Coisas que Amo escrita por Laura Fernandes


Capítulo 14
Capítulo 13 - Passagem de Ida


Notas iniciais do capítulo

Pessoinhas, lindas! Hoje, ao invés de uma frase de efeito, gostaria de anunciar a vocês que em breve a fic chega ao seu fim. Ainda temos mais alguns capítulos, e espero que estejam curtindo. Pode ser que eu demore para postar, mas farei de tudo para que os capítulos sejam postados o quanto antes.



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Os dias passaram rápido demais para o gosto de Catarina. Todos os dias depois da aula, ela dedicava uma parcela importante do seu tempo para ensinar a Maria, Apollo e Simon. Os três estavam melhores, e conseguiram obter boas notas para a surpresa da Srta. Olga.

O semestre estava terminando, e para ela, nada mais importava além de ser aceita em Dion.

Exceto Simon, que tem passado a maior parte do tempo disponível com ela, porém, quando o semestre acabasse, iria permanecer com os pés fincados naquela minúscula cidade praiana.

Diferente de Catarina, ele não tem a premissa de seguir para faculdade e deixar a cidade. Não quer se retrair em um minúsculo apartamento em uma cidade repleta de universitários, e focar quatro anos de sua vida estudando e indo para festas de irmandades.

Isso ele não podia ser ou seguir.

Embora esteja destemido a seguir com o plano de fincar os pés na cidade, ainda há Catarina. E ambos estão tendo de lidar com uma futura, e possível, separação.

— Catarina Caputo, cá estamos nós de novo. – o diretor Malcom comentou, assim que Catarina atravessou a porta.

Ela olhou para o homem, que tinha um sorriso amarelo estampado no rosto. Ele segurava o currículo escolar dela em mãos, e tinha um importante anúncio para fazer.

— Olá diretor Malcom. – ela disse, enquanto se sentava.

— Bom, te chamei aqui para dizer que seu projeto foi excelente. Provavelmente, seus três alunos irão passar de ano.

Ela sentiu uma felicidade enorme se alastrar pelo seu peito. Sentia orgulho e total satisfação.

— Bem, conversei com a coordenadora Olga, e encaminhamos novamente seu currículo para a faculdade de Dion. – Malcom observou que Catarina estava inquieta. – Parabéns, você foi aceita. Depois das férias, você será uma aluna da universidade de Dion.

Esquecendo mais uma vez os protocolos de Santa Brígida, Catarina se levantou alegremente, e avançou sobre o diretor, o abraçando:

— Obrigada senhor Malcom! Obrigada. – disse apertando o velho homem em seus braços.

— Desse jeito, você vai me matar! – Malcom anunciou mais em um tom de brincadeira do que sério.

Antes que pudesse pensar no que havia acabado de acontecer, ela correu para fora da sala e seguiu direto para a biblioteca. Precisava contar logo para os seus amigos, e especialmente para Simon.

— Gente! – ela gritou, levando uma chamada de atenção da bibliotecária.

Catarina assentiu em um sinal de rendição, e sentou-se ao lado de Maria na mesa. Tanto Apollo como Simon, estavam sentados à frente delas.

— Gente... – ela respirou fundo, sentindo o fôlego lhe faltar. – Entrei em Dion!

Maria a abraçou. Enquanto os meninos tentavam processar aquela nova informação.

— Parabéns, você merece! – Maria disse, se separando de Catarina.

— Parabéns Cat, Dion é incrível. – Apollo a parabenizou.

É, parabéns. – Simon sussurrou.

Por mais que quisesse que Catarina entrasse na faculdade dos sonhos, sabia que ela iria para longe, e em breve, ambos teriam que se separar. Não tinha ficado triste, nem feliz, a ideia de tê-la longe não devia incomodar.

Mas incomodou de uma forma tão dolorosa, que Simon pensou que estava fadado ao sofrimento.

— Você está longe... – Catarina reparou, enquanto caminhava de mãos dadas com Simon.

Ele a observou:

— Estou me acostumando com a ideia da nossa separação.

Ela apertou a mão dele com firmeza.

— Eu sei que é difícil, mas virei para cá todo fim de semana. E você pode ir me visitar também. De alguma forma, a gente irá fazer isso funcionar.

Simon notou que as palavras de Catarina eram sinceras, e conhecendo bem como ele a conhece, certeza que ela faria de tudo para que as coisas dessem certo. Havia um plano em sua mente muito bem formulado, porque só ela sabia como lidar bem em situações de conflitos, e sua ida para Dion, era de alguma forma conflitante.

— Eu sei que iremos. Mas você vai crescer, evoluir, conhecer pessoas mil vezes mais interessantes, e com certeza melhores do que eu. – ele pausou pensando em quais palavras deveria usar. – Não quero que se prenda a mim, se quiser terminar isso, eu vou entender. E prometo que tirei a ideia de morte da cabeça, tenho que cuidar do meu avô, e procurar algo para fazer na cidade.

