FAST LOVE – FIRST LOVE > UM CONTO DE CARNAVAL escrita por Bubuh 2008


Capítulo 3
Capítulo 3




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Depois de esfriarmos nossas cabeças, refizemos a maquiagem e nada de Maite ligar.
—Sabe, o que me pergunto? Quem será esse tal colega do Ucker?
—Se você não sabe, imagina eu.... huahauhuahuahhau
Fomos até o apartamento dela, dava pra ouvir gritos do corredor.
—Gente, o que foi? Maite porque está discutindo com Ucker?
—Você sabe quem nos convidou para o tal baile?- ela estava irritadíssima.
— Se você não sabe, imagina eu.... huahauhuahuahhau
—Momento dejavú, Dul!
—Não, Any! Foi você quem me disse isso!
—Sem piadas, meninas, por favor! -o rosto dela ficava mais vermelho a cada segundo.
—É sério, então?! Quem ele convidou afinal?

—Ninguém mais, ninguém menos que CHRISTIAN CHÁVEZ!
—O quêêêê???????????- Eddy, Any e eu gritamos.
—Que vacilãããão!-disse Mai.
—Que otário! -disse Eddy.
—Como você foi estúpido, Ucker!-eu disse.
—Pô, gente! Foi maaal... Eu não me lembrei que ele é “o cara”!
—Isso porque você é o namorado da Mai, ¬¬! A pessoa que deveria protegê-la de todos os males!!! Por sinal, nem te apresentei...-puxei Any. –Any, esse pamonha aqui é o Ucker! Ucker pamonha, essa é a Any!
—Dul, não precisa tratar ele assim... Prazer, Ucker! –Any apertou a mão dele.
—Não liga, não, Any! Já estou acostumado com a docinho aqui -ele apertou minhas bochechas.
—“I aquêi é o Édi”!- dei um tapa doído no braço do Ucker e ele me soltou. -Como eu “dizia”... Aquele é o Eddy!-ele veio até nós duas.
—Eddy Perroni ao seu dispor!- beijou a mão da Any e sorriu descaradamente.
—Prazer, Eddy!-com um sorriso sapeca também. E os dois ficaram ali, um olhando para o outro. Mas eu tinha que quebrar aquele encanto, hehehehe
—Heeey, e eu?! Não vai falar comigo não?! É assim que você trata a sua possível futura namorada?
—Minha graciosa flor, é claro que vou te cumprimentar!- e me roubou um beijo rápido. -Como você é a minha “possível futura namorada”, eu posso já ir treinando!
—Safaadoo!- e limpei a boca dele que ficou com o meu gloss.
—Como se você não me desse motivos pra eu ser assim...- beijou meu pescoço.
—Eu sei que o negócio aí tá bom...-Mai estava irritada olhando eu e Eddy. - Mas.. E O CHRISTIAN?!
—Muita sacanagem da sua parte, Ucker! Como você pôde esquecer de tudo que ele fez para Mai? Ela sofreu tanto com ele...
—Mas já superou! E não deveria ficar remoendo esse passado... Afinal, Mai é minha namorada! Não deveria ficar tão abalada com ele!- abraçou Mai.-Ah, gente, não exagera! Ele mudou, está um cara mais centrado! E vocês não sabem da maior!!!

—Tem uma bomba maior que essa? Que carnaval mais explosivo... Mamãe ia adorar estar aqui, ¬¬’!
—Vocês souberam que ele fez uma prova de transferência para a UF???
—Quem não sabe??? Ele fez questão de espalhar isso pela facul inteira! Até a turma que se formou em 1940, deve estar sabendo! Vai ser metido assim na...
—Então, Dul!!! Ele passou e já fez até a matrícula!-disse todo orgulhoso do “amigo”.
—Não brinca com uma coisa dessas, U! Meu coração é muito frágil!
—É sério, foi por isso que ele nos convidou para o baile! É meio que uma despedida entre amigos!
—A maneira dele fazer e manter amigos é muito estranha! Eu não quero mais ir!-disse Mai.
—Eu também não!!!-disse Eddy em solidariedade á prima.
—Peraí, gente! Pensem... Essa talvez seja a última vez que o veremos em nossas vidas! Vamos aproveitar essa oportunidade numa boa, ainda mais que eu já confirmei com ele!!!-disse Ucker
Mai emburrou a cara pra ele.
—Ucker tem razão, Maizinha! Será a última vez que teremos que vê-lo e você nem precisa chegar perto dele. Sou eu quem vou!
—Ficou louca? Pra quê, Dul? Eu não quero que você fale com esse cara. Tá me ouvindo?! Ele já te fez muito mal também... Você não deve ter esquecido!- Mai disse ironizando Ucker.
—Claro que não me esqueci! Mas existe algo que ainda tenho que resolver com ele. -e olhei para Any. -Façamos o seguinte: eu, Mai e Any, vamos em um carro e Ucker, Eddy e Christian em outro.
Nessa hora o interfone tocou e eles aceitaram a proposta.

