FAST LOVE – FIRST LOVE > UM CONTO DE CARNAVAL escrita por Bubuh 2008


Capítulo 8
Capítulo 8




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Depois da sobremesa, ajudei Kris e Dani a arrumarem a cozinha. Tony e Poncho arrumaram a copa. Quando terminamos, Dani e seus pais resolveram sair, dar uma volta pela praia. Eu e Poncho fomos para o quarto dele de mãos dadas. Assim que entramos, ele se sentou em uma cadeira que ficava de frente para o computador, ligando-o.
—Você tem orkut, Dul?
—Tenho sim! E você?
—Não! Só MSN!
—Nossa! Por que você não tem Orkut? É tão raro alguém não fazer parte desse site...
—É que eu gosto de ser diferente! Mas eu quero ver o seu perfil!
—Fala sério, Poncho....¬¬!
—Mas eu estou falando, eu quero ver o profile da MINHA namorada!
—Repete?
—O quê?
—O que você disse antes?
—Eu quero ver seu perfil, =p!
—Não assim...-me sentei no colo dele. -Fala direito!
—Mi-nha na-mo-ra-da!-distribuí muitos beijos por suas bochechas.
—Óun, como você consegue ser tão fofo, Ardillón?
—Eu não sou fofo!!!
—Você é sim... Nunca vi “cobertor” desconfortável!
—huahuahuahauhau... Essa foi muito boa, Dul!
—Não é só você que entende espanhol, =p?! Aprendi muito com RBD!
—Eu também...- ele apertou minhas bochechas.- Mas você me mostra o seu Orkut?
—Pra quê?
—Pra saber um pouco mais sobre a sua vida!- ri da cara investigador que ele fez e abri minha página.
—Você era morena, Oo?

—Sim, e com orgulho! Ou você acha que eu nasci legalmente ruiva? Huahuahua...
—Já era gata quando morena... Agora ruiva tá melhor ainda! –me apertou e beijou meu pescoço.
—E a torcida do maraca vai ao delíííirio!!!!
—E que delííírio!- enfatizou enquanto fuxicava minha página. -Pena que aqui não tem muitas informações sobre você!
—Meu Orkut é aberto pra todos mas minha vida só pra quem me interessa!
—E eu interesso a você?
—Oun, assim você subestima a minha capacidade!-apertei seu nariz.
—Eu quero saber mais de você!- passei minhas mãos por seu pescoço e beijei suavemente seus lábios.-Eu estou na sua frente, aproveite! O que você quer saber de mim, =)?- ele pensou um pouco.
—Ok, ok... Qual é a data do seu aniversário?
—17 de fevereiro!
—Ouch! Comecei mal, cheguei atrasado no seu aniversário...=/
—O melhor sempre vem por último, né?
—Ótima observação, =D! Qual a sua cor preferida?
—Azul e preto!
—Comida preferida?
—Macarrão, lazanha, strogonoff, pizza, bife e batata frita...
—Eu também... Mas você não gosta de doce?
—Só de chocolate... E sorveteee!
—Quando deu o seu primeiro beijo?
—Ain, que vergonhaaa...
—Fala, eu não tenho ciúmes dele!
—Quando eu tinha 17 anos, hauhuahuahua... Mas...
—Mas?-me levantei de seu colo e sentei na cama.
—Quando ficamos no elevador, todos os beijos que já dei foram anulados. Começando do zero, a partir daquele.. Contigo! –ele veio até mim.
—Eu também senti isso... E essa sintonia toda que estamos tendo, me assusta!-sentou-se ao meu lado.
—E você, senhor Alfonso?
—O que tem eu?
—Posso fazer minhas perguntas também?-ele levantou seu rosto e sorriu.
—Pode não... Deve!
—Ok...
—Você é daqui do Rio?
—Nasci em Porto Alegre mas fui criado aqui!
—Uaaaau... Que bacana!
—Próxima pergunta?
—Você já traiu?
—Não! Eu sou transparente... Não consigo mentir ou esconder o que sinto! Se eu não estiver mais a fim da pessoa, eu prefiro magoar seu coração com a minha verdade, do que com uma ilusão ou uma traição!
—Bom, saber... ;D!
—Nenhuma pergunta a mais?
—Hum... Como eu vou dizer isso? Vejamoos...-coloquei a mão na frente dos meus olhos. –Você me deixa arrepiada, me deixa inquieta! Como se existisse uma chama, um fogo dentro de mim... E com certeza, você quer colocar mais gasolina na situação!
—Claaaro!!!- ele puxou minha mão. - Se quiser a gente...
—Esperaaa! -suspirei e sorri. -Bem, eu quero saber com quantos anos você teve a sua primeira vez!
—O quê?-sua cara ficou muito engraçada.
—Ué? Você me perguntou sobre meu primeiro beijo e agora eu quero saber sobre sua primeira transa!
—Dul, uma transa é muito diferente de um simples beijo!
—Mas o primeiro beijo nunca é “simples”! É o PRIMEIRO, entende?! Além do mais, acho difícil rolar sexo sem beijo.... Tipo, é um passo pra o fim da trilha, saca?
—Dulce, nem sempre sexo precisa ter beijos... É uma coisa muito mais sensorial! Envolve toques, trocas de energia. Você nunca ouviu falar que a maioria das pessoas que fazem programa, só fazem isso pra dar prazer ao outro... Sem beijos. Elas apenas vendem o corpo.
—Claro que já ouvi! Alfonso, você está sendo injusto! Eu falei tudo o que você quis saber de mim, portanto não enrola! Onde está o homem que disse ser? O transparente que não gosta de ilusões? Essa experiência foi tão ruim assim?- ele se levantou do chão e sentou ao meu lado.
—Eu estou aqui, Dulce María! Continuo o mesmo homem de sempre! O honesto, sincero, e... virgem!
—O.o? Virgem?
—Sim... E me orgulho disso!
—Jamais poderia imaginar... Você não parece ser virgem! Tipo, você é todo desinibido, nada tímido e... quente, Oo!
—As aparências enganam, Dulce! Você já devia saber disso, ¬¬! –ele estava irritado. –Esperava o que de mim?-se levantou e começou a andar pelo quarto. -Que eu fosse um garanhão? O cara que fica com todas as garotas, joga uma lábia nelas, as apresenta aos pais como sua namorada e sempre vai pra cama com elas pra depois descartá-las? Desculpe, Dulce! Eu não sou esse tipo! Eu não queria te decepcionar...
—Você não me decepcionou, Poncho! Mas é que...-ele continuou a falar.
—Passei minha adolescência inteira, ouvindo as experiências sexuais dos meus amigos, que sempre aconteciam em um passo de mágica, tudo tão vazio e seco! Na faculdade, a história se repetiu... Todo mundo só buscando o tal “prazer”! E eu nunca quis nada assim... É óbvio, que ás vezes me sobe um desejo incontrolável, uma curiosidade bruta, ou então bate a vontade de colocar tudo, o que já ouvi e já li, em prática. Mas aí penso em como me sentiria depois disso... Será que não me arrependeria por ter feito algo sem amor? Meus pais não me ensinaram a ser desse tipo! -ele estava com um olhar perdido.

