Girl Crush escrita por suenacomoyo


Capítulo 13
Eu sinto algo mais




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Demos uma pausa depois de certo tempo tocando e recebemos elogios dos convidados. Ludmila estava radiante, se sentia muito feliz de receber aprovação de sua família pois era aquilo que ela queria para sua vida, a música era oque ela queria, viver da música. Nós duas fomos caminhando pelo quintal cada uma com um copo na mão, eu com o de coca cola, ela com alguma bebida alcoólica que eu não sabia oque era. Enquanto conversávamos eu me sentei em um balanço de uma das árvores e Ludmila ficou a me observar.

 

— Ai, meu sonho era ter um balanço em casa. Eu amo balanços, tipo, muito! - falei enquanto me balançava bem de leve apenas com o impulso das pernas.

 

— Eu que insisti pro meu pai botar aqui em casa. Eu também adoro. - ela se virou de costas e olhou para o céu, que estava lindamente estrelado. — Eu sempre gostava de me sentar no balanço e observar o céu. De dia eu ficava tentando decifrar o formato das nuvens. No fim da tarde ficava encantada olhando as cores do pôr do sol. - ela voltou e se posicionou ao meu lado ainda de pé. — E a noite era isso. - a loira estendeu a mão em direção ao céu noturno. — Ficava apreciando o brilho das estrelas que pareciam estar em festa. Não era sempre, mas sim quando eu via que a noite estava tão linda como está hoje.

 

Continuei a observar a Lua e as estrelas enquanto a garota falava. O céu realmente parecia um espetáculo e a voz de Ludmila soava tão doce e calma, era como se ela recitasse um poema. Olhei brevemente para o rosto da mais alta, que permanecia encarando o céu com um sorriso de lado sem mostrar os dentes. Ludmila era tão bonita á luz da lua quanto á luz do sol. Eu senti algo bom aqui dentro de mim, algo que não sei explicar, mas me sentia bem, é um momento que vou guardar com muito carinho na minha memória.

 

— Você quer sentar um pouco? Vem, eu te balanço. - eu quebrei o silêncio e me levantei. A garota concordou e deixamos os copos num canto onde não seriam derrubados.

 

E ficamos assim por um bom tempo, conversando, rindo, enquanto eu a balançava. Ela me contou algumas coisas de sua infância e eu adorava ouvir suas histórias, principalmente quando ela dava gargalhadas e melhor ainda, quando meus comentários eram o motivo das mesmas. A risada de Ludmila era como música pros meus ouvidos. Pude ver León se aproximando, com uma mão no bolso da calça e a outra segurando um copo do que eu imaginava ser cerveja. Ele tomou um gole do líquido e logo depois disse:

 

— Vocês não vão acreditar no que acabaram de me falar.

 

— Oque? - eu e a loira dissemos em uníssono. Logo parei de balança-la.

 

— Um desses seus tios aí, do nada me mandou olhar pra vocês aqui e falou pra eu tomar cuidado e ficar de olho porque a Ludmila "corta pros dois lados". - ele fez o sinal de aspas com os dedos. Ludmila bufou.

 

— Aposto que sei quem foi. - a mesma respondeu e pelo tom, pareceu não gostar do que ouviu. Eu fiquei bem sem graça e apenas mostrava surpresa em meu rosto, sem falar nada.

 

— Vocês tavam mesmo parecendo um casalzinho. - ele riu e tomou mais um gole da bebida. — Mas eu falei pra ele que eu confio no meu taco. - eu e Ludmila nos pusemos a gargalhar de sua fala. — Ih qual é? - ele também riu.

 

— Convencido demais! Quem aguenta? - eu respondi controlando a risada e saindo de trás do balanço.

 

— Ué Natália, acha que eu vou desconfiar dela com você? Com tanta coisa melhor ela ia me trair logo com você? - a frase saiu com um tom bem desdenhoso.

 

— Como é que é? - a loira indagou se levantando. León ia começar a falar novamente porém ela o interrompeu. — Fique o senhor sabendo que a Natália é justamente o meu tipo de garota. - ela colocou um braço em volta de minha cintura e eu fiquei imóvel processando a informação. León fez cara de surpreso e não falou uma palavra. — Eu não gosto quando você fala assim dela, León! Você sabe o quanto ela é insegura e tem problemas com alto estima e continua pegando no pé dela! Já deu!

 

— É só brincadeira, não precisa defender sua nova namoradinha tanto assim. - León respondeu em tom debochado.

