Capítulo 2 — Eu é que disse 'oi'

Por Angela Weber

Bella havia descido com Sebastian agarrado a sua cintura.

O casal havia dado uma entrevista a algum tempo atrás, falando sobre quando eles adotaram Sebastian. Tinha sido amor à primeira vista, eles disseram, e todas as interações que víamos em redes sociais ou qualquer outro lugar, dava pra ver o quanto eles se amavam como família.

O garoto de traços asiáticos já tinha 10 anos, não estava exatamente na fase de ser grudado com os pais, mas parecia bem carinhoso. Principalmente pessoalmente.

— Oi, Sebastian! — eu disse quando Edward deu uma pausa.

O garotinho se soltou da mãe e sorriu pra mim.

— Oi, você é a jornalista que veio entrevistar meus pais, né? — perguntou.

— Eu mesma, meu nome é Angela.

— Legal. Eu posso ver você entrevistando eles?

— Mas é claro, se você souber de algo que eles esqueceram, pode ajudar se quiser — ofereci.

— Legal. Eu sempre lembro do que eles esquecem.

— Então que bom que você está aqui — pisquei para ele.

Sebastian e Bella arrumaram a bancada juntos, apesar de eu ter oferecido ajuda. Bella comentou que eles costumavam comer na cozinha quando estavam apenas eles.

Sentei de um lado da bancada, junto com Sebastian, enquanto Bella e Edward sentaram do outro. Tinha largado o diário, mas o gravador continuava ao meu lado.

— Eu ouvi o final da conversa de vocês e já vi que certo alguém começou contando errado — disse Bella depois de algum tempo. — Fui eu quem disse oi primeiro.

— Então me conta, como você lembra?

27 de maio de 2007

Isabella Swan

Cantar em um desfile sempre me deixava nervosa.

Era diferente de cantar em meu próprio show ou em qualquer outro evento relacionado à música, geralmente as pessoas estavam ali porque queriam me ouvir, queriam cantar e dançar.

Mas em um desfile eu não era a peça principal, ninguém estava ali para me ver. Eu precisava ser boa o suficiente para entreter, mas de uma maneira que não roubasse toda atenção para mim. Era uma linha muito tênue de andar.

Entretanto quando andei pela passarela e comecei a cantar, todo o nervosismo foi deixado de lado. Eu apenas me concentrei em fazer o que eu amava e o tempo pareceu voar diante de meus olhos.

Quando o desfile em si acabou, ainda havia o coquetel. Não havia sido contratada para cantar nele — um quarteto de cordas ocupava o posto de musicistas —, mas eu tinha sido instruída por Carmen, minha empresária, a continuar no evento. Momentos como aquele eram perfeitos para aumentar a lista de contatos, já que apesar dos dois Grammys que eu havia ganhado aquele ano, eu ainda era uma artista em ascensão.

Carmen me levou para conversar com alguns outros artistas que eram representantes da marca, além de alguns empresários.

Eu finalmente tinha conseguido um tempo livre e estava perto da torre de champanhes, quando vi meu ex namorado, o ator Jacob Black, vindo em minha direção.

Não queria vê-lo nem pintado de ouro, quem dirá conversar com ele, então passei os olhos pelo local procurando por alguém para conversar e avistei Edward Cullen ao lado da mesa de doces.

Nunca havia conversado com o ator, mas não havia uma pessoa que não o conhecia, ou pelos seus trabalhos como ator mirim, ou pelos filmes que ele havia feito nos últimos quatro anos.

Conversar com ele com certeza seria melhor do que passar meio segundo ao lado de Jacob, então atravessei o espaço que nos separava com pressa e logo disse:

— Oi! Eu sou Bella Swan

— Oi, Edward Cullen — respondeu apertando minha mão — Como você chegou aqui tão rápido? Tinha olhado meio segundo atrás e você estava do outro lado.

— Não tava não — disse franzindo a testa.

— Bem, não importa — deu de ombros. — Fiquei feliz que você veio até aqui, eu estava ensaiando ir até você para te parabenizar pelo pocket show.

— Você estava prestando atenção?

— Mas é claro! Como não? Sua voz é ótima!

— Obrigada! Vou te confessar algo, eu não sou muito fã de fazer esses eventos. Ninguém nunca está prestando atenção e eu me sinto como música no elevador.

— Eu também não gosto de desfiles — disse ele no mesmo tom de voz que eu, baixo. — Mas eu sou um dos principais rostos da marca e você sabe

— Esses eventos são tudo sobre ser visto — completei.

— Sua empresária te diz isso também? — questionou sorrindo.

— Acho que eles devem fazer o mesmo curso para agenciar a gente — ri com ele.

Eu já estava na indústria por algum tempo para saber que não devia confiar nas imagens que eu via em revistas, eu mesma tinha minha dúzia de fotos com Photoshop. Mas a beleza de Edward era real, daquela beleza que te deixa sem jeito.

— Você é muito bonita — disse Edward e por alguns segundos pensei se eu havia falado aquilo pra ele.

— Obrigada — respondi me segurando pra não colocar a mão no rosto ou me esconder. — Você também não é nada mal.

Ele sorriu torto.

— Quer buscar um champanhe comigo? — questionou.

— Vai ser um prazer.