Era incrível, como Poncho era forte, e ao mesmo tempo, sensível. Seus pensamentos batiam com os meus. Eu não queria fazer sexo, eu não queria simplesmente “romper uma barreira”, como Any falava. Por mais que ela dizia o quanto era maravilhoso essa experiência, eu queria que fosse com alguém importante pra mim. Eu não estava desesperada pra me entregar ao primeiro que aparecesse na minha frente. Queria que fosse especial, com alguém especial... Alguém como Poncho. Eu só podia estar louca, pensar em uma coisa dessas de um cara que havia conhecido há dois dias. Fosse o tempo que fosse, a duração que tivesse, eu não me importava. Alfonso era um cara magnífico, que estava me fazendo feliz a cada segundo, que eu vivia ao seu lado. Dando existência a palavra “perfeição”.

—Que lindo, Poncho! Se a maioria dos caras pensasse como você, não haveria infidelidade no mundo.
—Eu só falei o que sinto. –ele olhou dentro dos mus olhos. –E você, quando perdeu a sua virgindade?
—Eu não estou a procurando... E não a perdi, =D!
—Você também é virgem, O.o? Não parece...
—Eu sou meio desastrada, estabanada, malucada mas não dou dada, =(!
—Não foi isso que eu quis dizer, desculpa!
—Eu não sei que peça o destino tá pregando em mim, só posso te dizer que o que você me contou já aconteceu comigo... E o que você sente, eu também sinto! Eu entendo o que você passa... Ouvir você falando, é como se eu estivesse diante de um espelho...
—E isso me assusta!-falamos juntos, nos olhamos e, em seguida, caímos na gargalhada.
—Será que todos os virgens são como nós?-ele ficou pensando.
—Acho que não, =)!
—Minhas esperanças de encontrar alguém me entendesse, já estavam descendo ralo abaixo.
—As minhas também, Any acha que a atração física é tudo, =/.
—Já que estamos no mesmo barco, proponho a deixarmos as coisas acontecerem em seu devido tempo. -ele sorriu tímido pra mim.
—Apoiado! Eu estou curtindo muito do jeito que está...
—É? Mas pode ficar melhor você, não acha?
—Poncho?- ele sorriu, me pegou em seus braços e me jogou na cama, ficando em cima de mim. Nossos chinelos caíram no chão. -Você é bem rááápido, hein!
—É... Você está na minha frente e eu vou aproveitar!-deu um sorriso safado.
—O que você vai fazer comigo, ´O,o`?-ele beijou o meu pescoço e foi subindo o carinho até a ponta da minha orelha. Aquilo me fazia apertar a camisa dele, havia ondas de calor subindo em mim. –Poncho, não faz assim!-disse tentando disfarçar todo meu derretimento.
—Eu não ia fazer nada demais. -beijou a minha bochecha e posou sua cabeça no meu ombro. - São apenas carícias inocentes!
—E EU ADOROOOO TODAS ELAS!-o cutuquei, levantei sua cabeça, chegando mais próxima da minha e o beijei com o mesmo carinho que ele havia me beijado.
—E eu adoro você, ardilla... Mi dulce ardillita!-ele me beijou e rolamos na cama, dessa vez eu estava em cima dele. Encostei minha cabeça em seu peito e ali fiquei ouvindo as batidas de seu coração, enquanto ele me envolvia em seus braços fortes. Até sentí-lo dar um profundo suspiro e uma batedeira em seu coração.
— ...Te quiero, Dulce!!!!-eu não podia acreditar no que havia acabado de ouvir. Levantei minha cabeça e olhei para ele, com um sorriso enorme.
—Poncho, :D...- admirei seu rosto e contornei com meus dedos os traços tranquilos que ele esboçava. Do centro da sua testa, escorreguei meu dedo até seu nariz. Beijei as sardas que tem ali em volta. Depois, alisei sua bochecha, onde sua barba estava por fazer, descendo até seu queixo, onde o beijei. Seus olhos esverdeados, acompanhavam cada movimento meu. Por último, fiquei olhando aquele sorrisão na minha frente. Branquinho com os dentinhos da frente separados, passei meu dedo em seus lábios, que estremeceram e ele fechou os olhos, sem desfazer o sorriso. Me aproximei de sua orelha.
—Eu te amo, Alfooonso! –beijei sua bochecha. –Te amo!
Encostei minha cabeça em seu peito, de novo, e ele me abraçou apertado, alisando meus cabelos. Um silêncio invadiu seu quarto, onde só se ouvia os “tics” do relógio, nossas respirações e as batidas de seu coração. Aquele momento se eternizou por 20 minutos, tempo suficiente para dormimos assim.