Mai foi dirigindo para o centro do Rio seguindo o carro de Christian, conseguimos estacionar os carros bem próximos.
—Obrigado, meninas, por terem aceitado o meu convite!
Mai o ignorou e caminhou para longe sendo seguida por Any, Eddy e Ucker. Christian riu sem graça.
—Obrigado, por não me deixar, Dulce María!!!

—E quem disse que eu não te deixei??? Se eu não tivesse que esclarecer algumas coisas contigo, eu teria ido com os meus a-mi-gos! Você sabe o significado disso? Não, né?! Pois se soubesse não nos trataria como tratou e muito menos estaria nessa situação agora! Apelativamente sozinho...-minhas palavras o feriram, deu pra ver em seu rosto.
—O que você quer esclarecer???-seus olhos estavam serenos sem sombras do que Chris que conheci.
Tirei o celular do bolso, procurei o tal número que perseguia Any e mostrei para Chris.
—Reconhece esse número????
—Sim, sim... É o meu antigo! Com o dinheiro do estágio, eu comprei outro celular e troquei o número. Inclusive vou te passar agora, é...
—E quem disse que eu quero? Rejeito qualquer coisa que venha de você, garoto! Aliás o que eu só não fiz com o convite de hoje porque tenho que trocar umas ÚLTIMAS PALAVRINHAS com você!!!! Chega de enrolação... Por que você ficou perturbando Any nesse último ano?
—Do que você tá falando??? Quem é Any???
Ele realmente não se lembrava. Naquele momento, entendi porque ele era colega de Ucker.
—A amiga de quem você me roubou o número do telefone! Anahí....
—AI...-ele se lembrou e se sentiu envergonhado.
—Então? Desembucha...
—Desculpa, Dulce... Eu sou um idiota, magoei as pessoas que mais quis ter por perto, que mais gostei!
—A 1ª parte eu já sei mas o que isso tem a ver com Any?

Ele bagunçou o topete de periquito e abaixou a cabeça.
—Eu quis me vingar de você usando ela. Sempre gostei da Mai mas amei você desde a primeira vez que te vi! Sempre te achei mais viva, mais linda, mais esperta e engraçada que ela. Você nunca reparou em mim, não se importava comigo. E eu odiava me sentir rejeitado... Aí, fiz aquilo com Mai mas sentia que tinha te ferido pouco. Como você sempre falava da Any, arranjei um jeito de pegar o telefone dela e queria marcar um encontro com ela... Acho que ela sacou o que eu queria e nunca mais atendeu os telefonemas.
—Terminou?-ele levantou a cabeça.
—Sim...-o olhei com uma cara amorosa, que o fez sorrir até que dei um tapa no rosto tão forte e barulhento, fazendo as pessoas em volta nos olharem.
—Obrigada, por transformar todos os bons sentimentos que tive um dia por você em pena e nojo.
Segui na direção em que os meninos haviam ido, o deixando com minha lembrança na face.

Procurei Mai, Any, Eddy e Ucker mas foi em vão, eles tinham sumido na multidão. Pensei até em ligar pra eles ou mandar uma mensagem mas preferi ficar sozinha por um tempo. Tinha acontecido tanta coisa naquele dia, que parecia que minha cabeça era uma bomba relógio...

