Aqueles que Uivam escrita por Avatar Wan


Capítulo 16
Siga o fluxo da magia!


Notas iniciais do capítulo

Sentindo falta dos comentários, mas continuarei postando kkkk espero que gostem deste capítulo



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O diretor cancelou a reunião. Então ele e alguns professores foram até a sala onde estava guardado o corpo da Kitsume congelado.

— Não há nenhum sinal de que foi levado daqui. - Mrs. Pietra olhou por todos os cantos.

— Na verdade não há nem o cheiro. - Ernie bateu no nariz como se o fizesse funcionar de alguma forma.

— É como se o corpo tivesse desaparecido sozinho. - Disse Elizabeth, com a mão na cintura. 

— Será que ela despertou? - Clarice perguntou. 

— Duvido muito, teríamos conseguido ao menos rastrear suas pegadas ou o cheiro. - Calebe procurava em cada canto um sinal de arrombamento ou algo parecido.

— Ainda não está tudo perdido. - Os olhos verdes de Jhonnata se tornaram azuis e puseram-se a brilhar como diamantes. - Eu posso ver.

— Ver o quê? - Perguntou Calebe.

— A magia, o corpo foi retirado com magia, por isso não há rastros.

— Você quis dizer tecnomagia, não? - Victório se intrometeu. 

—Não, apesar de deixarem rastros semelhantes, a magia é muito mais forte e pura, do que a tecnomagia que vocês lobos usam... Rápido, o rastro está desaparecendo! - Jhonata rapidamente saltou a janela, deixando que duas longas asas brancas se abrissem, e ele sobrevoou o pátio da escola perseguindo o rastro de magia.

Calebe se transformou em lobo.

—Rápido, suba. Temos que seguí-lo.

Clarice subiu nas costas de Calebe, então ele segue Jhonata com Clarice em suas costas. Logo atrás estava Eva em sua forma de um cão enorme, e trazia em suas costas, Éden.

— Vocês não vão? - perguntou o Diretor para Elizabeth e Victório.

— Não importa quem seja o inimigo, não será páreo para aqueles três.

— Você, Calebe, e a senhorita Eva, me parecem muito íntimos do senhor Jhonata. - O diretor olhou para Elizabeth.

— Sim, porque Jhonata já foi noivo da mulher desaparecida de Calebe. Como o senhor já sabe ela era um cão divino da nobreza, e a Eva era uma de suas guardas pessoais mais queridas.

— Então você acha que ele pode estar relacionado com o desaparecimento da senhorita Arabela Riasthfiud Leztrad.

— É uma possibilidade. - Elizabeth cruzou os braços. - No entanto, Arabela sempre foi de guardar as coisas para si, não duvido que ela mesma tenha tramado tudo isso.

— O senhor Jhonata me parece alguém tão bom. Não me entendam mal, também gosto do senhor Calebe, mas me pergunto o que ele pode ter feito para afastar a senhorita Arabela de sua vida.

*

Que lindo, parece um anjo – pensou Clarice ao ver Jhonata sobrevoando o pátio. 

Calebe notou, então acelerou os passos fazendo com que Clarice se desequilibrasse um pouco.

— Wow, cuidado! Quer me derrubar?!

Calebe riu e continuou seguindo Jhonata que planava e batia suas asas, ao seguir o rastro de magia, que rapidamente se dissipava. No entanto, Éden que nunca havia subido nas costas de Eva antes, se desequilibrava um pouco, mas de alguma forma conseguia se manter em cima, enquanto tentava impedir que seus óculos caíssem.

— O fluxo está indo para a rua. - Calebe notou. 

— As pessoas, elas vão nos ver! - gritou Clarice, preocupada.

— Isso não é um problema. - Jhonata fechou os olhos e fez uma reza, logo uma energia divina saiu de dentro dele, e fez com que de alguma forma as pessoas não notassem a passagem deles em suas formas nada humanas.

— Divindades...- Calebe revirou seus olhos lupinos.

— Interessante. - Jhonata olhou para trás.

Esse poder geralmente faria os humanos em cima de vocês caírem no sono. - pensou Jhonata

Imediatamente Éden segurou um colar com uma joia azul preso em seu pescoço.

— Obrigado Eva, pelo menos agora sabemos que funciona.