Quando acordei, ele não estava mais na cama. E, sim sentado na cadeira que ficava em frente ao seu computador. Com cabelos molhados e sem camisa, sorrindo pra mim.
—Você estava muito cansada!
—E você é muito silencioso!- me espreguicei e sentei na cama.
—Não sou não! Tropecei nas almofadas do chão, nem sei como você não ouviu o estrondo. -ironizou.
—Talvez por elas serem pequenas e macias demais?
—Deve ser por isso mesmo, o/.
Ele se sentou no chão e descansou seus braços em meu colo.
—Nunca mais faço apostas!
—Por que minhas costas doem...
—Já que você é fisioterapeuta, faça massagem nelas... ;D!
—Se eu tivesse forças pra isso, =(!
—Deita aqui na cama, eu faço a massagem pra você, ;D!- se levantou e deitou ao meu lado, de bruços.
—Aonde está doendo?
—Bem no meio....- me levantei na cama e subi devagar em suas costas, andando pra frente e pra trás.
—Que maravilha! -ele se relaxou mais na cama. -Você devia ser massagista, sabia?
—Não devia, não! Eu sou estabanada, lembra? Engenharia é melhor pra mim!
—Já percebi o quanto você gosta de uma estrutura, =p!
—Palhaçoo...-pisei forte em suas costas. -Poncho, hoje é o último dia de folia! Você não vai se divertir?
—Ontem, aquele bloco acabou comigo... Apesar da massagem ainda estou quebrado!
—huahuahuhauha... Gaiolas não foram feitas para gatos, ainda mais “Gaiola das loucas”!
—Vou me lembrar disso no ano que vem!
—Já que você não vai pular hoje, que tal a gente sair pra comer pizza?-me deitei ao lado dele.
—Claro, vamos chamar seus amigos e a Dani!
Nesse momento, meu celular tocou. Era uma mensagem de Any me convocando pra uma reunião no “apê” de Mai. Olhei para Poncho e fiz uma cara de desconsolada.
—O que foi, Ardilla?
—Nada demais... Você passa lá em casa ás 17h, ok?!
—Fica aqui em casa me fazendo companhia... Eu estou quebrado, sozinho, carente... =(!
—Aff, Poncho! Sem dramas, ok?! Eu tenho que ir pra casa da Mai... Temos muito o que conversar...
—Mulheres...¬¬”! Vai lá então! Ás 16h30, vou estar lá!
—17 h, =X!
—Não me torture, cada segundo longe de você, é uma eternidade para mim!- seus lábios macios encontraram os meus com uma necessidade assustadora.
Fui direto para o apartamento da Mai, assim como Any me pedira na mensagem.
—Meninaas, chegueei!
—Ah, Dul, você tá atrasada!
—E com um sorrisão no roosto, gata! A tarde foi boa, hein!
—Eu tô feliz, só isso!
—OK, OK, OK... Vamos ver se tudo está pronto! –eu fui terminar de ver me ajeitar.
—Brigadeiro?
—Na panela!
—Filme?
—No DVD!
—Pantufas?
—Nos pés!!!!-eu acabara de colocar as minhas.
—Almofadões?
—No chãããão!- e pulamos neles.
Mai segurava a panela e Any ligou a TV com o DVD.
—Meninas, eu tenho tanta coisa pra contar...
—Eu também...
—Eu nem falo nada...-disse Mai.
—O quê?
—A mais tagarela de nós não quer falar?-eu perguntei.
—Isso é o fim!- Any já tinha conhecido as manias de Mai.
—O que aconteceu, Mai?
—Ucker e eu terminamos!
—O queeee? Por que????
—Sei lá, tipo... A gente não se ama como antes, não há a mesma química, não nos completamos!
—Vocês formam um casal tão lindo! Quando vocês terminaram?-Any estava mais assustada que eu.
—Depois que o bloco saiu. E a atitude partiu dele...
—Dele? Uau.... Eu jurava que você era a dona da situação!
—Talvez eu realmente fosse! Mas fico feliz que foi ele quem tomou a decisão! Enxergou o nosso caminho e não se calou.

—Se você estiver bem, amiga, tudo ficará melhor.

—Vai sim...-Mai concordou.

—Então, você e Christian já se “queimaram”?-eu perguntei meio assustada e ela sorriu de um jeito bem travesso.
—Claaaro! Eu não ia resistir muito tempo á ele. Aquela carinha boba, aquele sorrisinho constante... Sinto uma vibração só de olhá-lo. É um prazer incomparável e insaciável... Ele é demaaaais!
—Você é rápida, O.o! Eu e Chris demoramos muito pra chegar lá... Esperamos nossa relação ficar estável e talz... Também ele foi o meu primeiro, *___*!
—Não sei como você aguentou ficar tanto tempo sem transar? Ou melhor, vocês... Porque dona Dulce é outra que não quer aproveitar a vida!
—Any, pára de dizer besteira! Desde quando sair “dormindo” por aí com o primeiro que aparece, é aproveitar a vida? O essencial é o carinho, o respeito, a admiração, a cumplicidade...
—Mas eu gosto muito do Chris, tá?-ela me olhou desconfiada. -E você sente tudo isso pelo Alfonso?-meu sorriso voltou mais radiante.
—Sinto...
—Dulce María está amando? *____*
—Acho que sim! Pelo menos, foi isso que eu disse para ele. Ás vezes eu fico em dúvida, se é uma paixão repentina ou só desejo, sabe?!
—Isso é amor, sim! Seus olhos estão brilhando, sua pele está mais linda e esse sorriso bobão, o tempo todo, na sua carinha!-Mai ficou me admirando.
—É verdade, Dul! Você está mais linda...
—Acho que amanhã a noite é pouco para a nossa história! Quero passar todos os dias ao lado dele, *____*!
—Que lindo, Dul! Fico feliz que você tenha encontrado um amor! Aproveite mesmo esse tempo que chegou pra você!
—Ainda acho uma pena que você e o Ucker tenham terminado. Poncho e eu vamos sair pra comer pizza hoje mas agora que vocês não estão mais juntos...

