Tan Enamorados - Betty e Armando Mendoza escrita por MItch Mckenna


Capítulo 199
Capítulo 198


Notas iniciais do capítulo

O passeio em família dos Mendoza e Pinzón não ia ser tão tranquilo quanto parecia.



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—BETTY!
—OI, Armando, eu...

Armando pegou o sobretudo sobre a cadeira e colocou sobre Betty, nesta hora Hermes voltava do balcão.
—O que passa aqui?
—Armando, estou com calor! Aqui é muito quente!
—Ah quente! Quente! Quente estou eu.
—Está estranho, Armando.
Pablito sorria em direção ao casal, com seu forte sotaque argentino, parecendo que nunca havia saído de Buenos Aires.
—Mas Armandinnho, não me diga que esta... frutilla (morango em espanhol argentino) é a sua esposa. Não me diga isto!
—Pois é, Pablito, amigo querido –com ironia –Esta é ela, minha eleita e não é uma frutilla, como disse.
—Ou seria fresa, como dizem aqui?
—Mas quem é este? E que modos são estes, meu rapaz!
—Prazer, sou Pablito Gonzaléz, professor de tango e dono deste recinto.
—Pois tem bom gosto, sim.
—Agradeço. E o senhor, quem é?
—Sogro de Armando.
—Ah o pai da frutilla! (moranguinho)
—Como é que é?
—Papai, por favor, sente-se! Que negócio é esse de chamar-me de frutilla?
—Ora, é apenas um apelido carinhoso, por estar assim de vermelho e parecer doce. Mas nada desrespeitoso.

Na mesa, se aproximava uma ruiva de cabelos enrolados até a cintura e um vestido preto com um decote que destacava seus peitos, além de ter as costas quase nua, O vestido era comprido, mas possuía uma fenda lateral.
—Oi! Pablito! Sei que tem muitas parceiras, mas não pode esquecer que sou a principal! O que faz nesta mesa
—Soraya! Já vou, meu bem! Mas creio que não vai querer dançar comigo se ver quem está aqui: Armando Mendoza! –disse apontando para Armando.
—Armando!
—Olá, Soraya!
—Não acredito! –disse se pendurando no pescoço dele, ignorando os presentes.
—Sabia que iria gostar.
—Quanto tempo, Armando.
—Sim, muito tempo mesmo. Olha, Soraya, deixo te apresentar minha família. –disse Armando tentando fazer com aquela mulher lhe largasse, sem precisar ser grosseiro, sobre os olhares arregalados de don Hermes e os ciumentos de Betty.
—Soraya, foi professora de tango de Armando e de passo lhe ensinpou outras danças.
—E muitas outras coisas, não, Armandão?
Betty estava realmente irritada e Armando percebeu.
—Ora, Soraya, deixa isto no passado. Agora, tenho uma família.
—Não pode ser verdade tudo que li.
—Sim, é verdade!
—E o que faz aqui?
—Esta é a melhor tangueria da cidade e meu sogro ama tango e nada melhor que lhe apresentar.
—Amigos! Amigos! Sintam-se à vontade, creio que não vieram aqui para conversar e sim para dançar! O senhor não gostaria de dançar? -disse a Hermes.
—Claro, claro, homem!
—Então, vamos! –disse quase levantando seu Hermes.
—E vocês vão ficar aí parados?
—Dança comigo, Armando? Só uma pelos velhos tempos!
—Vai Armando! –disse Hermes, sem se dar contaque o diabo é porco e na dança também ronda.
—Vamos! Ou vou achar que não dança tão bem quanto antes! -desafiou Pablito.

O nosso `bello bobo`ao invés de negar-se a ir ou dizer: vou mostrar que ainda sei com minha Betty`, achou que não tinha nada demais dançar com Soraya. Afinal, ela sabia que ele era casado agora e ainda que foram amantes foi a mais de dez anos e ela também poderia estar casada.

—Soraya, ér... Olha, será pela nossa amizade. Pelo passado.
—Sim, lembro-me muito do passado

Começam a dançar os passos mais tradicionais, que poderia ser dançado tanto por casais quanto não, tal como don Hermes dançava com Betty. Mas logo, passou para aqueles passos mais calientes do tango, logicamente por pressão de Soraya.
—Soraya, pare com isso!
—Armandão, meu tigre, chama-me Soso como antes. –disse sussurrando em seu ouvido.
—Pare, soraya! Pare!
—Não tem nada demais, é apenas uma dança. Vai dizer que sua esposa é tão insegura para não saber diferenciar dois amigos dançando.
—É que vim aqui para dançar com ela.
—Ah, mas que isso. Somos bons amigos, Lembro quando te deu as aulas?
—Faz tanto tempo.
—Pois me lembro perfeitamente. Apesar de inexperiente no tango, vi que tinha uma habilidade nata.
—E olha que na época só ouvia jazz. Hoje danço salsa, merengue, vallenato e muitas coisas!
—Ui, Armandão. Não conheço este seu lado. –o puxa para colar o corpo nele.


