Aqueles que Uivam escrita por Avatar Wan


Capítulo 8
Uma Nova Ameaça




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Clarice acorda e se prepara para ir para a aula do turno da tarde, mal podia esperar para poder ver Calebe mais uma vez. Assim que o sino tocou, ela foi até a sala dos professores, e lá estava não só Calebe, mas como também o Diretor, professores do turno noturno, e no meio deles estava Éden, contando o que havia acontecido com ele na noite passada. E um pouco mais distante havia uma pela mulher de cabelo bem curto e negro brincando com os troféus da sala.

— Se alguém tentar apagar a memória dele, eu arranco a cabeça. – disse, então se virou para a direção da entrada e pode ver Clarice entrando. - A humana de ontem!

Clarice ficou meio acuada ao ver uma mulher desconhecida apontando para ela.

— Quem é você? – perguntou.

— Você me fez carinho, lembra? – Aproximou-se de Clarice e repetiu o gesto.

Éden correu para impedir que Eva fizesse algo esquisito.

— Clarice, me desculpe por isso. Ela passou muito tempo na outra forma, então não tem muita noção de proximidade. – disse ele, puxando Eva para seu lado.

— Eu sei andar, humano. – Eva se soltou.

Clarice ficou meio zonza, mas logo viu Calebe se divertindo com a situação, e sentiu-se mais confortável.

— Como eu estava dizendo, ele apareceu diante de mim como um lobisomem e tentou me matar, mas a Eva lutou com ele. – Éden contava tentando conter a empolgação e nervosismo.

— Eu devastei ele. – reforçou Eva.

— É, ela fez isso. – Éden ficou meio sem jeito.

— Então, o que você é mocinha? – Perguntou Carlos, um dos professores que estavam na sala.

Enquanto isso, alguns outros professores do turno da tarde tentavam descobrir porque estava sendo proibida a entrada deles na sala dos professores, mas o Diretor enviou Elizabeth para cuidar da situação.

— Aquilo que todos vocês deveriam temer, um cão divino. – Eva empurrou ele um pouquinho para trás com o dedo e ficou de olho na jaqueta preta que Carlos usava.

— Você deveria adestrar sua cadela. – disse ele.

— O quê? – Éden se surpreendeu, e cerrou os punhos, mas antes que ele pudesse reagir de alguma forma, Eva tomou a frente.

— Da próxima vez que a sua raça me chamar de cadela, vou exterminar todos vocês. Exatamente como deveríamos ter feito há muito tempo.

— Você sabe que não pode fazer isso, temos um tratado com os cães divinos. Por favor, peço que se acalme. – disse o Diretor do noturno.

— É, cadela. – Carlos insistiu, e tentou empurrá-la com o dedo indicador.

Eva não se move nem um centímetro, e então segura a mão dele com os dedos entrelaçados e força até que os ossos da mãe se quebrem. Todos ficam apenas observando, enquanto Carlos gritava e se contorcia.

— Foda-se o tratado. Da próxima vez que você encostar em mim, vou quebrar bem mais que os ossos da sua mão. – Eva cerrou o punho, e com a outra mão apontou para todos da sala, com exceção de Éden, Clarice e Calebe.

— Maldita, vamos exterminar você como exterminamos os vampiros! – Disse um outro professor ao fundo.

— Tem certeza? Que eu saiba, eles ainda estão por aí. – disse Calebe.

Eva que olhava para as próprias mãos como se lembrasse de algo.

— E esse lobisomem, você viu quem era? – perguntou o diretor.

— Não, mas achamos um pedaço do uniforme do professor de Educação Física. – respondeu Éden.

— Então, ou ele matou o professor, ou na pior das hipóteses ele era o professor. – Calebe estava pensativo. – Isso pode significar que os professores podem estar envolvidos no assassinato.

A discussão ainda continuou por um bom tempo, mas ao soar o sinal da próxima aula, todos foram dispensados.

— Tem como você parar de pegar minhas camisas? Fica parecendo que somos um casal, comprei camisas femininas para você. – Éden estava incomodado, mas não podia deixar de admirar como ela ficava bem.

— Mas eu gosto dessas, tem um cheirinho bom. – disse Eva, enquanto cheirava a gola da camisa.

Éden suspirou e seguiu caminho para sua aula.

— Vá para casa, e por favor, não mate ninguém no caminho. – pediu com gentileza.

De repente, Eva sentiu um cheiro forte, e correu em direção a entrada do colégio. Calebe também ficou perturbado com cheira e, chega ao local logo em seguida. Havia mais um corpo despojado dentro da boca do lobo, era a Sophia, banhada em sangue, assim como a primeira vítima.

— Não faz sentido. – Calebe colocou a mãe sob o queixo. – Ela é sangue puro.