—Isso não tem nada a ver. Ele é o meu melhor amigo e isso não vai mudar. Se você quiser, eu aviso a ele sobre saída.
—E eu, ao Chris!
—Ok, então! Obrigada, meninas! Vocês são demais... Poncho passará aqui ás 17h! A gente vai no Pizzolo!
—Adoro a pizza de lá!
Ás 17 h30, Poncho e Dani passaram no meu apê. Antes de irmos ao Pizzolo passamos na praia para ver o sol se pôr.
Conseguimos uma mesa para oito pessoas, apesar de sermos apenas sete. Chris de frente para Any, Poncho de frente para mim, Dani de frente para Ucker, que estava ao lado de Mai.
Eddy foi conhecer a família de Juliana e não conseguiu voltar a tempo.
—Gente, esse está sendo o carnaval mais divertido que já tive!-falei.
—Vamos fazer um brinde á amizade!-Dani olhava para todos.
—Ao amor!-Poncho olhava pra mim.
—E á Dulce por finalmente ceder á magia do carnaval. -disse Any.
—Saúde!
—Amanhã, meus pais vão comemorar o aniversário de casamento deles lá em casa! Gostaria de contar com a presença de vocês lá!-disse Poncho animado, já que eu havia esquecido de falar com eles.
—Feeesta? Tô dentro!- Ucker foi o primeiro a se animar.
—Eu também... Que lindo, aniversário de casamento! Chris..
—Any, nem vem... Eu sou muito novo pra ser pedido em casamento, ok?!-todos rimos do que Chris havia dito.
—Boozo, ¬¬!
Não demorou muito e as pizzas chegaram a nossa mesa. Por ser terça-feira, o rodízio era a metade do preço do fim de semana. Mesmo assim, o restaurante não estava cheio.
—Ponchooo? Daaaani?
—Wally? É você mesmo, cara?
—Pô, que bom encontrar vocês por aqui!!!
—Cara, fica aí com a gente.
—Gente, esse aqui é o meu primo Willian Stewart!
—Oi, todo mundoo! –Wally disse meio tímido.
—Priminho, senta aqui do meu lado *___*!-Dani o chamou.
—Ah, Dani! Eu não quero incomodar vocês!
—Quem dera se todo incomodo fosse loiro de olhos claros...
—Acho que ela quis dizer, que não é incomodo algum e que você pode se sentar aí.
—Foi isso sim....
—Você vai na festa amanhã, né?
—Vou, sim!
—Gente, licença!-Poncho saiu rapidamente da mesa.
—Aonde ele foi? Sei lá..... Vai ver que a pizza desceu mal pra ele!
Uma música apareceu ao fundo.
—“Por tanto esperei ”
—Não sabia que aqui tinha música ao vivo!-eu disse.
—“Pra encontrar alguém como você”
—Ué, essa não é a voz do Poncho?- Any notou.
—“Mas nem sempre a vida é fácil com a gente”
—Ele tá no palco, *___*!-olhei.

“Às vezes precisa lutar
Toda a minha vida rezei
Pra achar alguém como você
Demorou mas eu te encontrei
Finalmente estou pronto pra me entregar
Teu beijo é mais lindo que o mar e o céu
Teu beijo é mais doce que o mel
Te abraço e o tempo parece voar
Teu beijo tem gosto de amor
Me beije por favor”

