Amar para se libertar. escrita por Albby Star


Capítulo 26
Tempestade


Notas iniciais do capítulo

Sumi mas voltei ♥ Tive que reescrever várias vezes por conta de um pequeno bloqueio, mas ta na mão
Capítulo novo para vocês ♥



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Sara estava cansada, era cansativo desconfiar de sua amiga, era exaustivo tentar conversar e não obter respostas. A confiança de todos em Catherine estava abalada, todos sentiam esse incomodo em saber que ela estava escondendo algo, a equipe estava desunida e todos os dias a lista de queixas para a supervisora aumentava.  

A equipe também não se sentia nada à vontade com o tal do Klepper, sempre com um tom de misterioso, fechado e escondendo algo, igual a Catherine. Sara estava com birra dele desde que insinuou que Griss tinha um perfil para serial killer, naquele dia ela quase voou em seu pescoço.  

Sara estava na sala de convivência terminando de preencher o relatório do caso, ainda não acreditava que aquele gigolô tinha dado em cima dela e mentindo na cara dura sobre o assassinato da própria cliente.  

— Sarinha — o mais novo integrante da família a chamou.  

— Oi, Greg — forçou um sorriso.  

— Do caso de hoje? — perguntou curioso — Soube que era um gigolô.  

— Você acredita que o cara administrava cerca de 25 relacionamentos? Como ele tinha tempo para todas? Eu mal tenho tempo para um — disse incrédula.  

— Ah, mas esse era o trabalho dele — parou para pensar — Acho que vou virar gigolô — colocou a mão no queixo — Seria um trabalho dos sonhos? — ele riu.  

— Segundo Jesse, o assassino, você tem que realizar sonhos — deu de ombros — Não sei como as pessoas pagam para ter afeto humano.  

— Ei — exclamou — Me senti ofendido — fingiu estar bravo — Mas não sei também, acho que quando estamos desesperados por afeto, não pensamos direito — deu de ombros — Mas enfim, chegou um pacote para você — o colocou em cima da mesa.  

— Huum — disse analisando o pacote — Não tem remetente — olhou um bilhete grudado na caixa escrito “Cuidado casulo de borboleta” e riu — Já sei quem mandou — sorriu, ela reconheceria aquela letra de longe.  

— Huum, eu já estou indo, só vim te entregar isso — sorriu — Tchau, até a noite — deu um beijo em sua bochecha e saiu da sala.  

A morena ficou encarando aquele pacote, que ideia maluca foi essa?  Sorriu balançando a cabeça, coisas de Grissom. Rapidamente terminou o relatório e abriu a caixa com cuidado, se surpreende ao ver que o que estava envolvido pelo papel pardo era realmente um casulo — Grissom— sorriu ao dizer o nome dele em pensamentos. Só ele mesmo para mandar algo desse tipo, mas onde ela colocaria isso? Como cuidaria?  

Olhou novamente para caixa e viu um bilhete, sorriu ao imaginar que eram as instruções, abriu o papel e começou a ler.  

“Queria Sara, 

Deve estar se perguntado o porquê de eu ter te mandado um casulo, bom, não é só por eu gostar de insetos e outras coisas — ela riu — Mas te mandei o casulo por outro motivo: o significado do nosso amor. Procurei as palavras mais bonitas para descreve-lo, mas falhei, não há palavras para descrever o nosso amor. Tentei usar sonetos, poemas e até mesmo versículos bíblicos para demonstrar o quanto eu amo você, eu Grissom, não sou um homem de demonstrar sentimentos e até mesmo de pouca fé, mas depois que eu te conheci ... Ah honey, depois que eu te conheci tudo fez sentido, você me libertou de uma prisão que eu mesmo criei, você não sabe o quão grato sou por isso — ela se emocionou com as palavras, Grissom nunca se abriu dessa forma. 

Nosso amor foi paciente, assim como precisará ser com esse casulo, ele precisará de um lugar escuro e quieto, assim como nosso amor precisou ficar por um tempo. Nosso amor amadureceu aos poucos, sem pressa e naturalmente. Ele é bondoso, não se inveja e nem se vangloria, não se orgulha. Nosso amor não maltrata, pelo contrário, ele cuida, não procura por interesses, não se ira facilmente e muito menos guarda rancor. O nosso amor se alegra, assim como esse casulo irá fazer quando de abrir, nosso amor se alegra com a verdade. Nosso amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo suporta — nessa altura, já sentia seus olhos marejados.  

