane-se, eu esmago aquela cara de idiota dele na perede se for preciso.

Subo as escadas, Liv está encostado no batente da porta, tentando não rir... Nunca fui bom em arrumar a minha própria mala.

- Levilian o que está fazendo?

- Sua capacidade de arrumar malas é tão boa quanto o seu senso de direção durante a noite.

- Só por que você foi minha babá no passado, não quer dizer que tenha que ser agora.

- Eu não era sua babá, eu garantia que você voltasse pra casa com a cabeça colada no corpo... Bobão. – ele disse, andando até mim e cutucando a minha testa.

- Tenha a sensação de que meu pai AINDA acha que você é minha babá... – suspiro.

- Isso por que você ainda é um moleque chato e revoltado que fica me dando trabalho. – ele ri, apontando a minha mala.

- Eu não...

- Shh! Fora daqui.

- Mas o quarto é meu!

- E? Fora!

Levilian me empurrou até a porta, batendo ela atrás de mim e trancando.

- Eu fui expulso... Do meu quarto? – eu digo. – Ah, tanto faz...

Caminho escada a baixo e encontro Elizabeth sentada na sala olhando pela janela.

- Oi. – sorriu.

- Oi, pra onde Levilian foi?

- Ele se trancou no meu quarto... Depois de me colocar pra fora... – eu suspiro.

- Estou surpresa que você não tenha tentado congelar o cérebro dele e colocar num triturador pra fazer sorvete.

- Que imagem fantástica você tem da minha pessoa...

- O que eu posso fazer? Você não parece gostar dele.

- E você gosta? – eu pergunto.

******ELIZABETH*****

Não tenho certeza se eu e ele estamos falando dos mesmos tipos de gostar...

- De que tipo de gostar estamos falando? – eu pergunto.

- Me diga você. – ele responde.

- Isso não vai levar a lugar nenhum.

- Então essa conversa acabou aqui. – ele diz, levantando.

- Espera. – eu digo, segurando a manga da blusa dele.

- O que?

- Você está zangado?

Ele sorri.

- Não posso me zangar com você.

Ele me abraça carinhosamente, fico feliz de estar nos braços dele.

- Eu te amo, lembra-se? – ele ri.

Depois de me soltar ele se levanta novamente e olha na direção do corredor.

- Não estou feliz em deixar Levilian sozinho no meu quarto...

- Então vai lá e tira ele.

- Vai ser pior se eu tentar arrastá-lo... Acredite...

Alessa estremece... Tenho medo do que ele está pensando...

- Alessa~. – Levilian chama.

- O que? – ele diz, virando na direção do chamado.

- Pensa rápido. – Levilian diz, sorrindo e atirando um grande objeto em Alessa... Objeto que acaba caindo em Alessa, levando-o para o chão...

- O que foi isso?! – ele pergunta, tirando a coisa de cima de si.

- Sua mala, já que você é incompetente pra isso. – ele sorri como uma criança, inclinando-se na nossa direção.

- Você arrumou... A minha mala?

- Yep. – ele sorri.

- Você está mesmo querendo me por pra fora dessa casa... Não está? Seu sanguessuga miserável...

Ele sorri, caminhando pelo corredor. Alessa olha na direção da porta do corredor com uma expressão de “eu te mato um dia...”.