Coisas que Amo escrita por Laura Fernandes


Capítulo 11
Capítulo 10 - Algumas Coisas Que Preciso Dizer


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas! Irei usar as notas hoje para expressar os meus agradecimentos, muito obrigada Nelly 1 por recomendar a fic. Meu coração além de feliz, ficou cheio de inspiração. Obrigada a todos que estão acompanhando, apenas poucos leitores já é o suficiente para me inspirar. ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/789912/chapter/11

Simon decidiu guiar Catarina pelos corredores em direção da escada de incêndio. Ele a levaria direto para o terraço, onde ninguém os atrapalharia.

Segurou na mão de Catarina, e a puxou, entre a multidão de alunos que se formava cada vez mais na extensão dos armários. Iriam cabular a aula de Inglês, mas ambos não pareciam exercer uma preocupação sobre.

Assim que alcançaram ao último degrau, Simon abriu a porta, permitindo que ela passasse e seguindo direto ao batente, que cercava o terraço. Os dois encararam a paisagem. Dali, eles conseguiam visualizar toda a cidade, inclusive a orla onde ambos caminharam noites atrás juntos.

— Nossa, nunca tinha vindo aqui! – Catarina disse, impressionada pela paisagem. – Você vem aqui cabular as aulas?

Simon a observou e sorriu. Pegou sua garrafinha de bebida, e bebericou um gole:

— Venho. Quer um gole?

Ela ponderou o quanto ele era ousado ainda em lhe oferecer um gole de sua bebida. Sua vontade era de atacar a garrafa longe, não sendo possível recuperá-la. Pegou das mãos de Simon a garrafinha, e despejou todo o conteúdo no chão, ainda que ouvisse os protestos dele, continuou a despejar todo o líquido.

— Por que fez isso? – Simon sibilou, tomando de volta a garrafinha para si.

— Odeio isso, e odeio como fica quando bebe isso.

— Era o meu primeiro gole em semanas.

Catarina sorriu ironicamente:

— Pode ficar mais de semanas sem beber, pode ficar meses, e se você ficar sóbrio até o fim do semestre, paro de te encher com isso.

Simon a encarou. O rosto branco, os lábios rachados, e o coque ainda mais desgrenhado depois de terem corrido até ali, o fazia pensar na beleza peculiar que aquela menina a sua frente tinha. Não era somente a beleza exterior, algo dentro de Catarina, lhe despertava os melhores instintos.

— Tudo bem, não bebo até o fim do semestre. Satisfeita?

Ela assentiu.

— Certo, você estava prestes a me dizer por que é incapaz de gostar de alguém...

Simon desviou os olhos para paisagem. Tinha que explicar suas motivações, pois sabia que ela não o deixaria em paz, não sem uma boa explicação para aquilo.

— Não posso gostar de ninguém, pois matei o amor da minha vida. – ele engoliu seco. – Todos sabem do acidente que provoquei, e acabei matando as pessoas mais importantes da minha vida. Por isso, não mereço ser amado, e muito menos amar alguém. Catarina, não quero que me compreenda, mas desde que sobrevivi ao acidente, me declarei como morto. Depois que o colégio acabar, irei me matar.

Catarina cobriu a boca surpresa com o que havia acabado de ouvir. Aquilo não podia ser verdade...

— Simon! Não! – ela sentiu algumas lágrimas escorrerem pelo seu rosto. – Se você sobreviveu ao acidente, é porque teve um motivo! Deus deve ter um plano maior para você, querer se matar para pagar pelo o que fez é errado, é até mesmo covarde. Você está fugindo...Fugindo de sentir tristeza, fugindo de amar alguém, pois teme que aconteça o mesmo. Mas se você me permitisse te amar, eu te mostraria que não é preciso temer. Amar é para quem tem coragem... Se não morreu no acidente, é porque existe um motivo maior. Se matar, não vai solucionar nada.

Simon balançou a cabeça contrariado.

— Eu não mereço isso! Sabe quem merecia? Larissa, meus pais... Eu sou o pior tipo de pessoa que existe no mundo. Ninguém merece me amar.

Catarina suspirou fundo, e se jogou nos braços de Simon, o abraçando, numa tentativa de aliviar a dor que o perseguia. Ele sentia culpa, e ela queria tirar a culpa dele.

— Todos neste mundo merecem ser amados e amar. Você não é exceção. Sei que se sente culpado, mas honestamente, nada do que fizer vai trazê-los de volta. – ela sussurrou, ainda segurando os braços em volta da cintura dele.

Simon respirou fundo, sentindo o perfume de Catarina entrar por suas narinas. O cheiro de morango com frutas vermelhas, era bom, um dos melhores cheiros que já havia sentido em sua vida. Ele permitiu cruzar os braços nas costas dela, a abraçando, e deixando seu peito se encaixar perfeitamente com a cabeça dela.

Afagou os cabelos dela, deixando o coque se soltar, permitindo que o cabelo loiro comprido, atingisse até a altura das costas dela.

— Promete que não vai se matar? – Catarina murmurou, ainda presa nos braços dele.

— Nada do que eu fizer trará eles de volta, não é? – ela assentiu, enquanto ele prosseguiu: – Pensarei nisso.

— Estou aqui Simon, agora, e para sempre. Porque você é uma das coisas que amo.

E então ambos ficaram em silêncio, sentido a brisa do vento bater neles, enquanto ficavam agarrados um ao outro.

— Querida, finalmente chegou. Seu pai e eu temos uma boa notícia para você.

Catarina entrou dentro de casa ainda absorta pelas emoções que passou mais cedo, e ainda mais assustada por sua mãe a receber já anunciando uma boa notícia, o que podia haver de tão bom?

Depois de ter abraçado a Simon, e caminhar ao lado dele até em casa, ela estava nas nuvens, duvidava que qualquer outra notícia boa pudesse deixá-la ainda mais feliz.

— O que aconteceu mãe? – ela finalmente perguntou, se sentando no sofá.

Sua mãe bateu palmas felizes, se sentando ao seu lado.

— Iremos visitar sua irmã! Ela irá receber um prêmio por um artigo que escreveu. – a mulher estava radiante, mal conseguia respirar enquanto falava com tamanha empolgação. – Como amanhã você tem aula, acho melhor você ficar. Ficará bem sozinha?

— É claro que ela vai. – seu pai respondeu, antes que Catarina pudesse dizer algo.

Ele adentrou o cômodo se sentando ao lado da mulher.

— Ficarei bem mãe, eu juro. Podem ir tranquilo.

— Ótimo princesa! – sua mãe a abraçou

Catarina apenas pode raciocinar o quanto aquilo era bom. Ficar um tempo sozinha... Além de que, poderia cabular a aula novamente, só amanhã... Precisava de mais tempo com Simon, especialmente depois de todas as revelações de mais cedo. Ambos poderiam sair durante o dia de amanhã, que ninguém se importaria, já que seus pais estarão ocupados com a viagem e com sua irmã.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! O próximo será repleto de momentos especiais. Beijos.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Coisas que Amo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.