Quando ele terminou de cantar, eu já estava no palco. Pronta para lhe dar o que me pediu na canção inteira. Seus braços me envolveram e nossos lábios se encontraram facilmente, eu estava nos braços do homem que eu amava. E nada o que estava a minha volta me importava. Ele era a pessoa que me mantinha feliz, a metade que me completava.
Depois do “show” ainda comemos algumas pizzas e Poncho fez questão de me levar em casa.
—Você acorda fácil?
—Depende da ocasião! Por quê?
—Você gostaria de me encontrar amanhã de manhã?
—Pra tomarmos café? hauhahuahuahahua
—Também! -ele sorriu com um olhar misterioso.
—O que você quer fazer comigo, Poncho?
—Olha, bem cedo eu passo aqui e nós vamos a praia, ok?
—Cedo? Tem que ser cedo?
—A praia vai estar mais vazia, =D!-seu sorriso me lembrou ao de uma criança travessa.
—hauhauhuahuh... Que horas?
—Umas 4h30 mais ou menos...
—Nossa, Oo!
—E esteja bem disposta, por favor!
—Vou tentar!- o abracei e encostamos nossas testas.
—Dulce, eu te amo!-suas palavras ainda me arrepiavam.
—Eu também te amoo!-nossos beijos já eram mais necessários, nossas respirações se juntavam sem perder o romantismo. Amava sentir suas mãos tocando o meu rosto.
Ele me buscou na hora marcada e a praia em que fomos, estava totalmente vazia. Eu não conhecia aquele lugar mas mesmo na escuridão era lindo. Cheio de coqueiros e uma mata cercava o ambiente. Nós nos sentamos em uma pedra e olhamos para o horizonte meio perdido no breu.
—Dulce, obrigado por fazer desses últimos dias os melhores da minha vida. Você me devolveu a esperança que eu quase perdi em relação ao amor, ao carinho e a paixão. Fico tão feliz por ter vivido e me aberto pra você.
—Ain, Poncho! O que eu vou te dizer? -alisei seu rosto que já estava sem a barba. -Não encare esse momento como o fim.... e sim, como o início de mais um lindo momento na sua vida...
—Olhe pra lá! -ele apontou para o horizonte e o sol estava nascendo. O escuro céu estava se abrindo, dando lugar a uma claridade, explodindo cores cheias de vida.
—Que lindoo, eu nunca tinha visto o sol nascer!
—Eu já tinha visto! Mas queria vê-lo junto contigo, eternizar cada segundo olhando para ele e para os seus olhos.
—Não olhe pra mim, o sol é mil vezes mais fascinante do que eu. -encostei minha cabeça em seu ombro.
—Mas foi você quem iluminou o meu caminho no meio da escuridão! Você é o sol que clareia as minhas emoções, as minhas ideias! Eu jamais vou te esquecer!
—E eu a você, Poncho!-beijei os seus lábios com necessidade, se eu morresse pela falta do fôlego que coloquei naquele beijo, estaria feliz. Nós nos separamos e olhamos o sol de novo.
—Poncho, você quase sempre canta pra mim! E ontem, depois que voltamos pra casa, fiz uma música pensando em você!-peguei o papel, que estava no bolso do meu moleton e entreguei a ele.
Fiquei esperando sua reação ansiosa, enquanto ele lia a canção. Fiquei satisfeita quando eu vi seu sorriso mais largo dando vida ao seu rosto.
—Que palavras impactantes, Dul! Sua canção tem fundamento... Você é uma poetisa!
—Não, sou nadaaa...
—Canta pra mim? Quero saber como você pensou em cantá-la!
—Ah.. Eu tenho vergonha de cantar em público!- coloquei minha cabeça entre as pernas.
—Só estamos nós dois aqui!
—Mas...
—Por favor, meu amor! – “Meu amor”. Eu era o amor dele. Assim como ele era o meu! Eu não queria que aquele momento se acabasse. O vento batia em minha pele, assim como o sol já a aquecia. Com olhos fechados, ergui minha cabeça e, com a força vinda da confiança de Poncho me deu segurança, comecei a cantar.

“El fosforecente amanecer
Me anuncia que es tiempo de crecer
Dejar la nostalgia en el ayer,
Tal vez, tal vez.
Me faltan historias por vivir
Amigos que aun no conoci
Canciones que pronto he de escribir
Por ti, por ti
El verano entre tus labios
Me ilumina cada espacio
El verano en tu mirada
Se me vuelve en cuento de hadas
Woooo woooo...
No hay nada que pueda detener
Los sueños que quiero recorrer
Contigo yo se que llegare
Lo se, lo se eeeehee
El verano entre tus labios
Me ilumina cada espacio
El verano en tu mirada
Se me vuelve en cuento de hadas
Woooo woooo...
Hoy venciendo cada miedo,
Hoy dejando los recuerdos,
Caminando lentamente,
Cada instante entre mi mente,
Hoy me siento diferente
Hoy me siento diferente
Aaaaa aaaaa aaaa...
El verano entre tus labios
Me ilumina cada espacio
El verano en tu mirada
Se me vuelve en cuento de hadas”

 