Jhonata olhou para Clarice que seguia olhando para frente nas costas de Calebe. Ela não parecia ter nenhum objeto semelhante para protegê-la.

— Essa humana... - Ignorou por hora, e seguiu em frente.

Eles voaram e caminharam por quase uma hora até chegarem a uma viela sem saída que apenas possuía uma árvore em seu centro.

— Sem saída... - Calebe olhou para cima irritado.

— Droga, perdemos eles! - Éden reclamou.

— Será que não escalaram a árvore de alguma forma e atravessaram o muro? - Perguntou Clarice.

— Não, se fosse isso eu teria visto resquício de magia em algum lugar. - Jhonata também parecia confuso.

— Existe alguma magia que apague rastro de magia? - Perguntou novamente. 

— Seria impossível, poque essa magia também deixaria um rastro. - Jhonata pousou.

Clarice fez uma expressão pensativa, no entanto, não se deu por vencida. Focou na árvore em busca de alguma pista a mais.

— E se a magia estivesse na própria árvore?

— O que você? - Jhonata estava quase para pedir para que ela parasse de fazer tantas perguntas, quando percebeu que realmente poderia ter sido uma boa ideia.

Clarice desceu das costas de Cabele e começou a andar em direção à árvore, neste momento Eva também já tinha feito Éden descer, e se transformado em humana novamente. Todos apenas observavam Clarice andar como se soubesse de algo.

— Se o rastro fosse tão minúsculo que não pudesse ser notado de uma longa distância... - Jhonata se aproximou para tentar observar se podia ver algum rastro dali. Por um instante pensou ter visto os olhos de Clarice mudarem de cor e brilharem assim como os seus. - Essas formigas... - tentou pegar uma. - São falsas!

— O quê? 

Ninguém podia acreditar.

— Ele não pudiam apagar o rastro de magia, então camuflaram. - Disse Jhonata pensativo. - Não é qualquer um que pode fazer isso, seja quem for, é extremamente perigoso.

Clarice viu que as formigas seguiam para um certo buraco então tentou tocar nele.

— Espera! - Jhonata tentou impedi-la.

Clarice foi imediatamente engolida por um vórtice que a puxou para dentro do buraco, dando tempo apenas de agarrar um pedaço da camisa de Jhonata, o que fez ele entrar junto.

— O que acabou de acontecer? - Éden estava perplexo. 

— Não faço a menor ideia, mas acho melhor seguirmos eles. - Calebe rapidamente foi em direção ao local.

— Verdade, é perigoso deixar a senhorita Clarice com aquele homem. - Ressaltou Eva.

Calebe tentou tocar no mesmo buraco, mas nada aconteceu.

— Não quer ir... e agora?

— Talvez tenha sido por causa da magia. - apontou Éden.

— Verdade, não vejo mais formigas indo para este buraco.

— Temos que procurar um buraco onde tenham formigas ou algum inseto.

Então passaram alguns minutos procurando alguma pista de magia, sendo que eles não podiam sequer enxergar rastro de magia.

— Encontrei! Ah não, é apenas um inseto de verdade. - Eva fez cara de nojo.

*

Enquanto isso Clarice e Jhonata caminhavam por corredores que possuíam paredes que lembravam bastante a casca de uma arvore, mas o piso era muito bonito e de porcelanato, durante o caminho podiam ver algumas decorações, escadarias, e até mesmo elevadores de madeira polida, com alguns detalhes desenhados.

— Então esse é o esconderijo dos deles?

—Cuidado! - Jhonata puxou Clarice e se escondeu junto com ela atrás de um vaso, esperando passar alguns homens desconhecidos.

— Pelo visto sim, mas apesar sentir a magia nos objetos e elevadores, não vejo rastro de magia nesses caras. Seja lá quem for que sequestrou a Kitsume, deve estar bem longe agora.

— Não podemos desistir!

— Mas eu perdi o rastro.

— Já perdemos o rastro antes e acabamos aqui. Vocês seres sobrenaturais desistem tão rápido. - revirou os olhos.

— Posso te fazer uma pergunta? - Encarou Clarice.

— O quê?

— Afinal, o que é você? Pensei que fosse humana, mas agora a pouco tenho certeza de que vi seus olhos brilharem.

— Esse é um grande problema, porque eu também não sei. - sorriu. - Ultimamente tem acontecido tantas coisas estranhas comigo. E agora dizem que eu posso não ser quem acho que sou.

