Aqueles que Uivam escrita por Avatar Wan


Capítulo 15
Um passado não tão distante


Notas iniciais do capítulo

espero que gostem



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/789806/chapter/15

Estavam todos reunidos na sala do diretor novamente, e aguardavam a tão chegada de Clarice e Calebe.

— Como passaram o tempo juntos? - Perguntou o diretor para Arthur.

— Tivemos nossos problemas inicialmente, mas até que não foi tão ruim. - disse Arthur. Que agora não olhava com tanto desprezo para Victório.

— E você? - O diretor encaminhou seu olhar ao professor.

— Eu achava que ele era um garoto bagunceiro e preguiçoso, que evitava usar todo o seu talento por medo da derrota, agora eu tenho certeza. No entanto, pude ver como ele é um rapaz brilhante, que vale a pena confiar. Tenho certeza, que no futuro se tornará um grande lobisomem. - Victório lançou um olhar de admiração para Arthur.

3 Dias atrás

— Pai, esse é o professor Victório, vai passar uns dias aqui.

— Nossa, essa educação especial do turno noturno, é bastante especial mesmo. Enviam até os professores para aulas particulares. - Arregalou os olhos de surpresa, e ainda aplaudiu.

— Na verdade, seu filho é uma exceção. Digamos que ele tem um talento que merece atenção especial dos professores, por isso temos que vigiá-lo. - se consertou. - digo, monitorá-lo.

— Quem diria, tá importante mesmo em filho. - deu um tapa nas costas de Arthur, que pareceu não gostar. - Bom, seja bem-vindo, espero que cuide bem do meu filho, e que ele não cause muitos problemas. Depois que perdeu sua mãe...

— Pai!

— Ele não gosta que eu fale muito sobre isso...Bom, eu vou indo. - puxou um cartão do bolso. - Qualquer coisa me ligue, virei imediatamente. - apontou para o filho. -E Arthur, não esqueça de levar a Rebecca na escola.

— Teodoro... - Victório leu o nome no cartão. - Muito gentil o seu pai.

— Só na frente de desconhecidos, na grande maioria das vezes ele é bem patético. Mas admito que ele é um bom pai.

— Claro, afinal, ele criou vocês dois sozinhos.

— Ainda assim, gostaria que ele tivesse mais tempo para a gente. - disse em voz baixa.

Rebecca desce as escadas ainda de pijama e segurando seu coelhinho de pelúcia.

— Cadê o papai? Já foi trabalhar? - coçou os olhos.

Imediatamente Arthur foi em direção a irmã a apanhou no colo.

— Sim, ele já foi. Está com fome?

— Quem é esse homem feio? - estranhou.

Victório ficou estagnado, e não sabia bem como reagir a breve ofensa da menina.

— Essa prepotência deve ser de família. - sussurrou.

Arthur riu.

— Esse homem feio, é da escola do maninho, ele está aqui para impedir que eu me meta em mais encrencas.

— O maninho é encrecreiro?

Arthur ficou desconsertado.

— E como é. - respondeu Victório.

Rebecca virou a atenção para ele.

— Homem feio, marca. - Tentou tocar o rosto de Victório, o fazendo se esquivar rapidamente.

— Não Rebecca, isso é feio! - Repreendeu a irmã. - Me desculpe senhor Victório.

— Tudo bem, não é como se eu me achasse bonito. -Pareceu realmente ofendido pela menina.

Arthur tentou fortemente segurar o riso.

— O senhor deve ser muito antigo, não é mesmo senhor Victório? -Perguntou Arthur.

— Nem tanto, nasci no século XIX, no ano de 1901.

— Na segunda revolução industrial. - Arthur completou.

— Exato. A minha matéria você não estuda, não é mesmo?

— É que eu não sou muito fã de tecnomagia.

— Foi por isso que acabou daquele jeito da última vez. Se tivesse prestado atenção na minha aula, saberia o significado dos desenhos que estavam no chão.

— Como o senhor... - Arthur pareceu confuso.

— Nós recebemos um relatório sobre ocorridos, com as fotos e tudo mais. - tirou o celular do bolso e mostrou a foto do local. - Está vendo? O círculo de Salomão. Eu havia acabado de falar sobre ele na aula, mas você estava distraído.

Por um momento Arthur abaixou a cabeça, e começou a refletir.

— Por causa da minha negligência, perdi um amigo.

Victório já havia visto aquela expressão em algum lugar na sua vida. Veio a sua mente, a lembrança de si mesmo, diante do espelho, com a exata expressão de Arthur. Tossindo enquanto cuidava de uma pequena garota, que estava muito doente.

— Fratello, não me abandone, não quero morrer. - A garota implorou segurando a mão do garoto.

— Vai ficar tudo bem, seu fratello maggiore vai cuidar de você.

Logo Victório voltou a si.

— Sei como você se sente, mas não adiantar focar no que já passou. Mude para que isso jamais aconteça novamente.

— Falar é fácil, mas eu sou esquisito. Não consigo focar em nada, e apesar de estar sempre dando risadas, por dentro sou profundamente triste.