— Errado, sinto cheiro, de cão divino também. – corrigiu Eva.

— Eu sabia! – Um garoto gritou ao fundo. Era Daniel, tremia como sempre. - Eles vão pegar todos nós!

Por sorte, os professores do noturno já estavam presentes, então rapidamente alguns tiraram o corpo de lá, enquanto outros apagavam as memórias dos estudantes, professores e funcionários da tarde. O corpo foi levado para o laboratório da professora Pietra, lá ela examinou-o e fez o mesmo procedimento anterior, mas ao invés do corpo tomar a forma de um lobisomem sangue puro, como supostamente deveria, tomou a forma que lembrava uma bela raposa de quatro caudas.

— Ela tem o sangue de Kitsune em suas veias. – afirmou Pietra.

Antes que qualquer amostra pudesse ter sido retirada, a mesa começou a ficar congelada, juntamente ao corpo.

— Rápido, o corpo parece estar congelando! – Clarice foi a primeira a notar.

Infelizmente não foram rápidos o suficiente e o corpo ficou totalmente congelados em questão de segundos.

— O que acabou de acontecer? – perguntou Clarice.

— Ela é tão poderosa que o corpo deu uma forma de se auto proteger. – respondeu Pietra.

— É uma característica das Ktisunes mais poderosas. Olha só, ela já tem quatro caudas e é só uma adolescente. – Calebe ficou impressionado.

— Híbridos são verdadeiros monstros. – disse Victório. – Em pensar que ela usou uma tecnomagia avançada para mudar sua transformação, e fez parecer com que fosse uma lobisomem sangue puro.

— Ela morreu? – Clarice parecia confusa.

— Não, entrou em uma espécie de hibernação. – Pietra tentou tocar o gelo, mas machucou a mão de tão frio. - Ela pode ficar assim eternamente, ou se curar de repente.

— Precisamos encontrar quem ou que está fazendo isso com os híbridos rápido, antes que mais alguém se machuque. – Calebe estava preocupado com seus alunos e discípulo.

A tarde estava próxima ao fim, então preocupada Eva voltou para a escola no intuito de buscar Éden de volta.

— Onde arranjou essa jaqueta? – Éden estava desconfiado.

— Não se preocupe, não matei seu amigo. – respondeu Eva. – Eu comprei ela.

— Com que, aaaaaa... minha carteira! – Ele colocou as mãos na cabeça, mas respirou fundo e retomou a calma. Lembrou-se que seu avô ensinou-o a não ser mão de vaca. – Ficou bonita em você.

Eva balançou o babado do vestido florido que Éden havia comprado para ela.

— Gostou? Você insistiu tanto que eu coloquei. – fez cara de braba.

Éden sorriu.

— Ficou linda. – parecia encantado.

— Vem. – Pegou na mão de Éden e o puxou.

— Espera, para onde está me levando? Está de noite, temos que voltar. – Éden tentou dar para trás.

Após uma pequena caminhada, chegaram até a barraca de Ramyun do senhor Sung Gi, que ainda estava sendo montada.

— Olha só, parece que é a semana dos velhos clientes aparecerem.

— Olá senhor Sung Gi, o de sempre.

Então Sung Gi, mesmo com uma aparência de um homem de meia idade, e já cansado, montou sua barraca rapidamente e serviu um prato de Ramyun para os dois.

— Você sumiu por dez anos. – disse Sung Gi.

— Eu acabei me ferindo em uma das missões. – Eva parou por um instante, e olhou para Éden. – E fui salva por uma alma bondosa. Mas já estou pronta para voltar novamente.

— Hm, devo presumir que este jovem humano, seria a tal alma bondosa. – Sung Gi parecia intrigado.

— Exato. – Ela confirmou.

— Então tomem, uma lembrancinha para os dois. – Sung Gi entregou dois biscoitos da sorte.

— Ué, mas você é coreano e faz... – ressaltou Éden, em voz baixa.

— Não posso mais fazer biscoitos da sorte por não ser Chinês?! – Sung Gi respondeu rispidamente, deixando um pouco de sua transformação clara.

Éden notou que lembrava mais um cão do que um lobo.

— Já vi que esse rapaz não vai viver muito. – reclamou Sung Gi.

— Vai sim, porque vou protegê-lo. – Eva rebateu.

O velho deu de bruços, e entregou os biscoitos. Éden abriu seu biscoito da sorte, e viu que dentro havia a seguinte mensagem “Sete dias”.

— O quê? – ficou apavorado.

Sung Gi caiu na risada.

— Ele só está tentando te assustar. – Eva tomou o bilhete das mãos de Éden, amaçou, e jogou em uma lata de lixo próxima. Então abriu o seu biscoito que  e leu a mensagem “Um vampiro está na cidade”.

 


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