Prólogo

Por Angela Weber

Eu estava nervosa, minhas mãos suavam e eu mal conseguia respirar.

Eram tantos os motivos para eu estar me sentindo daquela maneira.

Para começar, aquela era a minha primeira matéria oficial como jornalista e sem supervisão. Eu havia me formado a apenas alguns meses e trabalhava na revista Fame, uma das maiores revistas do país, que cobria muito da vida dos maiores artistas internacionais, mas que também era uma revista lançadora de tendências.

Desde o começo do estágio eu revisava textos, marcava entrevistas e fazia pequenos artigos sobre cotidiano quando eu tinha sorte. Mas eu sonhava em fazer entrevistas, aquilo que havia tornado a revista famosa no começo de tudo.

E enfim a oportunidade tinha batido em minha porta.

Eu estava prestes a entrevistar Isabella Swan e Edward Cullen, o casal mais amado de Hollywood. O segundo motivo de eu estar tão nervosa.

Não havia ninguém no mundo que não os conhecesse. Isabella era uma cantora de pop — mas que já havia se aventurado no indie algumas vezes —, com alguns grammys na prateleira e alguns discos de platina. Edward Cullen era um dos atores queridinhos das câmeras, havia feito alguns papéis quando criança e sumido das telas por um tempo, mas voltou a atuar quando adulto e não havia saído dos holofotes desde então.

Eles sozinhos já eram estrelas e haviam marcado uma geração de adolescentes — a minha geração —, mas quando começaram a ter um relacionamento, ganharam mais um motivo para serem amados. A revista iria cobrir o aniversário de 10 anos de casamento deles.

Eu tinha medo de que eles fossem uma farsa, como tantos outros casais que as pessoas amavam, mas que na verdade não eram nada daquilo. Para ser sincera, eu tinha mais medo disso do que falhar na entrevista, se eles fossem terríveis, destruiria toda minha adolescência.

Então respirei fundo mais uma vez, arrumei minha blusa e meu cabelo, chequei mais uma vez se eu havia trazido o gravador e o meu moleskine, e toquei a campainha da mansão deles.

Um minuto depois, um de seus seguranças abriu o portão e me conduziu até a parte de dentro da mansão.

Edward e Isabella me esperavam na cozinha. Edward vestia uma bermuda clara e uma camiseta cinza, o seu cabelo estava bagunçado como sempre e ele mexia nas panelas. Isabella estava sentada na bancada observando ele cozinhar, usava um vestido floral de fundo branco. Sebastian, o filho que eles adotaram a 5 anos, não estava em nenhum lugar por ali.

Quando o segurança me anunciou, eles ofereceram que eu sentasse na bancada ao lado de Bella.

— Espero que você não se importe, nós costumamos almoçar tarde aqui em casa — disse Bella. — Seb está no quarto dele jogando video game.

— Não tem problema, o melhor para a entrevista é que vocês sigam suas rotinas — falei.

— Bella estava apostando quanto tempo você levaria para finalmente apertar a campainha — confidenciou Edward. — Nós estávamos te observando pela câmera de segurança — disse ele apontando com a colher para uma televisão suspensa na parede.

Eu não consegui conter a careta de vergonha. Câmeras, eu havia esquecido disso.

— Primeira entrevista? — questionou Bella com um sorriso suave.

— Sim — respondi. Não adiantava tentar esconder, eu já havia perdido a moral mesmo.

— Nós seremos uma boa estréia — disse Edward.

— Com certeza — garantiu Bella. — E pode deixar que eu vou contar tudo, Edward é meio esquecido.

— Na verdade quem não lembra das coisas é ela. Bella tem TDAH e esquece dos detalhes.

— Como se eu fosse a única, não é? — disse Bella revirando os olhos. — Mas quando se trata de você, meu bem, eu me lembro.

O sorriso que eles lançaram um ao outro era caloroso.

Essa seria uma entrevista divertida.