Aqueles que Uivam escrita por Avatar Wan


Capítulo 14
Quando a noite cai (parte II)


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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Meus parabéns. - Teodoro em sua forma humana, aplaudiu. - Nem mesmo eu desconfiei dessa armadilha. Muito engenhoso, capitão Calebe. Mas você sabe que o que tenho que fazer com essa garota.

Calebe parecia um pouco surpreso, no entanto, forçou um sorriso.

— Quer dizer que você tinha mais um truque na manga? Pode ressuscitar?

— Quanta ingenuidade meu companheiro. Todos esses anos ao meu lado na guerra, e não percebeu que temos quase a mesma idade como lobisomens? Ou seja, temos praticamente a mesma quantidade de poderes. Sendo que você só conhece três dos meus. Além do mais, eu soube que pelo visto você não tem o seu quinto poder, o que me coloca em vantagem. Então desista logo de resistir, e me entregue garota.

— Pessoalmente eu não faço questão dela. Mas ela é uma integrante do grupo professores, e não posso deixá-la ir. Sem falar que agora ela também faz parte colegiado, logo é meio complicado. - Calebe pressionou os lábios os levando para esquerda.

Sempre cínico.

Clarice estava em choque, não parecia a mesma. Toda essa informação era uma grande carga em seu cérebro, não conseguia mais compreender o que estava acontecendo.

— Essa garota não é quem ela diz ser. - afirmou mais uma vez o padre.

— Bom, isso não importa seja quem ela o que for, descobriremos na hora certa.

— A menos que ela o mate primeiro.

— Estou disposto a arriscar.

Calebe lançou um olhar compreensivo e piedoso para Clarice, que estava ainda sentada na mesa com as mãos sobre a cabeça, chorando. Ao reparar no olhar dele, Teodoro desferiu um golpe contra Calebe, se transformando simultaneamente em sua forma de ataque. O professor é arremessado longe contra a parede, mas voltou rapidamente impedindo que Teodoro sequer tocasse em Clarice. Ele segurou o braço do padre e o arrancou fora rompendo todos os ligamentos. Em um ato de desespero, Teodoro mordeu Calebe, porém foi inútil, porque o mesmo abre a boca do rival com as próprias garras o dividindo em dois.

Porém mais uma vez ouve-se os passos vindo ao fundo da igreja, era Teodoro.

— Eu gostaria que parasse de me matar, olhe a sala, já está cheia de corpos meus espalhados pelo chão.

 Vou te matar quantas vezes forem necessárias, até que você desista dessa ideia maluca.

— Então vai preferir essa garota do que a nossa velha amizade?

— Você já viveu quinhentos anos, essa garota não viveu nem vinte.

— É o que veremos! - Teodoro usou uma habilidade para saltar até Clarice numa velocidade absurda.

Calebe não conseguiu chegar a tempo, então Teodoro desferiu um golpe que lançou Clarice juntamente com a cadeira em direção a parede, formando um enorme buraco.

— Clarice! - Correu desesperado.

— Seja quem ela for, deve ter uma proteção que a impeça de ser morta por monstros como nós.

Ao chegar lá, Calebe viu que o corpo de Clarice, em estado mortal, sangue escorria por todo lado, de algum modo seu corpo não se partiu, mas estava gravemente ferida.

Teodoro ficou sem palavras

— Cale...

— Calado maldito! O sangue dela agora está em suas mãos!

Calebe, sem pensar duas vezes a mordeu na esperança de que a transformasse em lobisomem. Mas nada aconteceu.

— Não adianta, ela está morta. - ficou ressentido.

— Eu disse para ficar calado!

Teodoro ficou observando Calebe a morder sem parar, na esperança que sua magia lobisomem a alcançasse.

— Por favor, volte... seja lá quem você for, não deixe que ela se vá, traga-a a de volta para mim.

De certa forma Teodoro estava certo, Clarice realmente não era quem ela dizia ser, e o impacto, somado com as várias mordidas de Calebe, fizeram-na despertar esse poder interior selado. Os objetos na sala começaram a flutuar lentamente, assim como Calebe e o padre. De uma certa distância Calebe podia ver os cabelos de Clarice dançando como se a mesma estivesse em gravidade zero, e como se alguém tivesse ligado a gravidade novamente, todos foram de encontro ao chão, porém algo estava diferente, Calebe não conseguia se levantar, era uma força muito poderosa, procurou algo que o pudesse ajudar a levantar, e de longe viu o corpo do padre sendo esmagando por tanta pressão, mesmo na forma de ataque.

— Droga! - reparou que o cabelo de Clarice estava mudando de cor, assim como a cor dos olhos, como se ela estivesse prestes a se tornar outra pessoa. - Não acredito que terei que usar aquilo. Odeio esse poder. - Em um grande urro, Calebe se forçou a ficar em sua forma lupina com quatro patas e, juntando todas suas forças começou a se alimentar dos inúmeros corpos de Teodoro espalhados pelo chão da sala. Enquanto isso Clarice ainda em uma espécie de transe aumentava a sua força.

Um pouco mais longe o padre apareceu novamente, apesar de ainda ser atingido pela habilidade, era em uma menor intensidade.

— O que você está fazendo? - perguntou o padre, abismado ao ver Calebe se alimentando dos corpos dele.

— Não percebeu ainda? - Dito isso, o padre começou a reparar que Calebe começara a aumentar de tamanho exponencialmente, e pelo visto não era apenas isso. Sua força crescia rapidamente, até que a gravidade parecia não o afetar mais. - Teodoro, desligue ela disso. Eu sei que você pode.

— Não posso, ela tem que se lembrar de quem realmente é.

—Ela vai nos matar antes disso.

— Não se você matá-la.

— Não vou matá-la, mas em compensação posso destruir essa igreja. - Calebe já podia alcança o teto de tão grande.

Como eles estavam no andar superior da igreja, o padre notou que o chão começava a ceder devido ao tamanho de Calebe e a força que Clarice estava fazendo para derrubá-lo.

— Está bem! Mas parede se mexer, está destruindo as pinturas! -

— Nesse momento o padre se aproximou mais um pouco e se transformando, deixou que um terceiro olhou se abrisse, com seu olhar indo de encontro ao de Clarice. Nesse momento, os corpos dos dois congelaram e de alguma forma Teodoro estava dentro da consciência de Clarice. Ele pode ver que ela estava perdida.

— Me dê sua mão, vamos!

Clarice recusou, estava assustada demais.

— Você quer me matar!

— Admito, mas se eu não tirar você daqui, Calebe vai destruir a igreja, e isso é muito pior. Aquele degenerado. -Reclamou consigo mesmo.

Os olhos de Clarice encheram de lagrimas e apesar de não poder confiar no padre, ela não parecia ter mais outra alternativa, então o seguiu. Quando estavam perto da saída, Clarice sentiu como se uma outra mão a segurasse e a seguisse. Mas não pôde reparar quem era, pois logo acordou.

Assim que Clarice e o padre retomaram a consciência, todos os objetos caíram no chão, e o mesmo desabou, fazendo com que eles fossem parar no térreo.

aaaAAAAAAA!

Teodoro exclamou de tristeza. 

 


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