Beatriz não podia acreditar no que estava vendo, aquela mulher se insinuava descaradamente para seu marido e ele embora não esboçasse um sorriso, tampouco fazia menção se afastar. Por sorte, seu pai não estava vendo aquela cena, ou não ia deixá-la em paz.
—Olá, frutilla! Terra chamando. –disse Pablito, estalando os dedos em frente dela.
—Hã?
—Seu marido parece estar se divertindo com a Soso, é assim que a chamávamos nós dois. Sabe, Armando, foi aluno dela e não quer dançar uma peça comigo?
—E-eu? Imagina não.
—Ah por que não? Se é pelo seu marido, ele está muito bem dançando com a Soso. Vamos uma dancinha inocente.
—E-eu não costumo dançar.
—Mas que ótimo. Adoro as inexperientes!
—Quê?
—Assim na dança. Bem, não fique tímida, eu pego leve com você. –disse Pablito, tomando-a pelo braço para dançar.
—Não.
—Ora, venha frutilla, hã? Olha como seu marido está.
—Tem razão!
Mas Armando não estava nem um pouco à vontade com o assédio de Soraya.
—Deixa terminar a música. Que deselegante! Você não era assim.
—É mais agora sou.
—Só até o fim desta música.

Armando aceitou, estava louco para sentar e ficar com sua Betty.
Olhou para a mesa e não tinha ninguém nem sua Betty.
—Como? Betty! Beatriz?
—É Soraya, ou Soso! Armando vamos para a salinha para ficarmos à vontade?
—Hão, o quê?
Ela repetiu sussurrando no ouvido.
—A salinha de dança particular, lembra? Para ficarmos bem à vontade sozinhos.

Armando não parecia ouvir, estava abobalhado vendo sua mulher. Não podia acreditar, ali estava Beatriz nos braços daquela raposa! Sim, porque Pablito era tão mulherengo quanto ele era, ou Mário ou Daniel, mas a diferença é que Pablito era o único homem que tomou uma mulher dele, Lara.
Armando ficou louco de ciúmes. Aquela era a raposa de Bogotá.
—Vire para cá, prometeu dançarmos esta peça!
—E vamos! Vamos bailar sim.
Louco de ciúmes, Artmando estava se segurando para fazer uma besteira, mas não queria estragar o passeio de seus sogros que pareciam tão felizes ali bailando. E no seu ver, sua Beatriz também estava muito feliz e entregada nos braços daquele argentino.
—Ah!
Assim, com raiva, segurou Soraya.
—Ui, Armandito, ainda tem as manhas! Ah , sei porque age assim, aquela com Pablito é sua mulher.
—Sim.
—Ai, Armando, que tem demais. Você e Pablito sempre dançaram com suas namoradinhas e trocavam de pares até!
—Sim, mas não entende! Beatriz não é uma simples namorada, é a mulher de minha vida!
—Mas Pablito a fará passar ótimo momento, bem gostoso.
Armando apertou os punhos, queria ir lá e esmurrar o rosto daquele tipo, mas Soraya o segurou.
—Ela topou bailar com ele, ele não a forçaria, então, você é da Jet, não pode sair fazendo escândalos só por uma dança!
—Está certo. Temos uma filha e não convém.
Assim como Armando, Beatriz também estava louca de ciúmes, enquanto isso, Pablito, se aproveitava para levar a dança de forma mais sensual, do mesmo jeito que Soraya.

 

—Acho melhor parar!
—Está ficando vermelhinha, frutilla!
—Nâo me chame assim, meu nome é Beatriz!
—Belo nome! Armando está passando bem e você também.
—E-eu... –Betty olhava para Armando e ele olhava para ela, mas não soltava seus parceiros.
—Conhece Armando há muito tempo?
—Há mais de 15 anos, quando vim estudar na Colômbia, sempre quis montar um lugar desses. Já tenho esta casa há mais de 10 anos. Armando sempre veio aqui.
—Ah sim?
—Dançávamos com todas as gazelas, ele, eu e Mário. Conhece o Mário? (Não me levem a mal pela pergunta! Kkk)
—Não me mencione!
—Ah, conhece! Teve algo com ele?


