Tan Enamorados - Betty e Armando Mendoza escrita por MItch Mckenna


Capítulo 198
Capítulo 197 -Tangueria La Paloma –A casa do tango em Bogotá




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Tangueria La Paloma –A casa do tango em Bogotá

Era o que dizia o letreiro

   Armando conhecia aquele lugar. A melhor tangueria de um pedaço da Argentina na cidade.  Quando havia dito sobre a casa a don Hermes, viu que o velho ficou constrangido, por isso não esperava que ascendesse a visitar o local. Mas assim foi e lá estava ele com Betty e seus sogros. As mulheres foram a um cabelereiro, onde além do cabelo fizeram as unhas e maquiagem. As damas ficaram lindas, ainda mais com as roupas da Ecomoda. Eram dois belos vestidos de gala. O de Júlia era um longuete azul escuro. Discreto e elegante. Usava os cabelos cumpridos divididos no meio, semi presos com alguns fios caindo sobre o rosto. Por cima um bolero de veludo. Já Betty exibia um vestido até os joelhos, mas com uma fenda lateral, para permitir os movimentos do tango. Logo, lembrou-se do sonho que teve que ela e don Armando dançavam tango. Aquele vestido não parecia em nada com o de seu sonho, mas achou que o encantaria. Fazia muito frio, então, colocou um sobre tudo que cobria quase tudo. Tiraria na tangueria quando fosse dançar, se fosse dançar. Já Armando usava o clássico camisa fina de seda  e calças afuniladas, além de sapatos de dança.

Claro que, apesar de ter arregalado os olhos, surpreendido pela beleza de sua mulher, Seu Hermes preferiu suas clássicas frases, como:

 -Isto foi um desperdício, Armando! Júlia não vai usar estas roupas, não saímos assim. Vai acabar doando no bazar da Igreja!

—Isto sim seria um desperdício, don Hermes! Ajudo com prazer doando para a Igreja onde nos casamos, mas esta bela peça Dona Júlia pode usar em muitos lugares com o senhor.

—Júlia não gosta muito de sair.

—Ora essa, sempre gostamos de sair!  Quando namorávamos e antes de Bettica nascer saímos bastante.

—Então fui eu que estraguei tudo. 

—Imagina! Você é a benção em nossas vidas.

—Digo o mesmo! Ela e minha filhinha. -disse Armando.

—E Armando, quando tiver nossa idade de casados vai compreender que estar em casa é o melhor, não sair se exibindo por aí!

Beatriz e Júlia reviram os olhos.

—Na rua tem muitas coisas e sabe Armandito  o diabo é porco e também na dança ronda.

Armando nem teve tempo de colocar os olhos em branco e dizer `Que cruz!`  pois logo, apareceu uma de suas antigas amantes.

—Armando! Você por aqui?

—E... é...

—E sozinho!

—Sozinho não!

—Não vejo Marcela.

—Não estou mais com Marcela.

—Ah se não está com Marcela está livre!

A mulher se aproxima insinuante.

—Estou com minha família! Esta é Beatriz Pinzón, minha esposa.

—Muito prazer! –disse Beatriz sorrindo para parecer tranquila.

—Esposa? Não sabia que havia se casado!

—Não? Está desatualizada do mundo da moda – disse com ironia. – Saiu em todas as revistas de celebridade da moda. Minha Betty e eu somos famosos na Jet! –disse apertando-a.

—Então, não vai mais sair comigo?

—Não mais.

Desanimada a mulher se afastou da mesa. Não demorou muito, outra se aproximou.

—Meu genro faz muito sucesso com as moças.

—Sempre fez!

—Era minha antiga vida. Beatriz sabe que só tenho olhos para ela.

—Assim espero.

Armando a beija.

—Vão dar shows aqui?

—Seu Hermes aqui dão aulas de tango, quer que lhe apresente ao professor, um grande amigo meu?

—Pois para seu governo, sou um excelente dançarino de tango, meu jovem.  Depois vou mostrar meus dotes.

—Hermes e eu costumávamos dançar muito, até nos conhecemos dançando em uma festa da escola.

—Júlia vestido um vestido rosa com renda, juvenil, usava os cabelos presos, me apaixonei à primeira vista.

—Hum seu Hermes não conhecia este seu lado.

—Pois conheça. 

Hermes já tinha bebido um pouco e resolveu chamar Júlia para dançar.

—Ai Hermes! Será que me lembro?

Hermes não quis saber e esticou-lhe a mão. Logo, começaram a dar passos leves de tango. –Armando sorriu.

—Vamos, Beatriz!

—Ai não. Sabe que não sou de dançar.

—Se até dona Júlia está dançando e bem. Não posso deixar seu pai ganhar esta! Vai me chamar de covarde.

