Antonia escrita por Valdir Júnior


Capítulo 4
Interlúdio




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Os braços de Kirk a enlaçaram. O corpo dele se balançou junto com o dela. Seu sangue acelerou, cheio de amor e desejo, quando a boca suave dela começou a roçar lentamente a dele.

— Gosto do seu sabor. - A voz dele estava rouca agora, mais suave - Sempre fica com gostinho de "quero mais".

— Então aproveite, prove mais – disse ela.

Mas quando Kirk tentou intensificar o beijo, ela virou a cabeça de lado e deslizou os lábios ao longo do maxilar dele.

— Bem devagar. - disse ela novamente – É desse jeito que eu vou fazer amor com você - Foi mordiscando-lhe a pele até chegar a sua orelha - Vai ser quase uma tortura, mas você vai adorar.

Ela entrelaçou os dedos através dos cabelos dele, agarrou-os com força e puxou sua cabeça levemente para trás, até seus olhos se encontrarem. Os dele estavam profundamente acesos pelo desejo.

— Quero ouvir meu nome na hora em que estiver devorando você, James kirk. - ela brincou mais uma vez com a boca sobre a dele, para então recuar, e sentiu o corpo dele se retesar como um arco, de encontro ao dela - Diga meu nome bem alto para que eu saiba que nada mais existe naquele momento para você, a não ser eu. Porque nada existe para mim, a não ser você.

E a boca dela se colou na dele nesse instante, com voracidade, em uma dança frenética de lábios, dentes e línguas. Ela ouviu um gemido lento, em tom grave e muito profundo, que por fim se fundiu com o dela. Ela se permitiu tremer, permitiu-se sentir prazer, para então recuar novamente e prender o ar, antes de se render.

— Antonia – sussurrou Kirk - deixe-me tê-la agora.

— Eu deixo. Depois que eu tiver você. - ela pegou um pequeno controle remoto e pressionou uma série de botões. Os painéis da parede lateral se abriram. A cama embutida atrás deles estava cheia de almofadas. — É ali que eu quero você. Mas só daqui a pouco.

— Tonia, você está me matando – murmurou Kirk.

Deliciada ao ouvir aquilo, ela riu e o som foi suave e quente.

— A coisa vai piorar — ameaçou ela.

— Queira Deus que sim – disse ele suspirando.

Ela colocou os dedos na base da camiseta que ele estava usando e a puxou pra cima, tirando-a com firmeza por sobre a cabeça e jogando no chão.

— Adoro o seu corpo. - murmurou Antonia – vou passar um bocado de tempo aproveitando o máximo dele esta noite.

Era uma sensação poderosa, pensou, aquela de fazer um homem forte estremecer.

Ela sentiu a dança de seus músculos à medida que traçava o caminho com a ponta do dedo provocante pelo peito dele abaixo, até chegar próximo o cós das calças.

Kirk sentiu uma espécie de latejar no sangue, algo primitivo, quase violento. Foi preciso um grande esforço da parte dele para não ceder a isso, empurrá-la para o chão e responder àquela pulsação tão urgente.

— Pazienza - disse ela, vendo o fogo surgir-lhe nos olhos. Levantou a mão dele e mordiscou de leve os nós dos seus dedos.

Antonia o guiou através da sala em uma espécie de dança, girando o corpo de forma indolente. Quando chegaram à cama, ela o colocou sentado na beira, ajoelhou aos seus pés e deslizou as mãos de forma bem devagar e íntima pelas pernas dele, tirou-lhe as botas e então se levantou, oferecendo:

— Vou pegar uma cerveja para você.

— Não estou a fim – ele respondeu.

Quando ela se afastou, lançou-lhe um olhar por cima do ombro e avisou:

— Vai ficar quando eu a estiver lambendo do seu corpo.

Ela trouxe duas garrafas e as colocou sobre a mesinha em madeira entalhada, ao lado da cama. Então, olhando para ele fixamente com seus olhos dourados, começou a despir o vestido lentamente.

Ela estava usando por baixo um body em um tom berrante de vermelho que formava um contraste erótico contra a sua pele. A peça emoldurava-lhe os seios generosos com delicadeza e descia colado ao corpo, transparente e sedutor, seguindo até os quadris.

Antonia saiu do vestido e o chutou para longe com a ponta do pé, já descalço.

— Pensei que fôssemos jantar antes - Kirk conseguiu com muito esforço manter o olhar no rosto dela.

— Nós íamos, mas... acho que a comida pode esperar. - ela deu um passo à frente e se colocou entre as pernas dele - Quero que você me toque.

As mãos dele já ardiam de desejo, mas ele simplesmente passou os dedos de leve sobre a pele dela, acompanhando cada ângulo e cada curva.

— Estou querendo muito você – disse Kirk.

— Pois continue assim – Antonia disse, beijando rapidamente os lábios dele.

Ela sabia que ele estava se segurando ao deixá-la tomar as rédeas. E, por saber disso, deu-lhe tudo o que tinha.

Era um balé erótico e suave, passional e amoroso. Ela queria mostrar tudo de bom para ele, sem deixar nada de fora. E tudo que ela fazia, ele retribuía. Beijos longos e estonteantes que pareciam lhe deixar os membros sem força, largados. Carícias persistentes que fazia o sangue deles acelerar.

A cama, com seu colchão feito de espessas camadas de gel, ondulou suavemente sob seus corpos.

A visão de Kirk se turvou, a respiração ficou presa em seus pulmões até eles arderem. Ela o atormentou e proporcionou-lhe prazer. Seu corpo ágil deslizava e escorregava sobre o dele, enquanto a sua boca o levava à beira da loucura.

O controle dele cedeu, aço rasgando aço. O som de seda se esgarçando sob seus dedos o excitou ainda mais. Com um som de voracidade, encheu as mãos e a boca com os seios dela.

A cabeça de Antonia tombou para trás enquanto ela tentava sugar um pouco de ar. Seu corpo estremecia enquanto ele saboreava.

Então seu rosto dele já estava pressionado contra o dela e sua respiração ofegante esquentava-lhe a pele.

— Preciso de você, Tonia – Kirk murmurou - preciso de você.

— Eu sei. — A ternura a inundou. Ela emoldurou o rosto dele com as mãos e o ergueu. Seus lábios se encontraram, suavemente, como em um murmúrio. — E io também preciso de você, amore mio. Nunca se esqueça disso.

Os olhos dela estavam úmidos de lágrimas. Ele a puxou mais para perto de si e beijou-as até secá-las.

— Antonia... – ele disse, fazendo-a se inclinar sobre a cama.

 


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