Manuscrido escrita por MJthequeen


Capítulo 7
Uchiwa




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団扇

s; tipo de leque japonês não dobrável.

 

Ino disse, durante a aula de educação física, que Sasuke estava "mais para lá do que para cá". Sasuke não soube o que isso queria dizer e, como a loira era meio doidinha, ele resolveu deixar para lá e não perguntar nada; conhecendo-a, viraria um longo monólogo, em que ela se questionaria – "estou certa?" – e se responderia logo depois – "é óbvio!" –, e Sasuke  sairia mais confuso do que entrou.

Aí ele ignorou os olhos azuis sagazes, seguindo-o até o bebedouro. 

Naruto resmungou, durante o intervalo, que Sasuke estava o ouvindo menos que o normal. Considerando que Sasuke já o ouvia muito pouco, pois no meio da segunda frase do Uzumaki, a matraca ambulante, a mente do Uchiha já estava no "o que será que vou jantar hoje, hein? Será que devo pedir alguma coisa? Hmm…", então a reclamação era séria. Distraído, Sasuke nem tinha reparado que o respondia só com "uhum", "ahan" e "legal", mesmo se Naruto tivesse acabado de fazer um longo discurso sobre armas nucleares e a maldade humana.

Já que Sasuke duvidava muito que Naruto fosse começar mesmo a falar sobre armas nucleares, ou qualquer perigo à humanidade, se isso importa, o Uchiha só o respondeu com "ata". 

Itachi murmurou, cheio de risinhos irritantes, que Sasuke logo iria começar a escrever cartinhas em papel cor de rosa e colocar perfume nelas. Depois que Sasuke logo estaria comprando flores e um anel. Aí perguntou se Sasuke já tinha impresso a foto de Hinata e colocado no teto, bem em cima da cama dele, para acordar direto olhando para ela. O auge foi quando, toda vez que o Uchiha menor descia para pegar um copo d'água e Itachi estava no sofá da sala, o mais velho afinava a voz e começava a mandar beijinhos, dizendo "ai, Sasukinho, vem aqui dar um beijinho na sua Hinata, olha como eu sou fofinha, me dá uma bitoca". 

O mais novo tinha passado as duas primeiras vezes olhando feio para o irmão, com vontade de estrangulá-lo, mas logo começou a passar olhando para o chão e tampando os ouvidos, pois Itachi tinha dado corda para sua imaginação cretina. 

Sakura falou, quando eles fizeram uma dupla para responder as questões de literatura, que ele estava mais bem humorado do que o normal – o normal, no caso, se refere a "extremamente rabugento e sem graça". A garota estava com o rosto da cor dos cabelos e hora olhava para a testa dele, hora para além do seu ombro, além de mexer na franja e soltar risinhos à todo instante. Só podia significar duas coisas: ou Sakura estava bem doente – louca! ela está ficando ensandecida! – ou ela estava ficando apaixo-... apaixona-...

E lá vamos nós de novo.

Sasuke preferiu pensar que Sakura estava ficando doidinha – ela está descontrolada! –, um parafuso a menos, coisa e tal, pois a segunda opção o trazia muito nervosismo e vontade de roer as unhas. Não por Sakura estar CENSURADO por ele, mas sim porque a palavra o fazia pensar sobre si mesmo e a garota a poucas mesas de distância. 

Droga, por que todos estavam com aquelas impressões estranhas?

Droga, por que às vezes parecia que eles estavam certos?

Ultimamente, durante as aulas, Sasuke se via "acordando", pois tinha estado, durante vários minutos, preso nos próprios pensamentos. Na maioria das vezes ele estava perdido no cabelo azulado que, fazia dois dias, Hinata estava usando amarrado bem em cima, num rabo de cavalo. Dava para ver a nuca toda dela desse jeito e, embora Sasuke gostasse da visão, ele pensava que o cabelo solto, caindo pelas costas dela até a cintura delgada, bem, era uma visão muito interessante… 

O garoto não se achava particularmente atraído por corte nenhum, ou pensava assim até duas semanas atrás… Agora, no entanto, longo e liso era muito, muito interessante. Longo e ondulado, quem sabe… Longo e cacheado, talvez. Mas longo, sempre longo. Como o dela. 

Naquele dia, Sasuke enrolou, de novo, para guardar o material. Ele não precisava falar nada em específico com ela; o trabalho já estava praticamente todo feito. Hinata tinha digitado boa parte dele, até, e, graças ao esforço dela – e ao corretor, também – Sasuke não tinha precisado corrigir quase nada. Uma vez, quando ele percebeu que ela tinha ficado cansada, o Uchiha sugeriu que ela mandasse em áudio a ideia e ele transcreveria…

Foi uma ideia péssima, pois Sasuke viajou na voz dela, agora guardada numa pasta para ele não perder nunca mais, e demorou bem mais para escrever do que era necessário.  

Hinata parecia distraída e não tinha arrumado as coisas ainda, embora Tenten, a sua amiga, , já tivesse até se despedido. O Uchiha foi até lá, tendo em mente que, já que eles eram amigos, ele poderia sugerir, amigavelmente, que sentia falta do cabelo solto dela… Cof. Que cabelo solto ficava bem nela. Isso. 

É, é só isso. 

Sasuke não queria chegar de fininho, mas, vindo de trás, antes que pudesse cutucar o ombro dela, ele teve um deslumbre do que Hinata estava fazendo no caderno aberto, toda distraída. Ele parou imediatamente, as ondulações de calor subindo de seu estômago, deixando-o tremendamente ansioso. 

Era um desenho que tomava a folha toda; havia três leques arredondados no topo, pintados de azul e preto e, atrás deles, em cores muito vivas, uma fogueira se estendia. Então havia duas sombras, só de preto e caneta prateada… Eram obviamente um menino e uma menina, por causa das curvas que ela tinha desenhado. O cabelo do garoto coincidentemente arrepiado atrás. Então, lá embaixo, numa letra cursiva que com certeza precisou de muito esforço dela para fazer, estava escrito: "Uchiwa".


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