—Você cantando me fascina, *__*! Sua voz é forte, expressiva...  Ao mesmo tempo que parece de uma criança, parece de uma mulher!
—Falando assim até parece que a minha voz presta...-caí na risada.
—Ela é tão maravilhosa quanto a dona!-Poncho beijou minha bochecha. -Mas aqui no papel não tem título! Por que você não colocou?
—Já tem um título, só que fiquei com vergonha de colocá-lo!
—Fala, aí! Qual é?!
—Não vou falar! Fique com a dúvida, baby!
Un Poncho de verano, *____*!
—hauhauhauhau... Você, ás vezes, é um mistério, sabia?!
—Dulce mistério María, se apresentando! Ah, Pon Pon, vai dizer que você não gosta?
—Pon Pon? Isso parece fralda...
—hauhauhuahuahua, não tinha pensado por esse lado! Mas tem a ver..
—O que tem a ver com o quê?
—Você é o meu bebê fofo e forte, que eu adoro apertar! –comecei a fazer cócegas na barriga dele e ele se deitou na pedra.
—Pára, Dul, kkkk! Páraaaa! Assim não vale, kkkk!- eu ria junto com ele, que aproveitou meu descuido, agarrando os meus braços. -Agora, você me paga! -ele se virou por cima de mim e estendeu os meus braços acima da minha cabeça. -Quem é que manda na situação agora? Quem?- ele conseguiu segurar as minhas mãos em uma só dele. Com a outra, começou a fazer cócegas em minha barriga.
—Pon Pon, :D! Você é o meu dono!
—Boa meninaa, agora você vai me obedecer!-ele tinha um sorriso travesso estampado no rosto.
—Sim, mestre Pon Pon! O que o senhor quer que eu faça?
—Vejamooos... Quero que você tire os sapatos!
—Eu sinto frio nos pés, ~.~’! Não vou tirar...
—Vai, sim... Ou então. –ele aproximou suas mãos da minha barriga com velocidade. –Ok, Ok... Eu tiro os sapatos!-já com as mãos livres, tirei-os com toda a preguiça possível!
—Já vi que essa brincadeira não vai dar certo, =/! –ele, que estava em pé enquanto eu tirava os sapatos, sentou-se ao meu lado.
—Que tal brincarmos de “adivinha o que estou pensando”, :D?
—Como se brinca disso?
—Oras, “adivinha o que estou pensando”?
—Ah, entendi! Você está pensando: “Como vim parar aqui com esse doido varrido?”
—Errado! Acho que essa brincadeira não vai dar certo também....=/!-nos olhamos e caímos na gargalhada.
O sol já havia saído mas a praia continuava deserta.
—Poncho, esse lugar é fantástico! Como descobriu que aqui não vinha ninguém?
—É porque é uma praia particular!
—Praia particular em pleno Rio de Janeiro?
—Irônico mas é isso mesmo!
—E de quem é essa praia? Sua? kkk...
—Não, de um amigo meu! O pai dele é dono de uma rede de hotéis muito famosa da cidade, e por mérito, lhe presentearam com esse paraíso!
—Que história mais surreal!
—Eu também não acreditei muito quando ouvi isso pela primeira vez. Mas Diego me trouxe aqui e me apresentou tudo! Até o pai dele estava aqui no dia.
—Nossa, O.o!
—Quer conhecer?
—Claro! Esse lugar é lindo demais e eu estou sem pressa!
—Vem comigo! – ele me deu sua mão e descemos da pedra.
Aquele local era o mais lindo que eu já tinha visto. Com certeza não teria tanta graça se o sol não aparecesse, ou se os coqueiros não existissem, ou se trezentas pessoas estivessem lotando aquela areia, ou principalmente, se Poncho não estivesse ao meu lado.
Ele me mostrou a praia de um lado ao outro. Andamos pela orla de mãos dadas e carregando os sapatos nas outras mãos. Ele também havia os tirado, só para sentir a água batendo em seus pés. O moleton que eu usava já estava na cintura, escondendo o short “gigante” que eu usava. Minha blusinha vermelha combinava com o bermudão do Poncho, deixando a situação um pouco engraçada.