Beatriz queria vomitar. Ter algo com Màrio? Que nojo! Só de lembrar da cara de deboche e cinismo dele já sentia nojo.
—NUNCA!
—Oh, desculpe! Como ia dizendo éramos os reis da noite. Trocávamos de parceiras. Nesta época, Armando nem tinha nada com a tal Marcela, namorava firme com Lara, uma namoradinha de adolescência. Aí dança vai, papo vem.
—E?
—Trocamos de parceira. Eu comecei a namorar Lara e ele Soraya. Nada sério, era só parceira de dança e sabe algo mais.
—Trocaram de parceira?
—Sim. Não é divertido?
—Divertido? -Betty olhou com picardia para Armando e teve uma ideia.

 

Beatriz sabia algo de tango, porque seu papai sempre ouvia tango e lhe ensinou a dançar. Logicamente, não os passos sensuais que Pablito estava lhe passando e muito menos os que Soraya fazia insinuando-se a Armando.
—Explica-me isto de mudança de pares!
—Ah! –riu-se Pablito –No momento, frutilla, queria te ensinar outras coisas.

Pablito colou em seu corpo e tumbou Beatriz como se fosse beijá-la.
—Viu como eles estão fazendo? Ela gostou do Pablito, Quem não gosta? Mas eu prefiro você! -disse Soraya.

Soraya inclinou-se para Armando fizesse o mesmo com ela e ele louco de raiva em ciúme, queria ter coragem de fazer, enquanto via que Pablito se aproximava do rosto de Beatriz, sujeitando-a pela cintura.
—__
Enquanto descia, Armando viu tudo em vermelho, mas vermelho que o vestido de sua mulher. Está bem que Soraya fazia o mesmo, mas ele não iria beijá-la, não senhor! Mas será que Beatriz iria deixar que aquele tipo a beijasse?
—Mudança de parceiro! -disse Beatriz batendo no ombro de Soraya que estava agachada, tentando provocá-lo.
—Betty!
—Tem que acabar a música.
—A música já acabou! –disse Betty à Soraya, enquanto Armando a erguia, colocando-a em pé.
—Isto não vale!
—Vale sim. Vai dançar com seu parceiro, que está ansioso para beijar! –respondeu Betty.

Armando sorriu, soltando Soraya.
—Grato, Soraya! Pela dança, agora vou dançar com minha mulher e parceira de dança.

Logo, começou `Se disse de mí` ( o tema de Betty) o que fez com que Betty lembrasse que seu pai sempre dançava com ela. Mas não soltou a mão dele, deixou que ele a conduzisse.
—Esta música sempre foi minha Ojojo
—Uma boa música, mas uma injustiça, pois é linda!
—O doutor não pensava assim.
—Idiota cego. –a apertou contra si.
—Assim, fazia com, como é mesmo o nome?
—Soraya. Fazia mais há muito tempo.
—Vi os dois bem agarradinhos.
—Também o vi assim com Pablito.
—Aceitei dançar com ele depois que o vi bem agarradinho com a tal.
—Ciumenta? Adoro!
—Gosta de mulheres ciumentas?
—Gosto de você ciumenta. Me atiça.
—Ah é?
Depois, seguem peças de Carlos Gardel, Artur Piazolla e muitas outras. Armando a conduzia da forma mais sensual possível, como Betty nunca havia feito em público. Ela conhecia muito bem o tango, que ouvia desde bebê, mas não aquele lado mais sensual.
—Uma boa ideia esta de mudança de parceira.
—Não estava gostando de dançar com sua `velha`amiga?
—De verdade? Prefira dançar assim, com você. Me senti abusado.
—Ojojo o grande Armando Mendoza abusado? O tigre?
—Você está me provocando e fico como louco.
—Ah é? E ficou assim quando dançava com Soraya?
—Não. Só contigo! E estou bem louco! Tem um lugar aqui que Pablito construiu onde podemos praticar uns passinhos que com certeza vai gostar.
—Hum, aqui não. Meus pais estão aqui.
—Nem na mesa estão. Devem estar bailando e se divertindo. Ah?
—E-eu. Eu...
—Vai gostar!
—E por que não podemos praticar aqui mesmo?
—Os passos que quero ensinar a você não podem ser ensinados em público.

Beatriz ficou vermelha, pois não tinha entendido.
—Aqui?
—É um lugar bem reservado.
—Deixa só dançarmos esta, é que sonhei que dançava contigo há muito tempo, quando era só sua secretária.
—Não foi pesadelo?
—Sonhar contigo nunca será pesadelo.

Assim, bailaram e ao término, Armando levou para aquela salinha de dança reservada, onde Pablito sempre dava aulas, mas que nos dias de baile, servia para levar as parceiras escolhidas para uma `dança particular` . Beatriz suspeitava que aquele lugar era onde levava suas `parceiras`de dança da noite para se divertirem. Mas não protestou, as mãos se apoderando de seu corpo e fazendo gemer, enquanto dançavam passos mais sensuais não a deixavam raciocinar, tampouco protestar, assim deixou que Armando fizesse com ela, tal como melhor fazia.

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