Coisas que Amo escrita por Laura Fernandes


Capítulo 9
Capítulo 8 - Cores


Notas iniciais do capítulo

" Um coração cheio como um aterro
Um trabalho que te mata lentamente
Contusões que não cicatrizam
Você parece tão cansado, infeliz

Radiohead - No Surprises "



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O projeto das cores de Cássia parecia cada vez mais uma piada...

Cássia exigiu que todos se vestissem de branco, e entregou camisetas brancas para toda a sua turma, e para outras classes do terceiro ano. Ela impôs para que Simon vestisse a camiseta, mesmo que ele tenha afirmado fielmente que a camiseta estava apertada.

Se tinha algo que mais incomodava a Simon, era que lhe impusessem condições, mas o que ele podia fazer? Apenas decidiu participar daquilo, pois queria evitar uma outra discussão calorosa com Catarina, que ao passar dos dias, tem sido dura e perspicaz.

Além de tratá-lo em rédeas baixas, ela passou a deixar os biscoitos diretamente ao avô dele, não permitindo que Simon comesse um misero biscoito que quisesse.

Ela estava com raiva, e ele compreendia as reais motivações dela para isso.

No entanto, era frustrante todos os dias tentar falar com Catarina e ela simplesmente ignorá-lo.

Não devia ter fugido e a deixado plantada na orla da praia. Não devia ter ideias sobre sua existência que partissem o coração de alguém. Mas Simon tinha um plano, e para que seu plano pudesse ser bem sucedido, ele evitava a todo custo, qualquer aproximação de amizade, ainda mais de uma menina que declarou todo o seu amor a ele.

— Simon? – Apollo o chamou.

— O que foi?

— A coordenadora mandou todos para o pátio. – Apollo franziu o cenho. – Sua camiseta está apertada... Esse festival vai ser difícil para você...

Simon concordou, assentindo com a cabeça.

— Acho trágico motivar eventos de inverno para alunas tão fúteis como Cássia e seu bando. – ele suspirou. – Dane-se, vamos logo para o pátio.

Ambos caminharam até o pátio lateral, onde ficava aberto para todos os alunos passarem o intervalo entre as aulas, e para aquele evento em específico.

Catarina e Maria estavam juntas. Ambas vestiam camisetas brancas, que atingia metade de suas coxas. Enquanto Maria parecia vestir um pijama, Simon notou que Catarina parecia vestir um vestido, que lhe caíra bem, apesar das laterais largas. Ela não lhe direcionou o olhar, mas reparou que ele também vestia uma das camisetas brancas que Cássia espalhou para a turma.

— Peguem as tintas nos baldes! E que comece a guerra! – Cássia anunciou, assim que todos os alunos do último ano se apresentaram no pátio.

Maria pegou o pó de tinta azul e atacou no cabelo de Catarina, que revidou o ataque jogando pó verde nos braços de Maria. Enquanto as duas atacavam uma a outra, Simon ficou parado, observando o quanto aquilo parecia divertir a Catarina, e o quanto ela ficava bonita sorrindo e correndo feliz, sem forçar um comportamento moderado e de boa moça. Sem suas falsa puritanisses, e sem o senso de professora crítica e desafiadora. Ela, aos seus olhos, assumia o mesmo papel que tinha no dia em que os dois caminharam na praia.

Apollo atacou tinta vermelha e roxa em Simon, porém, ele não revidou. Ficou parado, observando a movimentação ao seu redor. Os olhos fincados nos tris gestos de Catarina.

— Cara, você não vai revidar? – Apollo perguntou, pegando mais pó de tinta em mãos.

— Não, não vou. – Simon simplesmente respondeu, permanecendo parado com as mãos no bolso.

Seus olhos iam de um vai e vem. Ele colocou os fones de ouvido, e deixou aquele momento com uma trilha sonora ao fundo. Radiohead No Surprises.

Enquanto ouvia o refrão da música, Catarina lhe passava em frente aos seus olhos, correndo das furtivas tentativas de Maria de lhe sujar de pó laranja.

Ela o encarou franzindo o cenho. Ele não iria se mexer? Se perguntava, enquanto era atingida por uma bomba de tinta, não vindo somente de Maria, como vinha de seus outros colegas, incluindo Cássia, que atacou com gosto em sua cabeça um pó lilás.

— Cássia! O que foi isso? – Catarina perguntou assustada.

— Uma forma de agradecer por ter comparecido. Desculpa a agressividade, aproveite o meu projeto de inverno. – Cássia respondeu, seguindo em direção de Simon, que permaneceu paralisado, a observando se aproximar cada vez mais.

Simon rompeu sua visão ao desviar seus olhos de Catarina, e observou Cássia se aproximar.

— Posso ajudar? – ele indagou.

— Pode.

Cássia avançou em direção de Simon, segurando com as duas mãos o rosto dele. Ela aproximou os lábios ao dele, e antes que Simon pudesse raciocinar e entender o que acontecia, Cássia selou os lábios com o dele, selando em um beijo, o que surpreendeu e deixou Catarina de coração partido.

Ela observou a cena e sentiu algumas lágrimas invadirem aos seus olhos. Antes que pudesse ver os dois se separando, ela correu, longe daquele lugar, esperando correr longe o bastante daquele sentimento que insistia em penetrar seu coração.

Simon se afastou de Cássia, e a segurou pelos pulsos:

— Por que fez isso? – ele a questionou.

— Porque eu precisava ferir o coração de Catarina.

Simon procurou Catarina em meio a multidão de alunos e de cores, mas não a encontrou. Se afastou de Cássia, e seguiu procurando por ela, encontrando apenas Maria de braços cruzados:

— Onde está Catarina? – ele perguntou desesperado.

Maria o olhou com raiva.

— Ela fugiu seu idiota! Como pode beijar uma cobra como a Cássia? – Maria estava indignada. – Foi por isso que Cássia me perguntou se Catarina gostava de você... Ela queria ferir o pobre coração dela!

— Maria... para onde ela foi?

— Embora Simon, ela foi embora.


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Notas finais do capítulo

Olá pessoas! Desculpa se sumi, mas tive um breve momento sem inspiração para escrever. Haha, nada do que escrevia era bom o bastante para dar continuidade na história, mas espero, de verdade, que tenham gostado do capítulo! Em breve postarei mais.



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