Capítulo 10

Pra alguém que não estava se conformando com a mera existência de vampiros, até que está indo bem a fase de aceitação...

Chego em casa e encontro as meninas paradas na sala, com bolsas muito grandes.

- Erm... Oi? - eu digo.

- Lizie, isso é uma intervenção, nós vamos ficar aqui essa noite. - Eli diz, determinada.

- Ok... - eu digo. - Quanto tempo vão ficar? - eu pergunto.

- Uma semana. - Lucy responde.

- Ok... - eu concordo.

É como uma festa do pijama de uma semana, eu acho. E foi bem divertido, nas primeiras quatro noites, enquanto fazíamos tudo o que eu não fazia quando estava sozinha, como as unhas, cabelo e maquiagem... Até que minha garganta começou a arranhar novamente.

Eu não podia simplesmente pô-las pra fora, e eu não estava gostando da ideia de querer o sangue de qualquer uma delas. Minhas cabeça estava começando a latejar quando...

- Olá, meu anjo. - Alessa disse da janela.

- Como ele foi...? - Maggie tentou perguntar.

- Vem comigo! - eu disse aos berros.

Arrastei Alessa do primeiro andar, escada a baixo, até um dos cômodos da casa.

- O que faz aqui? - perguntei.

- Vim te visitar, mas se você quer que eu vá embora...

- Não. Quero saber o que é você primeiro.

- Então não tem mais nenhuma razão pra que eu fique. - ele sorriu.

Ele caminhou lentamente até a porta, eu o segurei e puxei pelo pulso atirando-o contra a parede.

- Ai, como eu odeio gente como você. - eu suspirei.

- Você que começou. - ele riu.

- Você não veio aqui só testar a minha força de vontade. O que você quer?

- Bom, já que você perguntou. - ele sorri, indo novamente para a porta. - em três dias você vai precisar de sangue, e não importará de que seja, por isso eu sugiro duas coisas: Livre-se delas, e deixe a porta do seu quarto destrancada.

Ele me mandou um beijo e saiu porta a fora.

Acredito que todos já tenham entendido como é difícil explicar as aparições de Alessa em casa. Por isso, não vou repetir toda a minha desculpa, sobre terapia, teatro e afins... Foi muito longo...

- Enfim... E foi isso. - terminei minha explicação.

- Ah... - todas disseram.

- E não quero que vocês fiquem doentes também. Por isso amanhã vocês vão embora. Além do mais eu terei que viajar, assim que chegar lá digo como estou.

- Certo, ligue assim que chegar. - Lucy diz.

- Certo. - eu digo.

Na manhã seguinte elas vão embora, mal sabia eu o que me esperava...