Catarina parou a caminhada. Ambos estavam na orla da praia, na mesma orla que caminharam juntos no dia do festival. Ela observou o mar e suspirou:

— Parece que não me conhece Simon. – voltou a olhá-lo, dessa vez com certa voracidade. – Como você pode querer que eu não me prenda a você? Já estou presa, e totalmente rendida. Não vou te deixar, mesmo em Dion. Tenho tudo planejado...

Ele a puxou para mais perto de si, selando os lábios aos dela.

Sentia uma urgência em beijá-la, e sentia que precisava encerrar aquela discussão, antes que pudesse se prolongar, e ambos perderam o pouco de tempo juntos.

— Simon... – ela gemeu baixinho entre os beijos.

— O que?

— Vou te apresentar aos meus pais. Eles precisam te conhecer.

Simon parou imediatamente o beijo.

Conhecer os pais dela? Isso não estava nos seus planos, especialmente por saber o quão difícil a mãe dela parecia ser. Sempre com o nariz em pé, uma verdadeira mesquinha para o gosto dele. Inclusive, tinha certeza de que ela não gostava dele.

— Quando isso? – indagou, se recuperando do impacto.

— Ah. – Catarina pensou nas melhores ocasiões. – Que tal na cerimônia de formatura? Depois podemos ir jantar, seu avô também poderá vir conosco.

Simon suspirou e assentiu.

— Tudo bem... Tenho a sensação de que sua mãe não gosta de mim.

— Ah, é porque ela não te conhece. E no começo você foi duro comigo, é claro que comentei com ela. Vou conversar com ela está noite, e vou explicar tudo.

Simon engoliu seco.

— Ok, chega de conversa, vem cá. – ele a puxou para mais perto, e a beijou, com certa intensidade em seu beijo.

Era como se precisasse daquilo para viver.

— Isso é muito bom. – declarou, assim que finalizou o beijo.

Catarina sorriu, intimidada pela intimidade que compartilhava com ele.

Depois do jantar, Catarina resolveu sentar-se ao sofá ao lado dos pais, para conversar sobre seu relacionamento. Temia que os dois não gostassem, especialmente pela má fama gerada por Simon.

Isso gerou uma falta de afeiçoamento da parte de seus pais com Simon. Mas, ela não faria de seus temores realidade. Primeiro, tinha que dizer a verdade, depois, se fosse o caso, persuadi-los de que o relacionamento iria dar certo.

— Mãe. – chamou atenção da mulher, que se concentrava na televisão. – Pai, será que podemos conversar?

— Se é sobre Dion, já sabemos. O diretor Malcom nos avisou enquanto fazíamos compra no mercado. Sabia que o homem gosta de batatinhas com carinha? Sem julgamentos, mas ele está velho demais para isso. Enfim, nós estamos orgulhosos, e cá entre nós. – sua mãe a encarou com os olhos brilhantes. – Nós sabíamos que isso ia acontecer.

Catarina sorriu. Sua mãe era tão certinha quanto ela, e tão observadora que não deixou as batatas do diretor Malcom passarem despercebidas.

— É verdade CatCat. Estamos orgulhosos, e sua irmã irá adorar saber que em breve você se muda. – seu pai declarou, complementando a fala da mulher.

— Bom, tem mais uma coisa que preciso dizer.

Ambos voltaram seus olhos para ela.

— Estou envolvida com um garoto. – engoliu seco, sentido sua bile subir. – Estou namorando a Simon.

O silêncio sucinto que se alastrou pela sala foi aterrorizante. Era possível ouvir apenas o som da televisão, que agora, passava do jornal para a telenovela.

Enquanto Catarina retorcia as mãos, seus pais ficaram paralisados. Em choque por receber uma notícia como aquela.

Não que fosse impactante, ou incomum que sua filha namorasse, mas os dois preferiam que o pretendente fosse outro garoto, menos Simon. O garoto da casa ao lado, o garoto desajustado...

— Oh, bem, é uma surpresa para nós Catarina. – sua mãe começou a dizer. – E você gosta dele?

— Gosto.

— Ele sabe que irá para Dion? – seu pai perguntou, fitando os olhos da filha.

— Sabe e me apoia. Ele não irá para faculdade, mas irá me apoiar enquanto eu estiver longe.

A mulher que até o momento parecia em choque, voltou-se em direção de Catarina, que permanecia apertando os dedos:

— Querida, espero que saiba sobre tudo o que ele fez. É um bêbado, que matou os próprios pais e a namorada. Jamais o considerei um bom partido. – ela suspirou. – No entanto, você logo irá para a faculdade, e já é bem grandinha para saber o que faz com sua vida. Não estou feliz com sua escolha de parceiro, mas farei o possível para entender. Eu e seu pai tentaremos aceitar.

Os olhos de Catarina brilharam. Foi melhor do que havia pensado.

— Se ele te machucar, eu acabo com a vida dele. – seu pai anunciou, mudando o canal da TV.

— Obrigada, ele não vai decepcionar vocês.


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Notas finais do capítulo

Muito obrigada por lerem! Abraços!



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