Jhonata ficou ressentido de ter feito a pergunta.

— Me desculpe.

— Tudo bem, vamos focar em encontrar a Sophia.

— Sophia?

— Sim, a Kitsume, na verdade, ela é uma hibrida.

— Ah sim, estava no relatório do diretor. Ele me disse que estão atrás de algum poder dos híbridos, mas ainda não sabemos para o que exatamente eles querem.

— Exato. - Clarice saiu do de trás do vaso. - Vamos.

Jhonata achou impressionante, a garota até pouco tempo atrás parecia alguém que tinha que ser protegida, e agora estava mais dominante, imponente, parecia até outra pessoa.

— Você sabe para onde estamos indo?

— Não, mas se ficarmos parados não chegaremos a lugar algum. - ela sorriu.

Esse sorriso...

*

— Eu desisto! Anos como professor, para ficar procurando inseto em árvore. - Calebe bateu o pé no chão, e depois chutou a um monte de terra próximo.

— Melhor você procurar, Jhonata é muito perigoso. - alertou Eva.

— Sabe, não tenho tanta certeza assim, na verdade, nunca entendi ao certo o motivo da Ara ter deixado ele, mas em todos esses anos nunca imaginei que ele pudesse ter feito algo a ela.

— Eva me contou a história, e talvez não tenha feito a ela, mas a outras pessoas. - disse Éden.

— Ela também não me contou completamente, porém disse que ele era capaz de tudo para protegê-la, até ferir inocentes.

— Parando para pensar, talvez a senhorita Arabela só tenha ido embora para longe de você também. - disse Éden, um pouco sem pensar.

— O que você disse? - Calebe estava quase se transformando por impulso quando Eva tomou a frente de Éden.

— Calma lá garotão, se tocar um dedo nele, vai se ver comigo.

— Você se sente confortável em ser sempre protegido por ela? - Calebe mudou o assunto, parecia inquieto. - Um dia pagará o preço por ser fraco demais.

Éden olhou para baixo, o medo de ser devorado tomou novamente o seu corpo e ele finalmente se deu conta que era como um coelho entre leões. Qualquer um ali poderia matá-lo com apenas um golpe, sentiu dentro do seu coração que precisaria ser mais forte se quisesse proteger quem ele ama.

— Não precisa! - O timbre da voz firme de Eva ressoou. - Eu serei sua espada e escudo, você não precisa se tornar forte, poque eu serei forte o suficiente para proteger nós dois. - Estufou o peito e se aproximou de Calebe o encarando seriamente. - E nenhuma vampira, híbrido, bruxa, ou lobisomem irá provar o contrário.

Calebe deixou escapar um sorriso, que a princípio soou como deboche. Mas seus olhos demonstravam admiração, e um pouco de inveja. O comentário de Eva fez com que as duvidas no coração de Éden se dissipassem.

— Bom, só nos resta esperar então. - Éden procurou um lugar para se sentar, quando um homem surgiu bem embaixo de sua bunda. - O que é isso?!

— Quem são vocês?! - gaguejou o homem.

O Homem se preparou para se transformar, quando Calebe avançou rapidamente e o apagou com um golpe na nuca.

— Se quer proteger seu homem, precisa ser mais rápida. - Jogou um pó em cima do homem.

— Ele não é meu homem! - gaguejou. - Sou apenas grata a ele.

— Vamos! Não podemos perder esse rastro que o bobão deixou! - Calebe entrou pelo buraco, seguido por Éden e Eva.

— Por que você não o matou?

— Quem? O cara lá fora? Odeio mortes desnecessárias.  

— E se ele entrar novamente, e alerta a todos?

— Não se preocupe, joguei pó de fada nele. O suficiente para ele esquecer o próprio nome.

Logo perceberam que não estavam no mesmo local que Clarice e Jhonata, pois haviam entrado pela raiz da àrvore, e os outros dois deviam estar em algum tronco.

— Eu não acredito nisso! 

— Logo quando entramos... - Eva ficou cabisbaixa. 

— Vamos dar um jeito, eles devem ter algum sistema para navegar por aqui, se encontramos uma especie de planta ou algo do tipo, poderemos encontrá-los rapidamente.

— Planta. - Éden riu bem baixinho.

Eva e Calebe reviraram os olhos, mas também não puderam deixar de rir. 

 


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