Atravessei a Av. Rio Branco e fui para a Presidente Vargas ver os carros alegóricos, que estavam aguardando a hora do desfile começar e irem para o sambódromo. Apesar de ter bastante pessoas por ali, estava mil vezes mais calmo que no baile. Elogiei e critiquei alguns carros, comigo mesma, até que algo começou a chamar minha atenção.
Muitas das pessoas que estavam ali desfilariam nas alas do evento. Começaram a aparecer diversos tipos de fantasias, das mais cobertas ás mais desnudas. E muitos rapazes usavam a 2ª opção.

Depois de muitos barris comecei a ver uns tanquinhos, cada um mais lindo que o outro e meu corpo reagia. Aquilo confirmava a suspeita que tive naquela tarde, eu tinha voltado ao normal. Como havia dito Any, deveria ser só mais uma fase. Uma fase que me fez admirar minha amiga, que é muito linda mesmo e sentir ciúmes dela. Ucker de certa forma a monopolizava sempre, mas eu não podia julgá-la pois ainda não conhecia o verdadeiro amor. E os sonhos com Any, que até então, não sabia que era Any... mas normalmente ela diz que me ama e eu digo o mesmo a ela.... Resultado: Isso tudo era normal. Apenas minha insanidade dava provas de que existia mais uma vez.

Um dos caras viu que admirava seu corpo, culpa do meu sorriso sapeca, e se aproximou de mim:

—Gostár do que vér?-era um gringo muito lindo, a la Beckham... Só que da minha idade. Mas eu não estava á procura de emoções mais fortes e despistei com um bom espanhol.
—Por supuesto, jejejeje... Pero tiengo que salir ahorita! Hasta la vista, muchacho!- fui saindo mas ele me puxou de volta.
—Hablas español? Que Bueno!-fui idiota ao subestimar a inteligência dele.
Ele foi se aproximando de mim bem ágil e pegou minha mão.
—Tu cuerpo dame señal!-minha mãozinha subiu e desceu pelo seu peitoral, bíceps e tríceps... Até que começou a cantar. -Dame una señal un minuto para conversar, dame tan solo una oportunidad....-e ele fechou os olhos com um sorriso safado, não olhei pra baixo e saí correndo. Sua voz não era ruim, sensual até demais para o meu gosto mas o que mais me assustou foram as ondas de calor que passavam por meu corpo, como ele mesmo dizia, dando sinais.

No meio da correria me enrosquei em um “trenzinho da alegria” feito por uns festeiros. Fui desviando, me livrando de um a um, até que bati em um mascarado que parecia não estar olhando por onde andava.
—Desculpa! Você se machucou?! -perguntamos um ao outro automaticamente.
Ele tirou a máscara em seguida. Não sei se foi o impacto da batida fazendo efeito mas assim que vi seu rosto, também vi estrelinhas de diversos tamanhos, até um som meio celestial ouvi.. Meu coração conseguiu bater ainda mais rápido e forte. E uma brisa passou por ali fazendo nos cabelos flutuarem. 
—Você é a cara do M...-eu tentei dizer baixinho tentando me livrar das estrelas mas não consegui. Ele parecia meio perdido também.
—Não entendi mas tudo bem! Você não se machucou, né?! Parece que tá tudo bem contigo...-passou as costas macias de sua mão no meu rosto.
—Vamô, Ponchão! Anda logo, o desfile já vai começar....-uma garota estranha falou com ele.
—Se cuida, menina! Não pode dar bobeira por aí, é carnaval!
—Mas foi você quem bateu em mim! -disse meio confusa.
—Verdade, =D!- aquele sorriso era mais lindo do que o do Miguel. -Desculpe-me de novo. Então esse conselho vale para nós dois, né?! -ele me deu um beijo na testa e se foi.
Fiquei em transe esperando a anestesia do beijo na testa passar. Sentei em uma calçada aguardando o trânsito ficar tranquilo para voltar ao baile. Para alguém que não gosta de carnaval até que aqueles últimos minutos tinham sido muito bons.
Saí dali e fui atravessar a Presidente Vargas que estava meio escura mas dava pra ver que não vinha carro ou ônibus algum... O que vinha era uma moto, estava tão lentinha que resolvi atravessar. Mas o motoqueiro safado acelerou assim que eu apareci na sua direção e quando pensei que já estava perdida senti algo me empurrar com tudo para o outro lado da rua. Aquilo não era uma moto, era um homem. O mascarado atacava novamente.


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