Te dedico esse soneto de Camões, um dos meus preferidos.  

 

“Amor é o fogo que arde sem se ver,  

É ferida que dói, e não se sente, 

É um contentamento descontente,  

É dor que desatina sem doer.  

 

É um não querer mais que bem querer,  

É um andar solitário entre a gente,  

É nunca contentar-se de contente,  

É um cuidar que ganha em se perder. 

 

É querer estar preso por vontade, 

É servir a quem vence, o vencedor 

É ter com quem nos mata, lealdade.  

 

Mas como causar pode ser favor, 

Nos corações humanos amizade, 

Se tão contrário a si é o mesmo amor.”  

 

Assim, eu encerro essa carta,  

Eu te amo, Sara Sidle.” 

 

A morena estava em lágrimas, nunca em sua vida tinha recebi uma carta e muito menos esperava receber de Griss, ela sempre soube que ele era um homem das antigas, gostava de mandar flores e preparar jantares românticos, mas cartas? Caramba!  

Agora ela sabia o que fazer com o casulo, pegou a caixa com todo o cuidado do mundo e levou até a sala do supervisor. Era estranho entrar ali sem ele, como sua presença estava fazendo falta. Vagou o olhar pela sala e encontrou um espaço na estante, ali era o lugar perfeito, escuro e quieto. Sorriu satisfeita ao ver a caixa ali, agora teria que esperar para a borboletinha dar as caras.  

Sara fechou a porta e andou pelo corredor em direção a saída, mas se deparou com Cath andando apressada até a garagem que estava com as portas tampadas.  

— O ruiva — a chamou — O que está acontecendo? — foi direta ao ponto. 

— Han Sara — disse surpresa, não era para ter nenhum subordinado ali — O que está fazendo aqui? Já passou do seu horário — disse checando a hora em seu relógio de pulso. 

— Não tente desconversar, o que está acontecendo? — perguntou novamente sem paciência.  

Catherine ficou embaraçada — Sar — sua voz falhou, era não dificil esconder as coisas a equipe — Eu... Eu não posso falar sobre isso — ficou magoada ao ver a cara desapontada da amiga — Me desculpe.  

— Cath — ela ia falar algo, mas a ruiva em sua frente saiu andando apressadamente para a garagem — Não faça nada que possa se arrepender — disse mesmo não tendo ninguém para ouvir.  

A morena caminhou cabisbaixa, não entendia o motivo de tanto mistério por parte da amiga, deveria ser algo muito sério para ela estar agindo daquela maneira. Sara caminhou até seu carro e abriu o porta-malas, jogou suas coisas na parte de trás e se direcionou para o lado do motorista. 

Um arrepio percorreu seu corpo, novamente tinha alguém a observando. Percorreu seu olhar pelo estacionamento em busca de alguém, mas foi em vão, aparentemente estava vazio — Oi, tem alguém aí? — perguntou sem nenhuma intenção de resposta — Acho que estou ficando doida — riu de si mesma.  

Entrou em seu carro e novamente vagou seu olhar pelo estacionamento, realmente estava vazio. Ligou seu carro e começou a dirigir em direção sua casa, ligou o som e tentou se distrair, a música que tocava era alegre e a morena tentou até arriscar algumas frases. Olhou em seu retrovisor e viu um carro vermelho, tinha a impressão que aquele carro estava atrás dela a um tempo.  

Seu instinto dizia que ela deveria desviar o caminho para ter certeza, na próxima rua ela virou a esquerda e o carro também, na outra virou a direita e o carro fez o mesmo — Mais uma rua e eu ligo para alguém — ela estava tensa, já tinha gravado a placa para pesquisar assim que fosse possível. Entrou uma rotatória e deu duas voltas, depois pegou a segunda saída, andou mais um pouco e não via ninguém atrás. Respirou aliviada, voltou para o seu caminho normal, estava quase perto de casa quando viu o mesmo carro atrás dela, o desesperou a tomou.  

Tentou pegar seu celular, mas não conseguia — Calma Sara, calma — respirou e tentou mais uma vez e conseguiu, suas mãos tremiam. Ligou para Greg, mas o telefone tocou e caiu em caixa postal, discou para Nick, estava quase perdendo as esperanças quando o texano atendeu — Nick, socorro — disse desesperada.  

— Sara, o que aconteceu?? — perguntou em estado de alerta.  

