Aqueles que Uivam escrita por Avatar Wan


Capítulo 21
Cara ou Coroa




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Arabela caminhou lentamente até a sala dos espelhos, e conforme foi adentrando, ela pôde sentir que havia algo diferente naquele lugar, magia pura. Assim, do seu reflexo surgiu a sua forma de cão divino, um belo cão branco como a neve com uma pequena mancha em sua testa, além de possuir grandes asas alvas como a de uma águia. Mas antes que pudesse se sentir esquisita, o tal reflexo começou a mostrar imagens do que seria o seu passado com Calebe, porém estava tudo fora de ordem, os espelhos mostravam cenas do passado de quando conheceram-se até quando não estavam mais juntos.

— Vamos amiga! Tão dizendo que ele é lindo! - disse um garota ruiva ao lado de uma jovem Arabela no reflexo.
— Não quero saber, não estou interessada em rapazes agora, principalmente lobisomens. Deveria se envergonhar, eles eram nossos inimigos há algum tempo, e você sabe que nunca gostei muito deles.
— Mas esse é diferente, dizem que é muito educado e charmoso. - Suas amigas que a rodeavam riram.
— Dizem também que ele rasgou os céus com as próprias mãos durante a invasão! - Falou alto uma de suas amigas.
— Que absurdo! - Arabela riu incessantemente. - Ninguém é capaz disso, nem o mais poderoso dos cães divinos, nem mesmo meu pai.
Então as meninas continuaram conversando sobre alguns assuntos particulares, e logo esqueceram-se do rapaz, porém Arabele o vê passar discretamente, aparentemente conversando com alguém muito importante. O rapaz parecia sério, e isso despertou seu interesse, mas em um descuido dela, seus olhos se cruzaram e por algum motivo Arabela não conseguiu mais desviar o olhar. O rapaz a fitou de volta como se estivesse encontrado algo que procurava há muito tempo, ela pode notar que ele parou de prestar atenção na conversa que estava tendo com esse alguém importante. Ela deixou escapar um sorriso tão discreto que nem sabia mesmo se realmente havia sorrido, no entanto ele notou, e sorriu de volta, porém ele não foi nada discreto, o que a fez rir mais e virar o rosto, saindo do local.



O espelho então mudou novamente as imagens. 

Quanto mais ela se aproximava mais atuais e intensas foram ficando os reflexos do passado. Algumas eram boas, já outras, tão dolorosas que era difícil revê-las.



— Eu não sei se devemos continuar juntos... -disse Calebe.
— Por que acha isso? - perguntou Arabela friamente enquanto folheava o jornal da manhã.
— Você me despreza, anda fria comigo. Ama outro, é isso?  - estava um pouco alterado.
— Entendo, mas já que insiste. A resposta é não, não tenho outra pessoa em minha vida além de você, então se acalme meu totó. - passou a folha e  escondeu o sorriso como de costume.
— É disso que estou falando, você leva tudo sempre na brincadeira. - Calebe não sabia se ficava irritado ou se ria.




O espelho trocou de cena novamente, e dessa vez estavam os dois em sua forma animal, brincando de luta, e trocando caricias.


— Ponha-se no seu lugar, lobo! -disse Arabela sorrindo.
— Meu lugar é no topo! - Os olhos de Calebe brilhavam de felicidade.


Troca a cena novamente.

— Você não conhece seu lugar. - gritou para ele em um discussão.
— E qual o meu lugar? - urrou de volta.
— Os lobos foram criados com um propósito... - falou baixo, mas o suficiente para ser ouvido.
— Você está me chamando de objeto da igreja?
— Eu não disse nada, você concluiu sozinho. - respondeu Arabela.

Mas a frente ela pode ver Calebe deitado no chão, inconsciente.

— Está dormindo...

☆ 


Logo surgiu uma cena deles dois conversando numa carruagem.
— Dormir é a melhor solução para resolver os problemas.
— Sério ? - perguntou ele.
— Sim, sempre durmo quando a estou em uma situação que não tem como fugir.

 Calebe preferiu dormir para evitar ver todo o seu passado diante de seus olhos. - pensou Arabela.

Então o acordou e estendeu a mão para ele, e ao mesmo tempo no reflexo ele estendia a mão para ela sobre a torre Eiffel.
— Clarice? - Calebe abriu os olhos. 
Apenas um nome para que alguma coisa a incomodasse por dentro e de repente Arabela não estava mais ali.
Anh?


— Calebe? Como vim parar aqui? - questionou Clarice.

— Seus cabelos, e olhos estavam diferentes, parecia até outra pessoa...

— Como assim? - Olhou ao redor. - Que lugar maluco é esse?

— Não sei explicar... - Calebe tentou se levantar, mas cambaleou um pouco, fazendo com que Clarice o apanhasse. - Estranho.

— Que foi? - achou que ele fosse reclamar da ajuda.

— O espelho parou de mostrar meu passado.

— Era por isso que estava jogado no chão em posição fetal? 

— Que audácia, eu não estava em posição fetal!

— Estava sim!Parecia um bebê chorão! Clarice me ajudaaa buáááá buááá  - tentou fazer uma imitação falha dele.

— Me solta, eu vou andando sozinho. - irritado tentou se soltar.

— Não, o neném tem que andar comigo, buááá buááá - Ela insistiu.

— Tão imatura. - sorriu. - Inacreditável.

— Inacreditavelmente incrível ? - riu para ele.

Ao saírem da sala de longe a velha bruxa observava o misterioso casal. 

Quando esses dois estão juntos o espelho não mostra o passado, mas apenas o reflexo do presente. Interessante... - sorriu a velha.

Calebe e Clarice foram caminhando sem saber exatamente qual direção seguir, e logo notaram que algo peculiar estava os seguindo.

— Você notou? 

— Sim.

— Tem um espécie de espada nos seguindo.

A cada passo que eles davam a espada também avançava, quando eles paravam a espada também parava.

— Estranho, conheço essa arma de algum lugar... - disse Calebe.

— Será que não é sua? 

— Acredito que não, estou muito fraco para pensar.

Eles se olharam e contaram a até três.

1...2...3...

Correram e viram alguns corredores, no entanto a espada ainda estava no encalço. Calebe sentou para descansar.

— O que você quer com a gente? Não basta ter nos torturado nesse lugar maluco? 

A espada girou de um lado para o outro como se não soubesse do que ela estava falando.

— Parando para pensar, como você está conseguindo me levantar e me carregar? - questionou Calebe.

— hmm, não faço a menor ideia... - No calor do momento Clarice não notou que havia carregado um homem de 1,85 com cerca de 75 kg  por vários corredores.

— Clarice, eu acho que essa espada pertence a você.

— O quê?

A espada girou de um lado para outro.

— Ei! Você me conhece? 

A espada balançou para cima e para baixo.

Ainda com medo Clarice estendeu sua mão direita para a espada, que muito animada começou a balançar e se contorcer se transformando em várias armas simultaneamente. Na animação, a arma acabou indo  com sua lâmina afiada em direção a Clarice, que assustada fechou os olhos. Porém quando abriu, notou que havia uma espécie de rato-canguru rosa, um pouco maior que o de costume em seus ombros. 

— Olá amiguinho! - disse ela.

Tichuuu! - disse o animalzinho.

 

 

 


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