— É porque você não faz as coisas por não ver um ganho imediato. É assim que seu cérebro trabalha, mas eu garanto que se der seu coração em todas essas mínimas coisinhas, a felicidade virá.

Difícil imaginar o professor Victório feliz – pensou

Enfim levaram Rebecca para a escola, e de lá o professor Victório seguiu um caminho que não era a casa de Arthur.

— Professor, para onde estamos indo?

— Olhar para sua cara triste me enoja, vamos reparar isso. Durante esses três dias vou te ensinar uma tecnomagia, que nem mesmo o seu predecessor sabe.

— Professor Calebe?

—Exato.

*

Atualmente

Clarice se encaminhava para a sala de reunião, quando encontrou um belo rapaz, alto, loiro, que usava uma camisa social branca de manga longa, e uma calça jeans um pouco rasgada. Ele andava livre e distraído, mas ao mesmo tempo também parecia estar procurando por alguma coisa.

— Ei! Com licença, você poderia me dizer onde eu encontro a sala de reuniões?

Clarice ficou um tempo estagnada, ele tinha um sorriso grande, e muito bonito. Ao contrário de Calebe, não era sarcástico, e sim pacificador. O rapaz também usava um brinco em particular na orelha esquerda, que parecia portar uma pequena cerejeira, por incrível que pareça, estava viva, se olhasse bem de perto, poderia ver suas folhas caindo continuamente.

— Anh...o que?

— A sala de reuniões

— Ah sim, também estou indo para lá. Vamos, eu te mostro!

Espontaneamente ele segurou as uma das mãos de Clarice entre as suas, que eram calorosas.

— Obrigado! - Os olhos cor de jade do rapaz pareciam brilhar.

Rapidamente Clarice recolheu a mão, um pouco envergonhada, mas o acompanhou até a sala de reunião.

— Porque você está indo para lá? Nunca te vi por aqui.

— Bom, vou deixar a surpresa para o momento. -Sorriu, dando uma piscadela.

Mais distante junto a porta, Clarice avista Calebe, e sem perceber, apressa seu passo em direção a ele, talvez a presença dele a animasse de alguma forma. No entanto, Calebe não pareceu agir da mesma forma, na verdade primeiro ele ficou surpreso e depois parecia claramente incomodado, mas não com ela, e sim com o rapaz ao lado, que respondeu o olhar de Calebe com um outro olhar mais intenso.

— O que está fazendo aqui?

— Calma Calebinho, isso é jeito de tratar um velho amigo? - O rapaz fingiu um sorriso, que dessa vez não parecia espontâneo como o de mais cedo.

Porque as amizades de Calebe são tão problemáticas? Pensou Clarice.

— Nunca fomos amigos.

— Ai! Palavras machucam, sabia? Mas você tem razão, na verdade. -olhou para Clarice.- Sempre fomos rivais.

— Você não é digno de ser meu rival. -respondeu Calebe curtamente.

— Injusto da sua parte dizer isso, principalmente depois de roubar a minha noiva. -Fingiu estar chateado.

Noiva? Então a antiga esposa de Calebe já havia sido noiva? Clarice estava cada vez mais interessada no passado de Calebe.

Quando Calebe ia responder, o diretor interviu pedindo para que entrassem, pois, a reunião já iria começar.

— Antes de começarmos, gostaria de apresentar, nosso novo professor de Educação Física, e que também vai nos ajudar na investigação. Jhonata Van Wing.

Todos permaneceram calados por um tempo até que Calebe quebrou o silêncio.

— Ele não pode ficar aqui.

— Sei que vocês possuem um problema no passado, mas não vamos deixar que isso interfira no profissionalismo. -interviu o diretor.

— Não é esse o motivo, ele é um cão divino!

O quê?!

Todos na sala ficaram inquietos.

— O diretor ficou louco! -gritou alguém.

— Fiquem calmos! - O diretor fez um gesto com a mão para que todos ficassem tranquilos.

Clarice olhou para Calebe, e ele não parecia o mesmo de sempre, estava inquieto. De repente escuta-se um som ao fundo da sala.

— Maldito! -Era Eva, vindo na direção do rapaz em uma grande velocidade, e então ouviu-se um estrondo de um soco que jogou todos na direção contrária, menos Calebe, o diretor, Victorio, Elizabeth, e Clarice, que foi segurada a tempo por Elizabeth.

A poeira do impacto abaixou e todos puderam ver, que o jovem Jhonata estava de pé, e segurando o soco de Eva, com um pouco de dificuldade, mas sem tirar o sorriso do rosto.

— Não imaginei que teria uma recepção tão agressiva hoje.

Tanto Calebe, quanto Eva pareciam odiar Jhonata por algum motivo especifico.

Mas no meio de toda aquela confusão, aparece um homem ofegante se batendo nos professores, e indo em direção a eles.

— Diretor, é uma emergência, o corpo da hibrida Kitsune, que estava congelada, desapareceu! 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Aqueles que Uivam" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.