—Sabe que sou péssima.

—Deixa-se conduzir.

Os dois casais se colocaram na pista. Ao ver Armando, Hermes sentiu-se desafiado e resolveu lembrar à Júlia coisas da juventude.

—Não vamos deixar este jovenzinho metido de nosso genro nos ganhar em nosso campo.

—Hermes, que coisa dizes.  É como um filho para nós!

—Sei, mas família e negócios a parte!

Apesar de envergonhada, a senhora não se fez de rogada. Começou com alguns passos como o ABRAZO e seguiu com outros. Armando dançava com Beatriz, alheio ao que acontecia, até que a mulher lhe advertiu.

—Olha, não dá para acreditar. São meus pais?

—Estão muito bem.

—Não devia ter desafiado meu pai. Ele pode não ter sua habilidade na pista, mas no tango ele é um   `Ás`.

—Pensei que só admirava.

—Ele ama tudo que tenha a ver com tango, Não ouviu dizer que conheceu mamãe dançando?

—Até eu estou surpreendido.

—E aí, Armandito? Quem é velho aqui?

—Nunca disse isso. Olha, está muito bem, seu Hermes, dona Júlia, Deveriam fazer mais vezes.

—É só nos convidar!

—E-eu...

—Com licença, vou ao toalete, -disse Betty.

—Vou contigo minha filha.

As duas mulheres foram retocar a maquiagem. Antes de ir, Beatriz deixou o sobretudo na cadeira e foi exibindo seu belo corpo no vestido vermelho. No caminho cruzaram com um homem de aparência argentina que ficou impressionado com a beleza de Beatriz e começou a cantá-la.

—Hum, minha filha, arrebatando corações!

—Se Armando ver este tipo me paquerando assim, fica louco.

—Armandito ainda faz escândalos por ciúmes?

—Não, imagina...

—Pois imagino que esteja mais seguro depois que se casaram e tiveram uma filha.

—Mas ainda fica louco. Imagina que hoje quase bateu no empreiteiro da reforma. -riu-se.

 

Betty dizia enquanto retocava o batom e ajustava a roupa.

—Hum, que belo vestido.

—Mas tenho vergonha, é ajustado e não tem mangas.

—Mas Armandito não gosta? Creio que não é como seu pai.

—Ele gosta, mas fica louco de ciúmes. Se controla, mas o conheço! Por isso vim de sobretudo quando dançarmos de novo. E a senhora, hein, mamãe? Não sabia que sabia dançar desse jeito.

—Ai minha filha, não fale assim que fico encabulada.

—Nunca a vi dançando a não ser valsa com papai.

—Dançávamos muito antes, mas não é culpa de falta de dinheiro não, Hermes que não gosta de sair comigo.

—Imagina. Mamãe, devem ser ciúmes.

—Você acha? Armandito tem ciúmes e não deixa de sair contigo.

—É que sabe como é o papai.

—________

Enquanto isso...

— Não, não posso acreditar! É você! Armando Mendoza!

—Pablito Gonzaléz! (os dois fazem comprimentos da juventude) 

—Bem-vindo de novo à minha casa! Quanto tempo!

—Sim, um tempo.

—Não esperava mais vê-lo. Sabe, disseram que havia se casado.

—Sim, é verdade.

—O perdemos?

—Devo dizer que sim!

—Mas hoje escapou?  (Hermes havia ido até ao balcão pegar um drink) Ou está acompanhado?

—Sim de minha esposa e meu sogros.

—Qual foi a afortunada que te garimpou ou desafortunada, pois você é incorrigível.

—Nem tanto, Pablito, mudei muito.  Por minha Betty. E você quando vai se deixar levar pelo amor?

—Sabe que não? Acho que nunca conhecerei o amor. Apesar que tem uma mulher aqui, uma morena.

—Aqui?

—Sim, não conhecia, acho que nunca vi antes. Não muito alta, vestido vermelho, cabelo escuro preso em um coque e que olhos. Que corpo. Por aquela pode ser que fizesse a loucura de casar-me.

—Ui. Te pegou. Ou apenas iria passar bem esta noite.

—Mas provável que seja assim! Já viu alguma resistir depois de experimentar-me na pista de dança?  Olha ela lá.


Armando virou-se na direção que Pablito lhe apontava, mas a única mulher que pôde ver era sua Betty. E  combinava com a descrição de Pablo: morena de estatura mediana com vestido vermelho pegado ao corpo. Ele próprio teria muito mais adjetivos para dar aquela mulher que sabia ser sua, coisas românticas e palavras sujas, tudo poderia passar por sua cabeça, mas o que Pablo lhe havia dito lhe perturbava.

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