Meu Amigo Oculto escrita por Aleksa


Capítulo 16
Capítulo 16




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Capítulo 16

 

 

Senti-me culpada, não sabia por que, mas me sentia.

Ele permaneceu me olhando nos olhos, eu sentia como se muitas coisas se tornassem secundarias, eu queria beijá-lo, queria confortá-lo por alguma razão... Mas ele não parecia triste ou machucado... Então... Pra quê?

Ele se levanta lentamente até estar bem perto do meu rosto, segurando meu pescoço e dizendo:

- Eu preciso aprender o meu lugar.

Era como se ele falasse sozinho. Ele me beijou, eu não sabia o que fazer naquele momento, eu ia abraçá-lo, mas ele segurou minhas mãos, trançando os meus dedos nos dele.

Não posso dizer que estava numa situação fácil, quanto mais aquilo durasse, mais difícil seria pra me distanciar dele quando ele me soltasse, eu estava completamente dependente da vontade dele de me soltar.

- Chega. – ele disse, após alguns minutos.

Era quase insuportável me separar dele, me senti gelada como nunca tinha me sentido em toda a minha vida...

- É perigoso se aproximar demais de mim... – ele disse, tocando o meu rosto com ternura.

Fiquei algum tempo olhando pra porta depois que ele saiu, não consegui gritar pra ele ficar, como eu queria ter feito...

Naquele mesma noite ainda estava muito frio, e pra completar hoje chovia pesado, um chuva gelada, o céu estava muito escuro. Fazia tempo que eu não vai Alessa... Para tanto fui perguntar a uma das empregadas, que por sorte eu havia encontrado:

- Olá. - eu disse.

- Boa noite senhorita. - ela respondeu.

- Você sabe onde Alessa está?

- Você quer dizer, o mestre Orumiê?- ela perguntou.

- Isso.

- Ele está no jardim. - ela respondeu, voltando ao trabalho e limpando os tampos das mesas.

- Lá fora?!

- O jardim é do lado de fora senhorita. - ela suspirou.

Corri escada acima, a empregada devia achar que eu era louca, mas eu estava mais preocupada com Alessa no meio da chuva... Certo, agora era só uma garoa gelada, mas elemental do gelo ou não, eu não iria deixá-lo lá fora na chuva... Isso só era a coisa certa a se fazer... Certo?

Peguei meu guarda-chuva e sai, Alessa devia estar em algum lugar por ali... Mas onde?

- Alessa~! - chamei.

Caminhei pelo jardim, e encontrei-o abraçado aos joelhos num banco de pedra próximo a uma das fontes, cantarolando.

- Alessa! - eu gritei.

Ele olhou pra mim, eu caminhei até lá, dizendo:

- Saia da chuva! Você vai acabar doente.

- Estou bem. - ele disse, com cara de espanto pela ênfase que eu dava as minhas palavras.

- Não está não! Vai pra dentro!

Ele sorriu, acenando com a cabeça e começando sua caminhada pra dentro de casa, comigo atrás dele, ele deu a volta até atrás da casa, ele estava ensopado, ia acabar molhando a casa toda se entrasse pela porta da frente.

- Você é maluco! Elemental do gelo ou não você vai acabar doente assim.

- Como você é chata... - ele riu, parado em frente à porta dos fundos e torcendo os cabelos.

- EU?!

- Você.

- Escuta, não sou eu que...

Ele me puxa pelo pulso e coloca contra a parede da casa. Eu congelo, a água do cabelo dele pinga no meu colo.

- Shh. - ele diz se aproximando e me beijando.

Impressionante! Chovendo ou não, ele ainda era a pessoa mais quente que eu já havia conhecido, e não importava mais o que eu ia dizer, quando ele me beijou eu me esqueci completamente do que eu estava fazendo ali.

Meus braços envolveram sua cintura, seus braços estavam ao lado da minha cabeça, a água escorria nos meus ombros, minhas mãos estavam geladas... E eu me distraí e acabei mordendo o lábio inferior dele, que sangrou... Droga de caninos pontiagudos.

- Ai. - ele reclamou.

Fiquei perdida, e acabei por tomar um atitude muito precipitada.

- Desculpe. - eu disse, lambendo os pequenos cortes, que não custaram muito a cicatrizar.

Eu parei, recobrei a consciência do que estava fazendo e me desesperei... O QUE EU HAVIA FEITO?!

Corri pra dentro, nem olhei pra trás, não queria encarar o olhar de Alessa, não queria nem saber o que ele estava pensando de mim naquele momento.

 


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