—Tá cansada?!-ele estava meio distante.
—Nenhum pouco!
—Quer dar um mergulho? -parecia fugir de algo.
—Mais tarde!-eu me sentei na areia e pedi pra que sentasse ao meu lado. -O que você tem? Por que está triste?
—Eu, triste? Imagina, Dulce!-ele insistia em olhar para o mar. Eu podia ver que seus olhos estavam marejados, por mais que ele negasse.
—Vamos conversar! Eu te conheço, o que está te atormentando?
—Ah, Dul! É isso...- ele abriu os braços, como se quisesse abraçar a praia inteira. –Está vendo tudo isso? Eu me sentiria pequeno, eu me sentiria inútil, me sentiria poeira se...-ele fechou os braço e os cruzou.
—Se?
—Se você não estivesse aqui comigo, =/! Eu nunca fui o melhor nas coisas que já fiz, eu nunca me senti importante, me senti necessário como quando estou ao seu lado. Ter estado contigo esses dias, me espantou a baixa estima. Sei lá, me fez conhecer um lado de mim, que jamais pensei que existiria... E hoje, agora estou com medo de tudo ir embora...
—Poncho, pára com isso! Você não é pequeno, você não é insignificante... Você é um cara necessário, não por minha causa, mas por todos... Pra todos!-ele começou a chorar. - O mundo é enorme e nós, em comparação a ele, somos poeira, sim. Somos grão de areia. Mas esse grão unido a outros, pode formar um vaso lindo, sabia?! Cheio de valor! Eu sei que você está com medo... Você acha que eu também não estou? Eu finalmente entendi o que a Mai sentia quando via o Ucker! Eu finalmente entendi o porque de o casamento dos meus pais durar há um bom tempo, mesmo eles sendo totalmente diferentes! Em pouco tempo, eu encontrei sentimentos que não esperava. -eu puxei seu rosto, que estava molhado por suas lágrimas, para mais perto de mim. -Eu aprendi a amar! Não é um desejo, não é uma paixão ardente simplesmente, é amor! -Eu te amo, Alfonso! Do jeito que você é...
—Eu também te amo, minha ardilla! Mais do que você possa imaginar...
—Eu não quero imaginar nada, eu não posso imaginar! Eu quero ter esse amor, quero vivê-lo com você!
Um raio de sol iluminou o rosto de Poncho, assim que ele sorriu. Eu limpei suas lágrimas.
—Eu não sei como serão nossos caminhos depois de hoje á noite, mas quero guardar esse momento no meu coração pra sempre.
—Eu não quero ser só uma lembrança em um lindo dia de sol, porque um dia você pode acordar desse “sonho” e me esquecer. Eu quero ser teu!-ele buscou meus lábios com necessidade e acariciava meu rosto de leve, mesmo o beijo não sendo suave. Sua mão foi descendo por meu corpo, chegando nas minhas pernas.
—Eu quero ser sua por completo!
Meu corpo despertava da calmaria a cada toque, não tinha medo e nem receio. Meu coração queria Poncho e minha razão implorava por ele.
—Dul, você tem certeza? –ele parecia confuso mas eu não estava.
—Eu te amo!-foi tudo o que consegui dizer, já que estava ofegante. Ele deu um sorriso que me tirou do sério. Levantei minha mão e acariciei seu rosto. Fiquei o encarando sorrindo, também. Até que ele esticou o blusão dele sobre a areia e me deitou lentamente ali.
—Eu também te amo, Dulce María!-ele me encarou mais alguns segundos sorrindo de orelha a orelha, se deitou em cima de mim e beijou meus lábios com carinho.

