Aqueles que Uivam escrita por Avatar Wan
Jhonata despencava enquanto as belas penas de suas asas se espalhavam pelo ar, de longe podia ouvir o urro do monstro revelando seu poder. Durante a queda, o rapaz pôde ver a imagem de uma mulher com um cabelo tão brilhante que parecia que entraria em chamas a qualquer momento. O rosto lembrava bastante Clarice, porém, ela emanava o ar de alguém diferente.
— Arabela... - Disse Jhonata pouco antes de perder a consciência.
Duas horas antes...
Clarice e Jhonata ao entrar na sala, notam que está cheia de corpos espalhados por todo canto.
— Para trás, vou detê-lo. Essa criatura não pode continuar viva. - Jhonata se põe a frente.
Clarice olhou para a criatura, e notou que havia algo de errado, mas apenas assentiu.
Jhonata então apertou as mãos como se estivesse fazendo uma prece, e assim, de repente das suas costas surgiram as enormes asas. Pronunciou mais algumas palavras e evocou em uma de suas mãos uma espada de dois gumes brilhante, partindo para cima do monstro e o atacando em pleno voo. Porém o monstro foi veloz, e rapidamente esquivou-se, tentando mordê-lo para revidar, mas apenas acabou arranhando seu ombro.
— Jhonata ! - Clarice gritou preocupada, mas isso fez com que o monstro voltasse a atenção para ela.
Jhonata chutou a cabeça do monstro.
—Sua luta é comigo, aberração. - Concentrou sua energia na espada que ficou em chamas, e assim golpeou o monstro que urrou de dor.
AAAAAArgh!
Não se dando por satisfeito, Jhonata partiu para cima do monstro, desferindo golpe atrás de golpe, o monstro já não tinha mais resistência alguma. Cansado, Jhonata acabou abaixando a guarda, o que fez com que monstro atravessasse seu peito com as garras e o jogasse dali como se não fosse nada. O monstro bateu suas asas em direção a ele que estava no chão, caminhando lentamente, porém Jhonata ficou envolto de suas asas como um casulo Irritado, o monstro tentou desesperadamente encontrar uma brecha, arranhando incessavelmente as asas. Clarice, ali parada, não sabia o que fazer ou como agir, enquanto a voz na sua cabeça não parava de incomodá-la, sentia que pouco a pouco estava perdendo o controle do seu próprio corpo. Quando o monstro estava prestes a desferir mais um último golpe, um vulto passou do casulo para suas costas e quando o monstro deu por si, estava sem o braço direito, deixando seu sangue espirrando por toda a sala.
UUUUURgrh! - gritou de dor.
Do outro lado do salão, havia um cão de pelagem amarela,e com asas douradas em suas costas, uma verdadeira divindade. Porém a dor do monstro logo cessou, e dois braços cresceram no lugar daquele que perdera, agora possuía três, então partiu para cima da divindade.
—Nossa, a espada dele está flutuando como se houvesse vida própria. - Clarice notou que agora que Jhonata estava transformado, a espada parecia lutar contra o monstro sozinha.
Enquanto Jhonata atacava de um lado, a espada cortava o monstro do outro lado, até que o monstro já possuía 6 braços, 2 cabeças e 3 caudas.
Irritado, o monstro enfiou a mão no próprio tórax e o abriu dividindo-se em dois.
— Essa não. - pensou Jhonata.
Um monstro foi em direção a Jhonata e outro foi em direção a Clarice. Então Jhonata voou tentando alcançá-la, mas o monstro que foi em sua direção o prendeu contra a parede. Então Jhonata tentou fazer com que sua espada matasse o monstro, porém a espada não o obedeceu, transformando-se em uma lança, e atravessando o monstro que estava atacando Clarice.
— O quê? Mas como ?
— Vejo que cuidou bem da minha arma. - disse uma voz que se parecia bastante com a de Clarice.
Então o monstro que estava segurando Jhonata partiu para cima da mulher, deixando-a cair ao chão. Em uma questão de segundos a lança, na mão dessa mulher, se transformou em um chicote flamejante que com um simples movimento, fios incandescentes chicotearam os monstros de forma tão intensa que deixou a sala tão quente quanto uma fornalha, transformando as duas partes do monstro em cinzas.
— Arabela... - Jhonata perdeu a consciência.
Logo entraram pela porta Éden e Eva.
—Clarice... - Éden achou estranho, sua amiga parecia diferente.
Rapidamente Eva se curvou.
— Minha senhora, perdoe-me por não tê-la reconhecido antes.
— Eva, o que está fazendo? - indagou Éden.
— Esta que vos fala não é mais a sua amiga, humano. - Disse a mulher com o rosto semelhante ao de Clarice, mas com o cabelo com uma cor diferente.
— Eva...vejo que te deram um novo nome, Néftis.
— O humano cuidou de mim quando eu estava gravemente machucada, então não me opus a tal ideia.
— Entendo... - A mulher farejou o ar. - Ele...está aqui?
— Ele? - perguntou Éden.
— Sim senhora, no momento está preso em uma sala de espelhos. - disse Eva ainda ajoelhada e olhando para baixo.
A mulher pensou um pouco, colocou a mão direita sobre o peito, como se estivesse comunicando consigo mesma, e desapareceu.
— Para onde ela foi? - Éden estava repleto de dúvidas.
— Para onde você acha? Foi atrás do ex-marido.
Enquanto isso Jhonata acordava solitário, assombrado por ver a imagem do que parecia ter sido sua antiga noiva.
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