 

— Que namoradinha, deixa de ser escroto, León! E você já perguntou pra Natália se isso é só uma brincadeira pra ela? Sabe como ela se sente? - Ludmila continuou.

 

— Ludmi, eu já to acostumada com isso, não é pra tanto, deixa quieto, obrigada por se preocupar mas... - eu comecei a falar mas logo a garota me interrompeu.

 

— Naty, você não devia se acostumar com isso. E eu sei que não tá tudo bem pra você. - a mais alta pegou uma mecha de meus cachinhos negros e pôs atrás de minha orelha.

 

— Olha, eu não tô em clima pra discutir não, tá? Um exagero essa sua reação e daqui a pouco a gente volta a tocar. Tô indo. - o garoto falou já saindo de perto de nós.

 

— Eu odeio quando ele faz isso. - eu disse baixinho o acompanhando apenas com os olhos.

 

— Isso oque exatamente? - perguntou Ferro.

 

— Quando ele sai andando no meio de um assunto inacabado. Com esse ar confiante de que está sempre correto. Oque eu penso não importa. Sempre foi assim. Certas coisas nunca mudam... - eu bufei. — Mas enfim, tá tudo bem, não é pra tanto.

 

— É a primeira vez que ele faz isso comigo. - a loira respondeu.

 

— Eu tô nesse barco desde o ensino fundamental, cara Ludmila. Eu conheço todos os lados de León Vargas. Bem vinda ao clube. - eu sorri fraco e a garota retribuiu. Procuramos nossos copos que havíamos deixado de lado e fomos andando.

 

— Só pra você saber que não foi da boca pra fora. Você é linda sim e é real o meu tipo de garota. Não é porque eu tenho namorado que eu sou cega. - ela falou num tom baixo. Eu fiquei nervosa e parei de andar. Eu já tinha até me esquecido que ela falou isso. Como assim EU sou o tipo de alguém? E ainda por cima não um alguém qualquer, eu sou o tipo de uma das mulheres mais lindas que já pisou nesse planeta? Que de brinde é namorada do cara que eu gosto? Eu vou infartar.

 

— Oque foi? - ela me olhou sorrindo.

 

— Ludmila... não fala isso não que meu coração é fraco. - eu ri totalmente sem graça.

 

— Falo sim pois você merece ouvir todos os elogios do mundo! - ela depositou um beijinho em minha bochecha. — Agora vamos logo continuar nosso showzinho. - ela segurou minha mão e me puxou. O clima de enterro causado pelo infeliz comentário de Vargas então voltou a ser um clima de festa depois que Ludmila abriu um largo sorriso e falou num tom tão empolgante. Ela realmente tinha o dom de deixar tudo melhor.

 

 

xXx

 

 

Era por volta de uma hora da madrugada quando os últimos convidados foram embora. A banda ajudou Sr. e Sra. Ferro a arrumar as coisas, colocamos tudo no lugar, separamos o lixo, ajudamos com a louça, cada um ficou encarregado de uma função. Após deixarmos tudo em ordem, fomos todos para dentro, todos cansados pelo dia tão agitado porém tão divertido. Foi cada um para seu quarto se preparar para dormir e eu, que normalmente demorava pra ter sono, liguei a televisão do quarto no volume baixo em um canal de desenhos animados apenas para tentar distrair. Napo e André caíram no sono rapidamente, diferente da noite anterior em que ficamos até altas horas tendo conversas de louco e tentando abafar as altas risadas. Eu olhava para a TV, olhava para os meninos dormindo, virava para um lado, virava para o outro e nada do sono chegar. Em alguns momentos me vinham na cabeça certas paranóias da madrugada e eu sempre tentava para-las. Me levantei da cama ainda com meu coelho de pelúcia nos braços e fui pegar meu celular na parte de cima da treliche onde deixamos algumas de nossas coisas. Olhei a hora na tela e eram 03:40. Bufei e joguei o celular de volta na cama com raiva. Meus olhos ardiam, minha boca estava seca, meu corpo pedia por um descanso, mas eu estava agoniada deitada por tanto tempo sem conseguir dormir, apenas trocando de posição a cada dois minutos.

 

Decidi ir até a cozinha tomar um pouco de água e aproveitar pra ver se uma caminhada pelo casarão me traria meu sono. Fui com meu coelhinho acendendo todas as luzes que julguei necessárias pelo caminho, já que tenho um tanto de medo do escuro. Me surpreendi com o fato de uma das luzes da cozinha já estar acesa. Pude avistar Ludmila na parte mais escura, que estava ao lado da pia tomando um copo de leite e segurando um cookie na outra mão. Após tomar um gole, apoiou o copo na pia e me viu chegar, abrindo um sorriso como de uma criança que fez arte.