Meus braços passaram por cima dos deles e eu acariciei suas costas. Nosso beijo começou a ganhar intensidade. Suas costas nuas eram arranhadas por mim e seus beijos foram para o meu pescoço, meu ombro e meu braço. Mesmo timidamente, uma de suas mãos já passeava por baixo da minha blusa, acariciando de leve a minha barriga, me arrancando suspiros, liberando o fôlego.

Nós nos envolvemos no mesmo ritmo, na mesma harmonia, aonde nossos beijos comandavam a frequência, que se acelerou várias vezes até chegarmos ao clímax. Éramos um só. Já não existia Dulce e Alfonso. E sim, “Alfulce”! Embora, ele tenha preferido “Donso”, hehehe. Senti um prazer que jamais pensei existir.
Poncho se deitou ao meu lado e me aconcheguei em seus braços.

Consegui abrir os olhos e encontrei os dele. Tão natural como se eu acordasse há muito tempo ao seu lado.
Nossos corpos tremiam, vibravam  e as respirações ofegantes não queriam dar adeus. Do mesmo jeito que eu não queria me afastar de Poncho.
Antes, daquele instante, eu já havia tomado uma decisão sobre nosso relacionamento. Mas o acontecimento, só a fortaleceu. Eu já não podia viver sem ele, ainda mais quando minha alma te pertencia.
—Te machuquei?-ele acariciava meus cabelos.
—Nada que não dê pra suportar!
—Obrigado, por me fazer um cara tão feliz.
Ele não me deu tempo pra responder e me beijou com carinho.
—Tá cansada demais?
—Talvez um pouco mais que você!
—Vem comigo dar um mergulho!
—Acho que não é uma má ideia!
Ele se levantou e me deu a mão. Me inclinei para levantar e só aí eu fui perceber o tamanho do estrago.
—Tudo bem com você, amor?!
—Desde que eu não tenha que correr, hihihi!
Ele me ajudou a levantar e pra minha surpresa me pegou no colo.
—Você não vai correr, mas eu vou!
—Não, vai, não!
Ele deu um impulso, saiu correndo pela areia e entrou com tudo no mar. Me restando apenas fechar os olhos e apertar o nariz. Seus braços me envolveram durante todo o tempo que ficamos na água.


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