— Nick, tem um carro me seguindo — tentou manter a respiração calma — Eu não sei o que fazer, já dei várias voltas e ele continua atrás de mim.  

— Sara, mantenha a calma. Vá até a delegacia, eu estou indo para lá — disse pegando a chave do carro — Mantenha-se na linha.  

— Tudo bem.  

Ela dirigia o mais rápido que podia, xingava mentalmente todos que estavam em sua frente, em certos momentos até buzinava — Nick, estou chegando.  

— Eu também — um estrondo soou pelo telefone — SARA?? SARA ME RESPONDE — o amigo estava desesperado.  

— Sara está indisponível no momento — uma voz pronunciou do outro lado finalizando a chamada.  

— PUTA MERDA! — o amigo acelerou o máximo que pode para chegar rápido ao laboratório.  

 

Desespero.  

 

Nick sentia um misto de emoções: desespero, medo e raiva. O barulho de alguém batendo no carro da sua amiga se repetia várias vezes em sua mente, o caminho não parecia ter fim, tudo o que ele queria é que isso não passasse de um pesadelo. Se lembrou de quando ele estava naquela situação, já podia sentir as formigas andando sobre sua pele.  

Freou bruscamente na porta da delegacia chamando a atenção de todos, desceu do seu carro correndo e entrou desesperado — Judy, chame a Cathe e Conrad, diga que é urgente — pediu agoniada a ela — Peça para me encontrar na sala de provas 2, por favor.  

Ao entrar na sala, os supervisores se depararam com Nick andando em círculos com o telefone na mão.  

— O que aconteceu, Nick? — Cath perguntou desesperada. 

— A Sara, Catherine — estava nervoso e tentava conter as lágrimas.  

— Acalme-se, Stokes — Ecklie se pronunciou — Você não vai conseguir falar desse jeito.  

Ele puxou o ar para dentro e organizou as palavras — Eu acho que a Sara foi sequestrada — dessa vez não conseguiu conter as lágrimas, os supervisores apenas o olhavam esperando pela continuação — Ela me ligou desesperada, disse que tinha alguém a seguindo há alguns quarteirões — passou a mão pelos cabelos — Eu disse para vir para cá e continuar na ligação, mas quando ela estava quase chegando — respirou fundo — Bateram no carro dela — sua voz falhou.  

— Meu Deus — a ruiva entrou em desespero  

— Você tem certeza disso? Às vezes só bateram no carro dela — Conrad perguntou o óbvio. 

— Alguém pegou o telefone dela e me disse “Sara está indisponível no momento”, logo em seguida desligou — disse sério.  

— Deve ser por conta do acidente, mantenha a calma Nick — pediu ao subordinado — Vou pedir para rastrearem o carro dela.  

— POR CONTA DO ACIDENTE??? VOCÊ SÓ PODE ESTAR DE BRINCADEIRA — bateu as mãos na mesa.  

— Nick, calma! — Cath interviu — Vamos até o Archie e ver o que ele consegue fazer, vamos checar as ligações para cá e entrada em hospitais, alguém deve ter relatado algo.  

— Eu vou ligar para o Greg e Warrick — o texano disse um pouco mais calmo.  

— E eu avisar o Grissom, ele precisa voltar imediatamente — Conrad disse saindo da sala. 

— Vai ficar tudo bem, Nick — pegou sua mãe e acariciou — Nós vamos encontra-la — puxou o amigo para um abraço — Me encontre depois — e deslizou para a saída.  

Nick deu um longo suspiro, aquilo não era pesadelo, era vida real. Pegou seu celular e discou o contato de Warrick, essa é a parte em que ele odiava no trabalho: ser portador de más notícias e principalmente quando é de alguém da família, afinal eles eram uma família. O celular chamou algumas vezes, quando estava prestes a desligar, o moreno atendeu com voz de sono.  

— Qual é Nick? Espero que seja algo muito importa — resmungou, tinha sido um turno difícil e todos estavam cansados.  

— Aconteceu alguma coisa com a Sara — ele cuspiu as palavras.  

Warrick deu um pulo do outro lado da linha — Como assim cara? — perguntou enquanto se vestia correndo.  

— Eu vou te explica melhor quando chegar aqui — suspirou — Só venha logo.  

— Já estou a caminho — finalizou a frase e desligou.  

Nick logo em seguida discou o número de Greg, já era a terceira vez que ia para a caixa postal, já estava começando a ficar preocupado, achando que poderia ter acontecido algo com ele também, mas então, na quinta tentativa o garoto atendeu.  