 

— Ops... acho que fui flagrada no meu lanchinho da madrugada. - ela disse ainda com a mesma carinha. Eu achei graça.

 

— E eu vim tomar um pouco de água com meu filhinho Tobi. - eu disse enquanto mostrava o coelho o segurando pelas orelhas.

 

— Você e o Tobi não estariam interessados em um copo de leite ao invés de água? - ela disse sorrindo e depois tomando mais um gole de leite.

 

— Bom, acho que vamos aceitar. - eu ri. A mais alta foi até a geladeira, pegou a caixa de leite e me mandou pegar um copo no armário. Eu obedeci e fui até o armário na direção oposta à garota. Enquanto o pegava, escutei Ludmila abrir e fechar a porta de outro armário. Olhei em sua direção e ela havia pegado uma lata de chocolate em pó.

 

— Eu sei que você ama um achocolatado. - ela sorriu amigavelmente chacoalhando a lata. — Pode pegar uma colher aí na gaveta.

 

— Não precisava, mas já que você ofereceu... - eu ri e fui pegar a colher.

 

Pegamos oque estava em cima da pia e levamos para a mesa, Ludmila pegou um pote de cookies com gotas de chocolate que estava num balcão e também pôs sobre a mesa. 

 

— Também não consegue dormir né? - perguntei enquanto misturava o leite e o chocolate no copo.

 

— Pois é. - a garota entortou os lábios. — E você também não, aparentemente.

 

— Pois é. - deixei a colher suja em cima de um pratinho.

 

— Eu até to com a vista pesada, sabe? Mas ficam passando umas coisas na minha cabeça, me martelando, eu não consigo pegar no sono. - sua expressão agora era mais séria.

 

— Eu sempre tenho dificuldade pra dormir mesmo, mas dessa vez em específico eu também tô com umas paranóias da madrugada. - eu ri fraco.

 

— Você quer conversar sobre isso? - perguntou a loira enquanto eu tomava meu primeiro gole de achocolatado.

 

— Acho melhor não. - entortei o nariz. — E você? Quer compartilhar?

 

— É... acho melhor não, também. - ela riu fraco e tomou mais um gole de leite. Devo admitir que fiquei curiosa pra saber oque tirava o sono de Ludmila Ferro. Ficamos algum tempo em silêncio apenas fazendo nosso lanchinho. Escutando apenas o tique taque do relógio, que pra mim era uma tortura.

 

— Eu não gosto desse silêncio pra dormir. - tentei puxar assunto. A loira voltou seus olhos para mim. — O silêncio por completo me faz ouvir coisas. Eu já não gosto do escuro, escuro com silêncio pior ainda.

 

— Eu também sou assim. Se não tiver ao menos um barulho de ventilador, eu só durmo com a televisão ligada ou boto alguma música pra tocar no celular.

 

— Ah e barulho de chuva? Nossa, não tem coisa melhor que dormir com barulho de chuva.

 

— Nossa, sim! Se tiver um friozinho então, pra ficar bem enroladinha na coberta, hmm. - a loira fechou os olhinhos e sorriu sem mostrar os dentes.

 

— Concordo totalmente. Sou muito mais do frio que do calor.

 

— Ainda me surpreendo com o quanto somos parecidas.

 

— Será que somos soulmates? - deixei escapar a fala e logo me arrependi. Fiquei com medo do que ela iria pensar. Ela apenas riu.

 

— Acho que somos, viu? - ela me olhou de forma serena. Não pude encara-la por muito tempo sem que me sentisse envergonhada, desviei o olhar e peguei um biscoito no pote dando uma boa mordida.

 

— Que bom que estamos nos fazendo companhia nessa madrugada que não acaba. - ela falou sorrindo logo depois dando uma mordida em seu biscoito também.

 

Após acabarmos de comer, ainda sem sono, Ludmila sugeriu que ficássemos juntas mais um pouco, que fossemos pra sala e ligassemos a TV no volume baixo. Ficamos um bom tempo ali, deitadas naquele sofá cama tão macio, na penumbra, conversando e assistindo ao mesmo canal de desenhos animados que eu tinha deixado no quarto. 

 

— Ludmi, posso te perguntar uma coisa? - perguntei baixinho.

 

— Pode até duas. - ela riu fraco.

 

— Você falou que eu me enquadro no seu tipo de garota... mas que tipo de garota eu sou exatamente? - fiz cara de confusa.