— Greg, cara está tudo bem? — perguntou com preocupação.  

— Eu realmente preciso participar desse caso? Liga para Sara, eu to muito cansado — disse com voz de sono.  

— Cara, aconteceu algo com a Sara.  

A frase foi o suficiente para acordar o mais novo — To indo para aí — desligou.  

Nick se direcionou a sala de Archie, onde estava Cath e Conrad — O que temos? — disse ao pé da porta.  

— Já conseguimos a localização do carro, Brass foi até lá e logo mandará notícias.  

— Estamos vendo o trajeto de Sara — Archie começou a explicar — Veja aqui.  

— Esse trajeto que ela estava fazendo — o texano parou para pensar — Não é o da casa dela — estranhou.  

— Não mesmo, é da casa do Grissom — a ruiva complementou. 

— O que ela ia fazer ali perto? — especulou. 

Nesse instante, o celular de Conrad toca — Está no viva voz, Brass — comunicou ao detetive.  

— Más notícias, pessoal — seu tom de voz era desanimador — O carro é da nossa Sarinha, a batida foi bem feia — suspirou — Tem sangue no volante, precisamos de alguém aqui — comunicou a Cath.  

— Tudo bem — respirou fundo — Estamos esperando os meninos chegarem, logo mandarei alguém.  

— Certo — desligou.  

O clima na sala estava pesado, Catherine não conseguia raciocinar e Nick ... Nick revivia um pesadelo em sua cabeça.  

— Já chamei o Klepper e ele está vindo para cá — Conrad se pronunciou — Catherine, você dá conta até Grissom chegar? — a colocou contra a parede.  

— Ele já está vindo? — a substituta perguntou.  

— Vou ligar para ele agora, com certeza virá o mais rápido possível.  

— E-Eu — respirou fundo — Eu preciso dar conta — seus olhos marejaram — Sara precisa de mim —disse confiante.  

— Precisa de nós.  

— Certo, vou comunicar Grissom.  

Conrad saiu deixando um ar pesado na sala, os dois amigos não sabiam por onde começar. Tentavam juntar as peças, mas nada batia. Quando Warrick e Greg chegaram e souberam o que realmente tinha acontecido, também ficaram desolados, principalmente Greg.  

— Quem teria coragem de fazer isso com ela? — ele perguntava sem entender a situação.  

— Precisamos analisar os casos que ela já trabalhou, ver quem está preso, quem já morreu, quem tinha parceiros aqui fora — Warrick disse tomando iniciativa — Precisamos analisar a carreira dela, algum tempo atrás ela teve problemas com um suspeito, o caso era de violência doméstica, comece por ele — disse ao mais novo.  

— Eu vou para a cena do crime — Nick se prontificou.  

— Eu vou com você — o moreno complementou.  

— Eu vou ficar aqui analisando e procurando imagens nas câmeras de trânsitos — Cath disse tomando a liderança. 

Todos tinham o mesmo objetivo: trazer Sara de volta. Cada um tinha sua função e estavam dispostos a cumprir, mesmo um pouco atordoados, precisavam focar em Sara.  

Conrad se encontrava em sua sala, tentando se comunicar com Grissom, parece que ele fugia do supervisor como um rato foge do gato. Só em sua terceira tentativa ele obteve sucesso.  

— Ainda não está na hora de eu voltar, Conrad — o CSI disse — Tenho mais duas semanas pela frente, não adianta pedir.  

— Gill, eu sinto muito — o colega estranhou o tom de voz usado pelo supervisor, não era do feitio dele usar aquele tom — Aconteceu uma coisa.  

— Aposto que Catherine consegue resolver — disse apontando uma solução.  

— Gill — suspirou — Aconteceu uma coisa com a Sara.  

Grissom sentiu um aperto em seu coração — O que aconteceu? — perguntou se sentando.  

Conrad respirou fundo, era um assunto delicado para se tratar por telefone, até mesmo para Grissom — Ela foi sequestrada — pode ouvir a respiração do colega falhar do outro lado da ligação — Grissom, você está bem? 

Aquelas palavras foi um verdadeiro soco no estômago — Estou voltando — disse se levantando rápido — Me mande todas as informações que vocês têm, estou pegando o próximo voo para Las Vegas.  

— Está bem.  

— Conrad — o chamou antes de desligar — Me mantenha informado — desligou.  


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Notas finais do capítulo

To com dó da Sarinha :/



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