 

— Ah, não sei explicar... acho que... eu acho que assim no seu estilo de se vestir, você é meio alternativa, sabe? Eu tenho uma queda por garotas assim. - ela abriu um sorriso mas logo o desfez. — É... n-não... não que eu tenha uma queda por você né, não me entenda mal! - ela aumentou um pouco o tom da voz.

 

— Não não, eu nem penso nessa possiblidade, relaxa. - eu respondi calmamente. — Você é bem apaixonada pelo León e ele por você. Ninguém tem dúvidas disso. - eu sorri fraco e a loira retribuiu.

 

— Mas eu gosto muito de você. De verdade. E não me arrependo nem um pouquinho de ter investido em me aproximar de você. - a garota me olhou de uma forma que me derreteu. Nesse momento estávamos deitadas com os rostos um tanto próximos.

 

— Eu também gosto muito de você. E não me arrependo de ter cedido as suas insistências. - nós rimos baixinho.

 

Aos poucos a conversa foi cessando, o sono foi chegando, Ludmila já não se aguentando com os olhinhos abertos, desligou a TV, falou "acho que agora vai" e soltou um riso sonolento. Estava tão confortável que eu poderia dormir ali mesmo. Ludmila se levantou primeiro bem devagar, depois fui eu. Fomos andando bem lentamente rumo ao segundo andar onde ficavam os quartos e fomos apagando as luzes que eu eu havia deixado acesas na ida. Antes de nos separarmos, a loira depositou um beijinho em minha bochecha e me desejou boa noite. Eu desejei o mesmo e fomos cada uma para seu quarto. A televisão ainda estava ligada, os meninos continuavam apagados. Me deitei ao lado de Napo, me aconcheguei de baixo do lençol macio agarrada ao meu coelhinho de pelúcia e em poucos minutos apaguei por completo.

 

 

xXx

 

 

— Ei. Hora de acordar. - me despertei do mundo dos sonhos com a voz suave de Napo enquanto sentia suas mãos me chacoalhando de leve.

 

— É não. Tô com sono ainda. - murmurei ainda sem conseguir abrir os olhos.

 

— Você não quer aproveitar o café da manhã divino daqui?

 

— Ah... - fiz uma pausa por alguns segundos. — E que horas são?

 

— Dez e quinze. Vai, nem tá tão cedo assim.

 

— Hm... tá bom. - minha voz saia totalmente sonolenta e Napo me deu um beijinho na testa.

 

Demorei alguns minutos para criar coragem de me levantar. Meus olhos ainda pesavam, claro, eu nem sei o quão tarde era naquela hora em que subi com Ludmila para dormir. Bocejei alto e me espreguiçei ainda sentada com as pernas pra fora da cama. Logo Napo pegou meus braços e me puxou pra fora da da mesma. Fui ao banheiro jogar uma água no rosto e depois fomos para cozinha. Já estavam todos na mesa fazendo a refeição matinal.

 

— Bom dia. - eu e Napo falamos juntos e todos responderam igualmente amigavelmente.

 

— Então não foi só a Lud que não quis acordar hoje né. - disse León em tom humorado.

 

— Pois é. A gente dormiu tarde demais. - eu respondi já começando a me servir com ovos mechidos e fatias de queijo prato. Algo diferente pois se eu estivesse na minha casa, provavelmente só tomaria um achocolatado.

 

— A gente se encontrou de madrugada e bateu altos papos até o sono chegar. - Ludmila falou sorridente.

 

— Mas também, depois que o sono bateu, dormi que nem pedra. Ô cama boa! Vou roubar! - falei brincando.

 

— Olha crianças, eu fico muito feliz de saber que vocês gostaram da minha casa. Saibam que as portas aqui sempre estarão abertas pra vocês. Eu adoro casa cheia! - a mãe de Ludmila falou já de pé e com um lindo sorriso estampado em seu rosto. — Gostei muito de conhecer vocês e de reencontrar esse meu sobrinho lindo. - ela chegou por trás de Napo e o fez um cafuné. Eu gostei muito dela, ela tinha um jeitão assim meio mãe de todos.

 

Depois do café, fomos todos arrumar nossas malas e botar os instrumentos na van. Iríamos embora depois do almoço. Enquanto esperávamos o almoço, eu e Ludmila nos deitamos na grama, bem ali onde ficava o balanço, ela havia me chamado para observar as nuvens como ela fazia quando era mais nova. Napo se juntou a nós e nos fez dar boas gargalhadas dizendo que as nuvens tinham formatos de coisas estranhas. Enquanto isso León e André jogavam totó. Estava sendo um momento tão gostosinho, eu queria poder parar o tempo bem ali.

 

— Vamos tirar uma foto? Pra guardar esse momento? - a loira falou alto. Eu e seu primo concordamos, então ela foi chamar sua mãe pra bater nossa foto deitados na grama. Ela bateu a primeira foto e nos mostrou. Ficou linda! Logo depois a dupla de amigos que estava a jogar se juntou a nós para termos uma foto com a banda toda. Essa ficou digna de capa de álbum! Eu falei isso em voz alta e eles concordaram.

 

— Obrigada por esse final de semana, gente! Eu me diverti muito e... amo vocês! - Ludmila falou já sentada. Nós achamos a fala tão adorável que todos agarramos a garota e a deitamos na grama novamente, a enchendo de beijinhos. A mesma gargalhou ao sentir cócegas e eu me sentia cada vez mais encantada por sua risada.

 

Em pouco tempo fomos chamados para o almoço. Depois de descansar a comida, nos despedimos de Sr. e Sra. Ferro e infelizmente tivemos que ir embora. André deu partida na van e pudemos escutar o pai de Ludmila gritar "voltem sempre". Estávamos saindo de lá bem menos animados do que quando estávamos indo para lá.

 

— Ai gente, não quero esse clima de enterro aqui não! Solta o som aí DJ! - Ludmi exclamou e León colocou um CD pra tocar, também de músicas de artistas variados. A primeira música foi logo uma que para mim, tem total clima de viagem, Can't Take Back The Bullet da banda Hey Violet. Logo começamos a cantar e bater palmas ao ritmo da canção e o clima melhorou novamente. A viagem de volta acabou sendo iguavelmente agradável e divertida. Esse fim de semana foi realmente memorável.

 

Ao chegar em casa, obviamente a primeira coisa que fiz foi dar um bom abraço na minha mãe, que sentiu muita falta de sua filha única durante o fim de semana. Logo fomos fazer um lanchinho na cozinha enquanto eu contava pra ela tudo de mais legal do passeio.

 

Na hora de dormir foi que veio o problema. Cedi à algo que eu estava lutando para ignorar, fazendo de tudo pra desviar o pensamento. A imagem de Ludmila era a única coisa que me vinha na mente. Fiquei recordando momentos tão bonitinhos que tivemos e ao mesmo tempo me questionando sobre meus sentimentos. Esse tempo todo eu senti inveja de Ludmila, por ela ser tão perfeita, por ela conquistar tão facilmente o amor de León. Eu queria ser como ela, eu queria ser ela, eu queria ter oque ela tem. Então passei a gostar de sua pessoa, de sua companhia e passei a realmente admira-la. Eu ainda sinto inveja, mas eu sinto algo mais. Eu não tenho certeza do que é isto, eu posso apenas estar muito carente, a loirinha é sempre tão carinhosa comigo e eu não estou muito acostumada com esse tratamento, isso pode estar mexendo com minha cabeça mas no fim não ser nada. Porém Ludmila me fez sentir tantas coisas nesse fim de semana, tantos momentos de nervoso e tremedeira, tantos momentos de ternura de dar um quentinho no coração e uma vontade de continuar perto, coisas que eu senti pelo León a vida toda e ainda sinto. E não dá pra negar o quanto me senti atraída por ela em alguns momentos... seria Ludmila Ferro a certeza que eu precisava sobre a questão da minha sexualidade? Mas eu ainda gosto do León. E o León é namorado dela. Em que merda estou me metendo, meu Deus? Estou extremamente confusa e parece que meu coração vai explodir em meio a esse turbilhão de sentimentos. Na verdade eu queria muito é não ter sentimentos. Pelo menos assim eu conseguiria estar dormindo agora.


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Notas finais do capítulo

Bom, foi a partir daqui que eu comecei a ter um belo de um bloqueio criativo então não sei quando vai sair o próximo capítulo nem se vai. Além do bloqueio eu tô me sentindo bem desmotivada sabe, não tem ninguém aqui pra dizer se tá gostando da fic, sinto que tô escrevendo pro nada, porém temos algumas poucas visualizações então eu realmente não sei se deveria parar com a Girl Crush ou não. POR FAVOR se você que tá lendo tá gostando dessa fanfic e gostaria que eu continuasse, me deixe saber! Por favor, deixa algum comentário, por mais bobo que seja, isso aquece o coração de um escritor sabia? Tem opção de favoritar ou marcar como acompanhando também, mas essa fic está 100% as moscas.
Enfim, é isto, tá difícil viu? E não se esqueça de checar a Naty's Playlist ♡
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